domingo, maio 28, 2006

Apesar de tudo, orgulho em ser Português!

É verdade, apesar de toda esta desilusão, tenho muito orgulho em ser Português e hoje, e numa hora difícil, esse sentimento veio novamente á flor da pele.

Mas primeiro vamos ao jogo em questão.

Portugal entrava em campo frente á Alemanha, esperando por 1 lado uma vitória natural da França sobre a Sérvia, e com a obrigação acrescida de vencer por 3 golos os alemães.
Tarefa muito difícil, mas como em tudo na vida..não há impossíveis.

Cheguei ao Afonso Henriques em cima da hora, e em 1º lugar cumprimento a organização que esteve muito bem na forma como conseguiu “meter” dentro do Estádio as pessoas rapidamente e sem confusão.

Estava eu nas escadas de acesso ao meu lugar e sem ter tido hipótese de ler a imprensa desportiva de hoje, vinha a magicar no onze titular, sabendo á priori que Bruno Vale e o Hugo Almeida tal como o Semedo estariam impossibilidades de alinhar.
Infelizmente, mais 1 vez sou surpreendido negativamente por Agostinho Oliveira..senão vejamos:


Portugal num jogo em que precisa de ganhar por 3 golos, faz regressar Nuno Morais á lateral esquerda, e se tento compreender essa inclusão..como forma de libertar Nelson para que este pudesse subir com frequência, na prática foi mais 1 opção errada pois Nelson (bem preso pelo extremo direito Alemão) nunca se conseguiu soltar na 1ª parte deixando órfã a extrema direita de Portugal.
Para colmatar esse “vazio” Varela fugiu varias vezes para as laterais para ganhar as bolas no ataque, mas quando as ganhava e até conseguia bater o adversário no 1 para 1…notava-se a falta de um elemento na área fruto da inadaptação do Moutinho a numero 10 (andou a atropelar o Raul Meireles..nos terrenos destinados a este ultimo) e demonstrou que é um verdadeiro 8 e não um numero 10, e também fruto da ausência falada de Nelson no ataque e de Quaresma..muito preso á linha por indicações do técnico.
Os restantes elementos da defesa pareceram-me escolhas óbvias, pois os centrais foram os acertados, Nelson para dar acutilância ofensiva tinha mesmo que ser titular e D. Fernandes mostrou que pode ser um bom valor para a baliza da selecção das quinas.

No meio campo, novidades. Custodio (talvez por já estar bem fisicamente..e antes não estar) apareceu e bem como trinco. Se Portugal queria atacar, precisava de um homem como Custódio para proteger a equipa nos contra-golpes alemães.
Meireles e Fernandes apareceram num meio campo em losango, mas apesar de até terem tentado a espaços denotaram pouca acutilância ofensiva e sobretudo desgaste físico fruto dos jogos anteriores. Moutinho era o vértice ofensivo.

No ataque, onde era suposto estarem 2 elementos..apoiados por 4 médios, aparece um “sozinho” Varela…que muito jogou e se esforçou mas em vão, pois conseguia receber as bolas, bater os adversários no 1 para 1..mas depois não tinha a quem dar a bola…o que é francamente estranho para um equipa que precisava de golear.
Quaresma, fruto de indicações apareceu na esquerda..fazendo pela vida, mas também ele muito desapoiado e sempre “coberto” por 2 elementos alemães (desesperado o cigano..pedia insistentemente a Nuno Morais (central de raiz) para subir no terreno…mas só quem é cego é que poderia esperar acutilância ofensiva de um jogador adaptado a lateral).

Conclusão, onze mal estruturado e com claras faltas de apoio aos avançados da equipa, que lutaram (principalmente Varela..que esteve impecável) mas que não tinham qualquer tipo de apoio e mesmo quando desequlibravam nas linhas (quase sempre pela esquerda) faltava um homem no meio…ou uma diagonal da direita para o meio para receber a bola e finalizar.
Á partida Agostinho Oliveira amputou logo um lateral esquerdo a apoiar o desiquilibrador da equipa (Quaresma) e amputou a extrema direita e o apoio em diagonais a Varela.

Perdemos 45 minutos a tentar…mas quando a organização é inexistente não há qualidade individual que resista.


Na 2ª parte, era necessário arriscar, “meter a carne toda no assador”.
Pensava na opção Vaz Te para entrar…um jogador rápido, felino, possante e alto…muito embora se tivesse falado durante a semana na possível impossibilidade de o jogador actuar face a uma lesão.
Entrou Lourenço, o outro avançado disponível.

E se é verdade que era importante termos mais um avançado, e até se compreendia a substituição de M. Fernandes face ao facto de já ter sido avisado e portanto corria o risco de ver o 2º amarelo, retirar Varela (alto e forte) do meio..para lá alojar Lourenço (baixo e rápido) perdeu todo o sentido.
Lourenço teve claras dificuldade para batalhar com os centrais alemães (bem mais altos) e Varela algo fatigado devido á excelente 1ª parte foi obrigado a jogar no corredor, onde claramente se iria desgastar mais e não poderia utilizar o seu jogo de cabeça.

Mais 1 vez, pareceu-me estranha esta solução e pouco coerente.
Portugal continuava a tentar sem grandes resultados práticos, mas Lourenço trouxe algum dinamismo á frente de ataque e terá até ganho um penalty não assinalado pelo árbitro.

Nas bancadas desesperava-se e Nani depois de muito aquecer, e de até ser esquecido pelo treinador (certamente) entra e quem sai? Varela! Foi uma assobiadela estrondosa para o treinador.
Varela denotava cansaço e até compreendo a sua saída, mas se por ventura Vaz Te estava em condições e mesmo assim não foi utilizado então foi mais 1 prova de incompetência do técnico.

O jogo caminhou para o fim, os jogadores perderam a calma, a missão tornou-se impossível, e a Alemanha tudo fazia para garantir o empate que lhe daria a passagem.
No entanto já a passar da hora e minutos depois de uma troca de agressões entre Quaresma e o guardião alemão, Nani num excelente trabalho individual (praticamente a sua única acção individual de registo positivo no Euro) oferece o golo a Moutinho que não desperdiça ( O futebol é uma coisa estranha. Moutinho mostrou-se muitos furos abaixo daquilo que demonstrou no campeonato, fez uma exibição muito fraquinha, e acaba por ser o marcador do único golo Portugues no Euro).
Assistiram-se então a mais uns minutos empolgantes onde Nani teve o golo nos pés e mais uma vez mostrou-se perdulário.

O arbitro apitou para o fim, ambas as equipas estavam eliminadas.

Notas:
Alguns minutos após a substituição de Varela, o publico dirigiu cânticos de desagrado ao técnico da selecção Portuguesa, e num gesto bonito e nobre…Quaresma e Meireles deram a cara pelo treinador pedindo ao publico apoio e não críticas ao treinador….quando os jogadores nem estavam a ser o alvo da ira dos adeptos tugas.
Era bonito agora, o treinador Português dar a cara pelos jogadores, pois foi o grande responsável por este desaire e sai com a nota mais negativa de todo este Euro, mostrando incapacidade de montar um modelo, oleá-lo e sobretudo denotando total falta de fé nas suas convicções, se é que as tinha, pois em todos os jogos mudou o xadrez e a forma de jogar, transmitindo a jogadores e adeptos total falta de convicção no seu trabalho.
A qualificação foi um passo bonito, embora com adversário bastante acessíveis, mas quando foi necessário demonstrar valor perante os melhores, Portugal desiludiu e mostrou sobretudo falta de qualidade táctica, algo que Agostinho Oliveira terá que se responsabilizar por inteiro.

A Alemanha entrou no jogo com o intuito de travar Portugal, sabendo que a França provavelmente venceria a Sérvia (a tal equipa que o Agostinho Oliveira apelidou de simples..como arroz com feijão).
De qualquer forma inteligentemente soube “prender” os laterais ou neste caso (por erro do treinador Portugues) o lateral direito, porque o esquerdo foi inexistente, actuando em 4-3-3, com 2 trincos vincados.
Mas o anti jogo, os sucesivos teatros ..saíram muito caro aos jogadores alemães, que acabaram o jogo a correr atrás das bolas…para conseguirem um golo.
Saíram castigados, e desta vez foi merecido!


O Momento alto:
Depois de mais uma pálida exibição Portuguesa, no seguimento das péssimas exibições que fez neste Euro, só se esperaria muita desilusão, assobio e críticas das bancadas.
Mas Portugal mais uma vez mostrou que é um país diferente.

Depois de mostrarmos toda a hospitalidade e fé no Euro2004, depois de mostrarmos todo o desportivismo aclamando com imensas palmas a Grécia que nos acabava de “roubar” o título de campeões Europeus, mais uma vez mostramos a alma lusitana….com palmas, cânticos e incentivos aos jogadores portugueses.
Muitos cânticos de apoio nacional, muitas palmas aos jogadores que acabaram por desiludir uma nação, e um hino cantado numa só voz pelos adeptos…mostraram a nossa GRANDEZA, emocionando os jogadores que derramavam lágrimas enquanto emocionados agradeciam tamanha prova de apoio e união.

Por tudo isto, orgulho-me de ser Portugues, continuo a ter orgulho nos grandes valores que são alguns destes jogadores que hoje desiludiram mas que amanha quem sabe, levarão o nome de Portugal bem longe.
A todos eles, uma palavra de solidariedade e de força…pois não admito que passem de bestiais a bestas, talentos claros do Futebol Internacional.

Força Portugal!!!

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