sábado, abril 09, 2005

Vida e Morte: De Mãos Dadas no Futebol!

Gostamos de Futebol! Vibramos e Vivemos o futebol. Ao Rubro! Muitas vezes sentimos pontadas no coração, como se estivéssemos à beira de um ataque cardíaco. È a Emoção!
E quando pensamos nos que, na prática do desporto-rei falecem...que sentimentos nos invadem?
Quando pensamos em Mark Vivien Foe, Miklos Feher, Bruno Baião, Serginho?

Jovens aparentemente saudáveis. Aparentemente em óptimas condições físicas. Aparentemente. Porque todos eles morreram vítimas de morte súbita. Sem explicação aparente. Que sentimentos? Frustração? Indignação? Revolta?
Pois...a vida prega partidas!
Morte súbita, resulta do "falecimento não traumático durante, ou imediatamente após o exercício, ocorrendo na primeira meia hora após o inicio dos sintomas". As principais anomalias verificáveis como causadoras da morte súbita em atletas são: a cardiomiopatia hipertrófica (CMH), anomalias congénitas das artérias coronárias, o aneurisma aórtico dissectante (diminuição do calibre da aorta) e a estenose congénita da válvula que liga o coração á aorta. A verdade é que a morte súbita de jovens atletas tem suscitado polémicas, pois se por um lado os ditos problemas cardiovasculares, muitas vezes impossíveis de detectar são uma realidade, por outro, as instituições e clubes desportivos vêem-se a braços com padrões de controlo deficientes no que diz respeito á realização de testes de despistagem e detecção de anomalias.

Muitos alegam falta de meios para proceder á realização dos mesmos. Será que a vida dos atletas não vale um esforço financeiro? Segundo a Lei 119/99 "todo o atleta desportivo deve ser sujeito a exames médicos de admissão e aptidão á pratica do desporto, com a periodicidade adequada á idade, sexo e modalidade desportiva". A lei é tácita. Todos e sem excepção, desde, atletas, árbitros, juízes...
A realidade no entanto é bem diferente. Em Portugal existem apenas dois centros responsáveis por medicina desportiva, o Centro Nacional de Medicina Desportiva (CNMD), em Lisboa e no Porto. Muitos dos atletas que se dirigem a estes centros acabam muitas vezes por não serem observados, nem submetidos a exames, e muitas vezes também são os próprios médicos, muitos deles sem a mínima competência que preenchem o formulário do jogador e que acabam por falsificar os resultados. Faltam médicos responsáveis e competentes, massagistas para assegurar e cuidar da condição física dos jogadores. Independentemente do escalão em que alinhem. É imperativo que os clubes procedam á utilização periódica de métodos de avaliação, exames físicos diversos, exaustivos e regulares aos atletas, recorrendo a radiografias do tórax e a electrocardiogramas sempre que seja necessário. Outro aparelho, cuja existência parece indiscutível é o desfibrilhador.

Trata-se de um instrumento que consiste na consequente aplicação de choques eléctricos, sendo uma mais valia para o atleta, porque muitas vezes não se está perante uma paragem cardíaca, mas é o ventrículo que deixa de contrair, podendo ser recuperado através de choques.
O desporto é e deve ser visto como sinónimo de saúde. A actividade física não é em nenhuma instância a causadora, nem responsável quando os atletas padecem de morte súbita. A única casualidade é que estes casos ocorreram fatalmente enquanto os atletas praticavam a modalidade.

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