quarta-feira, novembro 23, 2005

Quei-xi-nhas...Quei-xi-nhas!!!

Pois bem, pelos vistos o FCP anda a fazer queixinhas à comissão disciplinar da liga dos jogadores do Benfica. É lógico que dito isto desta forma os ânimos poderão ficar mais acicatados, as relações mais incendiadas e os ódios mais compulsivos, mas o que eu quero com este texto transmitir é que não deveria ser o FCP a apontar casos à dita comissão, pois deveria ser ela a estar atenta, a identificar estas situações e a agir em conformidade com o disposto na lei vigente.

O primeiro caso, como estarão por certo lembrados, foi a queixa sobre a acção do jogador Armando Qualquer-coisa (“a.k.a”.: Petit) a TT (Tiago Targino) no encontro que opôs as duas equipas (Benfica-Guimarães). Sendo o FCP parte interessada nesse encontro, já que iria receber o Benfica na jornada seguinte e, ao aperceber-se que o jogador iria passar impune a qualquer tipo de acusação por parte da comissão disciplinar, usou dos meios legais para apresentar queixa contra o jogador. Parece-me que até aqui não há problema nenhum. Neste caso, ao aperceber-se da mesma coisa o FCP usou mais uma vez do preconizado na lei para tentar dar voz a muitas pessoas, quer sejam adeptos do FCP ou não, quer sejam jornalistas ou não, e tentar evitar que mais uma vez a comissão disciplinar veja, identifique e não actue, porque não lhe interessa, porque é incompetente ou outra qualquer razão plausível à imaginação de cada um. Para quem estiver mais distraído, a acção que levou a esta denúncia foi o gesto de Nuno Gomes a Nem, traduzindo a acusação de que os jogadores do Braga estariam dopados.

Existe, como todos sabem, um organismo que zela pela verdade desportiva, o CNAD, e que tem toda e qualquer liberdade para entrar num balneário e recolher amostras de quem quiser para posteriormente inspeccionar a presença de substâncias proibidas, quer em género quer em quantidade, no organismo dos atletas.

A mim o que me espanta é que o FCP já está a passar por mau da fita quando é precisamente o contrário. A mim o que me espanta é o silêncio do Braga. A mim o que me espanta é a inépcia da comissão disciplinar da liga, bem como outros órgãos ou organismos que regem o futebol em Portugal. A mim o que me espanta é que o chefe de departamento de futebol diga que “estão a fazer uma tempestade num copo de água”, a mim o que me espanta é que o Nuno Gomes seja impedido de falar, nem que fosse para se desculpar de tal acto. No fundo, aquilo que me espanta é uma acusação grave por parte de um colega de profissão passar despercebida, vergonhosamente impune e mais vergonhosamente esquecida.

Lembro que esta situação não é inédita, já o “menino bonito (de alguns – não eu) do futebol português” - João Vieira Pinto, tinha feito precisamente o mesmo gesto a Deco, passando ele também impunemente.

O que me irrita é que todos nós somos bombardeados todos os dias com barbaridades. Se são coisas de bastidores que nós não sabemos de fonte segura, andamos a especular, mas se são coisas que todos nós vemos, todos nós temos a mesma opinião e as pessoas que passam a informação e analisam com os mesmos meios que nós conseguem mentir, omitir e especular, isso tem de ser realçado e apontado. Os “fazedores” de opinião protegem-se uns aos outros, dão ênfase às imagens que lhes interessam e omitem ou não revelam o que não lhes é querido, misturando o sentimento com o profissionalismo. Vou dar um pequeno exemplo: Joaquim Rita, comentador da Sportv, esteve calado durante todo o tempo em que Rui Orlando fazia a análise ao lance da penalidade marcada contra o Braga. Depois de Nuno Gomes converter a penalidade, ou seja, já tinha sido golo, esta personagem disse simplesmente: “depois do pénalti marcado não há nada a fazer”, e depois já conseguiu dizer que o 3º golo do Braga foi precedido de fora de jogo.

É este laxismo instalado em toda a comunicação social que temos de combater, e este é um espaço digno para se travar esta “guerra”.

Sem comentários: