quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Jogador Atacante da Semana: Mark Viduka


PERFIL DO JOGADOR



Nome: Mark Anthony Viduka

Data de Nascimento: 09/10/1975 (31 anos)

Clube: Middlesbrough FC

Nº da Camisola: 9

Posição: Ponta-de-Lança

Altura: 1,88 metros

Peso: 93 kg

Naturalidade: Melbourne – Austrália

Palmarés:
  • 1 Campeonato Australiano (1995)
  • 3 Campeonatos Croatas (1996, 1997 e 1998)
  • 3 Taças Croatas (1996, 1997 e 1998)
  • 3 SuperTaças Croatas (1996, 1997 e 1998)
  • Melhor Jogador do Campeonato Australiano (1994 e 1995)
  • Melhor Jogador do Campeonato Escocês (2000)
  • Melhor Jogador da Oceânia (2000)
AVALIAÇÃO DO JOGADOR




Mark Viduka é um nome certamente conhecido por todos os leitores visto ser um dos avançados mais marcantes do futebol britânico nos últimos anos. Este futebolista actua como ponta-de-lança e é um jogador muito físico, que se faz valer do seu porte atlético em todas as suas acções. De facto, a sua força, a sua altura, o seu peso e a robustez são imagens de marca do australiano que, além disso, se destaca pelas qualidades técnicas. Joga muito bem de costas para a baliza e, não sendo um jogador muito móvel, também não é estático: busca bastante a bola e preocupa-se em ganhar posição para assistir ou rematar. A qualidade de passe de Viduka é, também, expressiva no contexto do seu estilo de jogo e necessita ser realçada, especialmente porque nas combinações rápidas e triangulações, é mortífero. Mas não é só mortífero no que concerne ao passe, revelando também toda a sua categoria aquando da hora de finalizar. A facilidade com que atira às redes é de mencionar, não só com o pé direito – o seu preferido –, como também com o pé esquerdo, com o qual se entende mais ou menos bem e com a cabeça. Sim, o jogo aéreo é um dos pontos fortes do avançado do Middlesbrough e são muitos os golos que obtém fruto do cabeceamento letal que possui. Basicamente, é um jogador à imagem do campeonato inglês: completo, fisicamente forte e imponente, com qualidade técnica suficiente para executar os movimentos com agilidade e destreza e um rigor táctico e desmarcações interessantes que advêm da experiência que foi acumulando ao longo dos muitos anos de chuteiras nos pés e é um ponta-de-lança que se baseia no físico para ganhar posição, que joga de costas para a baliza muito frequentemente e que tem como grandes predicados a aptidão para o cabeceamento, a facilidade de remate, o jogo sem bola, a experiência, o primeiro toque e a técnica bastante apurada. Peca pela lentidão e mau carácter.



BIOGRAFIA DO JOGADOR



Da Austrália para a Europa…




Mark Viduka é cidadão australiano, mas acima de tudo cidadão do mundo porque tem descendência europeia – croata e ucraniana. Iniciou a sua carreira como profissional num dos bons clubes da Austrália nos últimos anos, os Melbourne Knights, curiosamente fundado por um grupo de emigrantes croatas, assim como o seu pai. Com efeito, as relações entre este clube, cuja alcunha é precisamente “Croatia”, e o campeonato da Croácia são grandes. Grande parte dos melhores jogadores e treinadores de sempre da história do clube têm origem balcânica, assim como Viduka. Começou na época 1993/94, com 18 aninhos e foi segundo classificado a seguir ao Adelaide City, que ganhou a final do campeonato nacional por 1-0. Logo nesse ano foi considerado o melhor jogador do campeonato visto que marcou 22 golos em 26 jogos. Já em 1994/95, foi campeão australiano, vingando a derrota no ano anterior, novamente com o Adelaide City, que desta vez perdeu por 2-0. Mais uma vez, melhor jogador do campeonato, mais uma vez com um registo fantástico: 18 golos em 22 jogos. Com 19 anos, como campeão do seu país, como melhor jogador das duas últimas edições do campeonato e com o impressionante registo de 40 golos marcados em 48 jogos nas duas temporadas no seu país-natal, mudou para a Europa, o Velho Continente e o Continente do futebol. São números avassaladores e muitíssimo significativos da valia deste ponta-de-lança grandiuoso.
As suas qualidades não passaram, claro, despercebidas na Croácia e acabou por ingressar no Dínamo Zagreb. Na altura estavam talentos como Dário Simic e o ex-portista Sílvio Maric a despontar e era a estrela da equipa o já retirado Zvonimir Soldo. Foi lá que ficou durante três épocas e meia, que serviram para amadurecer como jogador e como pessoa e que lhe deram bagagem suficiente para vingar na Escócia e em Inglaterra. Entretanto, e isto é sempre um passo importantíssimo na carreira de um jogador, obteve a sua primeira internacionalização.



Carreira na Croácia…



“Big Dukes”, como era conhecido no maior país da Oceânia, chegou, em 1995/96, e impôs-se imediatamente, marcando 12 golos na sua época de estreia num total de 27 jogos. A equipa que viria a sagrar-se campeã nacional da Croácia em 1996/97, além de ganhar a Taça. O Dínamo de Zagreb ficou em primeiro lugar no campeonato e o contributo de Viduka foi ainda mais evidente: 18 golos em 25 jogos. Em 1997/98 a “dobradinha” voltou a surgir e o campeonato foi mais uma vez conquistado, com 8 golos em 25 jogos, assim como a Taça da Croácia. As qualidades deste possante avançado estavam cada vez mais patentes e o interesse do resto da Europa começava a surgir em força. Em 1998/99 foram tri-campeões nacionais e venceram a terceira Taça, deixando bem presente a hegemonia vivida no campeonato croata durante este período. Além disso, estavam na Liga dos Campeões. O grande dominador do campeonato croata tinha agora uma prova importante para mostrar o que realmente valia no contexto europeu. Viduka jogou até Janeiro nos Balcãs, antes da saída para o Celtic de Glasgow. Na primeira metade da temporada, jogou 25 jogos e marcou 8 golos no campeonato e foi preponderante para a surpreendente campanha na Liga Milionária. Aqui, as coisas começaram na 2ª Ronda de Qualificação. O adversário era o Celtic, o tal clube para onde Viduka foi em Janeiro desse ano. O 1-0 em casa favorável aos escoceses foi um falso prenuncio pois, em Zagreb, o Dínamo local derrotou os “Hoops” por 3-0. Na Fase de Grupos, o grupo era composto por Ajax, Olympiakos e… FCPorto. Logo a abrir, um nulo perante o Ajax.
Seguiu-se uma derrota frente ao Olympiakos, que não augurava nada de positivo. E as coisas complicaram-se quando, em pleno Estádio das Antas, os dragões venceram por 3-0. Mas os factos alterar-se-iam com duas vitórias consecutivas, primeiro diante do Porto por 3-1 e depois frente ao Ajax por 0-1. No último jogo pontuaram graças ao 1-1, na Grécia, que lhes deu o 2º lugar no grupo A. O número de pontos, 8, é que não era suficiente para permanecer em prova. “The Duke” saiu a meio da temporada, mas com o título de campeão croata. Abandonou o Dínamo com um total de 40 golos em 82 jogos e uma imagem marcante no futebol croata. Durante todo este tempo, continuou a ser chamado para representar o seu país na selecção nacional, não fazendo, porém, nada de relevante retirando o facto de, por uma unha negra, a Austrália não se ter apurado para o Mundial de 1998. No Irão, empatou com a sua congénere 1-1, mas em Melbourne, a sua cidade, quando a Austrália já vencia por 2-0, os asiáticos marcaram dois golos que carimbaram o passaporte dos árabes para França.



Escócia, primeira paragem na Grã-Bretanha…



O embate entre o Dínamo de Zagreb e o Celtic de Glasgow a contar para a Liga dos Campeões motivou o interesse dos escoceses no jovem ponta-de-lança australiano que se destacava dos restantes jogadores, não só pela sua estatura elevada, como também pela sua qualidade como jogador de futebol. Foi, por isso, sem grande surpresa que “V-Bomber” saiu de um campeonato como o croata para ganhar alguma visibilidade e mediatismo com as cores do “Celts”. E, como se costuma dizer, e como é costume de Viduka, «pegou de estaca», somando 5 golos em 9 jogos, o suficiente para convencer os adeptos dos “Católicos” da sua categoria. Porém, o seu comportamento, nem sempre muito correcto para com os sócios e simpatizantes do Celtic, não o possibilitou, como o seu talento deveria possibilitar, que se tornasse num ídolo dos adeptos. As suas competências eram, contudo, inegáveis e os números da sua carreira até então demonstram todo o gabarito do melhor avançado australiano de sempre. Ainda nesse ano, em 1998/99, o Celtic ficou a uns míseros 6 pontos da liderança e não conseguiu bater o Rangers na luta eterna pelo título de campeão entre estes dois emblemas. Na sua única temporada completa com a camisola dos “Bhoys”, 1999/2000, voltou a perder a corrida para os “Protestantes”. No entanto, desta feita, as coisas foram bem diferentes e a discrepância pontual roçou o abismal, 21 pontos. Mark Viduka não deixou de ser considerado o melhor jogador do ano na Escócia, não tivesse ele marcado 25 golos em 28 jogos, numa clara demonstração da sua apetência para o golo. Estupenda relação jogos/golos por parte do australiano! Já na Europa, mais precisamente na Taça UEFA, as coisas não correram tão bem quanto os responsáveis do Celtic desejariam: ultrapassaram o Hapoel Tel Aviv com um 3-0 (1-0 e 2-0) mas o Lyon, que já nesta altura começava a mostrar estofo, derrotou os escoceses com um duplo 1-0.



Elland Road e o começo da carreira em Inglaterra…



Logo após a sua nomeação para o melhor jogador da Oceânia, consumou-se a sua transferência para o Leeds United, onde se juntou, na frente de ataque, a duas das maiores promessas do futebol britânico naquela posição: Robbie Keane, mas particularmente Alan Smith. Além desses dois, Paul Robinson, Rio Ferdinand, Radebe, Woodgate, Danny Mills, Gary Kelly, Dacourt, McMaster, Lee Bowyer e outra promessa, o seu compatriota Harry Kewell. E a sua primeira época ao serviço dos “Peacocks” foi, porventura, a melhor época da sua carreira, não só devido ao largo número de jogos jogados e de golos marcados, mas fundamentalmente devido à histórica campanha europeia que o Leeds protagonizou nesse ano. O grande campeonato feito pelos “Whites” em 1999/00 no qual se posicionaram no último lugar do pódio concedeu-lhes o direito de participarem na maior competição de clubes da Europa: a Liga dos Campeões. Mas antes disso vamos falar do campeonato, onde conseguiram ficar em 4º lugar apesar de apenas dois pontos os separar do 2º e onde Mark Viduka bateu o seu recorde pessoal de jogos realizados, com 34 presenças às quais podemos juntar 22 golos. Voltamos agora à Liga dos Campeões, que foi, realmente, o ponto alto do clube nesse ano. Para se qualificar para a 1ª Fase de Grupos, foi necessário jogar a 3ª Fase de Qualificação e o TSV 1860 München parecia um adversário ao alcance do Leeds United. E foi. Venceram os dois jogos, o primeiro por 2-1 e o segundo por 1-0, garantindo o prestígio continental e alguns milhões nos cofres do clube. Na 1ª Fase de Grupos, o grupo tinha dois grandes “pesos pesados” do futebol mundial: AC Milan e Barcelona. E se a estes juntarmos o sempre complicado Besiktas da Turquia, deparamo-nos com um grupo de dificuldade acrescida para todos. Foram humilhados no primeiro jogo com uma derrota no Camp Nou por 4-0, mas redimiram-se derrotando os milaneses por 1-0 no segundo jogo desta fase. O Beskitas era teoricamente o adversário mais fácil e isso veio a confirmar-se com a estonteante vitória por 6-0 em Inglaterra. Porém, no reduto dos turcos, o nulo permaneceu do primeiro ao último minuto. Este foi o primeiro de três empates. Voltaram a empatar nos dois últimos jogos, os dois por 1-1, contra o Barcelona e AC Milan respectivamente. Estava feito o mais difícil: passar o primeiro obstáculo, classificando-se no 2º posto, que dava acesso à 2ª Fase de Grupos e deixando para trás o mítico “Barça”. Na 2ª Fase de Grupos também não ganharam o grupo, tendo ficado em 2º. O Real Madrid, líder, ganhou em Elland Road por 0-2 no jogo inaugural, mas depois ganharam dois jogos – primeiro em Roma, contra a Lazio, por 0-1 e depois em Inglaterra diante do Anderlecht. Nos últimos três jogos somaram quatro pontos: ganharam 1-4 aos belgas mas voltaram a perder com o Real por 3-2. No último jogo, já com a qualificação garantida, empataram 3-3 com a SS Lazio. E se até aqui a caminhada parecia soberba, esse adjectivo ganhou ainda mais expressão quando passaram dos quartos-de-final. O Desportivo da Corunha sofreu uma pesada derrota na primeira-mão, 3-0, e por um triz que não empataram a eliminatória. Na segunda-mão, os espanhóis ganharam 2-0, insuficiente para continuar em prova. Todavia, haveria de ser outro clube espanhol a estragar a festa ao Leeds: o Valência. O 0-0 na primeira-mão deixou tudo em aberto e os prognósticos para o segundo jogo eram incertos. O resultado, esse, não deixou dúvidas: 3-0 para Mendieta e Companhia. Foi o fim de um sonho, mas uma carreira europeia digna de registo. Em 2001/02, o Leeds United ficou na 5ª posição da Premiership e “Dukes” marcou 11 golos em 33 partidas jogadas e continuava a cimentar a sua relação com o clube de Leeds. Na Taça UEFA, o Troyes AC foi o primeiro adversário e se na primeira-mão ganharam por 4-2, na segunda os franceses pregaram um valente susto aos britânicos ao ganharem 2-3. Contudo, a passagem foi do Leeds. O Grasshopper foi o adversário seguinte mas foi difícil de ultrapassar pois a equipa de Viduka ganhou 1-2 no primeiro jogo mas no segundo não foi além de um empate a uma bola. A prestação europeia terminou diante do PSV Eindhoven que, após o 0-0 na primeira-mão, derrotou o Leeds pela margem mínima na segunda – 1-0. Uma época mais tarde, em 2002/03, o clube mudou radicalmente e saiu dos lugares cimeiros para vir ocupar a 15ª posição, o que não impediu o nosso Homem de hoje de fazer uma brilhante época com 20 golos em 33 jogos. Na sua última temporada ao serviço da equipa de Elland Road, 2003/04, jogou 30 vezes e marcou 11 vezes. Infelizmente, o histórico Leeds United ficou em 19º lugar e desceu de divisão, o que motivou a saída de Mark Viduka do clube. De salientar que, em todas as épocas completas que jogou até aqui, marcou sempre mais de uma dezena de golos, muitos deles na maior liga do mundo, feito não alcançável por muitos, reconheça-se. 130 jogos e 59 golos depois, era a hora do adeus a um grande clube que caiu nas ruas da amargura.



Middlesbrough, lesões e quebra de rendimento…



A entrada no “Boro” foi o ponto de viragem na sua carreira, foi o início da queda de forma de todo o seu percurso enquanto jogador, devido às muitas lesões que teve. Mas não se pense que a sua qualidade decresceu muito! A verdade é que os números não são tão expressivos, mas as potencialidades permanecem intactas e o peso dentro da equipa continua idêntica à de sempre. Só jogou foi menos. Em 2004/05 veio fazer companhia a Job, Szilard Nemeth, Jimmy Floyd Hasselbaink, entre outros, mas foi com este último que mais tempo partilhou a frente de ataque. Nesta época jogou 16 vezes e marcou 5 golos para a Liga onde se classificou na 7ª posição, sendo que na Taça UEFA marcou 2 golos em 4 jogos. Mas na época passada, em 2005/06, esteve noutro momento histórico, a caminhada até à final da Taça UEFA dos pupilos de McLaren. Apesar de, no campeonato, não terem ido além do 14º posto e de Viduka só ter marcado 7 golos em 27 jogos, fizeram uma belíssima campanha europeia, só parada na final, frente aos imparáveis de Sevilha. Primeiro “inimigo”: Skoda Xanthi. Não foram tão fáceis como era de prever, os gregos, mas o 2-0 alcançado no primeiro jogo permitiu a Viduka e aos seus companheiros um segundo jogo folgado que terminou sem golos. Na fase de grupos, não deram hipóteses: na Suiça ganharam 0-1 ao Grasshoppers; em casa ganharam aos ucranianos do Dnipro por 3-0; empataram 0-0 diante do AZ na Holanda e no Riverside Stadium bateram os búlgaros do Litex por 2-0. Vieram os dezasseiavos-de-final e o Estugarda como complicado adversário. O sorteio foi adverso. Na Alemanha perderam 1-2 mas o facto de terem marcado um golo ajudou-os sobremaneira em Inglaterra visto que o 1-0 foi suficiente para garantir a passagem aos oitavos-de-final. Aí, a eliminatória voltou a decidir-se com a vantagem dos golos fora, contra a AS Roma. No Riverside Stadium o “Boro” ganhou 1-0 e, apesar de terem perdido 1-2 no Estádio Olímpico de Roma passaram. Os quartos-de-final foram igualmente complicados: perderam 2-0 frente ao Basel, na Suiça, e as esperanças não eram muitas para a segunda-mão. Porém, um poderoso 1-4 na segunda-mão deu a possibilidade aos britânicos de jogarem as meias-finais. O Steua de Bucareste, já com Carlos na baliza, era um adversário temível. Em terras de Sua Majestade perderam os da casa por 1-0. Na segunda-mão, houve um verdadeiro espectáculo de futebol e os romenos estiveram à beira da passagem, estando a ganhar por 2-0 (3-0 no agregado), mas o Middlesbrough recuperou, marcou 4 golos e deu a reviravolta à eliminatória. Inacreditável! Na final, o Sevilha nem deixou o “Boro” respirar e, em pleno Philips Stadium, Luís Fabiano, Enzo Maresca (por duas vezes) e Frédéric Kanouté encarregaram-se de marcar os 4 golos sem resposta que deram a vitória aos espanhóis. Steve McLaren despedia-se do clube com um sabor amargo na boca. 6 golos em 9 jogos foi o registo de Viduka nesta competição.



Durante e depois do Mundial 2006…



Não tenho falado muito da sua carreira internacional, é verdade, mas até ao Mundial, Viduka fez pouco mais de 30 jogos com a camisola do seu país e nunca teve um feito digno de destaque, exceptuando, claro, o facto de ter ajudado a derrotar o Uruguai no Play-Off de acesso ao Mundial 2006. Falhou o seu penalty quando as decisões eram feitas através da marca de grandes penalidades, mas mesmo assim o seu contributo foi muito importante para o triunfo “Socceroo”. No Mundial propriamente dito, calhou no grupo F, num grupo em que o Brasil tinha quase a qualificação garantida e Japão, Austrália e Croácia decidiriam o segundo lugar. Foi o que se verificou e a balança pesou para o lado que menos se esperava: o lado australiano. Mark Viduka foi o capitão da equipa durante a competição, a maior competição de clubes do mundo inteiro. Logo no primeiro jogo, contra o Japão, o Jogador Atacante de hoje foi titular. [Lembro-me de ter feito o post deste jogo para o Futebol de Ataque]. Os nipónicos marcaram primeiro por intermédio da sua grande estrela, Nakamura, e os australianos demoraram a reagir, mas Tim Cahill, entrado na segunda parte, bisou aos 84 e 89 minutos e Aloisi, também ele vindo do banco, marcou o 3-1 final aos 92. No segundo jogo, diante do Brasil, Viduka voltou a envergar a braçadeira de capitão e a jogar o jogo todo mas nem ele nem os seus companheiros foram suficientemente bons para vencer o desafio e saíram derrotados por 2-0. Porém, acabariam por empatar frente à Croácia, pontuando, e garantindo a passagem aos oitavos-de-final. Para não variar, Viduka jogou 90 minutos como capitão no empate a 2, mas não marcou. Se ir ao Mundial já foi um feito para os “Socceroos”, então que dizer do apuramento para os oitavos-de-final? Excelente prestação. Mesmo assim, só perderam 1-0 contra aquela que viria a sagrar-se a melhor selecção nacional da prova e campeã mundial. Viduka, sempre ele, o capitão. O 0-0 arrastou-se até ao final dos 90 minutos e foi mesmo ao cair do pano que Fabio Grosso, lateral esquerdo dos italianos, simulou uma falta na grande área australiana e originou um penalty inexistente, que Totti, chamado a marcar, converteu. Uma despedida inglória para uma agradável surpresa, a Austrália de Viduka e um prémio de carreira como internacional mais do que justo. E apesar de ter renunciado à selecção no fim do Mundial, Viduka voltou atrás e já voltou a envergar as cores do seu país recentemente, já este ano. Actualmente, o “Boro” vai em 12º e Viduka parece estar de regresso aos registos a passarem a dezena de golos, pois já leva meia dúzia nos 18 de 27 jogos disputados por ele. Um futebolista com uma carreira tão interessante e números fabulosos como os que já obteve devem ser valorizados. Confesso que desconhecia quase todos os dados referentes ao Viduka e não posso esconder a franca admiração que ganhei pelo seu percurso enquanto jogador. Já conhecia as suas virtudes, nomeadamente a fantástica capacidade de aliar o físico à técnica e de se desmarcar e rematar facilmente e todos os seus predicados que à finalização dizem respeito, mas a verdade é que fiquei a gostar ainda mais do “Duke”.





VÍDEO DO JOGADOR






QUESTÕES SOBRE O JOGADOR



Viduka seria um bom reforço para algum dos grandes nesta altura? E é financeiramente viável a sua vinda para Portugal?

Teria Viduka tido uma carreira diferente se não fosse a sua nacionalidade e consequente fraca carreira internacional?

Acham que Viduka pode ser considerado um dos melhores avançados da última década?

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