sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Referências estrangeiras do futebol luso: Sven-Goran Erickson

A referência estrangeira desta semana foi um dos melhores treinadores que passaram pelo nosso futebol. Sven-Goran Eriksson revolucionou, segundo muitos, o futebol português, com as suas teorias anglo-saxónicas.



Foi jogador em equipas secundárias do seu país e, segundo ele, a sua qualidade como jogador não dava para mais. Aos 28 anos, concluiu o seu curso de Educação Física, com uma tese interessante sobre o futebol anglo-saxónico. Um ano depois, começou a sua carreira de treinador no Degerfors IF, da III Divisão Sueca.

A estreia foi logo coroada com a subida de divisão, e com um surpreendente interesse do Gotemburgo. Mudou-se, então, para Gotemburgo. Em três anos, ganhou um campeonato, uma taça e, contra todas as expectativas, venceu a Taça Uefa em 1982.



O sucesso de Ericksson no seu país despertou a atenção de Fernando Martins, o então Presidente do S.L. Benfica. Na época 83/84, o Benfica apostava num homem de 36 anos, com cara de menino do coro e com uns eloquentes olhos azuis. Logo se mostrou como um treinador, sob a alçada do fair-play.

Com Toni como adjunto, ganhou quase tudo o que havia para ganhar na primeira época; foi campeão nacional, venceu a Taça de Portugal e, por último, levou os encarnados à final da Taça Uefa. Na época seguinte, mais do mesmo, ou seja, o Benfica sagrar-se-ia bi-campeão nacional.



Em 1984, todo o sucesso que Eriksson obteve no Benfica chamou a atenção do Cálcio, e a AS Roma foi o destino que se seguiu. Por pouco não venceu o scudetto à Juventus de Platini, ficando-se apenas pela Taça de Itália. No entanto, os dois anos seguintes, a equipa da capital italiana apenas voltou a vencer mais uma Taça de Itália, o que não foi do agrado dos dirigentes. Mudou-se para Florença, onde relançou a equipa na rota europeia.



Em Maio de 1989, Jorge Brito convenceu Eriksson a voltar à Luz, abrindo os cordões à bolsa. Esteve mais três épocas na Luz, onde conquistou uma Supertaça e um campeonato nacional. Realce-se o facto de ter chegado à final da Taça dos Campeões Europeus, acabando por ser derrotado pelo Milan por 1-0.

Em 1992, Eriksson volta para Itália para lá passar o resto da década. Na Sampdória, equipa que liderou durante 5 anos, venceu uma Taça de Itália, em 1994, e eliminou o F.C. Porto da Taça das Taças na época seguinte. Foi na Lázio, clube para o qual se mudou em 1997, que Eriksson teve maior sucesso no Cálcio.



Em quatro anos, venceu duas Taças de Itália, duas Supertaças, um Scudetto, uma Taça das Taças e uma Supertaça Europeia. Em 2001, Eriksson, que sempre foi um grande fã do futebol anglo-saxónico, recebeu a proposta mais aliciante da sua carreira: ser seleccionador inglês. Em 2001, rescinde com a Lázio e começa o seu trabalho ao serviço da Federação. Logo colocou a equipa inglesa no caminho para a qualificação para o Mundial de 2002, o que muitos perspectivam como impossível. Em 2002, no campeonato do mundo, organizado pela Coreia do Sul e Japão, levou a Inglaterra aos quartos-de-final da competição, onde foi eliminado pelo nosso bem amado Felipão, na altura seleccionador brasileiro, no primeiro de três confrontos em grandes competições com o actual seleccionador nacional. Em 2004, em Portugal, voltou a ser eliminado por Scolari, mais uma vez nos quartos-de-final, nas sempre ingratas grandes penalidades, depois de empate por 2-2 no fim do prolongamento. Como, para nós, felizmente, não há duas sem três, em 2006, na Alemanha, Scolari voltou a levar a melhor, nos quartos-de-final de uma competição, para não variar, e novamente através de grandes penalidades.



Após o Mundial de 2006, abandonou o comando da selecção inglesa. A vida de Eriksson em Inglaterra não foi fácil, visto que era constantemente perseguido pelos impiedosos média ingleses, que têm uma forma estranha de fazer jornalismo.



Ericksson, um amante do futebol inglês, teve em Portugal cinco épocas memoráveis. Com os seus elevados padrões britânicos e de fair-play, foi um treinador que trouxe uma nova mentalidade para o nosso país. Numa altura em que Pinto de Costa falava em “roubos de igreja ao F.C.Porto”, Eriksson, com todo o seu profissionalismo, queixava-se da falta de sorte, pois queria impor outro estilo.



«O golo é o que mais interessa no futebol, por isso nunca ninguém verá o Benfica a jogar para não marcar golos, jogue onde jogar, jogue contra quem jogar.»

Sven-Goran Eriksson



Ficha Técnica:



Nome: Sven-Göran Eriksson

Data de nascimento: 5/2/1948

Naturalidade: Torbsky, Varmland

Nacionalidade: Sueca

Clubes que representou como treinador: Degerfors, Gutemburgo, Benfica, Roma, Fiorentina, Sampdória, Lázio e Selecção Inglesa





Palmarés:

Três campeonatos nacionais

Uma Taça de Portugal

Uma Supertaça de Portugal

Um campeonato sueco

Uma Taça da Suécia

Cinco Taças de Itália

Duas supertaças de Itália

Um campeonato italiano

Uma Taça Uefa

Uma Taças das Taças

Uma Supertaça Europeia

Sem comentários: