sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Referências estrangeiras do futebol luso: Benny McCarthy




A referência estrangeira desta semana foi um dos melhores avançados, senão o melhor, que passou até agora pelo nosso país este milénio. Benny McCarthy marcou uma época no futebol português e deixou saudades a muitos adeptos portistas.



Mccarthy destacou-se ainda muito jovem na formação sul-africana do Seven Stars e Ajax não hesitou na sua contratação. Na sua época de estreia no clube holandês, marcou 9 golos e sagrou-se campeão holandês e conquistou a Taça da Holanda. Nesse mesmo ano, esteve presente no Mundial, em França, onde marcou um golo. Na época seguinte, marcou 11 golos e esteve pela primeira vez nas Antas, na vitória do Porto frente ao Ajax, para a Liga dos Campeões, por 3-0.



McCarthy estava em visível ascensão, e a transferência para o Celta de Vigo, em 1999, foi um dos passos mais importantes da sua carreira. Nesse ano, encontrou o Benfica na Taça Uefa, no célebre 7-0. Foi o seu melhor ano em Espanha, porque nas épocas seguintes foi pouco utilizado.

No início da época 2001/2002, McCarthy acabou por ser colocado à venda pela equipa galega. No entanto, acabou por estar meio época em Vigo e só na abertura do mercado em Dezembro é que mudou de ares. Em Janeiro de 2002, é apresentado por Pinto da Costa, com o número 77, de modo a recordar a sua participação no calvário encarnado. E por ironia do destino, a sua estreia no campeonato acabou por ser contra o clube da Luz, dia 10 de Fevereiro de 2002. Jogou 56 minutos, na vitória portista por 3-2. Fez uma excelente segunda volta nas Antas, onde em 11 jogos marcou 12 golos. Foi essa segunda volta que ajudou o sul-africano a estar presente no Mundial de 2002, ao serviço da selecção do seu país, onde, à semelhança de 98, voltou a deixar a sua marca. O Porto, e especialmente José Mourinho, quis mantê-lo, mas o Celta pediu um preço muito elevado para os cofres das Antas.



Portanto, voltou para Espanha, onde continuou a ser pouco utilizado.Na preparação para época 2003/2004, o F.C. Porto, campeão português e vencedor da Taça Uefa, perdeu uma das peças mais importantes do seu ataque, Hélder Postiga. Para o substituir, José Mourinho não esteve com meias palavras: “McCarthy é a primeira e segunda opção para substituir Hélder Postiga”. O negócio esteve foi díficil, mas parecia que estava destinado que Benny McCarthy voltaria ao FC Porto.



O resto vocês já sabem…. Essa foi uma das melhores épocas de sempre dos dragões e McCarthy esteve em grande. Além de ter sido o melhor marcador do campeonato português, coloborando, por conseguinte, para a conquista do título nacional, o jogador foi determinante na conquista da Liga dos Campeões. Relembro-me, nomeadamente, do jogo com o Manchester United, no Dragão, onde o sul-africano marcou os dois golos que permitiram aos portistas partir em vantagem para a segunda mão.
Com a saída de José Mourinho, McCarthy também manifestou o desejo de sair, principalmente depois de saber que Victor Fernandez, treinador que não lhe deu muitas oportunidades no Celta de Vigo, seria o seu treinador. Contudo, a direcção azul e branca não chegou a nenhum acordo e McCarthy acabou por ficar. Victor Fernandez, por sua vez, rendeu-se às evidências, de que McCarthy era o atacante de melhor qualidade no plantel, e lá colocou o sul-africano no seu onze. Apesar de para o FC Porto essa época ter sido, no geral, para esquecer, McCarthy acabou por fazer uma época positiva, marcando 11 golos para o campeonato e outros três para a Liga dos Campeões.



Para a época 2005/2006, o jogador voltou a manifestar vontade em abandonar Portugal. Mais uma vez, todavia, não houve acordos e lá tivemos de o aguentar mais um ano. No princípio da época, o jogador e Co Adrianse tiveram algumas divergências, nomeadamente por questões …. capilares. No jogo da terceira jornada, com o Rio Ave, o jogador não foi convocado, porque desobedeceu às regras que haviam sido impostas pelo holandês, quando decidiu fazer tranças no cabelo. Resolvidos os problemas, ao longo da época, o sul-africano foi um dos intocáveis de Adrianse e deu uma contribuição para a dobradinha. Apesar de só ter marcado três golos no campeonato, McCarthy revelar-se-ia decisivo em dois jogos da Taça. Primeiro, contra o Marítimo, marcou os golos da vitória portista no Funchal. Mais tarde, na final antecipada contra o Sporting, foi dele o tento que permitiu aos dragões anularem a vantagem leonina.Não obstante todo o sucesso no FC Porto, estava bem presente em Benny o sonho de jogar em Inglaterra. Começou por fazer parte dos planos de Adrianse para este época, mas Pinto de Costa acabou por lhe fazer a vontade e o jogador transferiu-se para o Blackburn Rovers. McCarthy abandonava, assim, o clube onde atingiu o auge da sua carreira.Em Inglaterra, McCarthy continua a espalhar o perfume do seu futebol, já leva 10 golos, e é um dos intocáveis de Mark Hughes.



Por um lado, o feitio de Benny McCarthy poderá fazer com muitos o odeiem. Por outro lado, as inegáveis qualidades futebolísticas fazem com muitos adeptos do desporto rei o amem. É um jogador que é frequentemente chamado para a selecção sul-africana, apesar de já serem conhecidas as suas divergências com alguns dos seleccionadores do seu país.



Ficha Técnica:



Nome: Bennedict Saul McCarthy

Data de nascimento: 12/11/1977

Naturalidade: Cidade Do Cabo

Nacionalidade: Sul-Africana

Clubes que representou: Seven Stares, Ajax, Celta de Vigo, FC Porto e Blackburn Rovers

Internacionalizações: 65 (28 golos)



Palmarés:

Dois campeonatos portugueses

Uma taça de Portugal

Duas Supertaças de Portugal

Um campeonato holandês

Duas Taças da Holanda

Uma Liga dos Campeões

Uma Taça Intercontinental

Melhor marcador do campeonato português na época 2003/2004

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