domingo, fevereiro 04, 2007

Dragões Apáticos Vs Estrela Luminosa



O FC Porto a ver... Estrela(s)



Antes da partida Daúto Faquirá, disse que em 100 jogos o estrela ganhava um no Estádio do FCP, e porque não ser esta jornada essa tal vitória? E assim foi, só espero é que não festeje outra vitória em casa do FC Porto só daqui a 100 jogos...



Antes do jogo e no balneário Daúto disse as palavras-chave “Se o Atlético ganhou aqui e se o União Leiria ganhou ao FC Porto porque é que nós não havemos de ganhar? Não somos menos que eles...”



Daúto, que a semana passada levou uma lição de táctica por parte dos adeptos, de tal maneira que ficou largos segundos/minutos a olhar para a bancada, a “beber” o que lhe diziam os sócios acerca de como gerir alguns jogadores, como Rui Borges, que tem de entrar de inicio e como se viu foi uma das primeiras dores de cabeça do FC Porto embora muito sozinho na frente, ainda assim conseguiu criar alguns bons lances de ataque.



No entanto e como esperado, este foi um jogo quase de sentido único, ou seja, a baliza do Estrela. E aqui convém realçar que o Estrela era a época passada, a par com o FC Porto, a equipa com a melhor dupla de guarda-redes da Primeira Divisão, sendo que Bruno Vale é guarda-redes dos azuis tendo estado de empréstimo.



A verdade é que o guarda-redes tricolor defendeu tudo o que havia para defender, e se algumas defesas foram “normais” outras houve em que o instinto e o querer ajudaram.



Algumas peças em boa forma da parte do Estrela a contrastar com algumas em baixo de forma do FC Porto (e algumas a quem não “acenta” bem aquela camisola, de todo) e acima de tudo a perfeição tactica da equipa roçaram a perfeicção.



Senão vejamos, o FC Porto, em 90 minutos, não conseguiu nenhum remate na pequena área e apenas 5 foram consentidos na área maior. Além de que o Estrela preencheu bem os caminhos e todos os cantos do rectângulo de jogo.



Da primeira parte não era de esperar muito mais do que sucedeu, o Estrela causou perigo uma vez bem cedo e de resto foram os azuis que tentaram.



A segunda parte foi contudo melhor para os tricolores e não só pelo golo, mas no geral.



Assim e após o primeiro e fraco sinal de perigo dos nortenhos, Edu Silva, melhor a atacar que a defender, corta um passe de Raul Meireles, ainda no meio campo azul e inicia perigoso contra-ataque que Viveiros se fez rogado em concluir tendo de concluir o próprio Edu rematando por cima da trave.



Foi o primeiro aviso que o FC Porto não se podia desorientar muito, era preciso atenção.



Na jogada seguinte eis que surge o primeiro caso do jogo. José Fonte e a bola encontram-se e têm contacto ao nível do braço/mão. Há quem jure que é penalty nítido, e há quem diga que o jogador azul que estava por trás, forçou o toque empurrando o defesa... A única coisa certa é que a bola tocou no braço/mão do central tricolor.



A partir daqui e aos 59 minutos aconteceu algo que me faz ter certos “feelings” como tive em Alvalade o ano passado, quando vi João Moutinho sair para dar lugar a um “coxo qualquer” que agora não me recordo, ou seja, entrou Alan.



Isto para muitos não quer dizer nada, mas para mim é um excelente sinal, já que Alan é um “pé-frio” como se diz no Brasil, e é daqueles jogadores que por muito ou pouco que faça não me convence nada como jogador, para um FC Porto.



Foi o segundo bom sinal de mais alguns que viriam depois. O primeiro foi quando um amigo meu me disse que se o Estrela não sofresse golos na primeira meia-hora, não perdia o jogo.



Contudo 10 minutos se passaram e grande foi o sufoco para as redes tricolores, de tal maneira que o treinador dos amadorenses, se viu obrigado a mexer rápidamente na equipa. E brilhantemente o fez, tirou dois avançados semi-apagados, (Viveiros e Jones) e colocou um defesa (Hugo Carreira) e outro avançado (Anselmo)... o tal do “toque” especial, lá mais para o final.



Mal entrou, Anselmo cabeceou sobre a barra, e no minuto seguinte mais uma alegria interior para a minha pessoa. Entrou um dos maiores falhanços contratuais de sempre para os azuis e brancos, o super azarado Sokota, um dos maiores “pé-frios” da história do futebol, era um excelente sinal para o que viria.



Por esta altura o FC Porto já não pressionava como dantes e aos 80 sai o abnegado Rui Borges, e entra Zamorano, um medio atacante por um médio defensivo.



Aos 88 minutos o (talvez agora percebam porque é que o nosso presidente diz que ele não sai nem por 10 milhões de Euros) grande centro campista, Tiago Gomes, um portento de pujança fisica, recupera a bola na linha de meio campo, vai até á linha lateral sempre com um adversário á perna e depois de chegar à linha fica com dois adversários em cima, mas livra-se dos dois de maneira quase banal e descobre sozinho!!! no coração da área Anselmo que deslumbrado e não tendo rematado de primeira permite a intervenção de Bosingwa, que nesta altura e tirando Quaresma e Pepe, parece ser o único jogador do FC Porto que faz tudo, ataca, defende, remata, corta, está em todo o lado e dos poucos que recuperava quando a equipa perdia a bola.



No minuto seguinte Postiga finalmente marcou um golo, só que a ânsia de marcar é tanta que estava claramente em fora de jogo, prontamente assinalado.



Se o publico nortenho pensava que já era mau um empate eis quando na jogada seguinte, Tiago Gomes , pois claro, recuperou uma bola no meio campo atacante, tabela com Marco Paulo, e perante a passividade de vários jogadores do FC Porto, desmarcou-se pela direita novamente, e encontra de novo Anselmo na área, que bate Ricardo Costa (muito fraco) em corrida e com um toque subtil marca o golo da histórica vitória.



O jogo acabou pouco depois com a primeira vitória de sempre do Estrela Amadora no campo do FC Porto.



Melhor em campo:



* Tiago Gomes, tem um pulmão enorme, além de tecnica a condizer, foi impossivel pará-lo principalmente na parte final do jogo.



Arbitragem:



* Sem casos por aí além, embora haja duvidas numa possível situação de penalty a favor do FC Porto, e numa possível expulsão de Rui Duarte.



Pontos Positivos:



* A tactica do Estrela roçou a perfeição.


* Há qualidade na equipa, embora sendo um todo convem realçar jogadores como: Paulo Lopes, Edu Silva, Tiago Gomes, Rui Borges.


* No FC Porto, destaco Bosingwa, dos poucos que merece a camisola azul e branca.



Pontos Negativos:



* Falhanço escandaloso de Anselmo aos 88 minutos que podia ter custado caro se a equipa tem perdido.


* O FC Porto não pode viver à custa de um ou dois jogadores, a exibição de ontem foi péssima


* Má forma de Lucho, Lizandro, Postiga, Raul Meireles e Ricardo Costa.


* Continuo a achar que jogadores como: Alan, Ibson, Sokota e Bruno Morais nao são jogadores para o FC Porto de nível europeu, se for um FC Porto de "trazer por casa" safam-se, embora nem sempre.



ps: para os amigos portistas, fica da história que sempre que o Estrela pontuou em casa do FC Porto, os azuis foram campeões nacionais.

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