segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Vitoria SC 0-0 Varzim SC

Estádio: D. Afonso Henriques, Guimarães

Assistência: 10 578 pessoas

Árbitro: João Ferreira







Ainda mais difícil do que ver jogar o Vitória desta maneira é vir escrever aqui sobre isso. Porque sinceramente já não se encontram palavras que ainda não tenham sido ditas.

Esta manhã no D. Afonso Henriques, os mais de 10 500 vitorianos presentes assistiram a um espetáculo pobre, sem rumo, em alguns momentos deploráveis até. Mais preocupante ainda do que todo este cenário é perceber que os jogadores vitorianos deram tudo de si. Foram inexcedíveis em entrega e em luta. E isso é que começa a ser realmente preocupante. Porque a jogar contra nove e no máximo das suas capacidades não conseguiram marcar um único golo. Em sua casa, com o apoio dos seus adeptos.




Mas passando ao jogo, o Vitória entrou dominador e com faro para a baliza varzinista. Embora com um futebol pouco vistoso, os homens de Guimarães lá iam chegando à baliza contrária com alguma frequência, sem que no entanto criasse situações clarissimas de golo. Aos 20 minutos, Telmo, do Varzim, decide dar uma ajuda ao Vitória e na sua grande área corta a bola com a mão. João Ferreira assinala a grande penalidade, clarissima e mostra amarelo ao jogador do Varzim ( que apenas três minutos depois vê o segundo cartão e deixa o Vitória a jogar apenas contra dez ). Na conversão, ou não fosse o Vitória o rei do azar, Ghilas muito mal permite a defesa ao guarda-redes poveiro.

O Vitória desperdiçava então uma clara oportunidade para se colocar em vantagem no marcador, acalmando assim os seus homens e o seu jogo.

Pelo contrário, esta grande penalidade desperdiçada colocou os vimaranenses ainda mais nervosos que com um meio campo completamente inexistente não conseguiram fazer ataques com sucesso à baliza do Varzim.

Brasília destacou-se em alguns lances de bom controle de bola e bons cruzamentos mas mais uma vez sem resultados práticos.

O Varzim a atacar era também uma nulidade, o que permitia aos vimaranenses acreditarem que a segunda parte que estava quase a chegar lhes iria trazer pelo menos um golo.






Depois do intervalo, o cenário não se afigurou muito melhor. Um meio campo vitoriano completamente inexistente não permitia uma construção de jogo clara e objectiva e o Vitória apenas ia conseguindo chegar ao último reduto varzinista pelas alas.

O Varzim foi uma equipa inexistente durante toda a partida e talvez tenha sido essa a sorte do Vitória que apesar das facilidades claramente concedidas, os poveiros não as conseguiam aproveitar.

Apesar disto, o Vitória lá ia dominando, sempre com a inquietação e vontade no lugar da técnica e nos últimos minutos da partida conseguiu criar uma mão cheia de oportunidades de golo que por azar e falta de jeito teimavam em não ser convertidas em golo. Viu-se ainda a jogar contra nove, depois da expulsão de Rafael aos 72 minutos, mas nem isso serviu para traduzir a superioridade mostrada em golos.



Enfim, foi mais um triste episódio desta desastrosa travessia do Vitória pela Liga de Honra que com mais este mau resultado se vê agora com mais chances de fazer contas com os últimos classificados do que com os primeiros.

Muito se sofre para os lados de Guimarães. Identidade, onde andas tu?



MELHOR JOGADOR
Mohma #29. Fartou-se de subir e descer o flanco esquerdo vimaranense ( principalmente na segunda parte ) sempre com muita entrega e vontade de levar a equipa para a frente. Do pouco futebol ofensivo criado pelo Varzim, nada passou por ele e ainda conseguiu ir ao necessitado meio-campo vitoriano dar uma ajudinha na recuperação de bolas. Ganhou todos os duelos que travou e ainda conseguiu arrancar alguns bons cruzamentos. Foi dos mais inconformados vimaranenses em campo.

ARBITRAGEM :

Ao contrário do jogo anterior, nada a apontar ao trio de arbitragem que apitou o jogo desta manhã. Analisou bem praticamente todos os lances da partida impondo respeito num jogo que a certa altura se tornou muito agressivo.



PONTOS POSITIVOS

- Atitude dos jogadores vimaranenses. Praticaram um futebol pobre e fraco, mas foram inexcediveis na luta e na entrega. Facto preocupante já que a jogar contra com, dando o máximo de si e não conseguindo ganhar o caso é mesmo uma questão de qualidade.



PONTOS NEGATIVOS



- Meio-campo vimaranense. Praticamente inexistente este sector vitoriano que permitia não só a passagem, não aproveitada do Varzim, como não construía lances organizados de ataque para a sua equipa. É o sector mais deficitário da equipa, mas nem com as soluções ao seu lado, Manuel Cajuda percebeu o erro.

- Reforços de Inverno. Reforços? Bem, não duvidando da qualidade que provavelmente possam ter, contratar jogadores que não têm tempo para ganhar ritmo e que não vêm ajudar em nada a equipa, não me parece que seja grande política. Nenhum deles mostrou reais capacidades de acrescentar qualidade a esta equipa.






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Nove bravos Lobos do Mar... ou a inépcia de um Vitória incapaz de vencer mesmo em superioridade numérica.


Um título provável para espelhar o embate entre Guimarães e Varzim.
A equipa de transição entre Horácio e Diamantino apresentou-se no Afonso Henriques sem grandes argumentos ofensivos.

Diria mesmo que nunca chegou verdadeiramente a beliscar a defesa vimaranense... mas foi enorme na tarefa de defender um ponto precioso, mostrou o que é a garra de um grupo coeso, fez da capacidade de sofrimento a arma decisiva para enfrentar a desvantagem numérica e a pressão de não voltar a perder.


O jogo foi difícil para os poveiros desde logo: o Vitória entrou à leão e raras vezes permitiu espaços aos alvi-negros... mas na linha avançada, ora pecou por falta de esclarecimento na hora de atacar (exemplo disso foi o penalty pessimamente marcado por Ghilas que permitiu a defesa a Ricardo), ora foi vítima do infortúnio (não esquecer a cabeçada de Anderson que raspou o poste da baliza poveira).

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Ou então, não menos importante, encontrou no guarda-redes varzinista um opositor de luxo: além do castigo máximo que negou ao Guimarães, Ricardo aplicou-se em vários lances difíceis... sempre com defesas de grande nível. Foi claramente o melhor jogador em todo o encontro!


Mas convém não esquecer outros contributos decisivos para este empate com sabor a triunfo: Campinho, estreante na titularidade, fez uma partida de luxo... fez uma parelha imbatível com o habitual Bruno Miguel; na lateral direita, Tiago Lopes conseguiu apagar os últimos jogos menos conseguidos de Nuno Ribeiro; no meio, Tito, Emanuel e Pedrinho lutaram ao máximo.


Mas, voltando ao 'dever e haver' do encontro para os vimaranenses, a falta de sorte não justifica mais este atraso na luta pelo regresso aos grandes: frente a um Varzim com nove em campo... depois das expulsões de Telmo e Rafael Cadorin, o Vitória só não fez mais porque simplesmente não soube ou não pôde.

Demérito para o seu ataque... mérito absoluto para o último reduto alvi-negro. Pode até, à primeira vista, ficar a sensação que o Varzim foi inexistente em campo.

E se avaliarmos pelo caudal ofensivo, resulta claro que o Vitória foi dono e senhor... mas com domínio imaterial.

Mas aquela defesa varzinista, pelo que trabalhou incessantemente... mereceu inteiramente levar o ponto para a Póvoa!

+PONTOS POSITIVOS+

União. Foram nove e bastaram. Os jogadores do Varzim em inferioridade numérica chegaram para travar um Guimarães cheio de vontade mas sem habilidade.

Inteligência. Eduardo Esteves escalonou o 11 certo para defrontar o Vitória. Na primeira e única vez que esteve no banco a comandar a equipa varzinista, foi confrontado com um dos mais complicados cenários: perder dois jogadores por expulsão. Mas esteve muito bem. Comandou a equipa com astúcia e inteligência. No fim, reconheceu que os jogadores se comportaram como campeões. Mas o mérito também foi do treinador interino.

Campinho. O jovem central varzinista foi titular, beneficiando das ausências de Nuno Gomes (lesionado) e Alexandre (gripe). Não se saiu nada mal. Ao lado de Bruno Miguel montou a 'parede' que... com maior ou menor dificuldade... impediu o Guimarães de chegar ao golo.

-PONTOS NEGATIVOS-

Expulsões. Ninguém entende o porquê do primeiro amarelo a Telmo, porque ele toca primeiro na bola e só depois no jogador. Agora, se me quiserem dizer que o penalty o é de facto, porque o lateral esquerdo levou a mão à bola... eu até admito a decisão de João Ferreira (embora, vistas as imagens nos resumos da TV, não fique com essa sensação). E a primeira admoestação a Rafael Cadorin... porquê? Então o árbitro faz o gesto a permitir que o #8 varzinista reentrasse em jogo após assitência fora do campo e, depois de conferenciar com o fiscal de linha, mostra o cartão? Onde é que se entende isto? Já quanto à acumulação e consequente vermelho, Cadorin paga por tentar fazer anti-jogo... mas a atitude do juiz setubalense não terá sido excessiva?

Fusos horários trocados. Esta ideia de se fazerem jogos de manhã não está com nada. É a ditadura das televisões... adeptos e jogadores são as vítimas deste 'sistema'.


ARBITRAGEM: nos primeiros amarelos mostrados aos jogadores do Varzim que foram expulsos, dá a ideia que João Ferreira não esteve bem. Quanto ao resto do jogo, um erro aqui e ali sem grandes consequências. Abusou nos descontos do segundo tempo. Deu quatro minutos, mas depois dos 90 ainda se jogaram mais seis. Estaria a cozinhar um triunfo para os da casa?



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