O FCP terminou ontem a sua participação no prestigiado torneio de Amesterdão, com duas derrotas.
Depois de uma vitória na apresentação aos sócios da equipa frente à Roma, onde a promessa de se saber quais os dispensados da época ficou gorada, o FCP partiu para Amesterdão numa indefinição quanto ao plantel, com lesões no sector avançado e com uma conversa pública entre o treinador e o presidente do clube sobre a necessidade ou não de um finalizador. Depois das dispensas e de outras situações por resolver, lembre-se que Postiga ainda está ao alto e o ano passado brilhou em França, o plantel não é extenso mas continua desequilibrado, pois continua a apresentar situações de recurso na defesa, nomeadamente no lado direito, e à saída de dois pontas de lança, McCarthy e Hugo Almeida, Bruno Moraes, que já estava no plantel no ano passado, passou a ser a “contratação” deste ano.
As dúvidas do treinador quanto às dispensas são legítimas, pois Diogo Valente foi uma contratação para o lado esquerdo que só rendeu quando aquele o colocou na sua posição primordial, Ezequias foi outra contratação e para o lado esquerdo da defesa onde Cech foi raramente utilizado no ano passado. Vieirinha, apesar da sua tenra idade joga com muita qualidade, velocidade e irreverência, João Paulo é a única solução para o lugar de Paulo Assunção e Tarik foi escolha pessoal. Assim, só depois deste torneio e depois dos dois jogos em Inglaterra é que devemos ficar a conhecer o plantel fechado do FCP.
Quanto ao torneio propriamente dito, os resultados não foram animadores, ao contrário das exibições. Duas derrotas frente a equipas que podem vir a ser adversários da Liga dos Campeões, encaixando 6 golos e só marcando 3, tendo estado a perder ambos os jogos pela máxima diferença possível, dois golos marcados por defesas, 4 golos sofridos nos primeiros minutos de jogo e por erros claros da defesa, explicam bem o que vai mal neste FCP.
E o que vai mal é o que estava mal na época transacta, pelo menos na Europa: Uma defesa que tem de estar ritmada e em consonância, ajudada de perto pelos elementos dos dois sectores mais avançados evitando o despovoamento perto da baliza quando o adversário desfere os contra-ataques e uma finalização eficaz, capaz, talentosa e eficiente. Os erros que ditaram as derrotas do FCP foram efectuados na defesa, mas ao mesmo tempo, jogar sem ponta de lança de raiz, ou deixando apenas Adriano como única alternativa não dá garantias de aproveitamento e de conclusão dos lances em golo.
Sumariamente, o FCP encontra-se em fase de escolha, de rotina e de aperfeiçoamento, mas se a filosofia continuar a mesma, e não vejo por que mudar, então há que assentar o sucesso no trabalho, na rotina, no treino, na humildade e nas mudanças que passem a dar garantias. O esquema táctico assumido passa a ser o 3x4x3, que era o que eu defendia no ano passado e a partir do momento em que foi declarado o uso de somente 3 defesas (foi assim que recebemos o Sporting no Dragão para a Taça de Portugal e que nos deslocamos a Alvalade), onde ainda não houve o talento argentino, Lucho recupera e Lisandro não é usado, onde o número 10 tem 18 anos mas parece ter 28 e onde os imensos lances de ataque criados pelos médios de transição e pelos extremos não esbarram num ponta de lança ou quando ele está em campo, e Adriano tem o talento de estar quase sempre no sítio certo, o talento da finalização não está lá.
Em qualquer um dos jogos efectuados o FCP cometeu erros infantis e imperdoáveis, dando mesmo uma vantagem aos adversários que foi impossível de anular, mas em qualquer um dos jogos não tenho dúvida que o FCP teve mais tempo de posse de bola, criou mais ocasiões de perigo, mais ataques e jogou um verdadeiro futebol de ataque.
Deixo aqui a equipa que, neste momento e face às disponibilidades existentes eu colocaria como titular:
Vítor Baía, Pedro Emanuel, Pepe e Cech, Paulo Assunção, Raul Meireles, Ibson e Anderson, Vieirinha, Quaresma e Adriano.
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