domingo, agosto 27, 2006
Honrado Duelo Minhoto
Local: Guimarães
Estádio: D. Afonso Henriques
Assistência: 13.324
Árbitro: Pedro Proença
A fome de futebol em Guimarães já se começava a fazer sentir de uma forma quase insuportável, de tal maneira que os jogos a "brincar" já não eram suficientes para os adeptos vitorianos. Pedia-se futebol "a valer" para esquecer mágoas antigas, ver uma boa equipa em campo e acreditar que o pesadelo da Liga de Honra passaria rapidamente.
Tendo em conta estes factores, pode dizer-se que os adeptos vimaranenses não sairam desiludidos do seu estádio. Uma entrada a todo o gás do Vitória traduzia-se aos 17' num 2-0, num futebol bastante atractivo e num ambiente na bancada a fazer lembrar tempos bem recentes.
Primeiro Ghilas, aos 2', inaugurou o marcador com um belo golpe de cabeça e abriu o apetite a um povo que respira futebol e que se encontrava desejoso de encontrar rapidamente razões para sorrir.
Não foi preciso esperar muito mais tempo nem criar mais oportunidades de golo para o marcador ser alterado. Aos 16', Brasília, a passe de Ghilas (sempre ele), roda sobre o adversário e com um remate cruzado coloca o resultado em 2-0 para a equipa da casa. A esta altura, o Vitória praticava um futebol agradável, sereno e confiante que se encontrava bem espelhado na grande eficácia que tinha conseguido atingir: praticamente nas duas vezes que tinha conseguido ir à baliza do Vizela, marcou.
Foi uma primeira parte completamente dominada pelos homens de Guimarães, com mais algumas oportunidades criadas que poderiam ter resultado em golo, sem que o Vizela tivesse argumentos para contrariar este domínio. Nilson apenas teve de intervir uma vez com alguma dificuldade, sendo que a primeira parte Vizelense se pode resumir a este apontamento. No tempo que faltava jogar da primeira parte, o Vitória limitou-se a controlar o jogo a meio-campo, com Flávio e Otacílio a mostrarem o nível a que já têm habituado os adeptos.
Na segunda parte, o Vitória tirou o pé do acelerador e o jogo passou a ser jogado um ritmo mais lento sem que o domínio deixasse de pertencer do mesmo modo ao conjunto da cidade-berço.
O Vizela conseguiu subir um pouco mais no terreno sem criar no entanto muito perigo. O Vitória criou mais algumas oportunidades de golo mas sem conseguir ter o mesmo nível de eficácia dos primeiros minutos do encontro. Destaque para a entrada de Henrique, que no pouco tempo de jogo que teve conseguiu movimentar o ataque vitoriano e ter nos pés algumas oportunidades de aumentar o marcador.
Em suma, a equipa de Guimarães não teve qualquer tipo de dificuldade para ultrapassar este Vizela, apresentando-se confiante, consistente e segura em todos os sectores do campo. Esperam-se bons jogos desta turma, que pelo menos identificação com o clube e vontade parecem já ter em níveis consideráveis.
Uma palavra final para as 13.324 pessoas que estiveram presentes no Estádio D. Afonso Henriques, que mostraram mais uma vez o porquê de se considerarem únicos no panorama nacional os adeptos do Vitória. É tudo uma questão de amor.
MELHOR JOGADOR
Ghilas.Um belo golo de cabeça, uma assitência e uma mão cheia de remates que poderiam ter resultado em golo para a sua equipa, são argumentos mais do que válidos para considerar este senhor, o melhor jogador em campo. Demonstrou ( mais uma vez ) grande capacidade técnica e táctica, além de grande facilidade de remate. Promete empolgar os adeptos vitorianos e tornar-se no novo "menino bonito" do Berço. E começou muito bem, mostrando já perfeita identidade com o clube. Vai dar que falar.
ARBITRAGEM
Pode considerar-se o seu trabalho positivo, até porque até certa altura do jogo não teve muito trabalho. Pequenas dúvidas apenas em alguns foras-de-jogo tirados à equipa da casa e em alguns cartões. Nota positiva no geral.
PONTOS POSITIVOS
- O ambiente de Primeira Liga criado pelos inigualáveis adeptos vitorianos. Os mais distraídos diriam mesmo que o jogo seria a contar para a principal Liga Nacional a olhar aos mais de 13 300 adeptos presentes no Estádio D. Afonso Henriques. Realmente, são adeptos diferentes, pessoas diferentes. Incansáveis no apoio, mostraram que Vitória não é uma questão de primeira ou segunda Liga. É uma questão de pura paixão.
- A grande qualidade de futebol mostrada pelo Vitória na primeira parte traduzida numa grande eficácia, com dois golos em praticamente duas investidas à baliza do Vizela, fazendo esquecer a crise de golos vivida na pré-temporada. A continuar assim, a equipa de Norton de Matos promete bom futebol para um campeonato muitas vezes marcado pela dureza física.
PONTOS NEGATIVOS
- A pouca vontade de ganhar demostrada pelo Vizela. Entrou em campo praticamente derrotada nunca mostrando grande oposição ao futebol ofensivo dos homens de Guimarães. Má estreia para os vizelenses.
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