Retomamos esta semana a rubrica Memória Atacante que tem vindo a recordar um por um todos os posts da nossa querida SpicedBlond.
Desta vez recordamos um excelente trabalho sobre um grande jogador Português que a SpicedBlond fez questão de imortalizar no Futebol de Ataque.
Estavamos a 14 de Abril de 2005, quando a SpicedBlond publicou este magnifico trabalho sobre a vida de Fernando Couto, o Capitão de Portugal!
O Capitão de Portugal - Fernando Couto
A Infância
Fernando Manuel da Silva Couto, nasceu num sábado de Verão em 1969 em Espinho, cidade litorenha do Norte de Portugal onde passou a sua infância. Cresceu no seio de uma família numerosa com oito irmãos e desde cedo começou a demonstrar um gosto enorme e uma abilidade fantástica pela bola, mas os seus pais, no início, preferiam que o filho prosseguisse os estudos. Fernando Couto estudou até ao 9º ano, que completou num externato, até que decidiu tomar a decisão da sua vida e abandonou os estudos para se entregar definitivamente á sua grande paixão a bola.
Começou por jogar no Espinho e de lá passou para o para o Lusitânia de Lourosa mas as suas capacidades futebolisticas rapidamente saltaram á vista de olhos sedentos de jovens talentos e ingressou no Futebol Clube do Porto.
O Porto e os Empréstimos
Nas camadas jovens Fernando Couto destacava-se pelo seu físico portentoso e pelo seu excelente jogo de cabeça, muitos chamavam-no excêntrico, mas sempre se mostrou alheio a esses comentários e mostrando cada vez mais que o seu talento estava ainda no inicio. Devido ás suas excelentes exibições, estreou-se com a camisola das Quinas a 26 de Novembro de 1986 em Amiens. Tinha 17 anos e foi convocado para a Selecção Nacional de Sub-18.
Em 87/88 o Porto emprestou-o ao Famalicão, da 3ª Divisão Nacional, mas o final dessa época ficou marcada por um dos momentos mais felizes da sua carreira futebolistica pois em Riade na Arábia Saudita, sagrou-se Campeão do Mundo pela Selecção Nacional de Sub-20.Na época seguinte voltou a ser emprestado, desta vez à Académica de Coimbra, da 2ª Divisão Nacional. Regressou ao FC Porto em 1990/91 e agarrou o lugar no eixo da defesa ao lado de Aloísio. A dupla que formaram durante quatro anos era, na altura, considerada uma das melhores do Mundo. Pelo Porto conseguiu 3 Campeonatos Nacionais da Primeira Divisão, 3 Taças de Portugal e 2 Supertaças Cândido de Oliveira.
A Selecção
Couto jogou 22 jogos nas Selecções jovens (11 como Júnior e 11 como Esperança), e a
19 de Dezembro de 1990, estreou-se pela Selecção A, na Maia, num jogo amigável contra os Estados Unidos, sob o comando de Carlos Queiroz. Desde então, Fernando Couto já conheceu outros seis Seleccionadores Nacionais: Nelo Vingada, António Oliveira (por duas vezes), Artur Jorge, Humberto Coelho, Agostinho Oliveira e Luiz Felipe Scolari.
Chegou às 100 internacionalizações, em Outubro, tornando-se o primeiro internacional português a atingir o impressionante registo.ao mais alto nível futebolistico e afirmou-se como uma grande referência na equipa portuguesa que impressionou no EURO 96. Participou também no EURO 2000, no qual Portugal chegou às meias-finais, mas já não foi tão bem sucedido no Campeonato do Mundo 2002, onde, apesar de ter jogado os três jogos da fase de grupos, não evitou a eliminação prematura.
Fernando Couto tem agora 110 internacionalizações A (57 vitórias, 30 empates, 23 derrotas, 203 golos marcados e 90 sofridos). Marcou 8 golos e participou em quatro grandes competições internacionais (Euro 96, na Inglaterra, Euro 2000, na Bélgica e Holanda, Mundial 2002, no Japão e Coreia do Sul, e Euro 2004, em Portugal).
Internacionalmente desejado
O seu sucesso, projectou o nome de Couto por toda a Europa e começaram a surgir propostas do estrangeiro. O futebol Português não era, capaz de se equiparar aos países Europeus, nomeadamente a nível financeiro, e, apesar do coração de Fernando Couto querer ficar a sua saída foi inevitável. Então em 1994 Couto assinou pelo Parma AC.
Em Itália a imprensa e os próprios adeptos são muito exigentes com os atletas estrangeiros, e a imagem que os Italianos tinham de Fernando Couto não era propriamente a melhor, já que havia agredido Casiraghi em Novembro de 1993, num Portugal x Itália a contar para a Qualificação do Mundial USA-94. Mas Fernando Couto não se deixou intimidar antes pelo contrário conseguiu impor-se no seio da equipa de estrelas que o Parma tinha na altura e foi, sem dúvida, uma das peças mais importantes do Parma que ficou em segundo lugar no Calcio e venceu a Taça UEFA. No ano seguinte tudo mudou. Couto passou de indiscutível a preterido e actuou muito poucas vezes. Tudo parecia muito complicado para Fernando Couto, mas durante a participação de Portugal no Euro-96 tudo mudou. Apesar de ter sido um jogador sem regularidade na sua equipa, Fernando Couto esteve a um nível fantástico em Inglaterra e choveram manifestações de interesse. Embora o Parma, depois do Europeu, estivesse interessado na sua continuidade, o Barcelona entrou na corrida e ganhou. Couto reencontrou Vítor Baía, e Luís Figo, tal como Bobby Robson e o seu adjunto José Mourinho, que já haviam trabalhado com ele nos seus últimos meses no FC Porto. Em Barcelona, Couto viveu duas épocas de sucesso, sendo que a primeira foi, uma vez mais, coroada com um título Europeu: a Taça das Taças. Seguiu-se, em 98/99, o regresso a Itália, desta vez a Lazio. Actualmente Couto cumpre a sua quinta época na equipa e o saldo é extremamente positivo. Já ergueu troféus como o Scudetto ou a Taça das Taças e conquistou o respeito e admiração de companheiros e adversários.
O Doping
A sua segunda passagem por Itália incluiu também aquele que terá sido o momento mais triste da carreira de Fernando Couto: em Abril de 2001 foi acusado de doping. Segundo o laboratório, a análise relativa ao jogo contra a Fiorentina, em Janeiro do mesmo ano, acusava a presença de nandrolona no seu organismo. O caso foi muito estranho e nunca se provou que Fernando Couto estivesse dopado - porque a verdade é que não estava. A prová-lo estão uma série de análises com resultado negativo antes e depois do fatídico controle de 28 de Janeiro, entre as quais uma análise ao cabelo feita em Abril e que permite afirmar que o jogador não se dopou nos 6 meses anteriores à recolha. Mais: a Procuradoria de Roma que deveria punir Fernando Couto, uma vez que em Itália um atleta dopado incorre não só em sanções desportivas mas também em sanções criminais, arquivou o auto por falta provas de que o jogador tivesse tomado qualquer substância proibida. O próprio Fernando Couto afirmou desde o início a sua inocência. Mesmo assim foi suspenso por 5 meses.
O Capitão
Ultrapassado o pesadelo, Fernando Couto regressou à competição pela Lazio, onde, mesmo sendo estrangeiro, chegou até a ser capitã da equipa. Também na Selecção, Fernando Couto enverga a braçadeira de Capitão, por ser o jogador mais internacional da equipa e o mais internacional de sempre em Portugal.
Recebeu-a de Vítor Baía quando este se lesionou e Couto era o segundo mais internacional. Actualmente, a garra e o carisma são os mesmos de há 15 anos atrás e a maturidade é muito maior, mas a hora de pendurar as chuteiras aproxima-se. E enquanto o amigo Baía já regressou ao Porto há vários anos, Couto sonha terminar a carreira em Portugal, nomeadamente no clube que o formou.
Intimidade
Fernando Couto é casado com Luisa e têm 3 filhas, Francisca, Eleonora e Inês. Couto orgulha-se imenso da sua familia, e tenta ao máximo evitar a exposição das crianças, para que não sejam prejudicadas na sua vida privada.
São uma familia feliz que adora o Porto.
Curiosidades
Quando era adolescente, Fernando Couto queria ser ginecologista
Quando jogava no Barcelona, Fernando Couto recebeu a alcunha de 'Tarzan de Camp Nou'?
Fernando Couto ganhou, pela Lazio, em 1999, a última Taça das Taças. Nesse ano, a UEFA resolveu extinguir a competição e desde então os vencedores da Taça de cada país jogam na Taça UEFA.
Quando a Lazio conquistou a última Taça das Taças, em 1999, o capitão Nesta levantou a taça envergando a camisola de Fernando Couto. Isso aconteceu porque, após o apito final, Nesta atirou a sua camisola para os adeptos, não se lembrando de que não havia mais nenhuma, e teve que pedir a de Couto emprestada!
Existem dois números importantes na vida desportiva de Fernando Couto.São o 5, o número que usava quase sempre no FC Porto na altura ainda não era obrigatório o jogador usar sempre o mesmo número, e que usa na Selecção praticamente desde sempre, e o 24, com o qual jogou no Barcelona e agora também na Lazio .
Também o número 16 dificilmente sairá da memória do jogador: era aquele que envergava quando foi Campeão do Mundo de sub-20 em 1989 em Riade, na Arábia Saudita.
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