terça-feira, agosto 29, 2006

Clássico à antiga


Jogo BWin Liga: 1ª Jornada
Cidade: Setubal
Estádio: Bonfim
Equipas: Vitória F.C. Vs. A.Académica de Coimbra
Assistência: 5500 pessoas (aprox)
Árbitro: Paulo Pereira (Viana do Castelo)

Adepto da Académica

No jogo de encerramento da 1ª Jornada da BWin Liga, o Vitoria F.C. recebeu no Bonfim a Académica de Coimbra. Enquanto nos sadinos a estrutura base foi mantida e o 11 apresentado por Hélio Sousa não diverge muito dos da época passada, já na Académica apenas 3 jogadores subiram ao relvado antes do inicio da partida para a praxe habitual que apadrinha com uns caldos, carolos e pontapés no rabo os 8, note-se 8 estreantes no 11 titular dos estudantes.

O Setubal apresentava um 4x3x3 com Lourenço, Varela e Ademar na frente de ataque, apoiados nas costas por Labarthe. A dupla de trincos foi composta por Binho e Sandro, sendo o quarteto defensivo preenchido por Janicio e Nandinho nos flancos e Hugo e Auri no centro. A baliza foi defendida pelo histórico do emplema sadino, Marco Tábuas.

Do outro lado, Manuel Machado surpreende tudo e todos ao escalonar um 4x3x2x1. A linha defensiva era composta por Nuno Piloto (fez sentar no banco Sonkaya), Lino na esquerda e Medeiros e Litos no centro. Á frente deste quarteto Manuel Machado fez alinhar 3 trincos; 3 autênticos guerreiros: Alexandre, Roberto Brum e Pavlovic. Os flancos ficaram a cargo dos jovens Miguel Pedro (ex. Aves) e Herder Barbosa (cedido pelo Porto). Ocupando uma posição vagueante no ataque estava Raúl Estevez.

Entrou melhor o Setubal. Mais rápido, mais objectivo, mais rotinado, com Varela e Ademar e Lourenço a deixarem constantemente a defensiva da briosa em estádo de alerta maximo. Porem o meio campo da Académica vocacionado para destruir nunca deu grande tempo de posse de bola aos homens do Sado. Labarthe nunca foi capaz de impor o seu jogo num meio campo onde o musculo dos estudantes ditava as leis.



A Académica, sem um organizador de jogo, teve nos seus elementos mais criativos as suas principais ocasiões de golo e melhores jogadas. O talento de Miguel Pedro, mas sobretudo Helder Barbosa e Raúl Estevez vão dar, e muito que falar nesta edição da liga. Temos craques!

Ao quarto de hora da primeira parte ja os reflexos de Pedro Roma, o guarda-redes da Académica, tinham sido por varias vezes postos à prova pelos Sadinos, com cabeceamentos de Binho e Lourenço e ainda dois remates cruzados de Varela, que continua a espantar pela sua cedência de Alvalade mais uma vez.

O intervalo chegou com sinal mais para o Vitória, mas parecia uma superioridade consentida mas controlada pelos estudantes onde transparecia a ideia que o talento dos seus jogadores poderia a qualquer momento fazer inverter a tendencia da partida.

A segunda parte iniciou praticamente com o golo dos sadinos. Livre estudado, com Labarthe a simular o pontape e a fazer o passe para Nandinho que à meia-volta atira para a baliza inaugurando o marcador. Um ressalto num defensor da Académica acaba por trair Pedro Roma que se estirava para o lado contrário onde a bola entrou.

Manuel Machado reage e vai à procura do resultado Lançando Gelson; um Joker ...começou a medio-ofensivo falso, jogando por vezes a ponta-de-lança e acabando a jogar a central com a expulsão de Litos por acomulação de amarelos; e fez ainda entrar Nestor Alvarez que nunca se consegiu soltar na frente de ataque e foi constantemente assobiado pelos adeptos sadinos na sequencia da sua não contratação pelo clube de Setubal.

A Académica cresceu, sem no entanto, causar grandes aflições as redes de Marco Tábuas. Do lado contrario o Vitoria continuava a fazer dos flancos a sua principal arma, fazendo notar a debilidade de Nuno Piloto e Lino a defender. Varela continuava a ser praticamente indefensável.

Aos 70 minutos Hélio Sousa faz entrar Amuneke e Mbamba para agitar ainda mais a frente de ataque dos de Setubal, mas foi precisamente nessa fase que na sequencia de um livre na esquerda em jeito de 'canto curto' Roberto Brum passa rasteiro para a entrada da área onde, sem marcação, Helder Barbosa remata uma bomba que entra ao cantinho da baliza de Tábuas que vê ainda a bola a tocar na trave antes de entrar. Um golaço!

Manuel Machado sentido a equipa empolgada faz entrar Filipe Teixeira para conduzir o jogo dos homens de negro e tentar desfazer o empate a favor dos estudantes, mas a expulsão de Litos acabou por travar o crescendo da briosa. O Vitoria refresca Nandinho por Adalto que se aventurava muito mais no ataque que o seu antecessor sem no entanto obter resultados práticos. O despejar consecutivo de bolas para a área por parte dos sadinos foi sempre inofensivo para a Académica onde Gelson (que até ja teve de fazer alguns minutos a guarda-redes na época passada) fazia dupla com o Luso-Frances Medeiros sempre em grande plano.

O jogo termina com o resultado de 1-1 a espelhar com justiça o que se viu em campo.

Melhor jogador:

Helder Barbosa. Um poço de técnica e recursos. Apesar da idade mostra ser já um jogador maduro, sabendo quando se libertar da bola e ainda quando tem de ajudar no processo defensivo. Jogou, rompeu, fintou, correu. Marcou um golão!

Arbitragem:

O jovem Paulo Pereira esteve em bom nível sem nunca ceder à pressão exercida pelos adeptos da equipa visitada. Grande condição fisica no acompanhamento dos lances.

Pontos Positivos:

-Silvestre Varela cansa só de o ver jogar. Não há defesa traquila com ele em campo. Não se entende como o Sporting torna a emprestar este jogador. Entende-se de olhos fechados com Lourenço, o outro companheiro de sector.

-A estrutura forte dos sadinos que se manteve da época passada.

-O futebol espetaculo de Helder barbosa, Miguel Pedro de Raúl Estevez. Atenção a estes jogadores. verdadeiros craques! Quando integrados e rotinados com a equipa serão um caso sério na Liga.

-As bolas paradas bem estudadas por ambas equipas.

Negativo do jogo:

-A experiencia de Litos devia evitar que caisse em situações de amarelo como as que levaram à sua expulsão, de resto justa

-Demasiadas caras novas na Académica versão 2006/2007. Vai demorar a introsar e engrenar a maquina. Os jogadores notoriamente não tinham rotina de jogo. Apesar disso, talento não falta.

-Pouco publico em Setubal numa altura em que muita gente ainda está de férias e Setúbal é uma zona balnear com excelentes praias. Chega de jogos televisionados a uma segunda-feira à noite.

-Muita bola no ar e ainda muito futebol ao repelão. Nada mau, contudo para primeiro jogo na Liga.

-O relvado. Miserável!

Conclusão:

Jogo agradavel e muito emocionante, com indefinição no resultado até final. Mal jogado, a espaços, com muita bola pelo ar. Certamente sairam satisfeitos com o espectáculo os cerca de 5500 adeptos que se deslocaram ao Bonfim. Acaba por ser uma estreia muito positíva para a Académica que pontua na ronda inaugural na casa de um velho rival.

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