segunda-feira, outubro 29, 2007
Águias Raçudas 2-1 Leões Ilhéus
Estádio da Luz, em Lisboa
Assistência: 44 mil espectadores
Árbitro: Pedro Proença (Lisboa)
Benfica: Quim, Maxi Pereira, Luisão, Edcarlos e Léo; Katsouranis, Binya, Rui Costa, Di María e Rodríguez; Cardozo.
Suplentes: Butt, Luís Filipe, Zoro, Miguelito, Adu, Bergessio e Coentrão.
Treinador: José Antonio Camacho.
Marítimo: Marcos, Ricardo Esteves, Ediglê, Van der Linden e Evaldo; Wênio, Olberdam, Mossoró e Marcinho; Makukula e Kanu.
Suplentes: Marcelo, Briguel, Fernando, Luís Olim, Sidnei, Djalma e Bruno Fogaça.
Treinador: Sebastião Lazaroni.
Opinião do adepto Benfiquista - POR PAULO MATIAS
O Benfica entrou mal no jogo, durante a primeira meia hora de jogo Katsouranis andou perdido no meio campo e Luisão não se adaptava na marcação a Makukula, Di Maria estava inconsequente a atacar e abriu um corredor para o desgraçado do Maxi Pereira estancar. Pareciam meio perdidos os jogadores do Benfica...
Até que após o primeiro golo do Marítimo com culpas para o mau posicionamento de Quim (ainda deve estar a pensar porque saiu de casa...) e o golo da igualdade obtido por Cardoso na conversão de uma grande penalidade, surge o lance que alterou por completo o jogo, na minha opinião o lance capital da partida! Quim comete grande penalidade sobre Kanu e é expulso, Camacho retira Ed Carlos e lança Butt para defender o penalty!!
Com isto Katsouranis anulou Makukula e ainda apoiou decisivamente os lances ofensivos encarnados, Luisão soltou-se da marcação ao Luso Congolês e partiu para uma exibição imaculada, e claro, o efeito de um penalty falhado pelo adversário assume sempre capital importância... Quase esquecemos que o Benfica jogou com menos 1 durante 1 hora...
Ao intervalo Camacho volta a mexer bem na equipa, lança Luis Filipe que contribuiu decididamente para os melhores 10’ do Benfica esta época, um reinicio de partida dominador do Benfica com destaque para o perigo que veio do flanco direito!
Entretanto o Marítimo reequilibrou a partida como seria de esperar, afinal estava em vantagem numérica, e assistimos a uma segunda parte carregada de emoção, onde todos sentiam que qualquer uma das 2 equipas poderia vencer o jogo! Mas foi Freddy Adu, parece fazer esquecer Mantorras na catedral, que a 3’ do fim ofereceu a vitória ao Benfica, justa pela entrega e raça dos encarnados!
Qual é o adepto que não gosta de ver um jogador suar até à ultima gota com a camisola do seu clube vestida? Os do Benfica não fogem à regra, vou fugir ao cliché do jogador à Benfica ou jogador à Porto ou seja o que for, é o jogador do adepto! Cristian Rodriguez encarna na perfeição este tipo de jogador, fantástico a forma como se entrega durante os 90’, apesar de alguma contenção no inicio das partidas não lhe fazer mal nenhum de forma a chegar inteiro ao fim... Outros haveriam que pela sua importância nesta partida mereciam a distinção de melhor em campo, mas o Uruguaio por ser o jogador do adepto merece-a mais do que ninguém!
O público merece também uma nota positiva, perdoem-me a falta de humildade, mas considero que um bocadinho da responsabilidade pela defesa de Butt na grande penalidade pertence-me a mim, assim como a todo o estádio da Luz... Ficámos todos nós (os presentes no estádio) com a clara sensação que foi uma defesa do público!
Opinião do adepto verde-rubro POR MIGUEL PEREIRA
Há equipas que querem se equipar aos grandes. No entanto, essas mesmas equipas não têm no seu comando um líder ambicioso, capaz de transmitir uma mentalidade ganhadora, que faça a equipa crescer.
O Marítimo é um caso que se adequa totalmente à minha frase anterior. Há muitos anos que ambiciona estar ao nível dos grandes, mas não tem tido treinadores “COM TOMATES” para arriscarem nos principais palcos do país.
Sebastião Lazaroni é um desses treinadores, com pouca ambição. Apenas mais um...
Hoje com mais um jogador não teve aquela dose de ambição que distinguem os grandes treinadores e, portanto, o Marítimo perdeu uma oportunidade de vencer na Luz.
Como é se explica que aquando da lesão de um avançado, e a jogar com mais um jogador, opte por colocar um defesa?
Como é que se explica que depois de estar a perder um treinador fique estático como se nada se passasse e não mova uma palha no banco de suplentes?
Para juntar à falta de ambição do treinador, só faltava o desnorte da linha média maritimista. Sem Bruno, não havia ninguém para organizar e pautar o jogo. Wênio, não percebo porquê, já não é aquele jogador influente que foi em tempos. Nesta altura, pergunto: “Porquê a dispensa de Arvid Smit”. O jogador holandês é semelhante a Bruno na forma de jogar e poderia ter sido útil neste jogo. Provavelmente, o meio-campo não seria uma ribeira, nem o Benfica teria tanta superioridade atacante.
As coisas ridículas, porém, não acabam por aqui: Makukula, um dos mais recentes “heróis nacionais", que só chegou ao Marítimo este ano, que até um jogador emprestado, foi nomeado inexplicavelmente capitão. Aquando da saída deste, a braçadeira passa para outro jogador que apenas chegou esta época, que curiosamente também é emprestado, Ediglê!
Não percebo sinceramente estes critérios para se escolher capitães de equipas. Escolhe-se dois jogadores que percebem pouco da mística do clube em detrimento de outros que já estão cá há alguns anos, como Marcos, que foi o capitão durante toda a época passada, ou Wênio, que está na Madeira desde a época 2002/2003.
Nos momentos em que a equipa pareceu estar a controlar o jogo, a sector mais recuado tinha que cometer erros estúpidos. A grande penalidade cometida por Ricardo Esteves é das piores burrices que pode haver no futebol, enquanto que não cabe na cabeça de nenhum maritimista como é que Wênio não alivia convenientemente a bola e como é que a defesa é tão permissiva no lance do golo de Freddy Adu, que acabou por dar a vitória ao Benfica.
Depois há igualmente aquelas oportunidades caídas do céu, como o penalty a favor do Marítimo, que não foi aproveitado. Realce-se que Lazaroni havia dado a ordens a Makukula para não marcar o castigo máximo – penso que seria Kanu a fazê-lo –, porém, o jogador luso-congolês, que, por ser Internacional por Portugal, já anda com manias de vedeta, não respeitou o treinador e acabou por falhar esta excelente oportunidade.
Até nem culpo o avançado por ter falhado o penalty, pois houve mérito na forma como Butt o defendeu. Contudo, se havia ordens para outro jogador converter a penalidade, havia que respeitar. Daqui podemos denotar que pode haver muita amizade no balneário verde-rubro, mas falta alguém com mão de ferro e que se assegure que as ordens são respeitadas.
Após tantas críticas é difícil eleger um melhor jogador entre os maritimista. Todavia, a minha escolha recai sobre Kanu, não só pela subtileza e, ao mesmo tempo, frieza pela forma como bateu Quim, mas sobretudo pela entrega que teve durante todo o jogo.
Concordo com Lazaroni – depois de muito o criticar – quando diz que a equipa de arbitragem foi a mais fraca do encontro. Não obstante ter estado bem nos lances capitais da equipa – as duas grandes penalidades –, Pedro Proença foi de uma dualidade de critérios impressionante. Muitas vezes os jogadores vestidos de laranja caíam e o árbitro não assinalava nada. Contudo, quando o jogador de vermelho caía, numa jogada igual, era logo assinalada falta. Enfim, algo perfeitamente normal no futebol português. Nem sei por que razão estou a falar disto!
Não foi por aí, no entanto, que o Marítimo perdeu o jogo. Foi, como já referi, pela falta de ambição do seu treinador e pela ribanceira no meio-campo verde-rubro. Embora considere que o empate seria o resultado mais justo, penso que a vitória premeia a equipa que teve mais garra para vencer.
Fotografias gentilmente cedidas pela City Files
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