terça-feira, dezembro 12, 2006

Nacional - FC Porto

Local: Funchal
Estádio: Eng. Rui Alves
Assistência: 2.000 Espectadores
Árbitro: Paulo Costa (AF Porto)

O FC Porto deslocou-se á Madeira para jogar com o Nacional.
Esperava-se, á partida, um jogo complicado para para os campeões nacionais, uma vez que os Portistas vinham de um jogo europeu a meio da semana, seguindo-se posteriormente esta deslocação á perola do Atlântico.
O jogo começou equilibrado, com os da casa apostados num meio campo forte e pressionante e os forasteiros, á falta de colectivo (algo notório desde o 1'), a procurar resolver em rasgos individuais de Quaresma e em bolas paradas.

Aos 14', num livre magistralmente marcado por Quaresma de trivela, Pepe bem enquadrado com a baliza cabeceia por cima. A verdade é que o cabeceio de Pepe correspondeu á melhor e ultima situação de golo do FC Porto no primeiro tempo,.
A partir dos 15' o Nacional tomou conta do jogo. Com Chainho a comandar o meio campo, um FC Porto desinspirado e claramente cansado cedeu e os Nacionalistas aproveitaram.
Após bons remates de Rodrigo e de Bruno Basto, eis que aos 38', num ressalto ganho por Juliano, o Brasileiro coloca a bola milimetricamente para a emenda certeira de José Vitor. Estava feito o primeiro golo.
O golo acentuou ainda mais a pouca lucidez do jogo Azul e Branco. O meio campo era inexistente, a equipa estava claramente partida e a defensiva parecia apática.
Paulo Costa apitava para o intervalo, com os Nacionalistas a ganhar por 1-0.

Jesualdo optou por deixar nas cabines Raul Meireles (acusou e de que maneira o cansaço derivado da Champions League), optando por colocar mais um avançado...Bruno Moraes.
Com o início da 2ª parte, era esperado uma natural resposta dos Campeões Nacionais, mas a verdade é que esta tardou em aparecer. O Nacional continuava a superiorizar-se no meio campo, com várias recuperações de bola, num futebol agressivo, a roçar o violento.
Aos 57' Paulo Assunção tinha tudo para fazer o golo mas rematou enrolado e Lisandro, na emenda, não conseguiu atirar na direcção certa.
Era o início do sufoco do FC Porto.
É aos 70' que o jogo se começa a decidir. O melhor em campo do Nacional, Chainho, pede a substituição. Saía de campo o jogador com mais recuperações de bola na partida.
No mesmo minuto, Jesualdo poupa a expulsão a P. Assunção substituindo-o por Ibson, numa clara tentativa de incutir mais velocidade e inteligência na hora de “armar” o jogo Azul e Branco.
A partir destas alterações o futebol portista ganhou inteligência e verticalidade. Ibson incutiu velocidade, pegou no jogo e iniciou um período brilhante e decisivo dos campeões nacionais.

Aos 75', Quaresma numa excelente iniciativa individual serve Bruno Moraes, que numa óptima situação de finalização, não perdoa! Estava feito o empate e o FC Porto galvanizava-se. Os Portistas deram início ao ataque final á baliza Nacionalista sufocando a equipa da casa, numa clara demonstração de garra de Campeão.
É verdade que os jogadores pareciam desinspirados, mas a alma e a chama do Dragão impôs-se uma vez mais e, depois de algumas situações de golo, é em mais uma jogada com a chancela de Quaresma que a bola é endereçada ao pé direito de Lucho que num fabuloso pontapé faz o golo da reviravolta!!! Os Portistas suspiravam de alívio, Lucho dirigia-se ao banco para festejar e a estrelinha de Campeão reluzia! O golo apontado pelo argentino foi puro luxo conseguido na hora H e os Dragões aplicavam o KO ao Nacional.
Até final, nota para Bruno Moraes e Postiga. O primeiro isolado permite a defesa ao guardião Benaglio, no seguimento do lance a bola bate em Postiga e acaba por atingir o poste.

Acabava a partida na Madeira, com o FC Porto a conquistar uma suada mas saborosa vitória.
A estrelinha de campeão brilhou e a verdade é que o FC Porto continua a demonstrar que mesmo quando o colectivo não funciona as individualidades resolvem.


MELHOR EM CAMPO
Quaresma conseguiu mais 2 assistências para golo, mas foi a entrada do talentoso brasileiro Ibson que alterou o rumo da partida. O Médio Brasileiro foi capaz de pautar e organizar todo o jogo Portista, incutindo-lhe velocidade, verticalidade e objectividade. Foi ainda capaz de diversas recuperações de bola e a continuar a jogar assim, Jesualdo terá grandes dores de cabeça para decidir qual o trio de meio campo a utilizar.

ÁRBITRO
Paulo Costa começou bastante bem a partida, mas quando o jogo começou a complicar-se, nunca foi capaz de o “agarrar”. Permitiu muita dureza e violência do jogo Nacionalista e não viu Bosingwa a ser travado em falta dentro da grande área do Nacional.
Ávalos trava com a mão um ataque portista bastante perigoso, justificando-se portanto um segundo amarelo. Por fim, Paulo Assunção viu perdoada a sua expulsão numa entrada violenta a meio campo...

POSITIVO DO JOGO
* A postura do Nacional é digna de realce. Foi uma equipa ofensiva, muito forte a meio campo.
* Ibson. O brasileiro, aos poucos, vai-se afirmando como um grande candidato á titularidade do FC Porto.
* Quaresma assinou mais 2 assistências para golo.
* Chainho provou, mais uma vez, que é o grande patrão da equipa do Nacional e cotou-se como o melhor jogador da equipa madeirense.
* Jesualdo esteve fantástico. Leu muito bem o jogo e, percebendo que a equipa do FC Porto estava cansado e pouco clarividente, arriscou tudo aquilo que era possível, diagnosticou e resolveu bem os problemas na construção de jogo e acabou por sair a ganhar. Os adeptos Portistas, depois desta resposta do treinador, terão que se render á sua qualidade.

NEGATIVO DO JOGO
* O meio campo dos Dragões não existiu durante 70'.
* Lucho, apesar do golo, é uma verdadeira sombra daquilo que pode e deve ser.
* O Nacional usou e abusou do jogo violento, com Ricardo Fernandes a provocar todos aqueles que equipavam de Azul e Branco.

CONCLUSÃO
O FC Porto embala a todo o gás para o Bicampeonato
. Com maior ou menor dificuldade, com inspiração ou falta dela, com uma mescla de grandes exibições e exibições menos convicentes, os Dragões têm sido capazes de dominar uma Liga que começa a dar sinais de não ter nenhuma equipa capaz de parar a caminhada triunfal do Porto...

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