Nasceu em Setúbal no dia 26 de Janeiro de 1963.
O pai chama-lhe Zé e a mãe chama-lhe Mário. Nasceu num berço de futebol e de futebol Sadino, pois seu pai à data defendia as redes do V. Setúbal.Foi no Bonfim que aprendeu a andar e muitas vezes interrompia os treinos só porque queria correr na relva. A bola era tudo para ele, a sua prenda de eleição...
Já novo denotava organização e, aos cinco anos, só saía da escola quando tivesse o estojo arrumado, com os lápis e as borrachas no lugar certo...
Era uma criança mimada porque teve uma intervenção cirúrgica com poucos anos de vida mas por outro sempre foi muito respeitador da vontade dos pais.
A relação que o unia ao pai era muito forte e quando este abandona o V. Setúbal e segue para o Belenenses, Zé sente como se fosse ele próprio a abandonar o clube do coração.
Queria ir sempre ver os treinos do pai a Lisboa mas a mãe só o autorizava se tudo corresse bem na escola. Então continuou as boas notas e o acompanhamento à carreira do pai. A avó acompanhava-o a Lisboa e o pequeno Zé começou a entrar no balneário dos jogadores, a subir ao relvado, a fazer parte do grupo de trabalho do pai…
Por volta dos dez anos, o conhecimento sobre futebol já era extenso e recorrente na sua vida. Uma paixão em casa era o seu cão Gullit.
Cresce neste meio e mais tarde, quando o seu pai abandona a carreira de jogador e abraça a de treinador, Zé continua a acompanhá-lo de forma ainda mais intensa.
A nova profissão do pai faz com que viaje muito, mas isso não impediu o acompanhamento de Zé. Por exemplo, quando o pai treinava o Portalegre, chegou a apanhar boleias da camioneta do peixe que transportava mercadoria para onde o pai estava na altura.
A certa altura começou a intervir mais directamente no fenómeno futebol ao fazer parte dos jogos enquanto apanha-bolas. Ficava atrás do banco do pai que de vez em quando dava-lhe instruções para indicar aos jogadores do outro lado do campo. Surpreendentemente, os jogadores aceitavam bem todas as indicações do “miúdo” e assim, Zé começou muito novo a ouvir falar de tácticas e de maneiras de actuar.Os pais preferiam que Zé trilhasse um caminho paralelo ao futebol mas com 16 anos já dizia querer ser treinador de futebol.
Por essa altura começou a desenvolver trabalho de campo para o pai. Seguia os treinos das equipas adversárias e fazia relatórios de observação para ajudar à leitura dos adversários. Enquanto isso, a mãe, professora aposentada, corrigia-lhe a gramática e a ortografia.
Com tudo isto, Zé tinha ideias muito fixas sobre o seu futuro, mas o destino ia pregar-lhe uma partida.
Com 17 anos, teve um desentendimento com um professor de Matemática e à conta disso, chumba matemática e tem que fazê-la em Setembro.
Nessa altura as vagas para o ISEF estavam fechadas e a mãe, ansiosa por desviá-lo do futebol, inscreve-o em gestão...
Zé faz a vontade à mãe mas essa vontade não iria sobrepor-se ao seu destino.
Vai ao primeiro dia de aulas no curso de gestão e quando chega a casa diz à mãe que não voltava para lá porque lá só havia engravatados com muitas canetas e que ele só gostava de fatos-de-treino e ténis.
Passa um ano em Vila do Conde a ajudar o pai e depois volta a Lisboa para tirar o curso de Educação Física no ISEF. A mãe conta que tinha notas razoáveis no Liceu, mas que o curso de Educação Física – opção futebol - fê-lo com uma perna às costas.
Quem corre por gosto...
Tira na Escócia o curso de treinadores da UEFA e a rota estava traçada.
Rumo? O sucesso. O sucesso que o nome JOSÉ MOURINHO transmite a cada sílaba...
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