PERFIL DO JOGADOR
Nome: Alan Smith
Data de Nascimento: 28/10/1980 (26 anos)
Clube: Manchester United
Nº da Camisola: 14
Posição: Avançado
Altura: 1,73 metros
Peso: 70 kg
Naturalidade: Rothwell (Leeds) – Inglaterra
Palmarés:
• Melhor Jogador do Ano do Leeds United (2000 e 2001)
• 1 Taça da Liga Inglesa (2006)
AVALIAÇÃO DO JOGADOR
Qualquer espectador assíduo do futebol inglês, ou qualquer pessoa que já tenha visto um ou dois jogos de Alan Smith fica imediatamente a perceber qual a sua maior característica – agressividade. Eu tenho dito de alguns jogadores que têm uma grande entrega ao jogo e que se esforçam imenso para alcançar a vitória. Smith, contudo, leva isso ao extremo e é dos jogadores mais “raçudos” que já vi. O inglês é de uma determinação sem limites e deixa suor, sangue e lágrimas em todos os jogos que disputa. O mais impressionante é que, apesar dessa sua virilidade e desse seu espírito combativo, consegue ser um jogador elegante e com uma técnica bastante apurada. A sua qualidade técnica é outra das razões que leva os adeptos a gostarem dele. Importa, claro, referir também a sua mobilidade no que respeita aos sistemas de jogo. É um avançado de raiz, disso ninguém tem dúvidas, e foi nesse posição que jogou praticamente toda a sua carreira. No entanto, é extremamente versátil do ponto de vista táctico, o que, inclusivamente, fez com que substituísse Roy Keane como trinco do Manchester United. A posição de médio defensivo, por muito bizarro que pareça por ser, a nível de mecanismos tácticos e de habilidades técnicas, quase oposta à de ponta-de-lança, não lhe é estranha e consegue ter cultura táctica suficiente para se enquadrar em diversos pontos do terreno sem baixar muito o seu rendimento. É completo, o que acaba por ser vantajoso e desvantajoso ao mesmo tempo. É a velha história: ser muito bom numa coisa ou ser bom em várias? Felizmente para Smith, consegue ser muito bom como avançado e razoável com outras missões tais sejam a de médio defensivo ou nº10. A rapidez de movimento e de pensamento permitem-lhe jogar de primeira e de forma fluida, muito ao jeito britânico, e a sua qualidade técnica, assim como a sua qualidade táctica, conferem-lhe características muito particulares e apreciáveis. Há que destacar outros aspectos como o bom jogo aéreo, a força e a resistência, tão importantes como médio defensivo como avançado. No fundo, acho que o tornou melhor jogador a passagem por uma posição não rotinada, pois fez com que ganhasse alguns atributos que lhe serão indispensáveis à vida de futebolista, são mais valias como avançado e úteis numa posição mais ofensiva. Roubar uma bola na frente, antecipar-se ao adversário ou saber marcar um opositor são alguns exemplos de acções que Smith praticou e que, numa circunstância ou noutra, lhe poderão valer golos lá na frente. Independentemente da posição no campo, este profissional de futebol manifesta sempre um grande espírito de sacrifício, de trabalho em prol de um todo, de lutador e de ganhador. A determinação, a raça, a bravura, a valentia e a coragem que demonstra só provam que o futebol é uma autêntica batalha e dentro das quatro linhas se pode assumir uma postura bélica e combativa. O objectivo máximo é ganhar, mas sempre com a típica lealdade do futebol inglês, sem fitas nem batotices. Para ganhar a guerra (campeonato) precisam de se ganhar batalhas (jogos), e as melhores armas que Smith tem para ajudar a sua nação (equipa) são as capacidades técnicas muito boas (ao nível do passe, do remate, da finalização, do cabeceamento, do desarme, da finta, etc.), as capacidades tácticas (como a mobilidade, a facilidade de posicionamento, a leitura de jogo e a cultura táctica) e as capacidades físicas (força, impulsão, resistência e velocidade), bem como as capacidades psicológicas (as tão já referidas atitudes de determinação, querer e combatividade).
BIOGRAFIA DO JOGADOR
Leeds United, o seu primeiro clube…
São poucos os jogadores que entram directamente num grande clube, sem antes terem algumas experiências em formações modestas ou clubes de bairro. Alan Smith, nesse aspecto, não foge à regra e, apesar de ter entrado no Leeds United com uns tenros dez anos de idade, jogou alguns jogos ao serviço de pequenos emblemas locais. Nascido em Rothwell, nas imediações da grande cidade que é Leeds (quase meio milhão de habitantes), frequentou os balneários de Oulton Owls e Rothwell. Chegado ao Leeds United, o grande da cidade e um dos grandes do país, depois de ter batido o recorde de golos numa época do Rothwell – 92, começou logo a impressionar. Com 14 anos foi escolhido para o “National School of Soccer Excellence” mas o desinteresse e uma grave lesão no tornozelo fizeram-no abandonar, até porque estava separado da sua família. Com 16 anos, estreou-se na equipa de reservas e foi, em 1997/98, alternando os treinos com a equipa de reservas e com o plantel principal, para se estabelecer definitivamente com os melhores em 1998/99. Logo na temporada de estreia, somou 22 presenças, o que é muito positivo para um jovem de 17/18 anos. Quando a estes 22 jogos acrescentamos 7 golos, então estamos perante um caso sério de qualidade. O Leeds United ficou na 4ª posição e Smith começou a dar nas vistas. Em 1999/00, marcou 4 golos em 25 jogos, solidificando a sua posição dentro da equipa. Já na Taça UEFA, o clube destacou-se e conseguiu chegar às meias-finais. O Galatasaray ganhou 2-0 na primeira-mão e um empate na segunda-mão deu a passagem aos turcos que conquistaram o troféu dias mais tarde. Nesse ano, equipa subiu para a terceira posição no campeonato, o ano de maior glória para os “Whites” e de plena afirmação internacional foi o de 2000/01, quando atingiram as meias-finais da Liga dos Campeões. Eu tinha 9 anos quando isto aconteceu mas recordo-me perfeitamente de apoiar a equipa inglesa por ser um completo “outsider” à vitória na Champions. No campeonato, Alan Smith passou a barreira da dezena de golos pela única vez na sua carreira, marcando 11 golos em 33 jogos disputados, e foi importantíssimo para a manutenção do 4º posto na tabela classificativa. Mas regressando à Europa, a caminhada dos “Peacocks” foi colossal. Para já, não acederam directamente à Fase de Grupos, tendo tido que disputar a Terceira Pré-Eliminatória. Os adversários vinham da Alemanha – TSV Munique 1860. O Leeds venceu os dois jogos – 2-1 e 1-0 – e garantiu, por isso, um lugar na 1ª Fase de Grupos. Para quem tinha o AC Milan e o Barcelona no mesmo grupo e ainda o Besiktas a ajudar à festa, não era de esperar um futuro muito promissor. Porém, contra todas as expectativas, o Leeds passou. O início foi catastrófico: foram ao Camp Nou perder por 4-0. Com alma de campeões, não deitaram à toalha ao chão (este espírito é o reflexo da atitude de Smith) e foram em busca do apuramento. A difícil vitória contra os italianos por 1-0 e a estrondosa goleada contra os turcos por 6-0 acalentaram esperanças, que só foram refreadas com três empates: 0-0 na Turquia, 1-1 contra o Barcelona em Elland Road e 1-1 em Itália. O 2º lugar, atrás do AC Milan e à frente do Barcelona, foi o suficiente para passar à 2ª Fase de Grupos. O grupo, desta feita, era constituído por Real Madrid, Anderlecht e Lazio. Voltaram a começar mal, com duas derrotas, mas voltaram a passar. Perderam 0-2, em casa, com o Real Madrid e 0-1 com a Lazio no Olímpico de Roma. A primeira vitória só foi obtida no seu estádio contra o Anderlecht, 2-1. Com o mesmo adversário, mas na Bélgica, ganharam 1-4. No Santiago Bernabéu tornaram a perder, por 3-2, mas dificilmente o apuramento lhes escapava, pelo que o 3-3 contra a Lazio foi mais do que suficiente para passar. Começava a tornar-se a equipa revelação da prova, ainda que sem comparação com o Porto e o Mónaco em 2004 ou o Villareal no ano passado. Mais surpresa causaram quando, nos quartos-de-final, ultrapassaram a poderosa equipa do Deportivo da Corunha, que tinha sido campeão espanhol pela única vez na sua história na época anterior e que terminou esse ano na segunda posição. O “nosso” Pauleta e Roy Makaay eram os grandes avançados da equipa e havia no meio-campo nomes como Djalminha, Fran, Scaloni ou Mauro Silva, assim como o “nosso” Hélder, Naybet, Schürrer Manuel Pablo, Romero ou Flávio Conceição na defesa. A primeira-mão terminou com um resultado que tinha tão de inesperado como de positivo para o Leeds: 3-0. Na segunda-mão, perderam por 0-2 e a presença nas meias-finais era uma realidade. O Valência empatou 0-0 na primeira-mão, mas na segunda-mão, com tudo em aberto, os espanhóis arrancaram um 3-0 que não deu hipóteses aos britânicos. Mesmo assim, deu para ver que o “puto” do Leeds, Alan Smith, era um excelente jogador. Todos o puderam constatar, inclusive o seleccionador de Inglaterra, que o fez estrear-se pela selecção no dia 25 de Maio contra o México, após todo um percorrer dos escalões jovens da selecção nacional. Em 2001/02 voltou a exibir-se em bom plano, no 5º lugar do Leeds United na Premiership, jogando 23 jogos e marcando 4 golos. Tanto a nível colectivo como individual, as coisas não correram tão bem como no ano transacto, mas tal seria complicado de acontecer. Jogou nos sub-21 enquanto a selecção inglesa, sem ele, foi para a Coreia e para o Japão disputar o Campeonato do Mundo de 2002. Fowler, Owen, Heskey, Sheringham e Vassell foram nomes mais fortes e os escolhidos por Eriksson. Tal não invalidou que fosse considerado o melhor jogador da equipa em 2002 e também em 2003. Em Setembro de 2002 estreou-se a marcar com as cores do seu país frente a Portugal, num empate a uma bola, quando marcou um golo de belo efeito. Esse foi, de resto, o único golo marcado por Smith até hoje na selecção principal. Em 2002/03 começou a verdadeira decadência do Leeds United, que hoje luta para não descer no segundo escalão do futebol inglês. O Leeds United, que jogava sempre para conseguir um lugar na Europa, ficou na 15ª posição e os jogadores, a nível individual, ressentiram-se disso. Jogou 33 jogos e marcou uns míseros 3 golos. Em 2003/04 acabaram mesmo por não evitar a descida e foi uma caça autêntica aos bons valores da equipa, da qual se destacava Smith, um jovem cheio de valor e potencial para explodir, que vinha com 9 golos e 35 jogos dessa época e uma grande vontade de triunfar no mundo do futebol.
De United para United, de Leeds para Manchester…
Mudou de United para United, no caso do Leeds United para o Manchester United. Saiu emocionado, choro una despedida, e deixou para trás uma massa adepta louca por Alan Smith, que inclusivamente lhe atribuiu o prémio de melhor jogador do Leeds United em dois anos consecutivos, 2002 e 2003. Essa massa adepta, note-se, ficou muito magoada, não por ele ter saído numa altura crítica, porque compreenderam que o jogador precisava de sair, mas por sair para o Manchester United, clube rival. O que é facto é que se deixou uma massa adepta que o admirava profundamente, rapidamente conquistou outra – os adeptos do Manchester começaram a adorá-lo pouco tempo após a sua chegada a Old Trafford. Estreou-se na Community Shield, na derrota da sua equipa por 3-1 diante do Arsenal e em 2004/05 jogou em 31 partidas do campeonato e marcou 6 golos, o que lhe valeu as últimas três chamadas à selecção do seu currículo, em 2005, e uma palavra importante no 3º lugar do Manchester no campeonato. A concorrência dentro do clube era forte, com Wayne Rooney e Van Nistelrooj à cabeça, o que fez com que ocupasse o banco em alguns jogos. No inicio da época passada, 2005/06, Sir Alex Ferguson preparou-o para substituir Roy Keane no eixo defensivo da equipa, fruto das suas características em comum com o irlandês – a raça, determinação e virilidade, assim como a disciplina táctica e recursos técnicos admiráveis. Contudo, isso quase não passou de um projecto, já que se lesionou com extrema gravidade num embate contra o Liverpool quando partiu o tornozelo (ver vídeo). Smith ainda jogou 21 jogos, com 1 golo marcado, mas a partir daí teve que abandonar a competição por longos e penosos meses. Após todo esse tempo de recuperação (mais rápida do que o previsto, mas ainda assim morosa), começou a jogar na equipa de reservas até estar a 100% e o seu regresso sucedeu há relativamente pouco tempo, em Setembro de 2006, frente ao Benfica, onde jogou 5 minutos. Entretanto, voltou a entrar como substituto nos jogos contra o Copenhaga e Lille, ambos a contar para a Liga Milionária, mas a partir daí retornou às reservas. O ressurgimento definitivo, deu-se no mês passado, Março de 2007, quando entrou aos 75 minutos num jogo contra o Lille, novamente. A partir daí, tem sido introduzido nos jogos aos poucos, para ir cimentando um lugar no onze titular. Ontem, na vitória por 2-0 contra o Sheffield United, foi titular e levou mesmo um cartão amarelo aos 29 minutos de jogo. Já havia sido titular contra a Roma para a Liga dos Campeões, quando conseguiram o apuramento para as meias-finais. Basicamente, depois um vastíssimo interregno, está a voltar aos poucos neste final de época, para, quem sabe, regressar em força no próximo ano e porventura conquistar um lugar na selecção nacional que o leve ao Europeu de 2008. Escusado será referir a fabulosa temporada que está a fazer o Manchester United (muito por culpa do jogador mais bem pago do mundo, Ronaldo), com as meias-finais da Liga dos Campeões garantida, a final da Taça da Liga garantida e o 1º lugar no campeonato. É quase certo que irá aumentar o seu palmarés esta época. Veremos o que o futuro reserva a este jovem mas experiente jogador, se conseguirá ou não impor-se na selecção e no clube, porque qualidade e mentalidade não lhe falta!
VÍDEO DO JOGADOR
QUESTÕES SOBRE O JOGADOR
O que acham dos jogadores que, como Smith, trocam uma equipa por uma rival?
Alan Smith joga melhor na sua posição natural – avançado, ou como médio defensivo?
Estará para breve a sua afirmação definitiva na selecção nacional? O que lhe falta?
Data de Nascimento: 28/10/1980 (26 anos)
Clube: Manchester United
Nº da Camisola: 14
Posição: Avançado
Altura: 1,73 metros
Peso: 70 kg
Naturalidade: Rothwell (Leeds) – Inglaterra
Palmarés:
• Melhor Jogador do Ano do Leeds United (2000 e 2001)
• 1 Taça da Liga Inglesa (2006)
AVALIAÇÃO DO JOGADOR
Qualquer espectador assíduo do futebol inglês, ou qualquer pessoa que já tenha visto um ou dois jogos de Alan Smith fica imediatamente a perceber qual a sua maior característica – agressividade. Eu tenho dito de alguns jogadores que têm uma grande entrega ao jogo e que se esforçam imenso para alcançar a vitória. Smith, contudo, leva isso ao extremo e é dos jogadores mais “raçudos” que já vi. O inglês é de uma determinação sem limites e deixa suor, sangue e lágrimas em todos os jogos que disputa. O mais impressionante é que, apesar dessa sua virilidade e desse seu espírito combativo, consegue ser um jogador elegante e com uma técnica bastante apurada. A sua qualidade técnica é outra das razões que leva os adeptos a gostarem dele. Importa, claro, referir também a sua mobilidade no que respeita aos sistemas de jogo. É um avançado de raiz, disso ninguém tem dúvidas, e foi nesse posição que jogou praticamente toda a sua carreira. No entanto, é extremamente versátil do ponto de vista táctico, o que, inclusivamente, fez com que substituísse Roy Keane como trinco do Manchester United. A posição de médio defensivo, por muito bizarro que pareça por ser, a nível de mecanismos tácticos e de habilidades técnicas, quase oposta à de ponta-de-lança, não lhe é estranha e consegue ter cultura táctica suficiente para se enquadrar em diversos pontos do terreno sem baixar muito o seu rendimento. É completo, o que acaba por ser vantajoso e desvantajoso ao mesmo tempo. É a velha história: ser muito bom numa coisa ou ser bom em várias? Felizmente para Smith, consegue ser muito bom como avançado e razoável com outras missões tais sejam a de médio defensivo ou nº10. A rapidez de movimento e de pensamento permitem-lhe jogar de primeira e de forma fluida, muito ao jeito britânico, e a sua qualidade técnica, assim como a sua qualidade táctica, conferem-lhe características muito particulares e apreciáveis. Há que destacar outros aspectos como o bom jogo aéreo, a força e a resistência, tão importantes como médio defensivo como avançado. No fundo, acho que o tornou melhor jogador a passagem por uma posição não rotinada, pois fez com que ganhasse alguns atributos que lhe serão indispensáveis à vida de futebolista, são mais valias como avançado e úteis numa posição mais ofensiva. Roubar uma bola na frente, antecipar-se ao adversário ou saber marcar um opositor são alguns exemplos de acções que Smith praticou e que, numa circunstância ou noutra, lhe poderão valer golos lá na frente. Independentemente da posição no campo, este profissional de futebol manifesta sempre um grande espírito de sacrifício, de trabalho em prol de um todo, de lutador e de ganhador. A determinação, a raça, a bravura, a valentia e a coragem que demonstra só provam que o futebol é uma autêntica batalha e dentro das quatro linhas se pode assumir uma postura bélica e combativa. O objectivo máximo é ganhar, mas sempre com a típica lealdade do futebol inglês, sem fitas nem batotices. Para ganhar a guerra (campeonato) precisam de se ganhar batalhas (jogos), e as melhores armas que Smith tem para ajudar a sua nação (equipa) são as capacidades técnicas muito boas (ao nível do passe, do remate, da finalização, do cabeceamento, do desarme, da finta, etc.), as capacidades tácticas (como a mobilidade, a facilidade de posicionamento, a leitura de jogo e a cultura táctica) e as capacidades físicas (força, impulsão, resistência e velocidade), bem como as capacidades psicológicas (as tão já referidas atitudes de determinação, querer e combatividade).
BIOGRAFIA DO JOGADOR
Leeds United, o seu primeiro clube…
São poucos os jogadores que entram directamente num grande clube, sem antes terem algumas experiências em formações modestas ou clubes de bairro. Alan Smith, nesse aspecto, não foge à regra e, apesar de ter entrado no Leeds United com uns tenros dez anos de idade, jogou alguns jogos ao serviço de pequenos emblemas locais. Nascido em Rothwell, nas imediações da grande cidade que é Leeds (quase meio milhão de habitantes), frequentou os balneários de Oulton Owls e Rothwell. Chegado ao Leeds United, o grande da cidade e um dos grandes do país, depois de ter batido o recorde de golos numa época do Rothwell – 92, começou logo a impressionar. Com 14 anos foi escolhido para o “National School of Soccer Excellence” mas o desinteresse e uma grave lesão no tornozelo fizeram-no abandonar, até porque estava separado da sua família. Com 16 anos, estreou-se na equipa de reservas e foi, em 1997/98, alternando os treinos com a equipa de reservas e com o plantel principal, para se estabelecer definitivamente com os melhores em 1998/99. Logo na temporada de estreia, somou 22 presenças, o que é muito positivo para um jovem de 17/18 anos. Quando a estes 22 jogos acrescentamos 7 golos, então estamos perante um caso sério de qualidade. O Leeds United ficou na 4ª posição e Smith começou a dar nas vistas. Em 1999/00, marcou 4 golos em 25 jogos, solidificando a sua posição dentro da equipa. Já na Taça UEFA, o clube destacou-se e conseguiu chegar às meias-finais. O Galatasaray ganhou 2-0 na primeira-mão e um empate na segunda-mão deu a passagem aos turcos que conquistaram o troféu dias mais tarde. Nesse ano, equipa subiu para a terceira posição no campeonato, o ano de maior glória para os “Whites” e de plena afirmação internacional foi o de 2000/01, quando atingiram as meias-finais da Liga dos Campeões. Eu tinha 9 anos quando isto aconteceu mas recordo-me perfeitamente de apoiar a equipa inglesa por ser um completo “outsider” à vitória na Champions. No campeonato, Alan Smith passou a barreira da dezena de golos pela única vez na sua carreira, marcando 11 golos em 33 jogos disputados, e foi importantíssimo para a manutenção do 4º posto na tabela classificativa. Mas regressando à Europa, a caminhada dos “Peacocks” foi colossal. Para já, não acederam directamente à Fase de Grupos, tendo tido que disputar a Terceira Pré-Eliminatória. Os adversários vinham da Alemanha – TSV Munique 1860. O Leeds venceu os dois jogos – 2-1 e 1-0 – e garantiu, por isso, um lugar na 1ª Fase de Grupos. Para quem tinha o AC Milan e o Barcelona no mesmo grupo e ainda o Besiktas a ajudar à festa, não era de esperar um futuro muito promissor. Porém, contra todas as expectativas, o Leeds passou. O início foi catastrófico: foram ao Camp Nou perder por 4-0. Com alma de campeões, não deitaram à toalha ao chão (este espírito é o reflexo da atitude de Smith) e foram em busca do apuramento. A difícil vitória contra os italianos por 1-0 e a estrondosa goleada contra os turcos por 6-0 acalentaram esperanças, que só foram refreadas com três empates: 0-0 na Turquia, 1-1 contra o Barcelona em Elland Road e 1-1 em Itália. O 2º lugar, atrás do AC Milan e à frente do Barcelona, foi o suficiente para passar à 2ª Fase de Grupos. O grupo, desta feita, era constituído por Real Madrid, Anderlecht e Lazio. Voltaram a começar mal, com duas derrotas, mas voltaram a passar. Perderam 0-2, em casa, com o Real Madrid e 0-1 com a Lazio no Olímpico de Roma. A primeira vitória só foi obtida no seu estádio contra o Anderlecht, 2-1. Com o mesmo adversário, mas na Bélgica, ganharam 1-4. No Santiago Bernabéu tornaram a perder, por 3-2, mas dificilmente o apuramento lhes escapava, pelo que o 3-3 contra a Lazio foi mais do que suficiente para passar. Começava a tornar-se a equipa revelação da prova, ainda que sem comparação com o Porto e o Mónaco em 2004 ou o Villareal no ano passado. Mais surpresa causaram quando, nos quartos-de-final, ultrapassaram a poderosa equipa do Deportivo da Corunha, que tinha sido campeão espanhol pela única vez na sua história na época anterior e que terminou esse ano na segunda posição. O “nosso” Pauleta e Roy Makaay eram os grandes avançados da equipa e havia no meio-campo nomes como Djalminha, Fran, Scaloni ou Mauro Silva, assim como o “nosso” Hélder, Naybet, Schürrer Manuel Pablo, Romero ou Flávio Conceição na defesa. A primeira-mão terminou com um resultado que tinha tão de inesperado como de positivo para o Leeds: 3-0. Na segunda-mão, perderam por 0-2 e a presença nas meias-finais era uma realidade. O Valência empatou 0-0 na primeira-mão, mas na segunda-mão, com tudo em aberto, os espanhóis arrancaram um 3-0 que não deu hipóteses aos britânicos. Mesmo assim, deu para ver que o “puto” do Leeds, Alan Smith, era um excelente jogador. Todos o puderam constatar, inclusive o seleccionador de Inglaterra, que o fez estrear-se pela selecção no dia 25 de Maio contra o México, após todo um percorrer dos escalões jovens da selecção nacional. Em 2001/02 voltou a exibir-se em bom plano, no 5º lugar do Leeds United na Premiership, jogando 23 jogos e marcando 4 golos. Tanto a nível colectivo como individual, as coisas não correram tão bem como no ano transacto, mas tal seria complicado de acontecer. Jogou nos sub-21 enquanto a selecção inglesa, sem ele, foi para a Coreia e para o Japão disputar o Campeonato do Mundo de 2002. Fowler, Owen, Heskey, Sheringham e Vassell foram nomes mais fortes e os escolhidos por Eriksson. Tal não invalidou que fosse considerado o melhor jogador da equipa em 2002 e também em 2003. Em Setembro de 2002 estreou-se a marcar com as cores do seu país frente a Portugal, num empate a uma bola, quando marcou um golo de belo efeito. Esse foi, de resto, o único golo marcado por Smith até hoje na selecção principal. Em 2002/03 começou a verdadeira decadência do Leeds United, que hoje luta para não descer no segundo escalão do futebol inglês. O Leeds United, que jogava sempre para conseguir um lugar na Europa, ficou na 15ª posição e os jogadores, a nível individual, ressentiram-se disso. Jogou 33 jogos e marcou uns míseros 3 golos. Em 2003/04 acabaram mesmo por não evitar a descida e foi uma caça autêntica aos bons valores da equipa, da qual se destacava Smith, um jovem cheio de valor e potencial para explodir, que vinha com 9 golos e 35 jogos dessa época e uma grande vontade de triunfar no mundo do futebol.
De United para United, de Leeds para Manchester…
Mudou de United para United, no caso do Leeds United para o Manchester United. Saiu emocionado, choro una despedida, e deixou para trás uma massa adepta louca por Alan Smith, que inclusivamente lhe atribuiu o prémio de melhor jogador do Leeds United em dois anos consecutivos, 2002 e 2003. Essa massa adepta, note-se, ficou muito magoada, não por ele ter saído numa altura crítica, porque compreenderam que o jogador precisava de sair, mas por sair para o Manchester United, clube rival. O que é facto é que se deixou uma massa adepta que o admirava profundamente, rapidamente conquistou outra – os adeptos do Manchester começaram a adorá-lo pouco tempo após a sua chegada a Old Trafford. Estreou-se na Community Shield, na derrota da sua equipa por 3-1 diante do Arsenal e em 2004/05 jogou em 31 partidas do campeonato e marcou 6 golos, o que lhe valeu as últimas três chamadas à selecção do seu currículo, em 2005, e uma palavra importante no 3º lugar do Manchester no campeonato. A concorrência dentro do clube era forte, com Wayne Rooney e Van Nistelrooj à cabeça, o que fez com que ocupasse o banco em alguns jogos. No inicio da época passada, 2005/06, Sir Alex Ferguson preparou-o para substituir Roy Keane no eixo defensivo da equipa, fruto das suas características em comum com o irlandês – a raça, determinação e virilidade, assim como a disciplina táctica e recursos técnicos admiráveis. Contudo, isso quase não passou de um projecto, já que se lesionou com extrema gravidade num embate contra o Liverpool quando partiu o tornozelo (ver vídeo). Smith ainda jogou 21 jogos, com 1 golo marcado, mas a partir daí teve que abandonar a competição por longos e penosos meses. Após todo esse tempo de recuperação (mais rápida do que o previsto, mas ainda assim morosa), começou a jogar na equipa de reservas até estar a 100% e o seu regresso sucedeu há relativamente pouco tempo, em Setembro de 2006, frente ao Benfica, onde jogou 5 minutos. Entretanto, voltou a entrar como substituto nos jogos contra o Copenhaga e Lille, ambos a contar para a Liga Milionária, mas a partir daí retornou às reservas. O ressurgimento definitivo, deu-se no mês passado, Março de 2007, quando entrou aos 75 minutos num jogo contra o Lille, novamente. A partir daí, tem sido introduzido nos jogos aos poucos, para ir cimentando um lugar no onze titular. Ontem, na vitória por 2-0 contra o Sheffield United, foi titular e levou mesmo um cartão amarelo aos 29 minutos de jogo. Já havia sido titular contra a Roma para a Liga dos Campeões, quando conseguiram o apuramento para as meias-finais. Basicamente, depois um vastíssimo interregno, está a voltar aos poucos neste final de época, para, quem sabe, regressar em força no próximo ano e porventura conquistar um lugar na selecção nacional que o leve ao Europeu de 2008. Escusado será referir a fabulosa temporada que está a fazer o Manchester United (muito por culpa do jogador mais bem pago do mundo, Ronaldo), com as meias-finais da Liga dos Campeões garantida, a final da Taça da Liga garantida e o 1º lugar no campeonato. É quase certo que irá aumentar o seu palmarés esta época. Veremos o que o futuro reserva a este jovem mas experiente jogador, se conseguirá ou não impor-se na selecção e no clube, porque qualidade e mentalidade não lhe falta!
VÍDEO DO JOGADOR
QUESTÕES SOBRE O JOGADOR
O que acham dos jogadores que, como Smith, trocam uma equipa por uma rival?
Alan Smith joga melhor na sua posição natural – avançado, ou como médio defensivo?
Estará para breve a sua afirmação definitiva na selecção nacional? O que lhe falta?
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