Local: Estádio dos Barreiros, no Funchal
Árbitro: Paulo Costa (Porto)
Espectadores: Cerca de 3 mil
A forte chuva que caiu sobre a cidade do Funchal, ontem à tarde, afastou muita gente do Estádio e dificultou aquilo que poderia ter sido um bom espectáculo.
Nos Barreiros, onde havia muita expectativa para ver este Marítimo pós Ulisses Morais, os verde-rubros apresentaram um onze diferente do habitual: com Zé Gomes a lateral-direito e Briguel no outro flanco da defesa, no lugar que é habitualmente ocupado por Evaldo, que nem sequer foi convocado pelo treinador interino, João Abel.
Por volta das 16 horas, Paulo Costa apitou para o início da partida com a Naval entrar ligeiramente melhor no jogo. Aos poucos as duas equipas encaixaram-se uma na outra e, aos 12 minutos, sem fazer muito por isso, contudo, Gregory, após um canto marcado por Olberdam, inaugura o marcador.
O golo deu alento aos maritimistas, que controlavam o jogo, desconcentrou os figueirenses, e por volta da meia-hora de jogo um grande momento de futebol, com o remate de Olberdam, do meio da rua, à barra – esteve à vista o segundo golo insular.
Aos 36 minutos o caso do jogo: Nei agarra-se a Arvid Smit e, logo a seguir, joga-se para ao chão; Paulo Costa, que estava de costa para o lance e não consultou nenhum dos seus auxiliares, deixa-se levar pela fita do brasileiro e expulsa, injustamente, o holandês. Os público no estádio estava incrédulo… Minutos depois, outro lance polémico em que Briguel parece ter sido agredido.
Com mais um homem em campo, a Naval começa a impor-se no jogo, ganha a batalha do meio-campo e causa calafrios à nervosa defesa verde-rubra, chegando inclusive a marcar um golo, antes do descanso, que é anulado por fora de jogo.
Assim, chega-se ao intervalo…
Para a segunda parte, de modo a reforçar o miolo, João Abel retira Lipatin para entrar Wênio. O meio-campo mostrou-se mais coeso, porém a equipa do Marítimo jogava atrás da linha da bola.
A chuva não parava e o relvado tornou-se numa autêntica piscina. Todavia, os artistas da bola mostraram que sabem nadar, lutando até ao fim. Aos 52 minutos, Nei introduz a bola na baliza de Marcos, mas a equipa de arbitragem anula o lance por pretenso fora de jogo.
A bola continuava a rolar, a chuva não parava, os jogadores nadavam, a Naval ia à procura do prejuízo e Marcos adiava o golo do empate. O Marítimo praticamente não existia no ataque, apenas Douglas, no seu estilo muito voluntarioso, tentava sozinho combater a defesa verde e branca. Com a saída deste, o Marítimo perdeu a pouca dinâmica atacante que ainda tinha.
Aos 75 minutos, China tem uma entrada muito violenta sobre Marcinho e vai para os balneários mais cedo. Este acontecimento, no entanto, não retirou a vontade aos pupilos de Mariano Barreto, que ao minuto 83, por intermédio de Pimenta, restabelece a igualdade e, por conseguinte, a justiça no jogo.
Assim, a equipa da Figueira da Foz conseguia garantir um ponto e os madeirenses, incrédulos com esta triste sina, pouco fizeram para alterar o rumo dos acontecimentos nos últimos minutos que restavam.
MELHOR JOGADOR DO MARÍTIMO
Olberdam: Já fez jogos muito melhores, é certo, mas mesmo assim foi um dos mais combativos e inconformados. Aos 25 minutos, quase se estreava a marcar nesta época, contudo a barra negou-lhe o sabor do golo. Após a expulsão de Arvid Smit, esteve algumas dificuldades em suster as jogadas de ataque do adversário
MELHOR JOGADOR DA NAVAL
Mário Sérgio: seguro a defender e um importante apoio no ataque da sua equipa
ARBITRAGEM
Abril-águas-mil-arbitragem-zero… É verdade que o estado do tempo e as condições do relvado não ajudaram muito a equipa de arbitragem. Isso não é desculpa, todavia, para os erros grosseiros de Paulo Costa. Logo aos sete minutos há um lance muito duvidoso na área maritimista, em que Briguel parece jogar a bola com a mão. Aos 36 foi a ridícula expulsão de Arvid Smit. Na segunda-parte ficam muitas dúvidas no golo anulado a Nei. Por fim, ficaram faltas por assinalar e outras mal assinaladas.
ASPECTOS POSITIVOS
• a entrega dos jogadores de ambas as equipas perante as condições climatéricas adversas e o consequente estado do relvado
• a remate de Olberdam à barra
• a determinação da Naval na procura do empate
ASPECTOS NEGATIVOS
• as condições climatéricas adversas
• a arbitragem
• o facto de o Marítimo ter jogado atrás da linha da bola toda a segunda parte
• a triste sina verde-rubra de sofrer golos nos últimos minutos
• Uefa? Talvez para o ano…
CONCLUSÃO
Com o relvado dos Barreiros transformado numa autêntica piscina, o Marítimo deixou-se, novamente, atrasar na luta por um lugar europeu. Embora, desta feita, tenha muito que reclamar da equipa arbitragem, nomeadamente devido à expulsão de Arvid, que assim, por coincidência, fica de fora dos dois próximos encontros, ante o Sporting e o Benfica, respectivamente.
A Naval, por sua vez, com uma equipa aguerrida e um treinador muito perpicaz, já cumpriu o objectivo para esta época, que era a manutenção.
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