Nome: Eidur Gudjohnsen
Data de Nascimento: 15/09/1978 (28 anos)
Clube: FC Barcelona
Nº da Camisola: 7
Posição: Avançado
Altura: 1,85 metros
Peso: 82 kg
Naturalidade: Reykjavik – Islândia
Palmarés:
- 1 Taça Holandesa (1996)
- 1 SuperTaça Holandesa (1996)
- 1 Campeoanto Holandês (1997)
- 2 Community Shield (2000 e 2005)
- 1 Taça da Liga Inglesa (2005)
- 2 Campeonatos Ingleses (2005 e 2006)
- 1 SuperTaça Espanhola (2006)
- Melhor Jovem Jogador da Islândia (1994)
- Melhor Jogador da Islândia (2004 e 2005)
Eidur Gudjohnsen é aquilo a que podemos chamar todo-o-terreno atacante. Este futebolista nasceu num país sem grande expressão futebolística mas o seu talento é mais que muito e consegue equiparar-se a muitos jogadores de nações tradicionalmente dadas ao futebol. Considero-o, acima de tudo, um jogador imensamente útil devido à sua elasticidade táctica, pois é alguém que consegue adaptar-se a vários sistemas tácticos devido a uma versatilidade algo incomum: pode jogar como médio ofensivo, como segundo avançado, como ponta-de-lança e descai muitas vezes para as faixas actuando como avançado descaído ou até extremo. É claramente destro mas “desenrasca-se” com o pé esquerdo, algo que o ajuda quando actua mais sobre a esquerda. Gudjohnsen tem na finalização um dos seus principais trunfos. É nórdico, logo, e quase necessariamente, forte fisicamente, e faz-se valer disso no terreno de jogo, pois ter 82 kg e 1,85 metros não é para todos. Assim sendo, consegue cabecear com relativa facilidade e tem uma presença física muito grande, impõe respeito aos centrais. Tendo em conta a sua altura e peso, é mais ou menos rápido e ágil. Poder-se-ia pensar, segundo esta descrição, que o islandês é um jogador “bruto” e que apenas se destaca pelo seu porte atlético, mas tal não acontece, é um avançado muito perspicaz e culto tacticamente: posiciona-se bem, desmarca-se com esperteza e a concentração com que executa todos os movimentos confere-lhe a possibilidade de render bastante. Outra das suas grandes armas é a qualidade de passe, não só a nível técnico mas também táctico, porque o utiliza com inteligência. Aos 28 anos, a experiência é algo importante e sabe quando e como proceder em quase todas as alturas, mas uma coisa é certa, Gudjohnsen nunca deixa de lutar e de imprimir determinação ao seu jogo. Pessoalmente, aprecio a sua capacidade de aliar a técnica à táctica com mestria (joga simples quando tem que jogar simples e adorna o futebol quando deve, só) e gosto da forma como se consegue movimentar de modo a conseguir atirar à baliza e da forma como, tão simplesmente, ganha espaços e vê o jogo. A sua versatilidade e o corpo majestoso são as suas principais características e usa o físico, o intelecto, a sagacidade e a capacidade técnica (bem interessante, diga-se) para finalizar friamente como é seu hábito. Além disso, a concentração e a determinação com que disputa os desafios é louvável e pode considerar-se que o jogador do Barcelona é muito trabalhador e bravo (não é por acaso que Mourinho apreciava tanto as suas qualidades).
Gudjohnsen nasceu em Reykjavik, a capital da Islândia, um país com uma tradição futebolística pequena e sem preponderância a nível europeu e muito menos mundial. O seu primeiro clube como profissional foi o Valur, um dos principais do seu país e que tem na sua vitrina 19 campeonatos e 9 taças da Islândia, apesar de já não ser campeão há 20 anos. Eidur começou a sua carreira na Bélgica, nos escalões de formação, mas como sénior iniciou-se na temporada 1994/95, quando tinha apenas 17 anos. Apesar de tão tenra idade, tornou-se um dos maiores diamantes do seu país e, no campeonato, marcou 7 golos em 17 jogos. Acredito, apesar de não ter esses dados, que desses 17 jogos, muitos fossem como suplente utilizado, o que não deixa de patentear uma grande veia finalizadora. Seguiu-se uma passagem pela Holanda, perita no lançamento de jovens, numa grande equipa – o PSV. Logo na primeira época jogou por 13 vezes e ainda marcou 3 golos. Nesse ano, fez história ao substituir o pai, também ele jogador de futebol, num Estónia vs Islândia, onde fez a sua estreia com a camisola nacional. Uma lesão no tornozelo e uma tendinite fizeram com que o seu futuro estivesse em risco e durante 1996/97 não jogou no PSV tendo retornado ao seu país para representar outro grande de Reykjavik, desta feita o KR, onde esteve praticamente parado, actuando somente em 6 partidas sem marcar um único golo.
Contudo, os responsáveis pelo Bolton Wanderers tiveram fé no seu valor e decidiram contratá-lo. Gudjohnsen provou que tinha efectivamente valor e que, apesar da lesão grave que podia ter comprometido uma carreira, estava em Inglaterra, no melhor campeonato do mundo, disposto a mostrar a si próprio e aos outros as suas qualidades. Primeira época, 5 golos em 14 jogos, algo muito razoável para um miúdo de 20 anos que se estreia num campeonato tão competitivo. Na segunda época tornou-se imprescindível e a prova disso é que fez 41 jogos em 1999/00, com uma boa marca de golos: 13, e uma preciosa ajuda no que à chegada das meias-finais em ambas as Taças (de Inglaterra e da Liga Inglesa) diz respeito. 6 milhões de euros, foi quando os Blues pagaram aos Trotters pelo passe do avançado. No Chelsea, tornou-se um grande jogador, ainda melhor, e a sua presença na selecção é mais do que certa desde então. Em 2000/01, “Guddy” fez companhia na dianteira a Tore André Flo, Jimmy Hasselbaink ou o mítico Gianfranco Zola, grandes jogadores. Na primeira época, 10 golos em 30 jogos, começando com um 6º lugar no campeonato e uma ténue passagem pela Taça UEFA. Em 2001/02, no mesmo número de partidas, subiu o número de golos para 14 no campeonato onde ficou novamente em 6º e marcou 3 golos em 3 jogos nas competições europeias. Em 2002/03 as coisas melhoraram no capítulo individual e colectivo, pois o Chelsea ficou em 4º lugar e Gudjohnsen jogou 35 jogos, algo que nunca tinha jogado numa só época, e quase bateu o seu recorde de golos: voltou a marcar uma dezena deles. Porém, este ano ficou manchado pela sua admissão pública do vício do jogo que, felizmente para ele, já perdeu. Na altura gastou cerca de 600 mil euros, em apenas 5 meses, em casinos. Em 2003/04 o Chelsea foi vice-campeão inglês, mas as coisas não correram de feição ao avançado islandês que jogou só 26 jogos e marcou só 6 golos. Em 2004/05, quando jogava contra o Blackburn, marcou o primeiro hat-trick da sua carreira. Marcou 12 golos e jogou em 38 jogos.
Com a chegada de Mourinho, já no ano anterior, foram-lhes descobertas novas virtudes e passou a jogar mais recuado. Foi mesmo no ano passado que começou a jogar mais recuado e isso reflectiu-se no número de golos, 2, e a forte concorrência levou-o a só actuar em 26 jogos. Na Liga dos Campeões não marcou golos, tendo participado em 6 desafios, ao contrário do que havia sucedido nas edições anteriores em que tinha revelado grande categoria. Talvez isto tenha feito Gudjohnsen ficar descontente e optar por seguir para Barcelona por quase 12 milhões de euros, de modo a substituir Larsson e a ser uma alternativa válida ao lesionado Eto’o. Participou em 13 dos 16 jogos já efectuados pelo Barça e entra quase sempre de início para ceder o lugar na 2ª metade, muitas vezes ao espanhol Ezquerro. Na selecção, é já o melhor marcador da história das selecções (ainda não é trintão!...) com 17 golos, os mesmos que Ríkhardur Jónsson. Porém, este último só precisou de 33 jogos para obter esse número de tentos, ao passo que o nosso homem de hoje já vestiu a camisola islandesa por 41 ocasiões. O actual capitão da Islândia é, provavelmente, o melhor jogador da história futebolística desta nação. Aos 28 anos, tem um palmarés invejável, já jogou em vários campeonatos, tem bons registos de golos marcados e é um dos melhores avançados todo-o-terreno que existem no futebol actual... Ficará nos Campeões Europeus até tarde? Conseguirá operar um milagre e levar a Islândia a um Europeu ou Mundial? Veremos...
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