O segundo jogo de Portugal neste Mundial de sub-20 foi o primeiro grande teste da selecção portuguesa nesta competição e acabou por se saldar numa inglória derrota por 2-1 frente ao México, um resultado que acabou por ser injusto face ao futebol apresentado por ambas as equipas.
Tratou-se de um jogo intenso, entre duas equipas que gostam de ter a bola no pé e comandar as operações. Daí não se estranhar um equilíbrio notável na posse de bola e uma partida bastante equilibrada.
Na primeira parte o jogo iniciou-se com Portugal parecendo querer ser "mandão", com dois ou três bons apontamentos de Bruno Gama sobre o lado direito a entusiasmar os emigrantes portugueses que mais uma vez acorreram em bom número e deram um incansável apoio à equipa de todos nós.
No entanto os mexicanos logo ripostaram através da sua grande vedeta Giovanni dos Santos que em duas ou três jogadas magistrais colocou em água a defensiva portuguesa. A melhor oportunidade desta primeira parte é mesmo dos mexicanos, mal concluída por Cuellar, após jogada brilhante de Dos Santos pelo lado esquerdo, passando por dois defesas nacionais.
A selecção portuguesa respondia sempre a preceito, por intermédio de Fábio Coentrão e Bruno Gama, os dois fantasistas da equipa portuguesa e que tentavam sempre servir o esforçado ponta de lança Zequinha. O intervalo chegou com um justo empate a zero bolas.
A segunda parte inicia-se praticamente com uma grande penalidade bastante duvidosa a favorecer o México por eventual falta de Paulo Renato na área restritiva. Ficaram-me bastantes dúvidas, mas o árbitro é quem manda e Dos Santos acabou por concretizar o castigo máximo e inaugurar o marcador. Portugal reagiu bastante bem e nos 5 minutos seguintes podia ter igualado a partida com dois bons lances de ataque protagonizados por Fábio Coentrão. Apesar de mais uma boa exibição, o extremo benfiquista terá que moderar o seu individualismo, sob pena de não conseguir vingar no futebol "adulto".
Aos 56 minutos o México marca um segundo golo, bem anulado, visto que Moreno tenta ludibriar o árbitro e apontar um golo com a mão. Era Portugal quem tomava então conta do jogo e os mexicanos apenas assustavam a defensiva portuguesa em rápidos contra ataques, conduzidos normalmente por Vela ou Dos Santos, nitidamente os dois melhores jogadores da equipa.
Lá atrás, o esteio da equipa mexicana era o seu guarda-redes Blanco, que fez uma exibição notável e ia obstando ao golo português. A entrada de Guedes para o lugar do apagado Pereirinha ainda intensificou mais a pressão portuguesa, com o avançado do Penafiel a ter dois excelentes apontamentos, um pontapé de bicicleta que saiu pouco acima da barra e um cabeceamento para grande defesa de Blanco.
Apesar deste domínio português, aos 65 minutos o México acabaria por chegar ao 2-0 por Barrera, que havia entrado há dois minutos, num lance em que a apatia da equipa portuguesa foi quase geral, deixando que os mexicanos fossem trocando a bola facilmente no último terço de terreno, até à concretização final. O México tinha na mão a vitória.
A partir daí os jogadores portugueses bem continuaram a tentar diminuir a vantagem, tiveram várias oportunidades, a maioria das quais o guarda redes Blanco se opôs com notável categoria. E em contra ataque os mexicanos lançavam o pânico na selecção nacional. Aos 87 minutos viria o golo da selecção portuguesa, num grande pontapé livre apontado por Antunes, embora Blanco pudesse ter feito melhor. Mas face à violência do remate, não seria certamente fácil a sua intervenção.
O resultado na minha opinião foi injusto, Portugal merecia o empate neste jogo frente ao México e os aztecas foram para mim uma desilusão em termos de espectacularidade do seu futebol. Na selecção portuguesa gostaria de destacar as boas exibições de Fábio Coentrão e Guedes e a decepção Pereirinha. Nos mexicanos, Dos Santos e Blanco foram sem dúvida os melhores.
No próximo Domingo a selecção portuguesa necessita de um empate para se apurar para os oitavos de final da prova, objectivo que está perfeitamente ao alcance dos comandados por José Couceiro.
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