quarta-feira, julho 18, 2007

Pré-Época: Genk 1 - 0 FC Porto

Local: Genk
Estádio: Fenix Stadium
Assistência: 30.000 espectadores
Árbitro: Um senhor demasiado belga

KRC Genk – Bolat, Cornelis, Vrancken, Mikulic, Matoukou, Caillet, Vossen, Alex, Soetaers, Barda, Ljubojevic.
Treinador: Hugo Broos

FC Porto – Nuno; Fernando, Bruno Alves, Pedro Emanuel e Lino; Raul Meireles, Paulo Assunção, Kazmierczak e Jorginho; Ricardo Quaresma e Adriano.
Treinador: Jesualdo Ferreira

O Futebol Clube do Porto apresentou-se hoje em Genk para defrontar o clube local, vice-campeão belga. Tratava-se do jogo de apresentação aos sócios do Genk e a casa estava composta o suficiente para prometer um jogo de pré-temporada bem disputado.

Com Helton ainda de “ressaca” da Copa América, foi Nuno que tomou o lugar na baliza e um quarteto defensivo renovado, composto por Bruno Alves e o regressado Pedro Emanuel no centro e duas aquisições nas laterais, o adaptado Fernando e Lino. O meio-campo, esse, contou com a presença de Paulo Assunção, Raúl Meireles e Kaz. Jorginho oscilou entre o meio-campo e o ataque, tentanto construir jogo. Na frente, Quaresma ia ajudando o avançado Adriano.

O jogo decorreu num ritmo médio/baixo, comum na pré-época, o suficiente para começar a dar algumas indicações aos adeptos azuis e brancos. O árbitro não deu grande ajuda ao espectáculo, tendo um critério ridículo, absurdo e dualista. Belga e basta. Desde grandes penalidades por assinalar, cartões por mostrar, foras-de-jogo mal tirados… Enfim, horrível. O ambiente azedou e o futebol pareceu voltar aos seus primórdios – o rugby. Bruno Alves, pouco depois da meia hora, foi mesmo expulso por se ter deixado levar numa atmosfera de dureza e virilidade. Um jogador atirou-se com violência para cima dele e o jovem central deu-lhe uma cotovelada enquanto se levantava. Bruto, infantil, irresponsável, irrflectido… Esteve mal.

Houve bastantes oportunidades de parte a parte mas o único golo marcado durante os primeiros quarenta e cinco minutos foi obtido pelo israelita Elyaniv Barda após falha clamorosa de Pedro Emanuel.

Quaresma foi sempre o jogador mais perigoso, com remates perigosos, passes soberbos e pormenores técnicos deliciosos, mesmo ao jeito do Mustang. Depois de Pepe, Anderson e muito provavelmente Lucho Gonzaléz não queria por nada que o Harry Potter do Dragão fosse vendido. É um regalo para os olhos ver executantes como Ricardo Quaresma.
Para além do número 7 portista, poucos foram os que se destacaram. Nuno esteve seguríssimo entre os postes. Fernando foi adaptado a lateral direito com muito sucesso nos processos defensivos mas sem grande destaque nos lances atacantes, exactamente ao contrário de Lino, na esquerda. Pedro Emanuel esteve algo inseguro e teve uma falha risível no golo dos belgas, demonstrando que ainda tem algum trabalho para apanhar os colegas após um ano de inactividade. Bruno Alves, antes da expulsão, não teve grande oportunidade para se mostrar. No meio-campo, o polaco Kazmierczak esteve muito vagaroso, sem grandes notas pela positiva. Raul Meireles esteve um pouco melhor. Melhor, mesmo, esteve, quanto a mim, Jorginho. Jogou simples, tentou imprimir um ritmo um pouco mais elevado e deu uso à sua razoável capacidade técnica e de passe. Gostei. De Quaresma já falei e talvez fosse melhor passar Adriano à frente: teve duas ou três falhas absolutamente escandalosas. Compreensível, dada a altura da época em que nos situamos.

Veio o intervalo e a equipa mudou. Vimos uma segunda parte menos empolgante, mais lenta, com o domínio a ser dividido por ambas as equipas, ainda que o Porto mais solto em busca da igualdade. As melhores oportunidades pertenceram aos adversários portistas mas nem por isso o domínio posicional e da posse de bola reverteram em favor dos belgas.


Para o lugar de Paulo Assunção entrou Bolatti, Marek Cech substituiu Lino, Luís Aguiar, bom de bola, fez as vezes de Jorginho e perdemos um elemento no miolo, tendo João Paulo rendido Raúl Meireles, de modo a continuarmos com um quarteto a defender. A equipa, ao contrário do que seria de esperar, jogou mais desinibida, com um entrosamento bastante razoável entre jogadores que se conhecem há pouco mais do que uma semana. Nota de destaque para o médio Fernando que foi adaptado a defesa direito e, apesar de não se ter envolvido muito no ataque, esteve impecável a defender. Uma agradabilíssima surpresa! Bolatti esteve um pouco preso, ainda que a mostrar qualidade de passe. Necessita de mais tempo com os novos colegas para render, penso eu. Quanto a Luís Aguiar, mostrou capacidades só que é ainda demasiado cedo para juízos de valor. Boa técnica, algo temperamental e habituado ao futebol sul-americano, foi o que deu para perceber dos 45 minutos de fez.

Jesualdo Ferreira foi fazendo aquilo que lhe competia – rodou a equipaPostiga, Edgar e Tarik ainda tiveram oportunidade de dar algumas indicações ao técnico portista. Postiga, algo trapalhão, tentou mostrar serviço, um pouco à imagem de Tarik que, continuo a achar, dava um bom suplente para as alas porque tem uns pés jeitosos. A respeito de Edgar não deu para ver nada…

Foi um jogo típico de pré-época, manchado pelos conflitos verificados vezes sem conta dentro do terreno de jogo, muitas discussões, insultos, ânimos exaltados e uma expulsão. De resto, a arbitragem foi mais do que pobrezinha e valeram os rasgos de Quaresma para dar alguma graça a um jogo que foi pouco mais do que medíocre. E assim termina o estágio portista.

MELHOR EM CAMPO

Ricardo Quaresma. Penso que não há grande contestação. Nuno esteve bem, Fernando deu grandes indicações numa posição que nem era a sua, Jorginho, Bolatti e Aguiar deixaram algumas notas positivas, porém a grande figura foi o mágico Quaresma. Todo o jogo ofensivo passa pelos seus pés, cria perigo, constrói jogadas individuais e colectivas, mexe e faz mexer. Um génio. Parece decidido a calar muita gente e não parece estar triste por não sair. Rivais, preparem-se, o foguete para a próxima época parece estar prestes a descolar. 3, 2, 1…

ARBITRAGEM

Por onde hei-de começar? Incrível, este árbitro. Não conseguiu disfarçar a sua nacionalidade e beneficiou sobremaneira o Genk. Duas grandes penalidades por assinalar, faltas (inclusivamente merecedoras de cartão) em claro, cartolinas por mostrar. Uma pequena vergonha. Ajudou a baixar o nível do espectáculo e contribuiu visivelmente para o péssimo ambiente que se gerou de parte a parte. Eu, que até prefiro deixar de lado comentários sobre os árbitros, não sou capaz de me calar perante a actuação do senhor do apito de hoje. A certa altura, a mim, pessoalmente, irritou-me ver este jogo tais eram as injustiças cometidas pelo árbitro. Bom… Já passou e não contava para nada!

POSITIVO DO JOGO

+ Exibições mais de alguns jogadores como Fernando, Nuno e principalmente Quaresma.
+ Este jogo contribuiu para dar mais entrosamento à formação azul e branca.

NEGATIVO DO JOGO

- A péssima arbitragem.
- A atmosfera austera que se criou e as animosidades que se registaram.
- A expulsão de Bruno Alves, que retirou espaço de manobra a Jesualdo Ferreira e deu uma muito má imagem, sendo ele um dos capitães para a próxima época caso se concretize o abandono de Lucho.
- O resultado, claramente negativo.

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