Portugal despediu-se ingloriamente do Mundial de sub-20 com uma derrota lisonjeira por 1-0 frente à bem organizada equipa do Chile e mais uma vez demonstrou mau perder na hora da derrota.
Mau demais para ser verdade. É a conclusão que se pode tirar desta última participação da selecção portuguesa no Mundial de sub-20 a decorrer no Canadá. Péssima exibição em termos de futebol e mais do que isso um péssimo mau perder no final da partida. A acrescer a tudo isto a frase final de Couceiro no comentário à derrota. Mas vamos por partes.
Portugal apresentou um esquema um pouco diferente do habitual, jogando num 4-4-2 com Fábio Coentrão a fazer dupla com Zequinha na frente de ataque e com Fabio Felicio a substituir o lesionado e capitão da equipa, Bruno Gama.
O que se passou em campo, principalmente na 1ª parte, foi mau demais, para um país que se habituou a proporcionar ao mundo do futebol equipas competitivas e com mentalidade vencedora. Conseguimos passar toda a primeira parte a despejar bolas para a frente, à boa maneira de uma selecção tipo Nova Zelândia, não criando perigo absolutamente nenhum... O Chile, por seu lado, praticou um futebol bem organizado, colectivo, assente no seu melhor jogador, Alexis Sanchez, colocando em apuros vários vezes o guardião Rui Patrício.
Deve-se precisamente ao jovem guarda redes do Sporting o resultado lisonjeiro que Portugal conseguiu. Foi ele que ia conseguindo suster os lances de bastante perigo criados pelo ataque chileno, efectuando uma mão cheia de boas defesas.
Quanto ao resto da equipa, o ataque andava perdido (não lhes chegavam as bolas), o meio campo não pressionava e a defesa ia fazendo o que podia e com imensas falhas.
Sendo assim, não foi de estranhar o golo chileno, quase no final da 1ª parte, na sequência de um livre. Isla coloca a bola na área e Arturo Vidal remata para o fundo da baliza, após a não intercepção da bola por parte da defensiva portuguesa.
Na segunda parte José Couceiro tira Pelé e faz entrar Zezinando. A equipa melhora um pouco mas continua a jogar "sem balizas". No entanto, a lesão de Alexis Sanchez, o melhor jogador chileno, também acaba por piorar o futebol praticado pela selecção sul-americana, mas mesma assim continuam a ser, em contra-ataque, a equipa com mais oportunidades. Um exemplo disso foi um remate de Isla a rasar o poste direito da baliza de Rui Patrício. A equipa chilena ia controlando o jogo a seu bel-prazer.
Só quem não estivesse a ver o jogo pensaria que o resultado de 1-0 para o Chile era perigoso para os chilenos. Estávamos a chegar ao final da partida e então o impensável (ou não) aconteceu. Depois de uma entrada perigosa de um jogador chileno sobre Fábio Coentrão, Mano perde a cabeça e vai tirar de esforço ao defesa contrário agredindo-o. Naturalmente o árbitro pega no cartão vermelho para mostrar ao lateral direito português. E Zequinha, provavelmente a tentar fazer-se a um qualquer casting para uma série cómica tem um dos momentos mais hilariantes que eu já vi no futebol: Rouba o cartão vermelho ao árbitro da sua mão!... Escusado será dizer que o árbitro Malaio de seguida volta a pegar no dito cartão e expulsa também o avançado de Portugal. Demonstrámos mais uma vez um mau perder gritante e fizemos o contrário do que o presidente da FPF havia pedido antes da competição: Fair-Play! Lamentável!
Por fim, queria deixar aqui as palavras de José Couceiro no final da partida: "A primeira parte é muito má, mas no segundo tempo fizemos tremer o Chile!"
Fizeram tremer o Chile?... Sou tentado a dizer que ou o fizeram tremer de sono ou de frio, porque Portugal nem os conseguiu fazer aquecer. Chegou a hora deste senhor meter a violinha no saco e deixar-nos em paz! Adeus Sr. José Couceiro!
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