quarta-feira, setembro 27, 2006

Champions League: Arsenal vs FC Porto

Estádio: Emirates Stadium
Assistência: 30.000
Árbitro:
Stefano Farina (Italiano)

O FC Porto partia para a segunda jornada da Champions League, com uma notícia desfavorável: o CSKA acabara de vencer o Hamburgo por 1-0.
Assim, tornava-se ,á priori, importante pontuar em Londres.

Jesualdo prometeu uma equipa fidedigna ao modelo que vinha sendo implementado e sobretudo uma equipa de ataque, procurando fazer recuar o Arsenal para linhas mais defensivas.
Contudo, o Porto apareceu em Londres completamente descaracterizado, apostando numa espécie de 4-4-2, com a inclusão de Ricardo Costa na lateral esquerda, fazendo subir Cech para a interior esquerda do meio campo.
O FC Porto apresentou-se então com um losango no meio campo, composto por Assunção, Lucho mais á direita, Cech mais á esquerda e Anderson como vértice ofensivo. Na frente Postiga mais fixo e Quaresma a “vaguear”.
O Arsenal, a jogar em casa, deixou de fora Adebayor apostando na velocidade e talento de Van Persie ao lado do terrível Henry. Hoyte apareceu como lateral esquerdo fazendo Gallas deslocar-se para o centro da defesa.


O arbitro apitou para o início da partida, e foi automaticamente notório o desconforto e o nervosismo do Porto em campo, com o Arsenal a pressionar alto e a jogar nas imediações da área Portista, gozando de imenso espaço para testar a meia distância.
Assim, não foi nenhuma surpresa quando aos 5 minutos o Arsenal chega ao golo. No entanto, este foi bem anulado, pois Cesc toca a bola para Eboué quando esta já tinha ultrapassado a linha final, boa decisão de Farina.

Chegávamos aos 10 minutos e só o Arsenal aparecia em campo.

Contudo, a equipa azul e branca tranquilizou-se um pouco, e começou a gerir melhor a posse de bola, apostando em pausar o jogo e trocar a bola com tranquilidade, quebrando a motivação inglesa.
Aos 14 minutos, num canto bem batido Bruno Alves desvia para a baliza, e o perigo finalmente rondou a baliza britânica.
A partir deste lance o jogo equilibra-se, inicia-se uma luta maior a meio campo e com transições ofensivas mais pensadas e estruturadas, parecia que o jogo chegaria empatado ao intervalo.

Mas nem tudo o que parece é, e num raide ofensivo do lateral direito Eboué, Cech é batido em velocidade, numa zona do campo que “teoricamente” seria de Ricardo Costa, e num cruzamento milimétrico Henry superioriza-se a Pepe e numa cabeçada fantástica põe os gunners em vantagem. Uma grande jogada de ataque dos ingleses, que já haviam ameaçado aos 30 minutos num lance protagonizado por Van Persie.
A estratégia ,montada por Jesualdo, desmoronava-se com este golo, pois se a inclusão de Ricardo Costa a lateral esquerdo e de Cech no meio campo seriam para parar o maior pendor ofensivo da ala direita do Arsenal, a verdade é que a jogada do golo é feita exactamente por essa ala, e grande parte do jogo ofensivo dos Gunners foi canalizado sobretudo pelo flanco direito.
Intervalo.

Para a 2ª parte, Jesualdo finalmente parecia querer voltar ao modelo que tão bons resultados vem dando no campeonato e retira Ricardo Costa e Postiga (2 exibições para esquecer) colocando Lisandro e Raul Meireles.
Contudo, mais 1 vez o técnico surpreende, pois faz recuar Cech para a lateral, colocando R. Meireles no meio campo, mas depois “inventa” colocando Lisandro sobre a esquerda e Anderson na frente de ataque Portista.

A equipa azul e branca ainda não estava totalmente reorganizada, quando os Gunners chegam ao 2º golo num remate cruzado de Hleb.
Gallas foi ao ataque criar desequilíbrios numéricos, criando o pânico na defesa Portista que foi “arrastada” para o centro da área..abrindo uma autentica cratera no lado direito do ataque londrino, onde apareceu Hleb para finalizar.

A partir do 2º golo, os Gunners começaram a gerir o resultado e o esforço, “entregando” a posse de bola aos Portistas, que no entanto, foram sempre incapazes de se superiorizar a um adversário que foi mais forte em todos os capítulos.
Passes longos sem qualquer tipo de eficácia, passes curtos e simples errados, falta de movimentação ofensiva e falta de inspiração, é assim que se pode resumir o jogo do Porto.

Antes do fim da partida, ainda houve tempo para mais uma “invenção” de Jesualdo, ao tirar Anderson, o mais inconformado dos azuis e brancos, para colocar Adriano.

Final da partida.
O Arsenal vence justamente e sem grande dificuldade um FC Porto desinspirado e sobretudo muito apagado.


Arbitragem:
Stefano Farina esteve sempre tranquilo e em bom plano.
Esteve bem nos lances capitais, não foi demasiadamente severo no capítulo disciplinar, e pouco se deu por ele.

Pontos Positivos:
O lance do primeiro golo do Arsenal é muito bom, com um fantástico cruzamento e uma sublime concretização.

As movimentações sem bolas dos jogadores londrinos. Todo a dinâmica ofensiva do Arsenal pareceu bastante mecanizada e muito inteligente.

Pontos Negativos
Jesualdo Ferreira esteve péssimo. Muito tenho elogiado o técnico Portista, mas desde cedo se percebeu que iria ser uma noite não do técnico.
Mostrou medo do Arsenal, ao alterar toda a filosofia que vinha trabalhando, não esteve bem nas substituições. Depois de toda uma semana a prometer um Porto igual a si mesmo, ofensivo e com vontade de ganhar, Jesualdo defraudou as expectativas. É caso para dizer: “ Não prometa aquilo que não consegue cumprir”.

Negativa também, a noite desinspirada de alguns dos melhores jogadores azuis e brancos. Quaresma esteve francamente mal, Lucho foi uma sombra de si mesmo, e Postiga nem se viu em campo.


Nota Final: O Porto sai vergado de Londres. Mérito para a equipa Londrina, mas demérito ,também, da equipa Portista e sobretudo do treinador azul e branco.
A campanha do FC Porto na Champions começa-se a complicar, e os dois jogos que se seguem frente ao Hamburgo serão de capital importância.

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