Estádio: D. Afonso Henriques
Assistência: 13.345 espectadores
Árbitro: Jorge Sousa
Adepta do Berço da Nação
As expectativas voltaram a ser as mesmas. Os adeptos voltaram a cumprir a sua parte. E o filme voltou a ser o mesmo. Desilusão e fantasmas do passado bem presentes de novo.
Falando do que interessa, o jogo, tivemos mais do mesmo.
O Vitória entrou em campo com novidades no onze, nomeadamente Franco, Geromel e Dembelé, a colmatarem as ausências de Vitor Moreno e Moreno expulsos no jogo anterior, e a tentar fazer o seu jogo, mas cedo se percebeu que o Penafiel veio a Guimarães com o objectivo de defender com quantos jogadores tinha em campo, marcar em contra-ataque e contar depois com a sorte. Com um pouquinho (?!) de anti-jogo pelo meio, conseguiu levar a melhor, contra um Vitória que apesar de todas estas contrariedades, não conseguiu mostrar o futebol superior que tem de mostrar.
Na primeira parte, o nulo no marcador justificava-se plenamente. O Vitória não conseguia partir do seu meio-campo para o ataque, e a pressão sufocante dos homens do Penafiel sobre os homens fortes do Vitória estava a resultar em pleno. Flávio Meireles e Otácilio completamente sufocados não conseguiam colocar a bola nos seus atacantes e quando conseguiam, Ghilas e Brasília, os criativos do Vitória, sofriam o mesmo tipo de pressão, nunca conseguindo colocar com grande precisão a bola em Fábio.
Mesmo assim, conseguiu ser a equipa mais perigosa do primeiro tempo, com algumas ocasiões para estrear o marcador, uma por Ghilas, outra por Nemouthé e ainda mais algumas tentativas de remates fortes por parte de Brasília. Nilson, raramente foi incomodado pelos jogadores do Penafiel, mas das vezes que teve de intervir, esteve à altura, contanto também com a preciosa ajuda de Geromel o único homem que teve uma boa prestação na primeira parte, ganhando todos os duelos que travou com os atacantes adversários.
Os adeptos não estavam satisfeitos e pediam muito mais à sua equipa, que mesmo com toda a pressão que sofria, podia fazer muito melhor. Os assobios começavam a sentir-se já no final destes primeiros 45'.
Na segunda parte, o filme mudou completamente. Logo nos minutos iniciais, o Vitória deu mostras de querer mudar o rumo aos acontecimentos e partiu ao ataque sem no entanto colher frutos. No entanto, ao minuto 16' e depois de uma perda de bola do meio campo vitoriano e com a defesa completamente subida, Clayton no seu regresso a Guimarães, parte sozinho para a baliza, Nilson ainda defende o primeiro remate mas o ex-vitoriano à segunda consegue mesmo marcar. Era a gota de àgua que fez esgotar a paciência dos exigentes adeptos vitorianos.
Assobios e mais assobios que no campo foram sentidos como pressão e traduzidos em intranquilidade. A partir daqui, os jogadores vimaranenses nunca mais se conseguiram encontrar, tentaram um futebol mais directo, mas a intranquilidade passada da bancada foi fatal para que a vontade de fazer rápido e bem se traduzisse em várias infantilidades e nervosismo na hora de alvejar a baliza contrária. Flávio teve o empate nos pés, mas um jogador do Penafiel colocado no sítio certo à hora certa, conseguiu evitar o golo vimaranense. Juntando a toda a pressão vinda da bancada a que estavam sujeitos, as provocações e anti-jogo do guarda-redes e vários outros jogadores do Penafiel, a missão de violar as redes contrárias por parte do Vitória, tornou-se quase impossivel aos jogadores vimaranenses.
Em suma, mais uma vez o Vitória não conseguiu impor o seu jogo contra uma equipa que se deslocou à Cidade-Berço com o único intuito de defender e matar o jogo com um golpe de sorte. Não justifica nada, e a paciência dos adeptos vitorianos começa a esgotar-se, mas a tarefa dos jogadores também não tem sido fácil. E não por falta de qualidade.
MELHOR JOGADOR
Geromel. Seguro, calmo e intransponivel. Juntou em si, todas estas caracteristicas que faltaram a muitos, ou quase todos, os seus colegas. O jovem central já consegue ser o "patrão" desta equipa. Foi o único que teve uma boa exibição e não concerteza que passou "impune" a todos os assobios que se ouviram no Estádio. Não merecia um final de jogo como aquele.
ARBITRAGEM
Nada a apontar a não ser o facto de o trio de arbitragem ter caído no anti-jogo do Penafiel e não ter punido o mesmo. Atrasos na reposição de bola, simulações de lesões, provocações, costumam ou deveriam costumar ter outro tipo de "tratamento".
PONTOS POSITIVOS
- O único que consigo encontrar é mais uma vez a moldura humana presente no Estádio D. Afonso Henriques, obra das gentes de Guimarães. Com todos os defeitos, contra todas as bocas de inveja, continuam a provar o porquê da sua diferença.
PONTOS NEGATIVOS
- O anti-jogo por parte dos jogadores do Penafiel. Inqualificável este tipo de atitudes.
- A incapacidade de resposta à altura, do Vitória ao tipo de jogo praticado pelo Penafiel.
- A intranquilidade passada pelos adeptos, para a equipa. Os fantasmas da época passada voltam, o medo também, a paciência começa a esgotar-se e a sensação do "já vi este filme" começa a incomodar demais esta gente que nem sempre consegue demostrar o seu desagrado da melhor maneira.
[Cláudia Bragança]
Adepto Rubro-Negro
Bela tarde de futebol em Guimarães, com muito público, a colorir um ambiente de festa, como deve ser. O Vitória, equipa superfavorita à subida de divisão defrontava um Penafiel que, não assumindo que é candidato, vai ser certamente uma das equipas que vai lutar pela subida esta época. Tem valores para isso, embora me pareça que a pouca experiência de alguns dos jogadores possa vir a ser factor decisivo daqui a uns meses.
O Vitória entrou pressionante sobre o Penafiel, controlando o jogo e tentando resolver a partida rapidamente, até por via da "pressão" que os seus adeptos, como habitualmente, fazem sobre a própria equipa e sobre os adversários. Assim sendo, os primeiros 15 minutos foram completamente controlados pelos vitorianos que tiveram duas ou três oportunidades para inaugurar o marcador mas sem sucesso.
Passado o primeiro quarto de hora, o Penafiel, muito bem comandado por Diego, um jovem de apenas 17 anos que promete dar que falar no futebol português, começou a acercar-se da baliza vitoriana. Primeiro pelo próprio Diego e depois com um remate perigoso de Clayton, os rubro-negros mostravam que não foram para Guimarães em passeio mas sim para pontuar. Quanto ao Vitória, começava a intranquilizar-se e a pressão do próprio público começava a virar-se contra a equipa, com alguns jogadores nitidamente nervosos, com perdas de bola e passes perfeitamente ridículos.
Na segunda parte, e continuando a ser bem organizado por Diego, e com o importante contributo de Ferreira, no meio campo, o Penafiel começou a soltar-se mais, a criar perigo, e a avisar a turma vitoriana, até porque a velocidade do ponta de lança Moreno, apanhado em fora de jogo duas ou três vezes ameaçava perigo. Foi então que aos 62 minutos, depois de um excelente passe de Ferreira a isolar Moreno, este endossa a bola a Clayton que na recarga a um primeiro remate defendido por Nilson, fuzila a baliza adversária para aquele que seria o único golo da partida. Resultado inteiramente justo até então para a equipa mais sólida e organizada em campo, que sabia o que estava a fazer em campo e que desnorteava completamente os vimaranenses.
Clima de tensão entre adeptos e equipa, bem como entre adeptos e Direcção vimaranense, com alguns impropérios para o presidente, Vítor Magalhães.
O Penafiel durante os seguinte 10/15 minutos, aproveitando e muito bem o desnorte do Vitória ainda conseguiu ter mais 2 ou 3 flagrantes oportunidades de golo, algumas delas infantilmente desperdiçavas, principalmente por Clayton.
Nos últimos 10 minutos da partida o Vitória partiu para cima do Penafiel, que recuou perigosamente, provocando muito anti jogo, e fazendo com que o Vitória por 2 vezes, e muito por inoperância dos seus avançados, tenha estado muito perto de igualar o encontro.
Melhor em campo
Diego, este jovem de apenas 17 anos, emprestado pelo Sporting de Braga ao Penafiel, é um excelente jogador e vai dar que falar. Com uma técnica notável foi ele que iniciou praticamente todos os lances de perigo da equipa penafidelense. Mais um excelente jogo deste jovem que pegou de estaca em Penafiel.
Arbitragem
Podia ter sido quase perfeita não fosse algum descontrolo no final da partida com o anti-jogo do Penafiel.
Pontos positivos:- A inteligência de jogo do Penafiel. Fantástica a postura da equipa, sempre concentrada, com muita solidez, e a saber muito bem o que queria. Bateu em duas semanas dois dos mais candidatos à subida (Rio Ave e Vitória) e desta forma a equipa tem que ser também colocada no lote dos candidatos à subida.
- O público vimaranense. É impressionante a festa que as gentes de Guimarães fazem de um jogo de futebol. Impressionante o apoio à equipa. Mais de 13.000 pessoas num jogo de futebol, a não ser nos estádios dos 3 grandes, só mesmo em Guimarães. Parabéns!...
Pontos Negativos:- O recuo excessivo do Penafiel nos últimos 10 minutos. O jogo estava perfeitamente controlado, a equipa a jogar com calma, a criar perigo, a segurar muito bem a bola, porquê tanto receio no final da partida? Bem sei que o resultado era fabuloso mas com mais calma podia-se ter sofrido muito menos.
- O Vitória. Penso que ou a equipa vitoriana começa a perceber que a Liga de Honra não vai ser um passeio ou está metida em maus lençóis. É óbvio que são os grandes favoritos, mas vão ter que o provar dentro de campo. E não é com o nível futebolístico que apresentaram...
[NSC]
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