Estádio: Estádio da Luz
Espectadores: 55.000
Arbitro: Frank De Bleekere
Benfica: Quim, Alcides, Luisão, Anderson e Léo, Petit, Katsouranis e Karagounis, Paulo Jorge, Simão e Nuno Gomes
Treinador: Fernando Santos Jogaram ainda: Nuno Assis, Miccoli e Mantorras
Manchester United: Van der Sar, Neville, Ferdinand, Vidic e Heinze, Carrick, O’Shea, Scholes e Cristiano Ronaldo, Saha e Rooney
Treinador: Alex Ferguson Jogaram ainda: Fletcher e Alan Smith
Mais uma noite de gala no Estádio da Luz, para acolher um jogo da Liga dos Campeões, mas desta feita as expectativas dos espectadores presentes saíram defraudadas.
O Benfica até entrou bem na partida, tendo dominado o jogo nos primeiros 45 minutos. Neste período, o Manchester United esteve surpreendentemente com os onze jogadores atrás da linha da bola, sempre na expectativa do contra-ataque encarnado e não raras vezes, nem sequer conseguia sair a jogar, tal era a pressão exercida pelos benfiquistas, ao jogador que transportava a bola.
Graças a essas recuperações, o Benfica foi criando algumas situações de embaraço para a defesa do United, que andou um pouco atordoada. Fernando Santos surpreendeu ao não usar Miccoli no lado direito do ataque, assim como também ao deixar Nelson no banco e Kikin Fonseca fora da convocatória.
Em certas alturas da primeira parte, quando a defesa inglesa estava mais à deriva, notava-se a falta do italiano, que com a sua rapidez poderia ter desequilibrado o encontro.
A melhor oportunidade do primeiro tempo, pertenceu por isso, ao Benfica que através de Nuno Gomes que surgiu isolado, rematou à entrada da área, com Van der Sar a desviar para canto. Estávamos já perto do intervalo e um golo nesta altura do desafio poderia ser crucial para o desfecho da partida. Mas o descanso chegou com o nulo a manter-se.
Pessoalmente, não gosto de Fernando Santos. Apesar de ter cara de mau em certas alturas dos jogos, o certo é que não assusta ninguém no terreno de jogo. Quando ao intervalo se pedia que Miccoli surgisse dos balneários, o certo é que entrou o mesmo onze.
A toada inicial da partida manteve-se, pois o Benfica conseguiu manter um certo ascendente, mas a realidade é que a qualidade de jogo é sempre a mesma. Se houvesse uma taça para a equipa que mais troca de bola fizer nos jogos, de certeza que o Benfica venceria o troféu.
Existe demasiada troca de bola no seio da equipa, o que limita a qualidade jogo de ofensivo, que é praticamente inexistente. A certa altura da partida, os jogadores encarnados pareciam cansados, pois fartaram-se de correr sem nada fazer, o que deixa ver que não há quem crie uma jogada de perigo, não existe um jogador imaginativo, que procure ganhar faltas à entrada da área, enfim, não há quem pegue no jogo.
Chega a ser desesperante ver o Benfica sair para o contra-ataque, chegar ao último terço do terreno e como que por falta de ideias, o jogo para, e começa então a troca de bola desesperante, que não leva a lado nenhum.
Ao contrario do Benfica os jogadores do Man. United foram mais pragmáticos. Apesar de não ter tido uma oportunidade de golo clara durante 60 minutos, o certo é que foi precisamente nesse minuto que chegou o golo. Em três toques a bola chegou da baliza de Van der Sar aos pés de Saha, que ao contrário dos jogadores do Benfica, resolveu sozinho, passando por Anderson e rematando cruzado para o fundo das redes de Quim.
Estava feito o único golo do jogo na primeira oportunidade flagrante de golo para os visitantes. A partir deste momento, Fernando Santos, que ia fazer entrar Nuno Assis, no momento do golo, começou a ver a vida a andar para trás.
E o Manchester, que já tinha equilibrado um pouco o jogo, chegou ser superior, criando por Saha mais um calafrio a Quim, antecipando-se a Luisão no centro da grande área. Fernando Santos fez entrar ainda Miccoli e Mantorras, já em desespero de causa, pois nem consegui perceber em que esquema é que o Benfica acabou a partida, mas o certo é que pouco frutíferas se revelaram estas substituições.
O United poderia ter chegado ainda ao segundo golo, quando faltavam já dois minutos para os 90, quando na marcação de um livre apontado por Heinze, Quim defendeu dois remates a queima-roupa, com toda a defesa a vê-lo jogar.
Primeiro esteve mal, pois defendeu o remate do argentino para a frente, onde surgiu Carrick, que tentou rematar cruzado, com Quim a obstaculizar e depois ainda conseguiu parar o remate de Smith, também ele na cara do guardião. Passados alguns minutos o jogo chegaria ao fim, com um enorme coro de assobios para o treinador e vários lenços brancos nas bancadas em sinal claro de que a vida do engenheiro na Luz, não se está a afigurar nada fácil.
O Melhor em campo
Há alguns jogadores que poderiam figurar nesta nomeação, mas acho justo considerar Quim como o melhor em campo, depois de o ver defender dois remates de golo certos, com a passividade da defesa encarnada como pano de fundo. Parece-me justo, até porque juntamente com Paulo Jorge, tem sido o melhor jogador encarnado até ao momento.
Tenho também que realçar a exibição do Cristiano Ronaldo, pois de facto, foi o único que esteve em grande nível, mesmo que por vezes andasse desaparecido do jogo. Os elogios de Ferguson antes do jogo assentaram que nem uma luva, e desta vez nem os assobios desconcentraram o jogador.
O Positivo do jogo
Não vejo muito de positivo nesta partida. O Benfica perdeu e fica em maus lençóis no grupo, tanto mais porque a próxima deslocação é a Escócia, para defrontar o sempre complicado Celtic de Glasgow. Mas posso destacar a atitude dos jogadores encarnados em termos disciplinares. Pelo menos ninguém foi expulso, o que é algo de novo nos jogos do Benfica deste início de temporada.
O Negativo do jogo
A derrota. Tem que ser considerado como o ponto mais negativo, de entre tantos que poderia nomear, como a falta de ideias do meio campo para a frente e a ausência de um criador de jogo, problema do Benfica de longa data. Esta derrota compromete o percurso encarnado nesta edição da Champions League e obriga desde já os encarnados a vencerem o jogo frente ao Celtic, pois o empate pode não chegar para somar o número de pontos necessários para seguir em frente.
O Benfica voltou a ser igual aos clubes portugueses de outras épocas em que eram superiores aos adversários teoricamente mais fortes, mas devido à falta de concretização dos lances de perigo criados, acabavam por perder os jogos.
O Árbitro
O árbitro belga esteve de uma maneira geral bem, tendo apenas um erro, induzido pelo se auxiliar, ao tirar um fora de jogo a Alcides, ainda no primeiro tempo, quando o jogador brasileiro estava claramente em jogo.
Em termos disciplinares, poderá ter perdoado a expulsão a Heinze, que devido ao número de faltas e aos protestos dirigidos ao juiz, justificava a expulsão.
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