Estádio: Alfredo Marques Augusto.
Assietência: 3000 pessoas.
Árbitro: Carlos Xistra.
Adepto do Olivais e Moscavide
Ontem era dia dos vimaraneses visitarem Lisboa, indo à zona do Oriente e Parque das Nações, defrontar o Olivais e Moscavide.
Mas que grande jogo de futebol, no Alfredo Marques Augusto, um hino ao futebol de ataque. Foi dos melhores jogos que eu já vi, de há muito tempo a esta parte. Sempre corrido, sempre com bola no chão e sempre o perigo a espreitar as duas balizas.
O tempo não estava muito convidativo, um céu plumbium, a prometer muita chuva, algumas figuras conhecidas como é normal nestes jogos, Abel ex-defesa lateral do Benfica e campeão de Juniores em Riade, na bancada, e Álvaro Magalhães, também presente mas na zona VIP. E ainda Jorge Jesus, Miguel Veloso, Nani, Yannick Djaló, Jean Paul...
Na entrada das equipas verifica-se que o equipamento do Olivais e Moscavide cada vez está pior, para quem fosse desprevenido pensaria que ía haver um jogo treino e que a equipa estava a utilizar coletes para o efeito.
As equipas prefilam-se com Carlos Xistra, como “apitador” desta partida.
Começa melhor o Vitória como lhe competia e Henrique dá o primeiro sinal de perigo, rematando para uma excelente estirada para canto de Néné.
Foi o mote para todo o jogo, os vimaranenses foram sempre mais afoitos no ataque epodiam ter chegado à vantagem várias vezes, por outro lado o Olivais ia defendendo como podia e na frente começava a fazer alguma mossa na defesa contrária.
Ainda na primeira parte, e por duas vezes, o Guarda-redes de Moscavide ía levando com dois golos de “bandeira”, devido a andar sempre perto da linha da àrea, o primeiro remate de Ghilas, ainda antes de meio campo passou um tudo nada por cima da barra e o outro de Geromel, já depois da linha intermédia, foi ligeiramente ao lado.
O jogo estava muito agradável de seguir apesar da chuva miudinha que presenteou o muito público.
No final da primeira parte, já no último minuto, a melhor jogada desta etape. Depois de uma sucessão de cantos para os lisboetas, e de alguma confusão na àrea, há um cruzamento remate de Laurindo que foi salvo em cima da linha, quando já se gritava golo.
Chegou o intervalo e a chuva mais insistentemente também. Que cessou quase por completo com 10 minutos da etape secundária.
A segunda parte começou da mesma maneira que acabou a primeira, jogo corrido de ambos os lados, e logo na primeira jogada do desafio, uma arrancada pela esquerda de Helio Roque, que tinha entrado ao intervalo, obriga Geromel a carga faltosa, do qual surge um livre em jeito de canto mais curto.
Do cruzamento, para a àrea, e numa molhada de cabeças, a bola, praticamente entra na baliza sem que se saiba bem que marcou, golo que foi atribuido a Celestino.
O Vitória reagiu e bem como lhe competia e não demorou muito a chegar ao empate, numa das muitas jogadas de insistência e depois de uma confusão, na àrea, entre os defesas e Henrique, um deles em vez de aliviar a bola chuta no ar, e Targino que estava em cima do lance rematou facilmente para golo, estava feito o empate.
O Olivais não esmoreceu com o golo. Foi a melhor parte da partida em que ambas as defesas muito periclitantes se davam ao luxo de permitir perigosos lances tanto numa como noutra baliza.
O Vitória procurava o golo “salvador” e o Olivais muito bem com a bola no solo a produzir jogadas de ataque perigosíssimas, principalmente pelo quarteto Falardo, Helio Roque, Celestino e Varela, que também entrou a meio do segundo tempo.
Qualquer equipa poderia ter marcado, o jogo estava frenético, mas o Olivais estava empolgado pelos falhanços que os vimaranenses iam dando no ataque, a defesa minhota também não estava nos melhores dias e vários lances não deram golo porque não calhou. Num deles Hélio Roque, depois de se desfazer do “seu” defesa cruzou rasteiro na àrea e Falardo, em esforço, chega atrasado por milimetros.
A meio desta etape, Moreno, com mais uma carga faltosa sobre Helio Roque, recebe o segundo amarelo e vai tomar banho mais cedo.
Adivinhava-se o golo, porque os minhotos não estavam nada bem atrás e em mais um lance, em que os lisboetas, invariavelmente, apareciam em vantagem numérica, Hélio Roque, na esquerda já na área, encontra Cléo, solto no coração da mesma e faz um passe rasteiro, que o avançado só tem de colocar longe do alcance de Nilson e estava feito o 2-1.
Os minhotos reagiam como podiam mas mais com o coração que com a cabeça e em nova, boa jogada do meio campo moscavidense, deixa Falardo isolado perante Nilson, mas este não teve pernas nem engenho para marcar o 3-1 que seria a estocada final.
Assim até ao fim o Vitória tentou o empate a todo o custo, com alguns cruzamentos e alguma fadiga evidente, que era bem aproveitada pelo Olivais para causar muito perigo.
O jogo acabava pouco depois com a vitória merecida do Olivais e Moscavide.
Melhor(es) em campo:
Hélio Roque e Filipe Falardo, que grande jogo destes dois miudos, a “cortarem” a defesa minhota “às postas”.
Arbitragem:
Carlos Xistra, sem muitas ondas deixou jogar, num jogo sem casos. Bem na expulsão de Moreno.
Notas positivas:
O jogo em si. Foi um dos melhores jogos a que já assisti, com duas equipas a jogarem ao ataque constantemente, sem muitas faltas, sem entradas violentas, penso até que a maca só entrou uma vez em campo e as assistencias a jogadores no conjunto, contam-se pelos dedos de uma mão, o que não é muito normal. Mais jogos destes, por favor.
As duas claques. Os Mosca Knights, iguais a eles próprios a incentivarem a equipa e a “picarem-se” saudávelmente com os White Angels que desta vez ficaram em frente aos M.K., o que deu aso a que a picardia fosse mais visivel e mais fácil.
Os White Angels a apoiar o Vitória SC e as picardias saudáveis com os MK quando foram espicaçados por estes e a mostrarem que são uma claque “grande” comparados com os de Moscavide.
Notas negativas:
Os jogadores minhotos entre eles, ou seja, por exemplo numa jogada logo no inicio do encontro, um jogador é lançado em corrida mas não chega à bola e ela sai pela linha, normalmente este olha para trás e agradece o passe, neste caso isso sucedeu com o Vitoria logo no inicio, mas o jogador vira-se para trás e manda o colega que lhe passou a bola para o car... Isto mostra que a equipa não está coesa, e que há problemas internamente.
A defesa do VSC é uma manta de retalhos, o meio campo é um passador, que não estanca as arrancadas contrárias e só pensa em atacar. O problema é que na frente não há gente com qualidade suficente para facturar e assim vão se perder muitos jogos.
Conclusão:
O Vitória ou acorda ou vai ter uma surpresa, este era um campo muito fácil e três pontos voaram, onde a equipa mediana do O.Moscavide, fácilmente poderia ter perdido, como aconteceu à duas semanas com o Trofense.
[ESTRELA]
Adepta Vitoriana
Confesso que para mim é um pouco difícil comentar este jogo com muita precisão porque não o vi. Tento guiar-me pelo que já li na imprensa e pelo resumo televisivo.
E como devem compreender, fica cada vez mais difícil comentar estes jogos sem escrever com o coração.
Se não fosse tão ridicula, esta situação até poderia ter a sua piada. O Vitória de Guimarães, chegou ao ridiculo de perder com o Olivais e Moscavide. Parecia impossível há alguns anos atrás jogar sequer na Liga de Honra, mas perder com o Olivais e Moscavide nem nos piores pesadelos poderia ter passado pela cabeça dos vitorianos.
O Vitória entrou em campo com muitas alterações no onze mas com a mesma atitude. Sem a superioridade que tem de apresentar, sem a vontade de ganhar que tem de apresentar. Pelo menos com essa vontade.
O futebol que se praticou ontem no campo do Olivais e Moscavide foi digno de um jogo das regionais. Primeira parte sem motivos de interesse por parte das duas equipas que sairam para o intervalo empatadas a zero.
Por esta altura já a paciência dos vitorianos não sobrava, mas logo no inicio da segunda parte esgotou-se de vez. O Olivais, aos 43', colocou-se em vantagem por Celestino e humilhou completamente os poucos vitorianos que seguiam o jogo nas bancadas e os milhares que estavam em Guimarães.
Norton de Matos já desesperava no banco e sem grandes alternativas coloca Targino em jogo. Aposta acertada. Ao minuto 54', na primeira vez em que tocou na bola, marca para o Vitória e repõe a igualdade.
Nova esperança para os homens de Guimarães que mais uma vez não tiveram a categoria e a vontade de levar de vencida uma formação que está a disputar pela primeira vez na sua história a Liga de Honra.
A esta altura, a situação já não era muito animadora, mas Moreno decidiu piora-la ainda mais. A jogar com o coração, vê o segundo amarelo e deixa a sua equipa a jogar com dez. Logo na altura em que os homens de branco procuravam marcar o golo que lhes desse a vantagem.
Ao minuto 75', Cleo, com a toda a defensiva do Vitória a assistir de camarote, coloca o marcador em 2-1 e instala a crise na Cidade-Berço.
A partir daqui, já mais ninguém teve força para remar contra a maré e o Olivais fez o que lhe competia. Assegurar a preciosa e mais do que merecida vitória. A primeira no campeonato. Contra o Vitória, claro. Começa a ser desesperante a situação deste clube e as explicações começam a ser insignificantes. Por mais que se queira tentar arranjar explicações, simplesmente não se encontram. É muito triste ver um clube com o Vitória nesta situação... Muito triste! As palavras já faltam...
MELHOR JOGADORQuando fizer esta parte da análise ao jogo do Vitória acho que vou mudar o título de "Melhor jogador" para "Jogador menos mau". Como já disse em cima, eu não vi o jogo por isso tento guiar-me pela imprensa, pelo que li e ouvi. Mais uma vez, só este miudo tem alguma capacidade dentro daquela equipa. É o único com classe e categoria para jogar onde joga. Infelizmente não pode fazer tudo. É o único que vai dando alguma segurança, e ontem provou isso mais uma vez.
ARBITRAGEM
Pelo que me pareceu, esteve em bom plano.
PONTOS POSITIVOS
- Apetece-me rir ao responder a isto. Sinceramente? Não encontro nenhum.
PONTOS NEGATIVOS
- São tantos que nunca mais acabava de escrever isto. Esta é a terceira derrota consecutiva do Vitória. Terceira. Perante este panorama, já não há muito mais a dizer. Alguma coisa tem de mudar rapidamente porque este não é um clube qualquer e parece que existem pessoas que ainda não perceberam isto. A paciência dos adeptos também tem limites... Não parece, mas tem!
[CLÁUDIA BRAGANÇA]
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