É certo e sabido por todos nós que Portugal atravessa uma crise relativamente grave no que toca à formação de pontas-de-lança. Não obstante o facto de jogadores como Eusébio, Fernando Gomes, Rui Jordão, Peyroteo, José Torres ou Manuel Fernandes, dos melhores de sempre em Portugal, ocuparem esse posto no terreno de jogo, a verdade é que os últimos anos, exceptuando o “estrangeiro” Pauleta, Nuno Gomes e Domingos, dificilmente os nossos filhos ou netos se recordarão de um ponta-de-lança de alto gabarito e de nacionalidade lusa.
Nos anos 90, Fernando Gomes, Rui Águas, Jorge Cadete, Paulo Alves, Domingos Paciência, Pedro Pauleta e Nuno Gomes foram os principais avançados de Portugal. Por aqui se chega à conclusão que Portugal produziu, nos últimos 15 anos poucos futebolistas com faro para o golo e muito poucos com reputação internacional.
Agora, do século XXI, pouca história há a contar: Pauleta e Nuno Gomes foram sempre os dois principais jogadores na linha mais avançada da selecção nacional e nomes como Postiga ou Hugo Almeida nunca beliscaram a convocatória de nenhum dos dois acima referido. Pauleta bateu muito recentemente o recorde de golos marcados ao serviço de Portugal, chegando aos 47 tentos conseguindo superar o “Rei” Eusébio que detinha a marca de 41 golos.
Nuno Gomes vai em 5º na tabela dos melhores marcadores com as quinas ao peito com 24 golos, menos dois que o capitão benfiquista, Rui Costa, que já se retirou do futebol internacional. Assim sendo, é provável que no ano de 2006, ou o mais tardar 2007, Nuno Gomes chegue ao 4º posto.
O propósito deste post é o seguinte: com a retirada do “Ciclone dos Açores”, Portugal fica com Nuno Gomes, Postiga e Almeida para preencher a vaga de “nº9”. Sabemos que o esquema táctico luso desde a chegada de Scolari foi sempre o 4-3-2-1, isto é, só jogamos com um ponta-de-lança. Apesar do bom rendimento a que Nuno Ribeiro “Gomes” nos habituou, todos sabemos que é um futebolista talhado para jogar com um maior apoio, um futebolista que actua preferencialmente com outro ponta-de-lança ao lado porque tem um estilo de jogo adequado a isso mesmo. Não tem um “killer instinct” por aí além, tem, isso sim, uma enorme capacidade de jogar de costas para a baliza e é exímio nos últimos passes, muitas vezes já dentro da própria área, para ajudar os seus companheiros a conseguirem o golo, não deixando, como é claro, de marcar também ele golos.
Valerá a pena mudar todo um sistema de jogo em função de um só jogador, ainda por cima na casa dos 30 anos e que pode eventualmente lesionar-se? Obviamente que não. Então como se vai resolver a questão dos pontas-de-lança em Portugal? Nuno Gomes não se enquadra perfeitamente neste sistema de jogo, até porque Ronaldo, apesar de se notar que Scolari pretende que o faça, raramente apoia o avançado como deve ser. Postiga é um jogador algo semelhante a Nuno Gomes.
Vamos confiar o nosso ataque a um jogador como Hugo Almeida, jovem, inexperiente e até algo trapalhão, apesar de forte fisicamente? Dificilmente. Apesar de haver bons valores nas camadas mais jovens, nomeadamente na selecção de esperanças, como Silvestre Varela, João Moreira, Yannick Djaló, Ricardo Vaz Tê ou o desaparecido Carlos Saleiro, não me parece que nenhum deles, exceptuando eventualmente o jogador do Bolton, tenha valor para ser convocado para a selecção AA. Há ainda a alternativa Ronaldo, que pode ser adaptado, mas mesmo assim prefiro Nuno Gomes que joga na sua posição natural.
Posto isto, só podemos perceber que estamos perante uma grave crise de pontas-de-lança, crise esta que até agora era encoberta por Pauleta, titular indiscutível, mas que, agora na ausência dele, volta a fazer-se sentir de forma cada vez mais acentuada e problemática. Julgo que nós, atacantes escritores, atacantes leitores e todos os amantes do futebol em Portugal, deveriam reflectir sobre este tema porque pode ser um problema muito sério para as aspirações nacionais no Europeu de 2008.
Não acham que o facto de termos um ataque demasiado fraco quando comparado com os demais sectores e com os ataques doutras selecções poderá comprometer uma boa campanha no Euro 2008? Não acham que isto é motivo de reflexão e não é necessário encontrar urgentemente alternativas? Ou são da opinião de que Postiga e Nuno Gomes são suficientes e vão dar conta do recado? Estou a exagerar? Ronaldo adaptado é uma boa solução? Quem parte em vantagem para ocupar o lugar? Algum dos sub-21 merece a convocatória? Gostaria de ver todas as vossas opiniões sobre este tema que me parece pertinente.
Bom fim-de-semana e toca a comentar!
Nos anos 90, Fernando Gomes, Rui Águas, Jorge Cadete, Paulo Alves, Domingos Paciência, Pedro Pauleta e Nuno Gomes foram os principais avançados de Portugal. Por aqui se chega à conclusão que Portugal produziu, nos últimos 15 anos poucos futebolistas com faro para o golo e muito poucos com reputação internacional.
Agora, do século XXI, pouca história há a contar: Pauleta e Nuno Gomes foram sempre os dois principais jogadores na linha mais avançada da selecção nacional e nomes como Postiga ou Hugo Almeida nunca beliscaram a convocatória de nenhum dos dois acima referido. Pauleta bateu muito recentemente o recorde de golos marcados ao serviço de Portugal, chegando aos 47 tentos conseguindo superar o “Rei” Eusébio que detinha a marca de 41 golos.
Nuno Gomes vai em 5º na tabela dos melhores marcadores com as quinas ao peito com 24 golos, menos dois que o capitão benfiquista, Rui Costa, que já se retirou do futebol internacional. Assim sendo, é provável que no ano de 2006, ou o mais tardar 2007, Nuno Gomes chegue ao 4º posto.
O propósito deste post é o seguinte: com a retirada do “Ciclone dos Açores”, Portugal fica com Nuno Gomes, Postiga e Almeida para preencher a vaga de “nº9”. Sabemos que o esquema táctico luso desde a chegada de Scolari foi sempre o 4-3-2-1, isto é, só jogamos com um ponta-de-lança. Apesar do bom rendimento a que Nuno Ribeiro “Gomes” nos habituou, todos sabemos que é um futebolista talhado para jogar com um maior apoio, um futebolista que actua preferencialmente com outro ponta-de-lança ao lado porque tem um estilo de jogo adequado a isso mesmo. Não tem um “killer instinct” por aí além, tem, isso sim, uma enorme capacidade de jogar de costas para a baliza e é exímio nos últimos passes, muitas vezes já dentro da própria área, para ajudar os seus companheiros a conseguirem o golo, não deixando, como é claro, de marcar também ele golos.
Valerá a pena mudar todo um sistema de jogo em função de um só jogador, ainda por cima na casa dos 30 anos e que pode eventualmente lesionar-se? Obviamente que não. Então como se vai resolver a questão dos pontas-de-lança em Portugal? Nuno Gomes não se enquadra perfeitamente neste sistema de jogo, até porque Ronaldo, apesar de se notar que Scolari pretende que o faça, raramente apoia o avançado como deve ser. Postiga é um jogador algo semelhante a Nuno Gomes.
Vamos confiar o nosso ataque a um jogador como Hugo Almeida, jovem, inexperiente e até algo trapalhão, apesar de forte fisicamente? Dificilmente. Apesar de haver bons valores nas camadas mais jovens, nomeadamente na selecção de esperanças, como Silvestre Varela, João Moreira, Yannick Djaló, Ricardo Vaz Tê ou o desaparecido Carlos Saleiro, não me parece que nenhum deles, exceptuando eventualmente o jogador do Bolton, tenha valor para ser convocado para a selecção AA. Há ainda a alternativa Ronaldo, que pode ser adaptado, mas mesmo assim prefiro Nuno Gomes que joga na sua posição natural.
Posto isto, só podemos perceber que estamos perante uma grave crise de pontas-de-lança, crise esta que até agora era encoberta por Pauleta, titular indiscutível, mas que, agora na ausência dele, volta a fazer-se sentir de forma cada vez mais acentuada e problemática. Julgo que nós, atacantes escritores, atacantes leitores e todos os amantes do futebol em Portugal, deveriam reflectir sobre este tema porque pode ser um problema muito sério para as aspirações nacionais no Europeu de 2008.
Não acham que o facto de termos um ataque demasiado fraco quando comparado com os demais sectores e com os ataques doutras selecções poderá comprometer uma boa campanha no Euro 2008? Não acham que isto é motivo de reflexão e não é necessário encontrar urgentemente alternativas? Ou são da opinião de que Postiga e Nuno Gomes são suficientes e vão dar conta do recado? Estou a exagerar? Ronaldo adaptado é uma boa solução? Quem parte em vantagem para ocupar o lugar? Algum dos sub-21 merece a convocatória? Gostaria de ver todas as vossas opiniões sobre este tema que me parece pertinente.
Bom fim-de-semana e toca a comentar!
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