PERFIL DO JOGADOR
Nome: Sheyi Emmanuel Adebayor
Data de Nascimento: 26/02/1984 (23 anos)
Clube: Arsenal FC
Nº da Camisola: 25
Posição: Ponta-de-Lança
Altura: 1,90 metros
Peso: 75 kg
Naturalidade: Lomé – Togo
Palmarés:
- Melhor Jogador Togolês (2004)
Sheyi Emmanuel Adebayor, o típico ponta-de-lança africano – força e velocidade. Com uns imponentes 190 cm, tem uma capacidade de salto notável e uma força física digna de registo, era de supor que Adebayor fosse um tosco que servia apenas para o futebol directo britânico: bola pelo alto e lá está Adebayor. Não. Este natural do Togo é bastante mais que isso. Tem mais técnica do que muitos avançados “baixotes” e, quando a capacidade física é capaz de se aliar à técnica e ainda à velocidade, o resultado está à vista – um jogador explosivo e temível. Peca, eventualmente, pela fraca capacidade de usar o pé esquerdo, por alguma inconsistência táctica e até por algumas debilidades no que concerne à postura em campo. É um jogador empenhado, mas talvez devesse começar a tentar assumir mais o jogo. Seja de frente para as malhas, para responder a um cruzamento ou de costas, para rodar e marcar, Adebayor é fortíssimo. O seu instinto e genuinidade futebolística dão prazer de ver. É, como já disse, o protótipo do africano que joga com alegria e sem grandes preocupações táctico/estratégicas (se bem que essa ideia de que o futebol africano é pouco táctico seja cada vez mais um falso pressuposto). Tem que evoluir nesse ponto. De resto, é um diamante em bruto, que está a começar a ser lapidado por um dos melhores ourives do mundo: Ársene Wenger. É um jogador-chave na selecção do seu país e poderá ajudar ao desenvolvimento do futebol togolês, assim como à difusão do mesmo. Em suma, é um futebolista cheio que talento, com força, técnica, velocidade, explosão, forte remate com o pé direito e com a cabeça. Capacidades para suceder a George Weah, Roger Milla, Kanu, Eto’o ou Drogba não lhe faltam. Veremos se é capaz de as aproveitar.
BIOGRAFIA DO JOGADOR
Do Togo a França, “le debut”…
Tradicionalmente, o Togo é um país com fraca expansão futebolística a nível planetário. Não deixa, contudo, de ser o país-natal de uma das maiores pérolas africanas, o Jogador Atacante desta Semana – Emmanuel Adebayor. Jogou neste pequeno país até aos 15 anos, quando foi descoberto por olheiros europeus num torneio de juvenis na Suécia e mudou para França. Até lá, jogara na capital, Lomé, para onde os pais (nigerianos) haviam emigrado. Foi em 1999 que se transferiu para o modesto Metz, que o contratou após um curto período à experiência. Permaneceu nos escalões de formação durante dois anos, até 2001, quando integrou os quadros da equipa principal. Aos 17 anos, a jovem promessa africana estreou-se com a camisola dos “Grenats”. Actuou em 10 jogos e marcou por 2 vezes. Infelizmente para o Metz, não foi evitado o penúltimo lugar na Ligue 1. Desta maneira, Adebayor jogou na Ligue 2 durante a temporada 2002/03. Foi aqui que impressionou verdadeiramente em França e começou a ganhar alguma reputação a nível nacional. O FC Metz ficou no 3º lugar, o último lugar de subida, mas Adebayor já não estava no clube na época seguinte. Depois de marcar 13 golos e de ser titularíssimo (34 jogos), suscitou o interesse de vários colossos europeus, sempre em busca de talentos a despontar. Estugarda, Southampton, Juventus e o seu actual clube, Arsenal, tentaram contratar o jogador. Foi, contudo, o AS Mónaco a ganhar a dura batalha pelo passe do togolês. Aqui, esteve durante duas épocas e meia. Em 2003/04, o Mónaco teve uma das melhores temporadas da sua história e Adebayor contribuiu de alguma maneira para isso. Além do 3º lugar no campeonato, positivo para a formação do principado, o Mónaco chegou onde nunca tinha chegado na Europa: uma final europeia. Uma final da Liga dos Campeões. Estavam na equipa jogadores como Fernando Morientes, Dado Pršo e Shabani Nonda, logo a concorrência era bastante forte. Tal não impediu o jovem de 19 anos de actuar regularmente, em especial no campeonato. Jogou em 31 jogos e marcou 8 golos na Ligue 1. Muito bom! E na Europa, mesmo não tendo marcado, jogou em 9 jogos. Na Liga dos Campeões, importa referir o percurso efectuado pelos monegascos. Na Fase de Grupos, concluíram na liderança do grupo C, à frente do Deportivo da Corunha, do PSV Eindhoven e do AEK de Atenas. Com 3 vitórias, 2 empates e 1 derrota, merece destaque a goleada de 8-3 imposta aos galegos do Deportivo. O adversário nos oitavos-de-final era dos teoricamente mais fáceis, mas o Mónaco precisou de recorrer à vantagem dos golos fora para vencer. Falo do Lokomotiv de Moscovo. Na Rússia, o Mónaco perdeu por 2-1. No Mónaco, venceram os da casa por 1-0. Passou o Mónaco. Nos quartos-de-final, a mítica eliminatória contra o Real Madrid. No Santiago Bernabéu, o 4-2 favorável aos madrilenos dava quase garantias da passagem. Porém, no Stade Louis II, o Mónaco protagonizou um dos jogos mais fantásticos de sempre na história do clube. Morientes levou o Mónaco às costas e marcou o golo decisivo nesse jogo: ficou 3-1 para o Mónaco, 5-5 no agregado e a vantagem dos golos fora para a equipa do Adebayor ditou a passagem do Mónaco. Nas meias-finais, jogaram contra uma das equipas que, à partida, era uma das mais fortes – o Chelsea. O empate 1-1 na primeira-mão deixou tudo em aberto; a vitória por 2-1 na segunda-mão deu uma grande alegria a todos os adeptos do Mónaco. Do outro jogo das meias-finais, saltou o FCPorto para a final. Estava, então, agendada uma final inesperada para Gelsenkirchen para o dia 26 de Maio de 2004: FCPorto versus ASMónaco. O resultado, esse, já todos conhecem. Carlos Alberto, Deco e Alenichev marcaram os 3 golos do Porto, sem resposta. Mourinho e os seus pupilos levaram o FCP à segunda Taça dos Campeões Europeus/Liga dos Campeões da sua história. No ano seguinte, o Mónaco repetiu o 3º posto na Ligue 1. O registo caseiro melhorou: 9 golos em 35 jogos; e na Europa finalmente fez balançar as redes. Fez 2 golos em 10 jogos na campanha europeia do Mónaco. Na 3ª Pré-Eliminatória, humilhou o ND Gorica, da Eslovénia, com um 9-0 (0-3 e 6-0). Fase de Grupos, o AS Mónaco ficou em 1º no grupo, com mais 2 pontos que o Liverpool e que o Olympiakos e mais 10 do que o infeliz Deportivo da Corunha. Novamente, o Mónaco goleou os espanhóis, desta feita por 0-5. O PSV Eindhoven, adversário batido na edição anterior, superiorizou-se ao Mónaco em 2004. Nos oitavos-de-final, 1-0 e 2-0 não deram hipóteses aos monegascos. Em 2005/06, ainda começou a época no Mónaco e fez 13 jogos e 1 golo na Ligue 1. Fez dois jogos nas competições europeias, os da 3ª Pré-Eliminatória da Liga dos Campeões, em que o Real Bétis derrotou o Mónaco por 3-2 (1-0 e 2-2). Em Janeiro, Arséne Wenger concretizou o sonho antigo de o ver com o símbolo do Arsenal ao peito.
A partir de 2006: Arsenal e selecção do Togo…
Chegou e impressionou. Marcou 4 golos em 13 jogos, na época passada. O Arsenal ficou em 4º lugar. Marcou contra o Birmingham, logo no jogo de estreia, em que o Arsenal ganhou por 0-2; marcou contra o Fulham numa goleada de 0-4; marcou contra o Charlton numa vitória por 3-0 e marcou contra o Aston Villa, numa nova goleada: 5-0. Mostrou serviço e os adeptos começaram a gostar deste jogador. Com um estilo parecido ao antigo avançado africano dos “Gunners” Kanu, começaram a surgir as comparações entre ambos. Adebayor sempre disse que o idolatrava. Não é por acaso que o seu número é o 25, outrora envergado pelo ponta-de-lança nigeriano. No final da temporada, deslocou-se à Alemanha com a selecção do seu país, para jogar o Campeonato do Mundo. É verdade que não tenho falado da selecção. Reservei esse momento para agora. Depois de uma decepcionante campanha na CAN 2006, o Togo alcançou o apuramento para o Mundial. Graças, fundamentalmente, a quem? A Adebayor. O Jogador Atacante de hoje foi o melhor marcador da fase de qualificação para o Mundial em África, com 11 golos. Aos 22 anos, foi a grande estrela da equipa do Togo na Alemanha. De resto, com a idade que tem conseguiu tornar-se o melhor marcador da história da sua selecção e um autêntico ídolo nacional. O Togo, infelizmente, não conseguiu pontuar: perdeu 2-1 com a Coreia do Sul, perdeu 0-2 com a Suiça e perdeu 2-0 com os vice-campeões mundiais, a França. Assim, Adebayor não conseguiu concretizar o sonho de marcar na Fase Final de um Mundial. Há umas semanas atrás, Adebayor e outros dois jogadores togoleses foram expulsos da selecção. Mesmo com 23 anos, foi o melhor jogador de sempre do Togo. Pena que agora não tenha oportunidade de fazer algo mais pelo seu país. Ele foi expulso por algumas confusões relativamente ao pagamento de prémios de jogo. Já este ano, parece que o Arsenal continuou a apostar em Adebayor. Não tem sido titular indiscutível, mas tem assumido grande importância no colosso inglês – são poucos os jogos em que não participa. Já marcou 8 golos em 28 jogos do Campeonato e na Liga dos Campeões jogou 8 vezes, apesar de ter ficado em branco no campo dos golos. Á 5ª jornada, marcou um golo ao Manchester United, em Old Trafford, que deu a vitória aos “Gunners” por 0-1. Foi também ele o autor do golo solitário que deu a vitória frente ao Wigan, fora – só para destacar os dois golos mais importantes. Participou na final da Carling Cup. Ainda estamos para ver como se irá desenrolar a história em torno da selecção. Um jogador da qualidade de Adebayor é um verdadeiro achado e dificilmente se arranjará alguém que, naquele país, chegue aos calcanhares do jogador do Arsenal. Se não voltar, terá mais oportunidades para demonstrar a qualidade que têm e que se espera que aumente nos próximos anos. De resto, tem apenas 23 anos e muita margem de progressão. Depois de Eto’o e Drogba terem sido considerados os melhores de África nos últimos anos, é provável que Sheyi ainda lhes venha a fazer frente!
VÍDEO DO JOGADOR
QUESTÕES SOBRE O JOGADOR
Poder-se-á considerar Adebayor o líder de uma nova geração de avançados africanos, a seguir a Eto’o, Drogba, McCarthy ou Kanu?
Terá características e qualidade suficiente para vir a tornar-se num dos maiores goleadores do campeonato de Inglaterra?
Gostariam de ver Adebayor nos vossos clubes? Porquê? O que apreciam nele?
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