Local: Estádio do Bessa
Assistência: 18.000 espectadores
Árbitro: Jorge Sousa da A.F. Porto
Leixões: Beto; Marco Cadete, Nuno Diogo, Elvis, Ezequias; Pedro Cervantes, Bruno China, Paulo Machado; Vieirinha, Roberto e Jorge Gonçalves
Substituições: Jorge Gonçalves por Nwoko (72'), Roberto por Schutz (78'), Pedro Cervantes por Hugo Morais (85')
Benfica: Quim; Nélson, Katsouranis, David Luiz, Léo; Luís Filipe, Petit, Rui Costa, Nuno Assis; Nuno Gomes e Cardozo
Substituições: Nuno Gomes por Bergessio (59'), Luís Filipe por Fábio Coentrão (70'), Nuno Assis por Andrés Díaz (90')
Disciplina: Amarelos para Roberto (57'), Nuno Assis (67') e Rui Costa (90')
O adepto leixonense:
Carlos Brito fez-se apresentar com um 4-5-1 a desdobrar-se num 4-3-3 no Estádio do Bessa. Beto, guarda-redes com credenciais dadas ocupou o seu lugar habitual, Ezequias (na esquerda), Élvis (centro), Nuno Diogo (centro) e Marco Cadete (direita) ocuparam a defesa, enquanto que Bruno China (vértice), Paulo Machado (interior esquerda) e Pedro Cervantes (interior direita) ocuparam o triângulo invertido do meio-campo. Por sua vez, no ataque o Leixões fez apresentar Vieirinha na ala direita, Jorge Gonçalves na ala esquerda e Roberto bem na frente de ataque, como ponta-de-lança de referência.
Durante a primeira parte, foi frequente ver Marco Cadete a subir no terreno e Vieirinha a descair muitas vezes para o centro do terreno, o que tornou a vida díficil a Léo, que nem sempre teve a oportunidade de o fazer durante o primeiro tempo e quando o fez, não teve sucesso.
Na primeira metade, o destaque do Leixões vai para um remate supreendente de Paulo Machado, outro de Vieirinha a rasar a barra e um cabeceamento de Roberto, que só foi parado por uma defesa espectacular de Quim. O Benfica até começou melhor no encontro, mas a serenidade transmitida na posse de bola constante do meio-campo leixonense deu grandes "dores de cabeça" a um Benfica, que se apresentou sem Simão e Manuel Fernandes e ressentiu-se disso. Notou-se particularmente a falta de Simão nas alas (Nuno Assis na esquerda?) e a equipa lisboeta bem procurava jogar pela fase central mas sem sucesso, visto que é precisamente a zona mais forte dos matosinhenses.
Na segunda parte, o Leixões recuou naturalmente e o SL Benfica conseguiu um ascendente superior no entanto só ao minuto 89 conseguiu traduzir a supermacia em golos através de Petit. O golo benfiquista deve-se grande parte a uma falha monumental da defesa nortenha. Já na primeira parte, Beto havia avisado por três vezes da presença de Petit no interior da pequena área e o Leixões pagou caro este erro.
Todavia ao minuto 93', Nwoko aproveitou um ressalto na área benfiquista dando justiça ao resultado. Estabeleceu-se a loucura no Estádio do Bessa, com mais de 8 mil dos 15 mil presentes a gritarem pelo Leixões, no regresso da equipa ao escalão maior do futebol português.
Avaliação - Carlos Brito: O treinador leixonense pecou pela substituição tardia de Pedro Cervantes por Hugo Morais. Pedro Cervantes há muito demonstrava sinais de cansaço e a entrada de Hugo Morais teria dinamizado o meio-campo. No entanto, pela atitude da equipa na primeira parte e no final da partida, merece nota 4 em 5.
Avaliação - Jogadores:
GR-Beto: Excelente defesa na segunda parte negando o golo a Rui Costa. Erro também na segunda parte ao defender para a frente em vez de para o lado. Nota 4 em 5.
DE-Ezequias: Excelente prestação do defesa esquerdo leixonense não tendo subido muito no terreno. Nota 4 em 5.
DC-Élvis: Seguro defensivamente, tendo uma exibição ao nível que habituou os leixonenses. Nota 4 em 5.
DC-Nuno Diogo: Seguro defensivamente. Uma agradável surpresa. Nota 4 em 5.
DD-Marco Cadete: Bem a subir no terreno apoiando o ataque, foi fundamental na manobra da equipa na primeira parte. Nota 4 em 5.
MDC-Bruno China: Melhor na segunda parte do que na primeira, tendo feito importantes "tackles" numa fase mais pressionante da equipa visitante. Nota 3 em 5.
MC-Paulo Machado: Exibição regular coroada com um potente remate na primeira parte. Nota 3 em 5.
MC-Pedro Cervantes: Exibição com pormenores interessantes de Pedro Cervantes a denotar grande classe. Saiu esgotado para a entrada de Hugo Morais. Nota 4 em 5.
MAE-Jorge Gonçalves: Exibição algo apagada de um dos melhores jogadores leixonenses. Esperavamos mais. Nota 1 em 5.
MAD-Vieirinha: Exibição fantástica na primeira parte tendo-se apagado na segunda parte. Nota 3 em 5.
Av-Roberto: O brasileiro é um lutador e foi bastante massacrado, no entanto não chegou ao golo apesar de o seu cabeceamento na primeira metade ter o selo de golo. Nota 4 em 5, pelo esforço.
MAE-Nwoko: "Man of The Match" da turma leixonense, pelo golo do empate estabelecendo justiça ao resultado. Nota 5 em 5, pelo golo do empate ao fechar do pano. Entrou para o lugar de Jorge Gonçalves e resolveu.
Av-Tales: Entrou para o lugar do esforçado Roberto. Pouco podia fazer visto que entrou numa fase descendente do futebol rubro-branco mas esteve na origem do golo do empate. Nota 3 em 5.
MC-Hugo Morais: Pouco tempo e portanto pouco deu nas vistas, o "Quaresma" leixonense, como é conhecido pelo seu visual arrojado. Nota 1 em 5.
Arbitragem: Um ou outro erro no capítulo disciplinar mas sem influência no resultado final.
[Cláudio Carvalho]
O adepto benfiquista:
As coisas vão mal pelo reino da Luz. Essa a conclusão que mais nos vem à cabeça depois do jogo de ontem.
Depois de um resultado bem melhor do que a exibição na passada 3ª feira na Luz para a Liga dos Campeões, a massa adepta benfiquista precisava ontem urgentemente de um balão de ar fresco para acalmar as hostes. Algo que decididamente não aconteceu.
Até entrámos bem no jogo, com 15 a 20 minutos em que fomos controlando o jogo, principalmente devido à classe que Rui Costa espalha pelo relvado. Mas depois de uma grande defesa de Quim a cabeceamento de Roberto, a equipa tremeu e os restantes 25 a 30 minutos da 1ª parte foram assustadores. Não havia uma ideia, uma jogada com princípio meio e fim, Luis Filipe demonstrou que foi uma aposta falhada para o meio campo encarnado e apenas uma grande exibição de David Luiz que ia apagando os vários fogos que se iam ateando e a atenção de Quim, foram evitando males maiores.
Na 2ª parte penso que a equipa foi pressionando mais à frente, principalmente devido ao facto de Katsouranis cada vez mais jogar a medio do que a central e fruto do "estouro" físico dos bebés matosinhenses. Mas apesar dessa pressão, apenas Rui Costa é um jogador que faz a diferença no meio campo encarnado. E quando apenas se tem um jogador a comandar todo o jogo, as coisas tornam-se muito mais complicadas.
Destaque para um apontamento de Rui Costa aos 85 minutos para grande defesa de Beto. Incríveis também os falhanços de Bergessio, não se pode falhar golos completamente isolados em alta competição...
Depois o final da partida, electrizante. Quando poucos acreditavam, Petit inaugurava o marcador aos 90 minutos de cabeça (!), na sequência de um canto. E eis que parecia que do mal o menos se ia conseguir ganhar 3 pontinhos... Mas depois deste golo arrancado a ferros o impensável aconteceu. 3 desatenções seguidas na defesa/meio campo encarnados, com a terceira delas a culminar no golo leixonense... E eis que o pesadelo estava de volta...
Na minha opinião foi um resultado justo, que premiou a laboriosa exibição dos homens de Matosinhos, uma equipa que vai ser complicada de bater em casa.
Arbitragem: Os jogadores facilitaram, não houve casos, arbitragem positiva.
Melhor em campo: Estive na dúvida entre Rui Costa e David Luiz. Mas o "velho" é realmente um caso àparte nesta equipa. Dá gosto ver jogar Rui Costa. Embora seja preocupante fazer depender de um homem com 35 anos todo o seu jogo atacante...
Notas positivas:
Uma primeira nota muito positiva para o público do Leixões e para a sua claque. Excelentes no apoio à sua equipa, é bom vê-los de regresso ao escalão principal. E a festa foi bonita.
David Luiz. Está um senhor jogador. É decididamente o patrão da defesa encarnada e andou todo o jogo a tapar as asneiras defensivas dos colegas.
Notas negativas:
Fernando Santos. Não se entende o que pensa este homem. Na 3ª feira a sua primeira opção quando as coisas corriam menos bem foi Freddy Adu. Na semana passada afirmou que Diaz seria emprestado. Ontem deixou Adu na bancada e meteu no banco Diaz. Este é apenas um dos muitos exemplos de incoerência do engenheiro.
As declarações de Nuno Gomes na flash-interview. Este ponto não é uma crítica a Nuno Gomes mas sim um sinal de preocupação. Algo vai mal no balneário encarnado e urge resolver.
Conclusão: Resultado justo e sinais preocupantes logo no início da temporada para o futuro do Benfica. É mau pensar no que vou dizer de seguida mas muito deste futuro está dependente dos 2 ou 3 jogadores que se irão contratar nos próximos 10 dias...
[NSC]
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