No próximo dia 30 de Junho inicia-se o 16º Mundial de Sub-20. Devido a tal, hoje inicia-se uma nova rubrica atacante, que relatará a história de uma competição com início em 1977, na Tunísia. Neste espaço será, igualmente, dado especial atenção às presenças da nossa selecção nesta competição.
A Tunísia, como já referi, foi o país escolhido para o primeiro campeonato do mundo da categoria, em 1977. Dezasseis foram as selecções presentes: como é comum em competições com dezasseis equipas, os países presentes foram divididos por quatro grupo de quatro, cujo vencedor se qualificaria para as meias-finais da competição.
(cliquem na imagem de modo a vê-la melhor)
Uruguai, Brasil e U.R.S.S., venceram sem muitas dificuldades os seus grupos. No grupo A é que houve incerteza até final… Na última jornada, México, Espanha e França, lutavam por uma vaga entre nas meias-finais. Para aquela ronda estava reservado um confronto entre mexicanos e franceses e um outro entre tunisinos e espanhóis. Todos esperavam uma vitória de “nuestros hermanos” perante uma Tunísia que, apesar de jogar em casa, não somava nenhum ponto nem tinha marcado qualquer golo. A surpresa, no entanto, aconteceu; os da casa salvaram a honra e mandaram os espanhóis para casa. No outro jogo do grupo houve empate a uma bola. Os franceses ainda tiveram a vencer, e consequentemente com um pé na fase seguinte, mas os mexicanos acabaram por empatar e vencer o grupo.
A organização do torneio antevia umas meias-finais que opunham os vencedores do Grupo A e C, e os vencedores do Grupo B e D. Portanto, assistimos a um México – Brasil e a um U.R.S.S. – Uruguai. Curiosamente, ambas as partidas foram decididas por pontapés da marca de grande penalidade, onde México e U.R.S.S., felizardos, vencerem essa lotaria e, por conseguinte, garantiram um lugar na final.
No dia 10 de Julho de 1977, soviéticos e mexicanos protagonizaram uma final emocionante. A equipa da antiga União Soviética esteve a vencer por 2-0, contudo os mexicanos acabaram por empatar e o jogo, para não variar, foi decidido através da lotaria dos penalties. Ambas as formações tinham boas recordações deste tipo de decisão, todavia só uma seria a campeã mundial desta categoria. Mais uma vez, os soviéticos levaram a melhor, vencendo, assim, o primeiro mundial de Sub-20.
Em suma, este primeiro mundial foi conquistado por um bem organizado conjunto soviético, cujas principais estrelas foram Sergey Baltacha, Andrey Bal e Vladimir Bessanov. A U.R.S.S. destacou-se pelas suas jogadas apenas de um toque, por certas rotinas em bolas paradas e uma mentalidade defensiva muito forte.
Melhor jogador do Torneio:
Vladimir Bessonov: o general desta jovem equipa soviética. Um grande organizador, com uma excelente leitura de jogo; foi, sem dúvida, a mais importante peça do xadrez que se sangrou campeão do mundo em Tunis. Posteriormente, Vladimir viria a ser uma vedeta no Dínamo de Kiev e teria uma excelente carreira, com uma medalha de ouro nos jogos olímpicos de Moscovo, em 1980, e presenças nos Mundiais de 1982, 1986 e 1990.
Estrelas do torneio:
Edvaldo (BRA), Bernard Genghini (FRA), Giovanni Galli (ITA), Hugo de Leon (URU), Ruben Paz (URU), Andrey Bal (URS), Sergey Baltacha (URS), Vladimir Bessonov (URS), Vagiz Khidiyatullin (URS), …
Melhor marcador:
Aguinaldo Roberto Gallon "Quina" (BRA), 4 golos
Cidades onde decorrem o evento:
Sfax, Sousse, Tunis El Menzah, Tunis Zouiten
Melhor Ataque:
Brasil – 14 golos
Golos Marcados:
70 (2,5 por jogo)
*Curiosidade
Na final deste torneio, o seleccionador soviético, Serguel Massiaguine, fez uma substituição de guarda-redes especialmente para as grandes penalidades. Arma-secreta ou não, a verdade é Yuri Sivuha, o pobre coitado que ficou com tarefa de defender as cores soviéticas na lotaria dos penalties, lá acabou por ser herói, ao defender apenas uma grande penalidade, à nona “tentativa”!
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