quarta-feira, março 14, 2007

Histórias dos Mundiais de Sub-20: Japão 79

Depois da Tunísia, o Mundial de sub-20 partiu para Ásia, mas precisamente para o Japão. Um campeonato do mundo com nove estreias, onde destaco, obviamente, a selecção portuguesa, cuja participação será revista em detalhe num próximo post desta rubrica. Outro destaque deste torneio foi um miúdo, de então 18 anos, com o nome de Diego Maradona.



Em relação à edição anterior, onde só passava o vencedor de cada grupo continuava em competição, no Japão a FIFA passou a incluir quartos-de-final e, por conseguinte, os dois primeiros classificados de cada grupo mantinham-se em prova.






Espanha, Argentina, Polónia, Uruguai e URSS – este último campeão em título – conseguiram a qualificação sem muitas dificuldades. Já Paraguai e Portugal tiveram que suar um pouco mais para estarem presentes nos quartos-de-final.
A grande surpresa acabou por ser a estreante Argélia, que, ao qualificar-se, deixou para trás o vice-campeão de 77, o México, e a selecção anfitriã, o Japão.




Os quartos-de-final agendaram os seguintes encontros: Espanha – Polónia; Argentina – Argélia; Uruguai – Portugal; e Paraguai – URSS. Os argentinos esmagaram os argelinos com cinco golos sem resposta. Felizmente, nos outros restantes três jogos da competição houve um maior equilíbrio, no entanto. Espanha e União Soviética só eliminaram os seus adversários nos penalti, enquanto que a nossa selecção só viria a ser eliminada pelo Paraguai no prolongamento.



Nas meias-finais, Argentina e Uruguai, velhos rivais, mediram forças e os homens da terra do tango, liderados por Maradona, venceram por 2-0. No outro jogo, os soviéticos derrotaram a sua congénere polaca, com um golo de Igor Ponomarev, e mantinham as esperanças de renovarem o título.



Dia 7 de Setembro de 1979, um dia após o Uruguai ter garantido nas grandes penalidades o terceiro lugar no torneio, argentinos e soviéticos jogaram para a conquista do ceptro. Os argentinos, como era de esperar, por todo o futebol praticado até então, venceram por 3-1. Não ficaram isentos, contudo, de um susto.

Depois de uma primeira parte sem golos, a URSS inaugura o marcador pelo inevitável Igor Ponomarev, ao minuto 52. A vantagem soviética, porém, dura apenas 16 minutos, pois Hugo Alves empata a partida; três minutos mais tarde Ramon Diaz coloca os argentinos a vencer e aos 76 minutos Diego Maradona, El Pibe, marca o terceiro golo da sua selecção no jogo, matando, consequentemente, o jogo.



Em suma, os argentinos estiveram imparáveis por terras nipónicas. Uma equipa com uma defesa sólida e um ataque imparável que todos os jogos e deu espectáculo. Diego Maradona, Gabriel Calderon, Ramon Diaz e Osvaldo Escudero, foram os maestros desta orquestra imparável.



Melhor jogador do torneio:



Diego Maradona: ora, quem podia ser. Foi aqui que o El Pibe começou a demonstrar os seus dotes geniais. Goleador, especialista em bolas paradas, visão de passe, Maradona tinha tudo isso. Um verdadeiro génio da bola que deixava todas as defesas com a cabeça em água. Enfim, um jogador que dispensa apresentações.



Estrelas do torneio:



Gabriel Calderon (ARG), Ramon Diaz (ARG), Diego Maradona (ARG), Joszef Nagy (HUN), Antal Roth (HUN), Andrzej Buncol (POL), Jacek Kazimierski (POL), Fernando Alvez (URU), Ruben Paz (URU), Viktor Chanov (URS), Aleksander Zavarov (URS).



Melhor marcador:



Ramon Diaz (ARG), 8 goals




Cidades onde decorreram o evento:

Kobe, Omiya, Toquio, Yokohama



Melhor ataque:



Argentina, 20 golos



Golos marcados:

83 (2.59 por jogo)



Curiosidades



• As equipas que chegaram às meias-finais eram aquelas apontadas pelas crónicas da época como os favoritos à vitória na competição

• A Indonésia é até hoje a equipa que detém o recorde de golos sofridos nesta competição. Os jovens indonésios sofreram 16 golos, em três jogos.

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