A Austrália, o país dos cangurus, teve o prazer de receber a terceira edição desta competição. Metade das selecções que estiveram na Oceania eram estreantes, e digamos que estas foram as protagonistas do torneio.
No grupo A, o virgem – nestas andanças – Qatar, embora sem deslumbrar, deixou para trás a Polónia que havia sido semi-finalista no último mundial. No Grupo B, Brasil e Roménia qualificaram-se para os quartos-de-final sem dificuldades de maior. No Grupo C, Egipto e RFA suaram para passarem à fase seguinte, nomeadamente a equipa africana que esteve com um pé no regresso a casa, após ter estado a perder no último jogo da 1ª fase com o México por 2-0, os egípcios conseguiram mudar o rumo dos acontecimentos, tendo o jogo acabado empatado a 3 bolas. No Grupo D, destaque para o campeão em título, a Argentina, que foi superado pelos estreantes Inglaterra e Austrália, esta última que jogava em casa.
Os quartos-de-final ditaram os seguintes jogos: Uruguai – Roménia; Brasil – Qatar; RFA – Austrália; Inglaterra – Egipto. Os jovens da Roménia, da RFA, da Inglaterra e do Qatar, levaram a melhor perante os seus adversários. O Qatar, treinado pelo brasileiro Macedo Evaristo, com um forte dinamismo na linha atacante e um uso inteligente da armadilha do fora-de-jogo, levou de vencido o conjunto brasileiro por 3-2. Os anfitriões fizeram o jogo das suas vidas, mas o muro da defensiva germânica não permitiu que os australianos levassem a melhor.
Nas meias-finais, os quatro estreantes protagonizaram jogos emocionantes: os alemães apenas levaram de vencido os romenos no prolongamento, e os ingleses encontraram um muito inspirado Younes Ahmed, guarda-redes do Qatar, que defendeu quase tudo o que havia para defender.
Dia 17 de Outubro de 1981, em Adelaide, os romenos garantiram o bronze, ao vencer a Inglaterra por 1-0. No dia seguinte, os alemães esmagaram o Qatar com quatros golos sem resposta e sagraram-se campeões do mundo na categoria de Sub-20.
Em suma, uma típica e eficiente equipa germânica levantou o troféu. Após uma derrota com o Egipto, na primeira fase, que colocou algumas reticências à equipa alemã, os miúdos não voltaram a decepcionar e não cometeram mais nenhum erro na caminhada para o título. Uma equipa determinada, com uma grande consistência defensiva, típica do futebol alemão, com Zorc, Trieb e Schmidkuntz, a formaram uma barreira intransponível.Melhor jogador do torneio: Romulus Gabor –foi o grande organizador de jogo de uma surpreendente equipa romena. Um médio de pensamento rápido e especialista em bolas paradas esteve o mundo a seus pés. No entanto, a sua carreira ficou muito aquém das expectativas e foi sempre a leal ao seu clube o Curvinul. Foi internacional 35 vezes, marcando dois golos.
Estrelas do torneio:
Jorge Burruchaga (ARG), Sergio Goycochea (ARG), Louis Paul Mfede (CMR), Neil Webb (ENG), Adrian Chavez (MEX), Gavril Balint (ROU), Romulus Gabor (ROU), Carlos Aguilera (URU), Enzo Francescoli (URU), Nelson Gutierrez (URU),…
Golos marcados:
87 (2,72 por jogo)
Melhor ataque:
RFA, 12 golos
Melhores marcadores:
Mark Koussas (AUS), 4 golos
Taher Amer (EGY), 4 golos
Ralf Lose (GER), Roland Wohlfarth (GER), Romulus Gabor (ROU), 4 golos
Cidades onde decorreu evento:
Adelaide, Brisbane, Canberra, Melbourne, Newcastle, Sydney
Espectadores:443,094 (Final: 18,531)
Média de assistência:
13847 Espectadores
Curiosidades:
• a bota de ouro foi atribuída a Mark Koussas, devido a este ter marcado quatro golos em menos minutos que os restantes jogadores que atingiram essa marca
• Esta foi a edição da competição com pior média de espectadores, que só viria a ser ultrapassada pelo Mundial da Argentina, em 2001
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