terça-feira, março 27, 2007

Lobos do Mar caem de pé

ESTÁDIO: Municipal de Braga

ESPECTADORES: 8158

TEMPO: Sol

RELVADO: Excelente

ÁRBITRO: João Ferreira (Setúbal)



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É sempre difícil escrever o que quer que seja quando um sonho se acaba.


E se ontem em Braga fomos cerca de 1500 a puxar pelo Varzim é porque acreditávamos que era possível dar mais um passo rumo à final do Jamor.

Mas acabou... acordámos do sonho da Taça em Braga, mas mostrámos ao país o que é uma equipa de Liga de Honra a bater o pé aos senhores da alta roda.

Mostrámos ao Portugal do futebol como é que, mesmo sendo pequenos, nunca perdemos a capacidade de lutar de igual para igual com um Braga que (muito embora não esteja no seu melhor) ocupa o quarto lugar da Liga principal.

Não... não estou à procura de qualquer prémio de consolação. Mas a verdade é que a diferença de escalão entre ambas as equipas foi um pouco mais evidente ontem do que no jogo na Póvoa frente ao Benfica.

Unidades como Pedrinho, Nuno Ribeiro, Alexandre, Nuno Rocha ou até mesmo Denilson foram, frente à turma da Luz, muito mais afoitos... tiveram menos dificuldade em contribuir para o jogo colectivo. Além disso, a ausência de Mendonça revelou-se decisiva. Mais a mais, a julgar pelo nome que Diamantino escolheu para substituir o internacional angolano: Luca tem muito para dar, mas talvez não fosse ainda o momento certo para o lançar às feras.
No prato oposto da balança, o génio de Marco Cláudio: foi, sem dúvida o mais inconformado dos nossos... se há jogador que corporiza o espírito lutador do Varzim ontem em Braga, esse é o #30. Teve até nos pés a oportunidade de, já na segunda parte, impor o empate aos bracarenses. Pena foi que a bomba que lhe saiu dos pés tivesse passado uns milímetros acima do travessão da baliza de Paulo Santos.
Como eu, muitos terão a certeza que, se aquela entrava, a história do jogo seria muito diferente.

Mas porque assim não foi, resta por isso àquilo que fez o resultado que determinou o nosso bota-fora. Dois golos de Maciel... um em cada parte.

O primeiro em contra-ataque... à passagem da meia hora, quando (depois de um lance de perigo varzinista) Wender recupera a bola a meio campo, desce toda a ala esquerda, cruzando para o segundo poste onde apareceu o #19 bracarense que, na passada, encostou o pé para bater Ricardo. Uns dizem que em fora de jogo, outros não. Eu fiquei na dúvida.

Mas se dúvidas há quanto à legalidade do primeiro tento, já quanto ao segundo não há a mais pequena margem. Após um passe em profundidade de Wender para Maciel, o central Alexandre não teve pernas para a rapidez do avançado bracarense que, à saída de Ricardo, atirou certeiro lá para dentro. 2-0 e acabou-se.
Nos últimos 15 minutos, o Braga de Jorge Costa mostrou porquê que mereceu o triunfo ante um Varzim que, depois do segundo golo, baixou os braços e limitou-se a esperar que o encontro chegasse ao fim.
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+PONTOS POSITIVOS+

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Invasão. Cerca de 1500 poveiros acreditaram na passagem às meias finais, cerca de 1500 poveiros pintaram metade da bancada nascente do Municipal de Braga com os cachecóis pretos e brancos à entrada das equipas no relvado, cerca de 1500 poveiros fizeram ecoar o nome do emblema da Póvoa em todo o estádio... cerca de 1500 poveiros saíram tristes do estádio com o amargo da eliminação. Mas cumpriram. Acreditaram... apoiaram a equipa até ao fim da linha. E no fim, despediram-se dos rapazes com um aplauso.


Fair-play.
No final do encontro, o desconsolo dos varzinistas foi compensado com uma palavra de apreço do speaker do estádio: os parabéns ao Varzim por ter chegado tão longe na Taça de Portugal e por ter sido um digno vencido.


Brigata.
A claque do Varzim só se vê em grande número quando o jogo é grande... o que por um lado é mau. Mas, valha a verdade, os rapazes esmeram-se nos cânticos de apoio e nos adereços. Levaram a Braga um belo estandarte negro onde a branco se lia... simplesmente... BAN 96.

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-PONTOS NEGATIVOS-


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Indigno.
A GNR montou um aparato que mais parecia de um jogo de Taça UEFA (reminiscências ou recalcamentos de uma prova da qual o Braga até já foi eliminado?) e reteve-nos cerca de um quarto de hora na bancada porque receava confrontos com os adeptos da casa... como se nós fossemos algum bando de marginais que não soubessemos perder.

Bem pelo contrário! Pena foi a atitude de alguns energúmenos bracarenses que já do lado de fora do estádio foram acenando com gestos obscenos para os varzinistas.

Pode ser que no Restelo lhes aconteça o mesmo.

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ARBITRAGEM:
Fica a dúvida quanto ao lance do primeiro golo do Braga. A mim parece que Maciel está em fora de jogo. De resto, trabalho impecável do juiz setubalense.
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