sexta-feira, março 23, 2007

Memória Atacante LVI

Regressa a Memória Atacante, e continuamos a recordar o acompanhamento da eterna SpicedBlond ao Europeu Feminino de 2005, desta vez recordamos a análise a uma das grandes surpresas da prova, a vitória da Finlândia sobre a Diamarca...



Este foi um jogo impressionante. Superou todas as expectativas de quem assistiu a este Europeu, pois não só, a estreante Finlândia em fases finais de grandes competições, conquistou um improvável lugar nas meias-finais, como derrotou a grande potência futebolistica a Dinamarca.



Consistência defensiva





Laura Kalmari colocou as finlandesas em vantagem logo aos seis minutos, aproveitando da melhor forma um erro defensivo das suecas, que se viram em desvantagem por duas bolas de diferença, mercê de um excelente cabeceamento de Heidi Kackur, que colocou as cerca de cinco centenas de finlandeses que se deslocaram daquele país nórdico em completo delírio. A Dinamarca reduziu através de Cathrine Paaske Sørensen, mas a consistente defesa finlandesa resistiu face à crescente pressão e conseguiu o apuramento para as meias-finais.



Poucas alterações





A Dinamarca, que começou o jogo sabendo que um ponto bastava para assegurar um lugar na fase seguinte, fez duas alterações relativamente à equipa que derrotou a Inglaterra, voltando a chamar as laterais Mie Olsen e Mariann Knudsen. Depois de uma fantástica actuação defensiva frente à Suécia, que lhe valeu um nulo, a Finlândia apenas achou por bem mexer no meio-campo, com a extremo Jessica Thorn a render Minna Mustonen no lado direito, partindo, assim, à procura da vitória que lhe daria o apuramento para umas inesperadas meias-finais, caso o resultado da partida entre a Inglaterra e a Suécia, que se defrontavam em Ewood Park, em Blackburn, assim o propiciasse.

O seleccionador da Finlândia, Michael Käld, avisou a sua equipa dos perigos que corria caso partisse para o ataque logo desde o apito inicial, mas as suas jogadoras parecem ter feito orelhas moucas, uma vez que não demoraram muito a chegar a uma vantagem de dois golos. O primeiro chegou logo aos seis minutos, devido a uma falha defensiva das dinamarquesas. Gitte Andersen falhou o alívio e a bola foi parar aos pés da ponta-de-lança Kalmari, que, entretanto, se isolou, antes de bater inapelavelmente Tine Cederkist.



Reacção dinamarquesa





A Dinamarca, que derrotara a Finlândia de forma esclarecedora na última vez em que as duas equipas se haviam defrontado, ainda tentavam recuperar do golpe disferido por Kalmari quando se viu a perder por duas bolas de diferença. Dessa vez, foi Heidi Kackur a marcar, saltando mais alto que a estática defesa das dinamarquesas e cabeceando um livre cobrado por Anne Mäkkinen no lado direito.

Era difícil iludir as finlandesas, cuja defesa estava extremamente tranquila, o meio-campo mostrava-se ameaçador e o ataque capaz de ultrapassar o último reduto adversário em qualquer ocasião. Por isso, a Dinamarca somente aos 12 minutos criou a sua primeira ocasião de perigo. A extrema-direita Johanna Rasmussen foi lançada pelo seu flanco, de onde cruzou para a cabeça da ponta-de-lança Merete Pedersen, cujo cabeceamento foi defendido pela guardiã Satu Kunnas por cima da trave.



Guarda-redes em destaque





A Finlândia ainda manteve o domínio dos acontecimentos, com Thorn a justificar a titularidade com algumas descidas pelo lado direito. Numa delas, descobriu Kalmari na área, a qual apenas não marcou porque Cederkvist efectuou uma espantosa defesa. À medida que o intervalo se aproximava, a Dinamarca aumentou a pressão, tendo a guarda-redes Kunnas voltado a brilhar entre os postes das finladesas, ao negar outro golo a Pedersen.



Sørensen reduz para as dinamarquesas





Parecia quase inevitável que as dinamarquesas conseguiriam finalmente marcar, o que veio a acontecer instantes antes do intervalo, quando o remate de longa distância de Johansen foi desviado por Sørensen. O golo surgiu numa altura crucial para as dinamarquesas, que só precisavam de mais um golo para prosseguirem em prova, algo que viriam a perseguir durante todo o segundo tempo.

A capacidade aérea de Sørensen afigurava-se como a maior fonte de perigo para as dinamarquesas. A dianteira desperdiçou uma boa ocasião para igualar a partida aos 65 minutos, ao cabecear centímetros acima da barra. À medida que o jogo se aproximava do final, a Finlândia passou a defender mais próximo da área contrária e, aos 73 minutos, Mäkinen quase sentenciou o encontro, através de um chapéu que foi direitinho á trave. Um último esforço das dinamarquesas não foi suficiente,para impedir a progressão da Finlândia na prova, e esta surpreendentemente atingiu o que ninguém esperava: as meias finais.



[SpicedBlond a 26 de Junho de 2005]

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