segunda-feira, março 05, 2007

Estrela do Continente Vs Leão das Ilhas


Estádio: José Gomes, na Reboleira

Assistência: 1100 pessoas

Árbitro: Artur Soares Dias



Finalmente nova vitória em casa, a primeira da segunda volta.



O adversário era o “irmão” madeirense, o Maritmo, mas quando as equipas entraram vi 11 gajos vestidos cor de vinho da cabeça aos pés. Foi uma dupla sensação: A primeira “Que equipamento horrível”; e a segunda “Faz lembrar o Cova Piedade ou o Oriental de quando jogávamos na Segunda Zona Sul nos anos 80” e ao pensar isso também pensei “Estas equipas perdiam sempre aqui, portanto é bom sinal”.



Não podia ter tido melhor “feeling” que este, uma vez que o Maritimo que se apresentou na primeira parte devia jogar ao nível desses dois clubes que agora andam pela Terceira Divisão.



Ambas as equipas entraram mal no jogo... aliás minto, só uma equipa entrou mal no jogo, a outra nem sequer entrou. Mesmo a jogar mal o Estrela conseguiu partir para cima do adversário e os primeiros lances foram para os locais.



Alguns cruzamentos para a area causaram alguma emoção. De um deles surge o canto que daria o golo. Luis Loureiro cruza para N’Diaye, sozinho no coração da area cabeceando cruzado para abrir o activo.



A defesa dos madeirenses não existia e depois de mais alguns lances de atabalhoamento, Moses, 5 minutos depois do golo, remata com selo de golo, a uns metros da grande area, so que encontra a cabeça de Filipe Oliveira a desviar para canto, teria sido um grande golo.



O Marítimo estranhamente não tem reacção e o Estrela sem jogar bem consegue vencer com justiça, até pecando por defeito no resultado.



Passava já da meia hora, quando Moses de cabeça remata em chapéu e Fabio se fosse um pouco mais baixo tinha levado um senhor frango, mas a sua elasticidade e reflexos permitiu-lhe defender para canto.



Foi então que Ulisses Morais decidiu que afinal a equipa não jogava nada e só por sorte não tinha sofrido mais golos. Substituiu um coxo por outro e o Maritimo conseguiu equilibrar mais o jogo, sem no entanto causar perigo, conseguiu sim segurar mais atrás.



E assim acabou a primeira parte, no reinicio da segunda não é que entra o famigerado Brieguel? Foi mais um bom sinal para mim, “assim não vão lá, é andar para trás com as substituições, optimo”.



O Estrela tenta e ganha alguns cantos o Maritimo faz o que consegue e já empurra mais o Estrela para o seu meio-campo.



Entretanto Brieguel leva cartão amarelo por falta sobre Tiago Gomes. Livre directo de Luis Loureiro para fora, rasando a barra.



Do pontapé de baliza, Fabio passa a bola a Moses que fica isolado, quando é carregado por um defesa madeirense por trás. Todos viram a falta menos o árbitro e o fiscal de linha por isso passou em claro uma possível expulsão.



O Estrela perdeu o folego e o Maritimo aproveitou para subir com mais nexo e alguns lances deram muito trabalho á defesa, só que o atabalhoamento dos avançados na area ía permitindo aguentar o resultado.



Boa segunda parte de Douglas, em contraste com a primeira em que com o resto da equipa, jogou pessimamente. Foi do seu lado que surgiram os melhores lances de ataque do insular, e muito trabalho para o defesa esquerdo improvisado para este jogo, Hugo Carreira.



Só nos últimos 10 minutos o Maritimo jogou à Maritimo e conseguiu causar muitos calafrios à defesa tricolor mas inconsequente, alguns cruzamentos seguiam para fora, outros (raros) eram cabeceados para as mãos de Paulo Lopes, e outros ainda acabavam nos pes estrelistas que aliviavam e já jogavam em contra-ataque, mas muito lento e sem ideias.



Faltam jogadores titularissimos nesta equipa para voltar a ser uma equipa. Há perdas muito importantes no xadrez. Edu Silva, lateral esquerdo, Dario ponta lança, e Jaime centro-campista, já para não falar em Tony que foi para a Roménia.



O jogo acabou pouco depois sem nada de especial a acrescentar, vitória justa de uma equipa que jogou mal, (ou como pode sem vários jogadores influentes) sobre outra que nem sequer cá veio.



Melhor em campo: N’Diaye, pelo golo que já merecia, pelo que se entrega aos jogos.



Arbitragem: Começou bem e acabou mal. A meio da segunda parte resolveu desfavorecer o Estrela, sabe-se lá porquê. Qualquer falta era cartão amarelo e raramente marcava contra o Maritimo. Quando sucedia marcar uma falta aos madeirenses não mostrava o cartão necessário.

Inacreditável erro de visão quando Moses estava isolado para a baliza e a ser carregado por trás.



Pontos positivos:



*Mais 3 pontos na luta à despromoção.

*Mais uma jornada em que o Estrela ganha e os quatro últimos classificados perdem.

*9 portugueses a titulares no Estrela.



Pontos negativos:



*A equipa do Estrela sem alguns titulares torna-se uma equipa com um futebol feio e desgarrado.

*Este Maritimo que aqui apareceu? muito mal orientado.

*Equipamento dos Madeirenses, horrível.

*10 estrangeiros a titulares no Maritimo.



Conclusão:



*Safaram-se os 3 pontos embora justos, e a descida fica mais longe.



Extra-jogo:



*Coincidência das coincidências, encontrei o colega de blog Miguel Pereira na estação de Sete-Rios, íamos ambos ver os dois melhores clubes do país, cada um ía torcer pelo seu. Quando nos separámos o Miguel disse "Boa sorte e que ganhe o melhor" ao que eu respondi "Então que ganhe o Estrela", não consigo desejar boa sorte a um amigo quando ele é adversário no mesmo jogo.









Numa tarde que prometia chuva, o Marítimo deslocou-se ao reduto do Estrela de Amadora. Ao entrar para o estádio deparei-me logo com algo que não me agradou: “o que está ali a fazer o Wênio?” Quando muitos esperavam que Kanu, ou mesmo Moukori, como seria mais lógico, fosse o substituto do lesionado Diogo Valente, Ulisses Morais, surpreendente, para não variar, coloca Wênio, e decidiu jogar com três trincos.

Começou o jogo e logo vimos o que o jogo nos esperava. Um Estrela determinado que trocava bem a bola, que se aproximava lentamente da baliza do Marítimo. Por outro lado, um Marítimo desorganizado, com uma falta de entrosamento de estranhar. O meio-campo era a zona do terreno em que ninguém se entendia; os trincos, Wênio e Olberdam, não se entendiam em relação às marcações, e o jogo era feito à base de bolas para a frente e para quem corresse apanhar.

Os da casa, mais coesos, começavam a criar perigo. Primeiro, foi Ndaye, depois de um mau passe de Evaldo, a rematar às malas laterais da baliza de Fábio. Dez minutos depois, aconteceu o que se esperava, ou seja, o golo do Estrela, por intermédio de Ndaye, após um canto bem marcado por Luís Loureiro. Mais uma vez, foi notória a desorganização da defesa Maritimista, pois três defesas sobre Ndaye, e este, mesmo assim, cabeceia sozinho. É triste ….

O Marítimo tenta esboçar uma reacção, mas apenas ficou pela tentativa. O Estrela continuava a dominar e oportunidades para marcar não faltaram. Destaco um cruzamento de Rui Duarte, com Ndaye, outra vez ele, a não desistir do lance, obrigando Fábio à defesa da tarde. Novamente, um jogador amadorense leva a melhor perante os centrais maritimistas.

Era visível que algo estava mal e Ulisses Morais, finalmente, mudou as peças da equipa. Retirou o descoordenado Wênio para colocar o francês Moukori. Os verde-rubros ganharam algum poderio atacante, só que os jogadores não se entendiam. Alex, após um canto, ainda assustou Paulo Lopes, mas não passou de susto.



Chegava-se ao intervalo, com um resultado justíssimo, que premiava a melhor equipa em campo.



Ao intervalo, Ulisses Morais ordenou que Briguel fosse aquecer. Não concordei muito com a opção, porém pensei para os meus botões: “provavelmente tirará um dos trincos, o Filipe Oliveira irá para ala-esquerda e o Moukori ficará a apoiar o ponta-de-lança”. Todavia, as minhas teorias não estavam certas e o treinador maritimista fez uma troca de lateral por lateral, ou seja, saiu Filipe Oliveira para entrar Briguel. Apesar de o internacional sub-21 ter um cartão amarelo, ficando excluído do próximo jogo, a verdade é que o camisola 20 era melhor jogador verde-rubro em campo. São opções, temos de aceitar …

Na segunda parte, o Marítimo apareceu mais afoito e com vontade de mudar os acontecimentos. Contudo, a descoordenação continuava a existir. Moukori, que era suposto estar a jogar perto de Mbessuma, estava muitas vezes no meio-campo mariitmista, e Briguel foi algumas vezes ao lado esquerdo impedir ataques adversários. Era tudo ao molhe e fé em Deus e este tipo de atitude beneficiava os tricolores que, muitos pragmáticos, controlavam o jogo e partiam rápido para contra-ataque.

Por volta dos 60 minutos, o Marítimo cria as suas melhores oportunidades: primeiro, Arvid Smit com um remate fraco e, depois, Marcinho que, na melhor jogada do Marítimo em todo o encontro, cabeceia ao lado, após um primeiro remate de Mbessuma.
O jogo avançava, com alguma falta de fair-play da equipa estrelista, e já se previa que, com maior ou menor dificuldade, o Estrela venceria o jogo.

Ulisses Morais ainda colocou Lipatin no lugar de Marcinho, no entanto não havia forma de a equipa se organizar. Darl Douglas que, ora na direita, ora na esquerda, ainda fazia uns dribles de encher o olho a quem gosta de futebol, só que na altura do último remate algo falhava.

Consoante o jogo se aproximava do final, o Marítimo ficava mais desesperado, só lançava bolas para frente que, consequentemente, eram cortadas pelos defensores estrelistas. Perto do fim, Fábio veio três vezes perto do meio-campo para pontapear a bola para perto da área tricolor, mas ninguém era capaz de se desenvencilhar perante a defesa do Estrela.



Aos 95 minutos, mais coisa, menos coisa, Artur Soares Dias apita para o final da partida para alegria dos adeptos da casa, que viam o seu clube dar um passo importante para a manutenção.



Melhor jogador do Marítimo:

Darl Douglas – Ainda bem que o negócio Carlitos não foi avante, pois este holandês que veio para o seu lugar é bem melhor. Rápido, muito voluntarioso e com bons dribles, foi dos poucos jogadores que tentaram mudar os acontecimentos na Reboleira.



Arbitragem:

Fraca, nomeadamente no segundo tempo. Embora sem prejudicar directamente nenhuma das equipas, marcou faltas duvidosas, outras ficaram por marcar e cartões ficaram por mostrar.



Pontos positivos:



• o pragmatismo do Estrela da Amadora

• um ou outro drible de Darl Douglas, que encheu o olho aos adeptos



Pontos negativos:



• as opções de Ulisses Morais

• a descoordenação na equipa maritimista

• falta de soluções no ataque verde-rubro

• fraca arbitragem

• poucos espectadores, num estádio que fica numa das cidades mais habitadas do país

• falta de fair-play dos jogadores amadorenses na segunda parte

• o único madeirense em campo no início da partida era da equipa do Estrela




Conclusão:



Num estádio que, segundo o site “Mais Futebol”, tinha 1059 espectadores, assistiu-se a uma vitória justa da equipa da casa ante um Marítimo com muito poucas soluções.

Mais uma vez, Ulisses Morais voltou a inventar e o resultado foi o que se viu, sendo que os verde-rubros deram um passo atrás na luta pela Europa. E depois de um jogo destes não se augura um bom resultado perante o líder da Liga, no próximo domingo.

O Estrela da Amadora, por outro lado, deu um passo gigante rumo a uma manutenção, que deverá obter sem muitas dificuldades.



[Miguel Pereira]

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