Nome: Fernando Morientes Sanchez
Data de Nascimento: 05/04/1976 (30 anos)
Clube: Valência
Nº da Camisola: 9
Posição: Ponta-de-lança
Altura: 1,86 metros
Peso: 78 kg
Naturalidade: Cáceres – Espanha
Palmarés:
2 SuperTaças de Espanha (1998 e 2001)
2 Campeonatos de Espanha (2001 e 2003)
1 Taça de Inglaterra (2006)
3 Ligas dos Campeões (1998, 2000 e 2002)
2 Taças Intercontinentais (1998 e 2002)
1 SuperTaça Europeia (2005)
Morientes é um nome que todos os defesas um pouco por toda essa Europa fora aprenderam a respeitar e eventualmente temer. O espanhol é um dos mais fortes pontas-de-lança que existem actualmente no plano internacional. É um futebolista que se resume a cumprir eficaz e fantasticamente a sua tarefa: marcar golos. É forte fisicamente, o seu metro e oitenta e seis é a prova disso, e faz uso do seu muito razoável porte atlético para fazer o gosto ao pé… ou à cabeça, porque Fernando Morientes é um cabeceador exímio. É tremendamente inteligente dentro da área e usa todo o seu instinto para procurar a bola. Tem um grande sentido posicional e os 30 anos já ajudam quando se fala de experiência e perspicácia em determinadas situações do jogo: o ir à bola ou esperar por ela, o meter o pé numa altura ou noutra. É forte também tecnicamente, e não sendo um prodígio no que à finta e 1x1 diz respeito, é muito razoável nesse aspecto. Consegue jogar de costas para a baliza, procurando espaços, abrindo frechas, tabelando constantemente com os médios ou extremos em busca de uma oportunidade para rematar. É, no entanto, incisivo quando é necessário jogar bem de frente para a baliza, também. Julgo que demonstra muita garra e personalidade, é um jogador forte, não só fisicamente como no parâmetro anímico. Consegue atravessar fases menos boas, sem golos, sem perder a motivação e acaba por recuperar o rumo a que se acostumou: marcar golos muito frequentemente. É, por isso, um bravo lutador que nunca vira a cara à luta, estejam as coisas a correr-lhe bem ou mal. Resumindo: um jogador muito forte fisicamente (robusto, alto, com boa impulsão), espectacular no campo da finalização, especialmente de cabeça, o seu ponto mais forte, e com uma técnica muito razoável que, juntamente com o físico imponente, compensa a ligeira falta de velocidade e aceleração. Um avançado que alia experiência a qualidades inegáveis e nunca removíveis do seu estilo de jogo.
Fernando Morientes Sanchez nasceu numa cidade situada a Oeste de Espanha, na Extremadura, uma localidade de média dimensão (cerca de 90.000 habitantes), relativamente perto do nosso país. A sua época como profissional começou em 1993/94 no pequeno clube do Albacete, onde também o guarda-redes Molina começava a despontar. Jogou somente duas partidas na primeira época. No entanto, em 1994/95 Morientes despoletou e vestiu a camisola da equipa espanhola por 20 vezes fazendo o gosto ao pé por 5 ocasiões. Era um jovem de apenas de 19 e o seu talento já se revelava. Surgiu, então o interesse do Saragoça, para onde o jovem espanhol de transferiu. Explodiu imediatamente marcando 15 golos na primeira época ao serviço do novo clube em 34 jogos. No ano seguinte marcou o mesmo número de golos em 37 jogos: tornou-se rapidamente pedra fundamental da equipa. Nesta última temporada já se falava do interesse do Real Madrid, grande de Espanha, e o interesse concretizou-se: “El muro” foi para o clube “merengue”, clube que mais tempo representou durante toda a sua carreira. Juntou-se assim a jogadores como Cañizares, Hierro, Roberto Carlos, Karembeu, Seedorf, Zé Roberto, Guti, Sávio, Redondo, Raul, Suker ou o nosso português, Carlos Secretário. Apesar da dura concorrência, o ainda muito jovem avançado não se inibiu e conquistou rapidamente o seu lugar cativo na zona da frente do ataque madrileno, tendo, no total, jogado mais de 40 partidas e 16 golos só no primeiro ano, quando foi campeão, venceu a Liga dos Campeões e a Taça Intercontinental. Que inicio… Ainda para mais porque foi convocado para a representar selecção espanhola no Mundial 98. Espanha ficou pelo caminho na fase de grupos deixando passar a Nigéria e o Paraguai, mas nem por isso deixou de impingir uma goleada por 6-1 à Bulgária, onde o nosso homem de hoje marcou 2 golos. No primeiro jogo (Espanha 2 x 3 Nigéria), não jogou. No segundo entrou no inicio da segunda parte (Espanha 0 x 0 Paraguai) e contra a Bulgária foi titular. Seguiu-se uma época de jejum de títulos mas com 25 golos para Morientes em 38 jogos. Em 2000 marcou 19 golos em 46 jogos e conquistou novamente a competição máxima a nível europeu, a Liga dos Campeões. Em 2001 voltou a ser campeão espanhol e venceu a SuperTaça do seu país. 2002 foi o melhor ano em termos de presenças de Morientes nas mais diversas competições, ao todo 51 partidas jogadas, nas quais obteve 21 golos. Conseguiu mais dois troféus internacionais para acrescentar ao seu riquíssimo palmarés, uma Liga dos Campeões e uma Taça Intercontinental. Jogou ainda no Mundial 2002: deram 3-1 à Eslovénia no primeiro jogo, 3-1 ao Paraguai no segundo jogo (Morientes bisou, mesmo só tendo jogado a segunda parte) e 2-3 à África do Sul no último da fase de grupos. Nos oitavos-de-final empataram a uma bola com a Irlanda do Norte, tendo Morientes apontado o golo de “nuestros hermanos” no tempo regulamentar, aos 8 minutos. Robbie Keane, aos 90 levaria o jogo a prolongamento e posteriores penalties. Ganharam nas grandes penalidades. Num escândalo de arbitragem, os espanhóis foram eliminados pela Coreia do Sul, num jogo empatado a 0 nos primeiros 120 minutos e que acabou por beneficiar os anfitriões nos penalties. Em 2003, apesar do campeonato conquistado, o declínio do Jogador Atacante da Semana foi evidente nesta temporada, tendo feito somente 6 golos em 27 jogos. Em 2003/04 só jogou uma vez e estava descontentíssimo com o seu papel em Madrid pois Raul e Ronaldo tapavam-lhe o caminho para o onze. Foi então que foi emprestado ao Mónaco, saindo pela primeira vez do seu país. Jogou 28 jogos para o campeonato, alcançando 10 golos e na Liga dos Campeões marcou 9 golos, foi peça fulcral para a melhor prestação dos franceses nas competições da UEFA, tendo levado o Mónaco à quarta final da sua carreira em Ligas dos Campeões (perdida para o FCPorto por 0-3) e tendo-se também tornado no melhor marcador da competição nesse ano. Veio a Portugal para representar Espanha no Europeu e saiu da competição com o 3º lugar do grupo: ganharam 1-0 à Rússia no primeiro jogo e Morientes saiu à hora de jogo; empataram 1-1 com os vencedores do torneio, a Grécia, com golo de Morientes e perderam por 0-1 connosco, num jogo em que nos valeu o golo do benfiquista Nuno Gomes. Voltou ao Real Madrid mas apesar dos 21 jogos e 3 golos foi definitivamente vendido, desta vez para o Liverpool do compatriota Rafael Benitez. O Liverpool ganhou a Liga dos Campeões, mas o jogador não pode contar com essa conquista no palmarés por ter jogado anteriormente pelo clube espanhol, o que o impediu de marcar presença em mais uma edição da prova. Note-se que é o 10º melhor marcador de sempre da história da Liga dos Campeões. Ainda assim, em meia época, jogou 15 jogos e marcou 3 golos. Em 2005/06 marcou somente 9 golos nuns imensos 46 jogos. Não foi ao Mundial, mas esta época, com 7 golos em 7 jogos, detém a melhor marca golos/tempo jogado, da Liga Espanhola e é o 4º melhor marcador. Falta-lhe um Pichichi, que nunca conseguiu. Será desta, aos 30 anos, que com a camisola do Valência o mítico avançado espanhol alcança o topo da tabela dos melhores marcadores do campeonato? Eto´o, Raul, Ronaldo, Van Nistelrooy, Kanouté, David Villa, Forlán ou Fernando Torres são concorrentes de peso, mas é o que falta a Morientes para tornar o seu currículo perfeito.
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