segunda-feira, outubro 23, 2006

Leões Vs Dragões



Local: Lisboa
Estádio: Alvalade XXI
Árbitro: Pedro Proença
Assistência: 37.136 espectadores

Visão Sportinguista

Medo…Muito medo! Foi assim o clássico de Alvalade.
O Sporting entrou com alterações muito profundas no seu esquema, com Custódio a fazer o seu primeiro jogo a titular e logo ao lado de Paredes…Este foi, em minha opinião o 1.º erro de Paulo Bento.



Apesar de tudo os leões entraram bem no jogo e dominaram a primeira parte. Logo de início Paredes cabeceia para golo, mas Helton (com defesa impossível) atira para canto.
O Sporting carregava, o público estava animado e Liedson deslumbrado não aproveita uma fífia dos centrais e guarda-redes azuis e brancos, falhando o golo de forma infantil!
Era o melhor período do jogo e o Porto constrói uma boa jogada finalizada por Quaresma, a rematar ao lado da baliza de Ricardo.
O jogo estava eléctrico e Assunção (já com amarelo) “atropela” Djaló…EXPULSÃO?! Não, o “encarnado” Pedro Proença, talvez com azia, decidiu protagonizar um momento marcante no jogo e deixou o brasileiro em campo!
Fruto da entrega e domínio leonino o Sporting marcou mesmo por Djaló (quem mais poderia ser?!) a responder a um excelente cruzamento de Nani e a bater inapelavelmente Helton.

Chega o intervalo e logo após o reinício, na sequência de um canto, Quaresma empata. Culpas repartidas pela defesa leonina, (uns autênticos anjinhos) que não atacou com firmeza e por Ricardo! O forcado do Montijo voltou a fazer das suas e saiu de forma intermitente a um lance que, muito simplesmente só podia ser seu!
O Sporting sentiu o golo. Valeu o apoio do público que animou a equipa e Paulo Bento, no final, reconheceu isso mesmo.
Até final os leões lutaram, tentaram, fizeram tudo para ganhar, mas por um misto de azar e azelhice não conseguiram. Liedson esteve muito perto, quando atirou com estrondo a bola à trave!

Resultado injusto, a vitória devia ter sorrido aos de Alvalade.

MELHOR EM CAMPO


Djaló! Correu, rematou, marcou e foi sempre um grande problema para os nortenhos!

POSITIVO DO JOGO
- O Público de Alvalade. Ao contrário de outros jogos, o apoio foi constante e este público empurrou mesmo a equipa para a frente!
- A presença do futebol de ataque no melhor jogo do ano! ;)

NEGATIVO DO JOGO
- O anti-jogo portista. Helton atrasou a reposição quanto tempo quis, as faltas demoravam eternidades a ser marcadas, será que o Porto voltou a ter estatuto de equipa regional?
- Pedro Proença. Compactuou com este anti-jogo, não expulsou Assunção e irritou qualquer um presente em Alvalade com as suas decisões caricatas.

Nota final para ainda não ter sido desta que o Sporting consegue vencer o estigma da liderança. Sim, podia ter passado para a frente da liga, mas isso é tabu, pois já dura mais de 2 anos e não há maneira de desfazer o enguiço! Apesar de tudo, adorei assistir ao vivo a este jogo, agradeço à Bwin e aos colegas do blog pelos momentos de convívio!




Visão Portista

Pudemos ontem assistir ao primeiro clássico desta época. Espera-se de um clássico incerteza no resultado, um jogo bem jogado, uma “guerra” de tácticas, de nervos e cheio de ansiedade. Pois bem, este não foi um clássico com todos esses ingredientes, se bem que, a espaços, alguns deles estiveram presentes.

O Sporting entrou bem melhor no jogo, com mais consistência a meio campo, recuperando mais bolas, acertando mais passes, mas aonde fazia a diferença era na rapidez com que colocava a bola nas linhas, para daí surgirem cruzamentos para a finalização na área. Essa diferença era ainda mais acentuada quando se via uma grande quantidade de jogadores prontos a finalizar, isso sim, foi o que me surpreendeu ainda mais.
O FCP entrou num esquema mais defensivo, tal como eu esperava deste treinador e daí resultou a vantagem para o adversário. Paulo Assunção assumiu o seu lugar de trinco mas, Raul Meireles andou o jogo todo algo perdido e logo, desaproveitado, o que reduziu o meio campo a dois jogadores, Lucho e Assunção. Quando conseguiu acertar mais na marcação o FCP recuperou mais bolas, acalmou o jogo e pautou-o, começando a chegar com mais perigo e mais vezes à área adversária, e aí as coisas começaram a ficar equilibradas. Foi sol de pouca dura, pois o Sporting conseguiu imprimir mais ritmo e sempre a lateralizar o jogo.
Mesmo em cima do intervalo o Sporting chega ao golo. Dois erros defensivos fizeram com que o apagado Nani cruzasse à vontade para, mais à vontade ainda Djaló transformá-lo em golo.
O resultado ao intervalo era justo, já que o Sporting dominou e atacou mais e chegou mais vezes com perigo à baliza do FCP.

No reatar do jogo voltou o ritmo elevado, mas desta feita por conta dos visitantes. Fruto de um canto e de muita confusão na área, Ricardo alivia as hostes portistas ao aliviar a bola para o centro da área, justamente onde estava Quaresma que, com estilo não dá hipóteses de defesa a ninguém, repondo a igualdade inicial.

A partir daí, e recorde-se que o golo foi logo no inicio da segunda parte, o jogo ficou muito mais equilibrado, já que Jorginho veio equilibrar o meio campo e colocar Raul Meireles mais em jogo. As soluções de ataque passavam por Quaresma no lado direito.
O jogo nunca foi bem jogado, mas foi sempre disputado.
Carlos Martins não veio acrescentar muita coisa ao meio campo Sportinguista, mas foi dele que saiu o cruzamento para a cabeça de Liedson, esbarrando a bola na barra.

Em suma, o Sporting procurou sempre o resultado, foi mais ambicioso, audaz, rápido, mas ao mesmo tempo não teve a calma suficiente para fazer as coisas da melhor maneira, pois a ansiedade tomou conta dos seus jogadores. Por seu lado o FCP foi pouco ambicioso, procurando sempre controlar o jogo e a posse de bola, dando a parecer que aquele resultado agradava. Pareceu-me sempre que o FCP, se acelerasse mais o seu jogo, ou o seu contra-ataque, chegaria ao golo.

Melhor em campo:

Quaresma. Pelo golo, pelo inconformismo demonstrado durante toda a partida. No entanto não posso deixar de salientar a excelente exibição de Bruno Alves e também de Pepe.

Positivo do Jogo:
* Um jogo muito movimentado, com elevado ritmo, com vários lances de algum perigo junto das balizas e, tirando apenas um lance, os jogadores apresentaram-se com grande fair-play.
* Um ponto em casa de um adversário directo, é o mesmo que dizer que o adversário perdeu dois pontos, logo, vantajoso para o FCP.

Negativo do Jogo:
* A falta de ambição do FCP, desde logo do seu treinador.
* As entradas de João Moutinho, apesar de ser uma certeza na sua equipa, no futuro da selecção e com uma carreira que promete.
* Pior de tudo: O estado miserável da relva. Uma autêntica vergonha, dificultando e estragando o espectáculo.

Arbitragem:
A arbitragem deste jogo teve, pelo menos, uma coisa de bom: não se chamava Lucílio Batista nem João Ferreira.
Sem ter influência no resultado, o pior aspecto a focar no “sócio” Pedro Proença foi o aspecto disciplinar, mas já lá vamos. Esteve muito perto dos lances e foi muito bem auxiliado pelos seus adjuntos, apenas errando ao assinalar cantos em pontapés de baliza e lançamentos que eram para uma equipa, ele deu para outra. Nada de especial, portanto.
Quanto à questão disciplinar, vários erros podem ser assinalados. Desde logo, houve um jogador, que alguma imprensa considera como o homem do jogo, que fez três faltas para amarelo e passou incólume. A saber, falta sobre Lisandro nem sequer assinalada, pé em riste com Jorginho, sendo que este último é que levou o amarelo e entrada faltosa sobre Lucho, sendo que este último foi o que levou amarelo. O amarelo a Paulo Assunção para mim não existe, é uma falta mais dura que pára um ataque, mas nada mais do que isso, condicionando o jogador que teve de ser substituído, pois teve um lance posterior a este, esse sim, para amarelo. Ao contrário, Nani depois de ver amarelo por jogar a bola com o braço, travou duas vezes saídas perigosas para o ataque, passando incólume.
Em suma, uma arbitragem bastante confusa, mas felizmente sem influência no resultado.

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