quinta-feira, outubro 12, 2006

Grupo A - 4ª Jornada

Estádio: Slaski
Espectadores: 47.000
Àrbitro: Wolfgang Stark (Alemanha)


Polónia: Kowalewski, Golanski, Bak, Radomski e Bronowicki, Blaszczykowski, Sobolewski, Lewandowski e Smolarek, Zurawski e Rasiak
Treinador: Leo Beenhakker Jogaram ainda: Krzynowek e Matusiak


Portugal: Ricardo, Miguel, Ricardo Carvalho, Ricardo Rocha e Nuno Valente, Petit e Costinha, Cristiano Ronaldo, Deco e Simão, Nuno Gomes
Treinador: Luiz Felipe Scolari Jogaram ainda: Tiago, Nani e Maniche

Esta deslocação à Polónia era vital, pois depois do empate na Finlandia, era imperioso não perder este jogo. O discurso de Scolari surpreende pela negativa, pois parece que deixou de ser aquele treinador ambicioso que chegou a Portugal após o Mundial de 2002. Dizer que o empate é sufuciente e que se for necessario jogaroa fechadinho, causou o efeito precisamente contrário, pois aquilo a que assistimos ontem foi a um mar de desconcentrações e infantilidades que levaram a um resultado que deixa em maus lençois o apuramento para o Euro 2008.

Quanto ao jogo, Portugal até entrou bem. Scolari, na busca do ponto, sentou Maniche no banco e fez entrar Petit para o seu lugar, sendo esta a única alteração em relação ao jogo de Sábado frente ao Azerbeijão. Com um meio campo de contenção, não seria de esperar os erros defensivos que surgiram logo a partir do oitavo minuto de jogo e que, ironia ou não, deram em dois golos. Primeiro os oito minutos, depois de uma jogada de insistência do ataque polaco, surge, na cabeça da area, livre de marcação (onde andavam Costinha e Petit?) Lewandowski, que remata com violencia, Ricardo faz uma defesa incompleta e aparece mais uma vez sozinho, Smolarek para fazer o primeiro da noite.

Portugal sentiu o golo e não conseguiu reagir da melhor forma, pois passados 9 minutos, uma infantilidade completa da defesa portuguesa permitiu a Smolarek bisar na partida e quase que matar o jogo logo antes dos 20 minutos de jogo! É certo que os polacos foram eficazes q.b e talvês não voltem a dispôr de um índice tão alto nos proximos encontros, mas o certo é que foi a propria selecção que deu os dois golos, portanto não se podem queixar, a não ser deles proprios.
Era cedo de mais para alterar alguma coisa? Julgo que não. Faltavam opções atacantes? claro que sim. No banco apenas estavam um extremo, Nani, e dois jogadores do miolo com caracteristicas atacantes, Maniche e Tiago, aos quais não se lhe poia pedir que resolvessem alguma coisa.

Até ao intervalo Portugal não conseguiu encaixar no rápido futebol polaco, a certa altura parecia que os polacos iam de mota, e poderia ter sofrido mais um golo antes do descanço, não fosse o remate de Zuraski ter esbarrado no poste da baliza de Ricardo. Tudo correu mal a Portugal no primeiro tempo, uma exibição negra como o equipamento que usaram deixava uma má imagem dos vice campeões europeus e quarto classificados do Mundial.

Com Deco muito atrás, é notavel a falta de forma do luso-brasileiro, Ronaldo muito apagado, Simão à procura da melhor forma ainda, Nuno Gomes perdidissimo entre Bak e Radomski, a defesa a meter agua por todos os lados e Scolari com raras opções de ataque no banco, no reatamento surgiu Tiago no lugar do desastrado Costinha.

De nada valeu, pois a Polónia continuou a ser mais perigosa e sempre esteve mais perto do terceiro golo, que Portugal de reduzir a diferença. As coisas apenas melhoraram um pouco com a saida de Petit e a entrada de Nani aos 68 minutos de jogo.

O jovem jogador do Sporting trouxe mais vivacidade ao encontro e foi dele que saiu a melhor ocasiao de golo para Portugal, protagonizada em conjunto com Cristiano Ronaldo, mas este apenas com Kowalewski pela frente atirou ao lado, demonstrando a total falta de concentração geral.

Estavam decorridos 85 minutos de jogo! Nani ainda tentou ele proprio o golo, mas sem sucesso. Golo esse que surgiu já nos descontos e através de Nuno Gomes, após cruzamento de Simão. Poucos minutos depois o árbitro apitava para o fim do pesadelo e Portugal vê mais longe o primeiro lugar do grupo.

O Melhor em Campo
Euzebiusz Smolarek. Depois do pai, o filho. À 20 anos, na fase final do Mundial 86, foi Wlodimierz Smolarek que apontou o golo que ditou a vitória polaca por 1-0 frente aos portugueses. Ontem foi o filho que crucificou os portugueses, na primeira vez que bisa pela selecção do seu pais.

Rapidez e eficácia foram o cartão de visita deste avançado do Borussia de Dortmund, que deixou a defesa lusa completamente botada ao ridículo, aproveitando da melhor forma dois erros defensivos. Um bom jogador e o espelho do resto da selecção polaca ontem à noite

O Positivo do Jogo
Sempre que se perde um jogo, não se pode encontrar muita coisa positiva, mas talvês esta derrota seja o ponto de viragem do discurso do treinador e das convocatórias excessivamente defensivas que apresenta. A Polonia foi aquilo que Portugal tem sido noutras alturas: mandões, rápidos, eficazes e mortiferos no contra-ataque.

O Negativo do jogo
Claramente a atitude da defesa portuguesa. Não se percebe como é que a jogar com dois trincos, ou se preferirem com seis jogadores de cariz defensivo, houve jogadores que surgiram sozinhos e livres de marcação. O primeiro golo é espelho disso. Lewandowski surgiu sozinho na cabeça da area e rematou à vontade. Depois no segundo golo, o desentendimento entre os jogadores da defesa, ninguem tirou a bola, Ricardo Rocha quase que abalroou um Costinha que mais parecia uma múmia... enfim, tudo correu mal, por isso tudo é negativo. Não se pode pedir aos jogadores que joguem para o empate. Quando o treinador diz que um ponto é bom, isso cria falta de responsabilidade ao grupo e depois dá nisto...

O Árbitro
A par da selecção polaca, esteve em bom plano. Não houve casos dificeis de analizar, mas é certo que acompanhou bem as jogadas e esteve bem na amostragem dos cartões a Simão e Ricardo Rocha, e também a lewandowski

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