sábado, março 31, 2007

Futebol Feminino Ano II Nº 13



Portugal

18ª Jornada – 1/4/07
Murtoense – Boavista
Várzea – Fonte Boa
1º Dezembro – Escola

Taça de Portugal – Meias-Finais
Fonte Boa – 1º Dezembro 0-2
Cadima – Boavista 1-5

Não existiram surpresas nas meias-finais da Taça. 1º Dezembro e Boavista confirmaram o favoritismo e vão encontrar-se na final da taça.

Final
1º Dezembro – Boavista


Suécia
Supercupen (Supertaça) – 1 de Abril


Linköpings - Umea
Estádio: Idrottsparken konstgräs, Norrköping

Este domingo vai realizar-se a primeira edição da supertaça feminina na Suécia. O Campeão Umea perdeu muitas titulares indiscutíveis e vai ter aqui o primeiro teste de fogo. A equipa colmatou estas saídas com a entrada de algumas jovens promissoras.
O Linköpings mantém a base da época passada e tem neste jogo a possibilidade para vencer o seu segundo troféu da história.
O favoritismo é repartido, algo pouco habitual em jogos do Umea, e o Limköpings até é favorito pois a sua forma de jogar e o seu onze base não vai sofrer grandes alterações em relação à época passada, mas atenção às estrelas do Umea, nomeadamente Marta e Ma Xiaoxu


Inglaterra
(Women’s Premier League)
Birmingham - Charlton 1-2
Chelsea - Blackburn Rovers 0-1
Everton - Cardiff City 2-0
Fulham - Doncaster 0-1
Leeds United - Arsenal 1-8
Sunderland - Bristol 1-2
Arsenal – Bristol 4-1

O Arsenal continua a sua caminhada rumo à renovação do título e manteve-se 100% nas competições Inglesas. Em grande destaque esteve Lianne Sanderson(foto) que marcou dois ao Bristol e fez um hat-trick frente ao Leeds. Com estes 5 golos Sanderson já soma 21 na liga.
O Charlton venceu em Birmingham e continua na luta. A equipa Londrina está 11 pontos mas tem dois jogos a menos e na próxima jornada joga com o Arsenal.
O Everton vai recuperando do desastroso início de época e deta feita venceu o Cardiff com golos de Fara Williams e Emily Westwood.


Alemanha
(Frauen-Bundesliga)14ª Jornada

Heike Rheine – Wolfsburg 0-1
FFC Frankfurt –Duisburg 3-0
Bad Neuenahr - Freiburg 1-3
Brauweiler Pulheim - Bayern München 1-2
Hamburger - Essen-Schönebeck 0-0
TSV Crailsheim - Turbine Potsdam(adiado)

A jornada 14 da Liga Alemã colocou frente a frente o FFC Frankfurt(1º) e o Duisburg(2º) separados por 1 ponto. Perante 2130 espectadores o Frankfurt deu um passo importante rumo ao título ao vencer por 3-0. Petra Wimbersky(de branco na foto) foi a figura do jogo ao marcar os três golos que colocam a equipa de Frankfurt com uma vantagem de 4 pontos.

Melhores Marcadoras:
16 golos: Birgit Prinz(FFC Frankfurt) e Petra Wimbersky(FFC Frankfurt)
14 golos: Simone Laudehr(Duisburg)
13 golos: Inka Grings(Duisburg)

- Campeonato do Mundo – O Japão venceu o play-off com o México e apurou-se para o Mundial de 2007 na China
- Steffi Jones(Alemanha) – Após 111 internacionalizações a jogadora que foi comparada a Beckenbauer anunciou a retirada da selecção.
- Campeonato da Europa: Inicia-se este Domingo a qualificação para o europeu de 2009 na Finlândia com o jogo R. Irlanda – Hungria.
- FC Indiana(Estados Unidos) – O clube norte-americano garantiu mais uma contratação, desta feita a defesa internacional Italiana Elisabetta Tona

Até para a semana

Antevisão do SL Benfica vs FC Porto

Os corações palpitam, a ansiedade cresce, o nervosismo faz-se sentir, enfim o clássico está á porta.
Um Benfica – FC Porto ,por si só, é uma fonte inesgotável de sentimentos e emoções, no entanto quando um classico destes ganha o contorno de puder decidir um futuro campeão, então temos todos os ingrediantes para um jogo impróprio para cardíacos.


Favoritismo

Numa primeira análise, torna-se muito complicado atribuir favoritismos, uma vez que a carga psicológica, a motivação que os jogadores sentem para actuar em jogos desta maginitude, etc por si só afectará o rendimento de cada atleta e em ultima análise de cada equipa.
Num plano puramente teórico e como expliquei tremendamente subjectivo, creio que o SL Benfica parte com algum favoritismo.
Desde logo o factor casa joga a favor do SL Benfica que poderá contar com 60 mil adeptos do seu lado. Por outro lado, o momento motivacional do Benfica é francamente mais positivo do que o do seu opositor, uma vez que a recuperação de tantos pontos de desvantagem e os resultados recentes da equipa choca claramente com a intranquilidade e inconstância que se vive no FC Porto.
Outros factores contribuem para este maior favoritismo do SL Benfica (serão dissecados a seguir) contudo gostaria de voltar a referir que atribuir favoritismos num clássico incorre sempre num grau enorme de subjectividade.

Sport Lisboa e Benfica


O SL Benfica não perde á 12 jogos, está em plena recuperação pontual, conseguiu reentrar na luta pelo título e tem um registo caseiro de grande nível.
Á partida serão estes os primeiros pontos favoráveis aos encarnados.
Mas o que terá levado o Benfica a um maior rendimento, a uma maior consistencia e a um maior equilíbrio entre sectores?
Fernando Santos chegou ao SL Benfica com o claro propósito de actuar em 4-4-2. Afastou os alas que tinha, e começou a pre-temporada a jogar num sistema com 4 médios. Contudo, por uma falta de rotinas e mecanização de um sistema que não era usado no Benfica, as exibições deixaram a desejar, os resultados revelaram-se negativos e a contestação ganhou rosto mesmo antes do início da temporada.
Tudo isto fez abalar as convicções de F. Santos e o caminho fácil foi tomado: “vamos fazer a vontade aos adeptos e vamos jogar no 4-3-3.”
A verdade é que em 4-3-3 o Benfica caracterizava-se como sendo uma equipa banal, atendendo ao seu objectivo final – a conquista do campeonato. Grandes dificuldades nas transições defensivas, previsibilidade ofensiva (como disse recentemente e bem Domingos Paciência num seminário sobre futebol) e uma incapacidade de impor o seu jogo através de um ritmo forte.
Fernando Santos diagnosticou tarde, algo que poderia valer o campeonato, mas já diz o ditado “mais vale tarde do que nunca”. Aproveitando o bom momento de Katsouranis e a sua versatilidade, e aproveitando o “elan” que foi o regresso de Rui Costa (servindo-se quase de desculpa para voltar a apostar no 4-4-2 losango), o Benfica tomou uma nova forma.
Um 4-4-2 bastante seguro defensivamente, com um posicionamento e características muito boas para garantir as compensações defensivas necessárias, dando liberdade aos “fantasistas” para um jogo ofensivo bastante móvel, imprevisivel e menos desgastante quando obrigados a tarefas defensivas.
Com a subida de forma de Karagounis e Miccoli, o Benfica ganhou a dimensão que faltava para ser consistente. Na mesma altura a lesão de Rui Costa vem abrir uma hipotese que a mim sempre me pareceu francamente viável e interessante: Simão de volta ás suas tarefas na formação..como vértice ofensivo do meio campo.
A força deste Benfica reside exactamente nas deficiencias do início de temporada: Imprevisibilidade nas movimentações ofensivas e uma capacidade de compensações defensivas de grande nível.
Teremos certamente um Benfica diferente daquele que defrontou o FC Porto no Dragão.

Esquema: 4-4-2 losango




Pontos positivos

- As boas compensações defensivas asseguradas por Petit, Katsouranis e por vezes Karagounis permitem aos elementos mais ofensivos uma dinâmica e uma movimentação muito mais livre e “criativa” o que acaba por baralhar autenticamente as marcações adversárias. A toda esta movimentação acresce o bom jogo posicional entre os 3 da frente (leia-se: as constantes trocas de posição entre os 3 elementos da frente).

- Karagounis subiu de rendimento. Com isso o Benfica ganha uma dimensão ofensiva maior. Maior criatividade, um elemento mais para provocar os desequilibrios.

- Petit e Katsouranis conseguem de maneira eficaz assegurar as compensações defensivas que se exigem quer nas subidas constantes dos laterais pelos corredores, quer em perdas de bola no momento de construção.

Pontos negativos

- A ausência de um central como Luisão poderá ser nefasta. Para além de se perder uma voz de liderança na defensiva, perde-se alguma experiência. Por outro lado apesar dos excelentes atributos demonstrados por David Luiz, a verdade é que um clássico pesa e o jovem central encarnado poderá acusar a pressão.

- Na realidade do campeonato Português, Nelson acaba por ganhar uma dimensão enorme, uma vez que face ao futebol defensivo e pouco imaginativo apresentado pelas equipas de meio e fim da tabela, o lateral português nunca é realmente testado em tarefas defensivas. Contudo contra o FC Porto e existindo a possibilidade de apanhar Quaresma pela frente, a permeabilidade defensiva do lateral direito encarnado poderá ficar bem exposta.

- O desgaste de efectuar jogos de 4 em 4 dias faz-se sentir na intensidade de jogo. O jogo encarnado dá mostras disso e num jogo contra o FC Porto essa menor intensidade, sobretudo nas 2ªs partes, poderá ser fatal.
Do losango encarnado todos os jogadores actuaram muitos minutos pelas suas selecções na 4ª feira, Petit regressou tocado.

Conclusão

O SL Benfica será uma equipa apostada sobretudo nas movimentações constantes do trio ofensivo. Simão será uma dor de cabeça e procurará através de movimentos de ruptura e/ou deambulações pelas alas surpreender o esquema defensivo portista. Por outro lado, o jogo posicional entre os 3 da frente será certamente uma aposta dos encarnados o que poderá levar á obtenção de espaços e corredores para a bola entrar em zonas de finalização.
O apoio dos laterais, tão sentido em outros jogos, poderá esbarrar numa maior preocupação defensiva se o Porto optar por actuar em 4-3-3.
Caberá a Petit e Katsouranis funcionar com garante de equilíbrio e só com uma boa exibição destes 2, teremos um Benfica realmente forte.


Futebol Clube do Porto


O FC Porto parte com menor favoritismo para esta partida, pois desde logo actua fora de casa.
Se é verdade que durante a primeira metade do campeonato foram muito superiores aos adversários e mostraram uma equipa muito forte, a verdade é que desde a pausa de Inverno têm estado vários furos abaixo, devido sobretudo ao aspecto físico.
Este Porto encontra-se orfão de criatividade, uma vez que apenas um jogador capaz de surpreender e desequilibrar (Quaresma) é manifestamente pouco.
Contudo, e mesmo com este quebra física, á partida a qualidade individual do plantel Portista seria suficiente para equilibrar o handicap de jogar em fora, caso não existissem tantas incógnitas e ausências.
A verdade é que o FC Porto vai disputar este duelo na pior altura possível, uma vez que Pepe e Lucho evidenciam cansaço muscular, Anderson ainda não tem rotina de jogo e Lisandro, elemento chave para o 4-3-3 de Jesualdo funcionar, está de fora. A todas estas dores de cabeça com jogadores “chave”, também Ibson não poderá dar o seu contributo.
Assim, se o 4-3-3 fica comprometido com a ausência de Lisandro, o 4-4-2 fica orfão de médios, uma vez que Ibson está indisponível e Jorginho e Anderson não têm ritmo de jogo.
Como ultrapassar estes problemas?
Jesualdo parte para o encontro com 1 ponto de vantagem, o que por si só lhe garante que o empate não é um mau resultado, uma vez que o Porto acaba o ciclo de jogos com os grandes á frente e a depender de si. Por outro lado, a menor necessidade de vencer concede espaço para que Jesualdo possa apostar numa equipa mais coesa e sóbria, de forma a não permitir uma superioridade númerica do meio campo encarnado.
O 4-4-2, a avaliar pelas opções de Jesualdo em outras partidas ditas grandes, será o esquema a adoptar.
Mas muitas incógnitas (e o factor incógnita reina nos portistas) se levantam.
Quem serão os 4 elementos desse losango? Certa é a presença e o posicionamento quer de P Assunção quer de Meireles. Certo também será a presença de Lucho no 11. No entanto em que posição? Creio que dependerá muito da sua forma física. Se não estiver a 100% dificilmente poderá ocupar o vértice como fez em Londres (frente ao Chelsea) uma vez que será submetido a um desgaste tremendo. Assim, apostaria num Lucho a interior direito contando com Postiga (opção na 2ª parte frente ao Sporting) como vértice, prendendo dessa forma uma possível tendência ofensiva para atacar de Petit e até condicionando os movimentos ofensivos de Katsouranis.
De qualquer forma existe ainda a opção Anderson, a qual parece mais credível para actuar nos ultimos 30 minutos aproveitando o desgaste do meio campo encarnado ou ainda a opção Cech, que poderia ser opção ,como interior esquerdo, para travar as ofensivas de Nelson pelo corredor direito.
Na frente não restam duvidas: Quaresma como vagabundo e a procurar as alas (sujeito a uma menor participação e rendimento) e Adriano para segurar jogo e procurar zonas de finalização.
O FC Porto apanha o SL Benfica na pior altura, no entanto por aquilo que demonstraram durante grande parte da temporada e pela forma inteligente e “venenosa” como jogaram em Londres partem para Lisboa com boas possibilidades de vencer, ou não se tratasse de um derby de desfecho sempre imprevisível. O grande tónico será a certeza ,em caso de vitória, de arrumarem praticamente com o campeonato.

Esquema: 4-4-2 losango




Pontos positivos
- A capacidade de decisão de Quaresma. Se estiver nos seus dias poderá tornar-se impáravel.
- A segurança defensiva da equipa Portista.
- A capacidade atlética de Bosingwa que poderá ser um jogador chave para dar profundidade á ala direita do Porto (algo que falho frente ao Sporting).

Pontos negativos

- As incógnitas em relação á condição física de jogadores como Pepe, Lucho e Anderson
- A lesão de Lisandro condiciona o 4-3-3, a condição física de Ibson, Jorginho e Anderson condicionam o 4-4-2.
- Apesar de parecer o sistema indicado, o Porto revela menos rotinas no 4-4-2, e já diz o ditado: “a equipa que for mais fiel ás suas rotinas tem mais hipoteses de vencer).

Conclusão

O FC Porto apresenta muitas incógnitas quer em termos de condição física dos seus atletas quer no onze e esquema a adoptar.
Contudo, será muito provavelmente um Porto dependente do brilhantismo de Quaresma e ao ritmo de Lucho.
Ao apostar no 4-4-2, o Porto irá apresentar-se como uma equipa mais sóbria e pragmática, procurando explorar um adiantamento dos encarnados apostando em rápidos contra-ataques.
A julgar pelo que se viu em Londres frente ao Chelsea, a segurança defensiva parece garantida mas o caudal de jogo ofensivo poderá ressentir-se.


Acima de tudo que seja um grande espectaculo, com grande fair-play dentro e fora do relvado e com uma arbitragem sem casos e justa.

Domingos (perde a) Paciência abandona a União de Leiria


Surpreendentemente, Domingos abdicou hoje do cargo de treinador da União de Leiria. Não são conhecidos os verdadeiros motivos, mas circulam rumores que terá sido devido a questões disciplinares no seio do grupo de jogadores. O novato treinador estava a realizar um bom trabalho, colocando o Leiria perto dos lugares de acesso à Taça Uefa. O seu ex adjunto, Paulo Duarte, assumirá o comando da equipa no próximo encontro, frente à Académica, no derby regional.

O que terá levado Domingos, um treinador ainda com poucos créditos, a abandonar o clube numa época que estava a correr relativamente bem? Terá ele um convite de outro clube? Terá sido alvo de pressões internas? Ou um simples desaguisado com um dois jogadores terá sido o suficiente para perder a Paciência?

Clubes Atacantes - Clube Atletico Independiente



INDEPENDIENTE


O clube que hoje apresento é um dos maiores do mundo em termos de titulos, embora pouca gente tenha noção disso. Detém imensos recordes, que mais nenhuma outra formação, logrou sequer igualar e muito menos passar (vejam no final). É inclusivé a única equipa Sul Americana que ganhou todas as finais que disputou da Taça dos Libertadores. Tem por isso a alcunha "Rei das Taças".
Uma grande figura do futebol português jogou nos "Diabos Vermelhos" de 1967 a 1970, seu nome era Hector Yazalde.
Segundo um recente inquérito nacional, é o terceiro clube em simpatizantes no país, logo atrás de Boca Juniors e River Plate e juntamente com estas duas as únicas equipas que sempre jogaram na Primeira Divisão.
Pessoalmente acho os titulos e os recordes, ainda hoje inigualados, absolutamente extraordinários e faz com que seja a equipa que mais admiro na Argentina.



Buenos Aires 1904, os empregados da famosa loja “A Cidade de Londres”, desejosos de experimentar esse novo jogo que tanta atenção atraía, criaram uma equipa de futebol a qual chamaram Maipú Banfield. E assim puderam participar em torneios com outras firmas.

Contudo os empregados mais novos, apesar de pagarem quotas, não podiam participar nos jogos, apenas tinham direito a presenciá-los. E isso criou mal estar entre os desfavorecidos.

Decidiram então, estes últimos, juntarem-se num bar do bairro e discutir a situação. Da reunião saiu a deliberação de criar um novo clube, independente do Maipú Banfield, e assim a 4 de Agosto de 1904 nascia o Independiente Football Club. Decidiu-se também o equipamento da equipa que ficou todo branco.
Esta data no entanto não foi conservada, pelo que se decidiu, no primeiro dia do ano seguinte (1 Janeiro), dia em que se realizou uma importante Assembleia Directiva, ser essa a data de fundação.

Ainda nesse ano o presidente do clube, Aristides Langone, viu jogar o Nottingham Forest numa digressão pelas Pampas e o seu futebol vistoso, fez furor, levando o presidente a quer o mesmo equipamento para o Independiente, a mesma alcunha “Red Devils” e se possível o mesmo nível futebolistico.

Foram autorizados a jogar na Segunda e Terceira Divisões das ligas amadoras da Argentina.

Foram tempos dificeis, e na Terceira Divisão chegaram a perder por 1-20 contra o Atlanta. Só em 1907 jogariam contra os rivais citadinos, o Racing Club Avellaneda. Surpreendendo tudo e todos, como é natural num derby, a equipa que à partida estaria em melhores condições perdeu, ou seja, o Independiente ganhou por 3-2.

No ano seguinte, num dos seus primeiros jogos internacionais, contra o Bristol do Uruguay, foi quando se deu a estreia dos equipamentos vermelhos para além do nome do clube que passou a designar-se Club Atlético Independiente .

Em 1912 a Federação Argentina convidou o Independiente a participar na Primeira Divisão da Liga. Liga esta que mais tarde se converteria na Primeira Divisão Profissional do país.

Nos anos 20, ganharam dois titulos de campeão da liga amadora, em 1922 e 1926. Fazia parte dessa equipa o argentino Raimondo Orsi, que mais tarde se transferiu para a Juventus, tendo-se naturalizado italiano e sido campeão do Mundo pela Italia em 1934.

Foi ainda durante os anos 20, que se deu a demolição do velho Estádio “La Crucecita”, ajudado pelo fogo que o consumiu parcialmente (1923). Deu-se então inicio à construção do magnifico Estádio Almirante Cordero em 1926, obra concluida em 1928, aquando da recepção ao Peñarol do Uruguay para a sua inauguração. Jogo que terminou com um empate 2-2.

O Estádio tem capacidade para 53,000 pessoas, e foi o primeiro da América (segundo no mundo) a ser totalmente construido em cimento. O facto de ter duas palas para protecção do público, deu-lhe a alcunha de “La Doble Visera”. Hoje, e depois de ter sido realizada uma votação, no site oficial do clube, em 2005, o estádio chama-se oficialmente Estádio Libertadores da América. Este ano vai ser demolido para dar lugar a um mais moderno.





1931 foi o ano do profissionalismo do futebol argentino e com isso o aparecimento do primeiro campeonato nesses termos. Embora com boas equipas o Independente só logrou conquistar o primeiro titulo em 1938, para no ano seguinte ser bi-campeão. Durante estes dois anos conquistou dois recordes que ainda hoje perduram: Maior número de golos marcados num só campeonato (1938 – 115 golos em 32 partidas e 1939 – 103 golos em 34 partidas) e o melhor marcador de sempre da Primeira Divisão Argentina, Arsenio Erico (em 1938 marcou 45 golos e em 1939 marcou 40 golos) que acabou com 293 golos marcados, todos com a camisola do Independiente.

Contudo não foi o começo de uma gloriosa carreira recheada de titulos, já que novo titulo de campeão só surgiria em 1948, isto depois de uma greve decretada pelos jogadores profissionais. Assim as últimas cinco partidas foram jogadas por jogadores amadores mas mesmo assim conseguiram o titulo.

Os anos cinquenta foram de inexito total. O maximo que conseguiram foi três terceiros lugares e um segundo e só em 1960 conquistaram o seu quarto campeonato.

As decadas de 60, 70 e parte de 80 foram as decadas de ouros do clube. Foi quando a equipa se tornou a maior do Continente e do Mundo. A decada de 70 pode mesmo ser considerada uma época acima de ouro, chamemos-lhe época de Diamante, onde conquistou 12 titulos importantes.

Começou então com o titulo argentino em 1960, como acima foi descrito, e continuou, com outro em 1963. Tinha então 45,000 sócios e um estádio remodelado e o crescimento era contínuo.

Em 1964 conseguiria a primeira de uma das maiores glórias ao ser vencedor da Taça Libertadores da América, numa final que era disputada em duas mãos. A vitima foi o Nacional de Montevideo, equipa uruguaia que também ela estava a disputar a sua primeira final. Resultados de 1-0 e 0-0 deram o titulo aos argentinos.

O ano seguinte foi o da afirmação internacional, com nova ida à final da Taça Libertadores, e para nova vitória, desta feita contra os também uruguaios Peñarol com 1-0 e 1-3 e 4-1.

Como podem ver, apesar de terem ganho por um golo e perdido por dois, a eliminatória ficou em aberto a mesma, uma vez que as regras da Taça Libertadores são muito diferentes do normal. A Taça é entregue baseada nos pontos que cada um faz na final apenas. Assim os golos fora não contam, nem sequer o número de golos. Uma equipa ganhando ou perdendo por 5-0 e ganhando ou perdendo por 0-1 terá sempre de fazer novo jogo para ver quem é o Campeão. O novo jogo seria em campo neutro, e aí, se houvesse empate no final dos 90 minutos, então tería-se em consideração a diferença de golos das duas partidas anteriores. Se o empate mesmo assim subsistisse então haveria prolongamento e depois penaltys.

Assim se mantiveram as regras desde 1960 até 1987, altura em que a organização da Taça, decidiu, e até 2004, que o volume de golos deveria beneficiar directamente a equipa que maior vitória obteve, excluindo a hipótese de terceiro jogo, mas continuava a não contar a regra de golo fora valer por dois. A regra dos golos fora só foi adoptada em 2005.

Os anos de 1967, 1970 e 1971 foram marcados por conquistas internas com mais 3 campeonatos e em 1972 nova Taça dos Libertadores, desta feita seria o inicio de mais um recorde, porque não só a ganharam em 1972 como em 1973, 1974 e 1975, sendo que é a única equipa do mundo, até hoje, a ter quatro Taças dos Libertadores consecutivas e a que mais Taças conquistou até hoje com sete.


As “vitimas” foram:

1972 – Universitario (Perú) 2-1 e 0-0
1973 – Colo Colo (Chile) 1-1, 0-0 e 2-1 (a.p)
1974 – São Paulo (Brasil) 2-0, 1-2 e 1-0
1975 – Union Espanhola (Chile) 3-1, 0-1 e 2-0

Ao mesmo tempo batia e fazia recordes em mais uma Taça, a já extinta Taça Interamérica, que era disputada pelos vencedores da Taça Libertadores e da Taça Campeões da CONCACAF, ou seja, entre os vencedores da América Sul e América Norte/Centro.

Assim ganhou-a nos três anos que a disputaram, uma vez que era uma prova muito irregular, mas o suficiente para ser tri-campeão consecutivo e o único que ganou três Taças. As vitimas foram: 1973: - Olimpia (Honduras); 1974: - Municipal (Guatemala); 1975: - Atlético Espanhol (México).

Na Taça Intercontinental as coisas não correram tão bem como nas outras, e o primeiro ano em que foram à final (1972), perderam com o Ajax. Nesta altura a final ainda era disputada em duas mãos, em casa de cada um dos finalistas. Assim receberam os holandeses no primeiro jogo e empataram 1-1, a segunda volta foi um desastre e uma derrota por 0-3 deu a taça ao Ajax.

No ano seguinte, o Ajax, Campeão Europeu, declinou a sua participação e quem jogou a final do lado europeu foi o finalista vencido, a Juventus. Os clubes acordaram pela primeira vez jogar a final num único jogo em campo neutro, e a escokha recaiu no Estádio Olimpico de Roma. Digamos que foi pouco neutro para os argentinos, mas a verdade é que a vitória acabou por lhes sorrir num tento sem resposta.

Nova vitória na Taça Libertadores em 1974, levou-os a nova final da Taça Intercontinental. Desta vez o Campeão Europeu, Bayern Munique, também declinou a participação e assim disputaram-na com os espanhóis do Atlético Madrid, o finalista vencido. Nova final a duas mãos, e novamente empate a uma bola em Avellaneda, algo que não augurava nada de bom para a segunda mão em Espanha. E assim foi uma vez que no Vicente Calderon a equipa sucumbiu por 0-2.

Em 1975, o primeiro grande falhanço da organização da Taça Intercontinental. Como se pode ver ao longo dos anos anteriores, a organização era tão má que vários foram os anos em que o Campeão Europeu declinou jogar, mas este ano ainda foi pior, uma vez que nem Bayern Munique, nem Independiente, encontraram uma data que servisse as duas equipas, para se realizarem os dois jogos da final.

Foi com pena que os adeptos receberam a noticia, uma vez que estavam empenhados em desforrar-se da derrota do ano anterior, e uma vez que o clube falhou nova vitória na Taça Libertadores, os olhares viraram-se para o Campeonato Argentino.

Assim venceram a Primeira Divisão em 1977 e 1978. Todos estes troféus foram ganhos muito por culpa da “Dupla Maravilha”, que na frente de ataque fazia “milagres”. Ricardo Bochini e Daniel Bertoni, eram os “mágicos de serviço”.

O campeonato de 1977, ficou para a história como um dos mais memoráveis dos "Diabos Vermelhos". Um campeonato decidido em play-offs com uma final a duas mãos. Assim o Independiente recebeu o Talleres de Córdoba e empatou em casa 1-1, um resultado qe parecia comprometedor.

E assim na segunda volta em Córdoba, perante 47,000 pessoas, o jogo corria igual ao da primeira volta, e a 15 minutos do fim as equipas estavam empatadas 1-1, foi então que o Talleres marcou o 2-1 no meio de muita confusão. Vários protestos Independentistas e o jogo foi interrompido. O jogo só recomeçou depois de três jogadores “vermelhos” terem sido expulsos. Com 8 jogadores contra 11 e apenas 10 minutos de jogo que poderia fazer o Independiente? Ou qualquer equipa do mundo numa situação destas? A verdade é que o clube era protegido pelos deuses e a “Dupla Maravilha” a cinco minutos do fim conseguiu o impossível. Bertoni, escapa-se pela direita, deixando para trás vários adversários, no limite da área cruza atrasado para Bochini rematar de primeira ao ângulo... O Estádio ficou silencioso... Era impossível... O Independiente com apenas 8 jogadores empatava a partida a 2 golos e consequentemente ganhava o titulo, vitória pela regra dos golos fora.

Convém agora falar um pouco da “Dupla Maravilha”. Comecemos por Ricardo Henrique Bochini, “El Bocha”, uma vez que se tornou no maior ídolo do Independiente, pelo facto de só ter conhecido este clube na sua carreira, foram 20 anos, de 1972 a 1991. Bochini era o "Número 10" perfeito, completamente fora de serie, e com os seus pés inventava desmarcações fantásticas para os avançados e pontas de lança “vermelhos”.

Pertence-lhe o recorde de mais jogos por uma só equipa na Primeira Divisão Argentina, com 740 onde marcou 107 golos. Ganhou 8 Taças Internacionais, incluindo o Campeonato do Mundo no México 1986, juntando-lhe 4 titulos de Campeão Argentino.

Ficou imortalizado também pelos passes que fazia, e hoje em dia, qualquer passe em que o avançado fique desmarcado e sozinho frente ao guarda-redes é chamado de “passe bochinesco”.

Retirou-se em 1991, depois de uma lesão grave, já com 37 anos. Mas tem uma estátua em sua homenagem à entrada do estádio (foto no final).

Este ano o Baracas Bolivar da V Divisão da Zona 57, jogando no Torneio do Interior, resolveu homenagear Bochini e convidou-o a participar num jogo oficial. Jogo que decidia a promoção da equipa para a segunda fase da competiçao.

Assim com 53 anos, regressou e jogou pela última vez, na sua carreira, durante 42 minutos na vitória por 2-1, do Baracas que assim conseguiu o apuramento.


Vejamos agora Daniel Ricardo Bertoni. Formado no Quilmes, chegou ao Independiente um ano depois de Bochini iniciar a sua carreira profissional. Vestiu de vermelho durante 5 anos até 1977. Bertoni não era um playmaker como Bochini, nem sequer era ponta lança, a sua posição era extremo direito. Com um impressionante remate com ambas as pernas no entanto destacava-se pela velocidade com que deixava os adversários para trás.

As suas actuações levaram-no à selecção e o melhor momento da sua carreira internacional foi quando marcou um dos golos da final do Campeonato do Mundo de 1978, contra a Holanda.

As boas actuações levaram o Sevilha a cometer uma loucura pagando 70 milhões de pesetas pelo seu passe. Jogou então em Espanha de 1978 a 1980, de onde se transferiu para a Fiorentina (81-84), depois Nápoles (84 a 86), onde foi campeão com Maradona e acabou a carreira no Udinese em 1987.


Com a entrada dos anos 80 o clube perdeu algum fulgor mas continuou na senda das vitórias memoráveis. A um titulo de Campeão Argentino em 1983 juntou-lhes a sétima Taça dos Libertadores, desta feita frente ao Grémio do Brasil, com 1-0 e 0-0. Esta vitória permitiu-lhes jogar a Taça Intercontinental, já sob alçada dos japoneses da Toyota e com uma organização exemplar. Num jogo único disputado em Tokyo frente ao grande Liverpool dos anos 80, a vitória sorriu aos sul-americanos por 1-0.





A história do titulo argentino deste ano de 1983 é um pouco curiosa e extraordinaria para os adeptos do Independiente e de muito má memória para os rivais citadinos, o Racing Club.

À entrada para a última jornada o Independiente tinha apenas 1 ponto de vantagem sobre o San Lorenzo e o Ferro Carril Oeste, e o Racing estava na zona de descida, já despromovido. A vitória dos independentistas por 2-0 permitiu não só o clube ser campeão, como ser campeão frente ao rival e ainda ver o rival descer de divisão, tudo no mesmo jogo.
Essa decada não acabaria sem novo titulo de Campeão Argentino em 1989, e entrava-se nos anos 90, que começaram com o final da carreira de Bochini em 1991, depois de 20 anos vestido de vermelho.

Novo titulo de Campeão Argentino foi conseguido em 1994, ao que se juntou as vitórias na Supertaça frente ao Boca Juniors nesse ano e no ano seguinte frente ao Flamengo em pleno Maracanã, sendo com isso a única equipa estrangeira a obter um titulo nesse estádio, e ainda uma vitória na Recopa também em 1995 frente ao Velez Sarsfield.

Depois da vitória nesta Taça Recopa, o Independiente entrou no restrito lote mundial de equipas com mais titulos internacionais, com 15, juntando-se a Real Madrid, AC Milan e Boca Juniors.

Passaram oito anos até que os vermelhos ganhassem novo troféu, foi mais um campeonato argentino em 2002.

Mas o clube passa por tempos dificeis e por gestões danosas, que advéem dos anos 90. A divida, que a principio se julgava ser superior a 50 milhões de dolares na verdade corresponde a 26 milhões, isto segundo a Justiça Argentina.

Com a venda de Sergio Agüero ao Atlético Madrid, por 23 milhões, pensa-se poder equilibrar as finanças e estabilizar a situação. Se não conseguir "apagar" completamente a divida pelo menos fica quase ela por ela.

Neste momento e com 5 partidas realizadas, no Torneio Clausura do Campeonato Argentino, estão em 16º lugar (entre 20 equipas), com 1 vitória, 1 empate e 3 derrotas, e o titulo não passa de miragem.

Palmarés:

14 vezes Campeão Argentino: 1938, 1939, 1948, 1960, 1963, 1967, 1970, 1971, 1977, 1978, 1983, 1989, 1994 e 2002.

7 vezes Vencedor da Taça Libertadores: 1964, 1965, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1984.

2 vezes Vencedor da Taça Intercontinental: 1973 e 1984.

3 vezes Vencedor da Taça Interamericana: 1973, 1974 e 1975.

2 vezes Vencedor da Supertaça Sul-Americana: 1994 e 1995

1 vez Vencedor da Recopa Sul-Americana: 1995.

2 vezes Campeão da Primeira Divisão Amadora: 1922 e 1926.


Recordes absolutos inigualados:

* Máximo goleador, de sempre, da Primeira Divisão Argentina: Arsenio Erico – 293 golos, unicamente com a camisola do Independiente.

* Primeiro clube argentino a ter ganho a Taça Libertadores.

* Primeiro clube argentino a ser bi-campeão da Taça Libertadores.

* Único clube Americano a ter ganho todas as finais da Taça Libertadores que disputou (sete).

* Único clube Americano a ter ganho quatro finais da Taça Libertadores consecutivas (quatro).

* Único clube Americano que ganhou todas as finais que disputou da Taça Interamericana.

* Único clube Americano que ganhou três finais da Taça Interamericana.

* Único clube Americano que ganhou três finais consecutivas da Taça Interamericana.

* Único clube não brasileiro em todo o Mundo a ter vencido uma competição no Estádio Maracanã, contra uma equipa brasileira.

* Em Dezembro de 1953 derrotou o Real Madrid de Di Stefano, no Santiago Bernabéu por 6-0.

* Segundo clube no Mundo a ter um Estádio totalmente em cimento e Primeiro da América do Sul.

* Pelo Independiente está ainda registado no Guiness o facto do seu avançado Eduardo Maglioni ter marcado, num jogo oficial, 3 golos em 1 minuto e 50 segundos.

sexta-feira, março 30, 2007

Vitória SC 0 x 0 Leixões


Estádio: D. Afonso Henriques, Guimarães
Assistência: 24 850 pessoas
Árbitro: Lucilio Batista

Sabe a muito pouco sair deste jogo com apenas um ponto, depois de ser a única equipa em campo a querer praticar um futebol minimamente atractivo e a querer ganhar.
Ainda com as emoções muito a quente depois de um jogo muito bom por parte do Vitória, apetece dizer que a tabela classificativa desta Liga Vitalis é mentirosa.
Se na era Norton de Matos o Vitória poucas vezes justificou o estatuto de candidato à subida de divisão e não praticou um futebol nem um pouco condizente com as caracteristicas deste campeonato, com o assumir de funções de Manuel Cajuda, os homens de Guimarães mostram jornada após jornada que merecem, pela equipa que são, estar num dos lugares de acesso à Liga BWin. Ninguém neste campeonato mostrou ainda superioridade em relação aoVitória e com o seu joguinho de matreirice lá vão conseguindo somar pontos na casa mais temida da segunda mais importante competição futebolistica nacional.
O Leixões, hoje, em Guimarães, foi apenas mais uma dessas equipas.
Com a lição muito bem estudada, e apenas com o empate no pensamento, os homens de Matosinhos, poucas vezes chegaram ao último reduto vitoriano em toda a partida, e quando o fizeram, na maioria das vezes de bola parada, não conseguiram sequer que Nilson tremesse.
Quando se viram a jogar apenas com dez, devido a expulsão de Jorge Duarte, os homens do Leixões fecharam-se ainda mais no seu joguinho e continuaram ainda mais fortes na marcação cerradissima que vinham a fazer ao Vitória.
No final, empate consumado, objectivo conseguido e festa como se de uma vitória de tratasse.



Quanto ao Vitória, foi a única equipa em campo empenhada em tentar aliar a um triunfo um bom espetáculo de futebol.
Ficou-se pela boa exibição, até onde o Leixões deixou jogar, e apesar das excelentes e flagrantes oportunidades de golo não conseguiu concretizar nenhuma delas.
Sempre vítimas de uma marcação cerradissima, os homens vitorianos tentaram da melhor maneira possivel levar o seu futebol até à área contrária, mas nunca o conseguiu fazer de forma certeira.
Pelas alas, Ghilas e Rissut iam tentando dar jogo a Henrique que sufocado pelos defesas leixonenses, pouco conseguiu fazer.
Um Tchomogo desastrado, dava lugar na segunda parte a Anderson e mais tarde Desmarets era substituido por Targino numa tentativa de Manuel Cajuda de fazer soltar Henrique da marcação sufocante que vinha a sofrer e de criar mais opções atacantes aos seus homens mais encostados às laterais.
Anderson chegou mesmo a ter tudo para mudar o marcador a favor do Vitória, mas um cabeceamento ao lado da baliza de Beto serviu apenas para fazer levantar das suas cadeiras os adeptos vitorianos mais uma vez em vão.
Muito determinado, Targino entrou bem em jogo a ganhou praticamente todos os duelos que travou, embora na prática isso não se revelasse decisivo.
Daí até ao final, Ghilas teve nos pés ( mais ) duas flagrantes oportunidades de oferecer os três pontos à sua equipa, numa delas depois de uma assistência perfeita de Flávio, mas voltou a atirar às mãos de Beto.
Foi um jogo de carácter, vontade e entrega dos homens vitorianos, que apesar de continuarem impenetráveis na sua defensiva ( mais um golo sem sofrer golos ), não encontraram desta vez, meio de fazer abanar as redes leixonenses e deixam as contas do campeonato sem alterações. Pelo menos até aos jogos de Domingo.

MELHOR JOGADOR
Flávio #26.
Para este 'lugar' tinha três opções hoje.
Ghilas, pelo que correu, pela entrega e pelas melhor ocasiões de golo terem saído do seus pés.
Rissut, pelas bolas que recuperou, pelos duelos ( quase todos ) que venceu e pelo pulmão inesgotável que teve durante todo o encontro.
E o Capitão. E optei pelo Capitão pelo simples facto de que é o 'moderador' desta equipa. A segurança, a voz de comando e a entrega que todos os outros têm como exemplo. Sendo o primeiro homem defensivo desta formação, apenas por uma vez em toda a partida se deixou ultrapassar por não estar bem colocado. De resto, durante todo o jogo, por ele nada passou, mostrou-se muito esclarecido no passe e na visão de jogo e ainda arranjou tempo para ir à frente, já perto do final, fazer um passe cheio de classe para Ghilas só colocar dentro da baliza do Leixões. O companheiro não cumpriu o seu papel, mas o capitão, interpretou o seu num nível muito bom.

ARBITRAGEMDeixou jogar e nunca interferiu de forma prejudicial, para qualquer dos lados, na partida. Disciplinarmente agiu em conformidade com o que as regras ditam e soube segurar um jogo que só por si tem as emoções à flor da pele.

PONTOS POSITIVOS

- Repetitivo? Eu só posso dizer que esta gente, esta gente não tem adjectivos qualificativos. Hoje estiveram muito próximos das 25 000 almas a marcar presença no apoio incondicional a esta equipa. Mais uma vez, de parabéns.
- Ambiente de primeira liga. O Estádio D. Afonso Henriques está habituado a noites de gala e esta, apesar do resultado, nas bancadas, foi mais uma delas.
- Defensiva de ferro. Mais um jogo sem sofrer golos por parte da defesa vitoriana que vai já na sétima partida sem ver as suas redes violadas. Tem sido o abono de familia desta equipa e a responsável pela grande maioria dos pontos conquistados neste 'recomeço'.

PONTOS NEGATIVOS

- Passo atrás. Depois de uma série de cinco vitórias consecutivas, o Vitória interrompeu esta noite o seu ciclo vitorioso e naquele que poderia ter sido o jogo que o colocaria em lugar de subida, deixou escapar uma importantissima oportunidade de assumir o lugar que lhe pertence por natureza.

Promessa Atacante da Semana: Ruben Amorim


Esta semana vamos apontar o dedo a um dos médios-centro mais promissores do futebol português: Ruben Amorim. Com 22 anos podia já ser uma certeza, mas o facto de ainda jogar num clube de pequena dimensão vai adiando esse estatuto. Contudo, as excelentes exibições que tem rubricado ao serviço das selecções jovens, e a forma que evidencia ao serviço dos azuis do Restelo, leva-nos a acreditar que não tardará a dar o salto. Estreou-se com a camisola do Belenenses aos 18 anos, numa época em que realizou duas partidas. Na época seguinte conseguiu afirmar-se, contabilizando 17 jogos na Liga 2004/2005. Desde então, Ruben assume um papel fundamental no onze da equipa da Cruz de Cristo, e hoje é mesmo uma dos seus pilares principais. Na corrente temporada, participou em 19 encontros e marcou um golo, contra o Braga, no decorrer da primeira volta. Dono de um pontapé forte e de uma excelente visão de jogo, Amorim é um médio de características defensivas, mas que sabe muito bem atacar e subir no relvado. À imagem do que representa do Belenenses, é também peça chave na Selecção Portuguesa de Sub21, e marcará certamente presença do próximo Europeu da categoria. Devido a lesão, teve de abandonar o recente estágio dos sub21, onde os jovens lusos defrontaram a Eslováquia e a Sérvia. Vamos aguardar para ver se o Europeu na Holanda vai catapultar Ruben Amorim para a ribalta do futebol. Estranhamente, Porto, Sporting e Benfica estão a deixar fugir um talento português formidável, que possivelmente irá aventurar-se no estrangeiro, onde lhe é dado o devido valor...

Ficha Técnica



Nome: Ruben Filipe Marques Amorim
Data de nascimento: 1985/01/27 (22 anos)
Local de nascimento: Lisboa
Altura: 1.82m
Peso: 72kg
Posição: Médio
Clube: Belenenses
Nº camisola: 5

O Árbitro do Jogo do Ano


Nome: Pedro Proença Oliveira Alves Garcia
Idade: 36 Anos (3/11/1970)
Associação: AF de Lisboa desde 1988/1989
Profissão: Director Financeiro

A Comissão de Arbitragem nomeou para o SL Benfica – FC Porto, deste fim-de-semana, o árbitro Pedro Proença.
Por muitos considerado como o jogo do ano, este clássico será um jogo muito difícil de dirigir essencialmente por ser um jogo (que poderá ser) decisivo, onde a pressão é enorme e, como é costume, uma grande fatia dessa responsabilidade é depositada nos ombros do árbitro. Um erro de análise (com ou sem culpas para o árbitro) num qualquer lance fulcral poderá criar celeuma num campeonato que apresenta um equilíbrio sufocante.
Uma boa notícia no meio disto tudo tem sido o silêncio dos dirigentes, habituados a “minar” a tranquilidade que os jogadores e o árbitro precisam para preparar o jogo em condições. Sim porque, para Portugal, esta é a “final do Campeonato do Mundo”, este é o “Super Bowl”, isto é o anúncio do “Óscar de Melhor Filme”…
E para a decisão foi escolhido um árbitro muito pouco consensual.
Internacional de primeira categoria a partir desta época, Pedro Proença é considerado um dos valores seguros da arbitragem portuguesa mas, por outro lado, é um árbitro que não recolhe muita simpatia junto dos mais diversos quadrantes de apoio clubístico. Porquê?
Porque, na sua maneira de actuar, é duro e arrogante.
Podia-se argumentar que essas características nunca são boas num árbitro mas, na minha opinião, fazem dele um árbitro prático que acusa menos que outros a pressão “caseira” ou o “peso” das camisolas.
Acho que se pode esperar dele uma arbitragem firme, sobretudo com a atitude dos jogadores que entrarão nervosos. Tentará impor a sua autoridade desde o primeiro segundo (não me espanta que saia um ou dois amarelos nos primeiros minutos da partida) para segurar um jogo que será quente de início ao fim.

Defino pois então Pedro Proença como um árbitro que segue as determinações sem olhar caras ou casos e por isso acho que tem tudo para fazer um bom jogo.
Também erra? Erra pois. Hão-de me dizer qual é o árbitro que não erra…

Estatísticas

- 16 Jogos em 22 jornadas (sete na Liga Vitalis e nove na Liga Bwin)

- 94 Amarelos (cerca de 6 por jogo)
- 8 Vermelhos (um em cada dois jogos)

Curiosidades

É assumidamente benfiquista.

Recolhe muita antipatia no Dragão desde que, em 2002/2003, expulsou por duas vezes na mesma época o treinador do FC Porto (José Mourinho).

quinta-feira, março 29, 2007

Memória Atacante LVII

Mais um post para recordar da nossa eterna SpicedBlond, desta vez fala-nos sobre a forma como a Suécia garantiu o apuramento para as meias finais do Europeu Feminino de 2005 frente à selecção da casa, as Inglesas...

A Suécia garantiu, perante os 25.694 espectadores presentes em Ewood Park, em Blackburn, um lugar nas meias-finais graças a um golo de Anna Sjöström, que colocou fora de prova a anfitriã Inglaterra

Adeus da equipa da casa



Apesar de ter estado sempre ao nível da Suécia, a Inglaterra não conseguiu o golo do empate e as finalistas de 2001 terminaram na liderança do Grupo A, tudo graças à vitória da Finlândia, por 2-1, sobre a Dinamarca, resultado que deixou a equipa treinada por Hope Powell no quarto e último lugar do grupo. Obrigada a vencer, a equipa da Suécia entrou ao ataque e aproveitou um canto para marcar. O pontapé de Therese Sjögran desviou em Katie Chapman e a bola foi parar aos pés de Sjöström, que marcou com um toque de calcanhar.

Mudança de guarda-redes



Ambas as equipas fizeram duas alterações em relação aos jogos de quarta-feira. Rachel Brown substituiu a lesionada Josephine Fletcher na baliza de Inglaterra, que havia sofrido dois golos nos instantes finais da derrota por 2-1 com a Dinamarca, e Eniola Aluko jogou no lugar de Amanda Barr. Nas nórdicas, Caroline Seger e Sjöström ocuparam os lugares de Malin Andersson e de Lotta Schelin no meio-campo, isto em relação à equipa que foi titular no empate sem golos frente à Finlândia.

Remate de Yankey



As esperanças que a Inglaterra tinha em segurar o nulo caíram por terra e os 25 mil espectadores aumentaram o barulho para incentivar a equipa da casa, especialmente quando a irrequieta Aluko atacava a defesa sueca. Rachel Yankey fez o primeiro remate de Inglaterra, mas a bola saiu à figura de Hedvig Lindahl, que, depois, teve de mergulhar corajosamente para evitar o desvio de Kelly Smith.
Yankey marcou um livre que Seger desviou de cabeça, fazendo a bola rasar a trave da própria baliza e, depois de um período de acalmia, a velocidade de Aluko quase provocou um golo bizarro aos 33 minutos, quando interceptou um alívio de Lindahl. A bola subiu muito e foi por pouco que não entrou na baliza, junto ao poste esquerdo.
Pouco antes do intervalo, a pressão inglesa quase deu resultado. Karen Carney marcou um canto, Faye White cabeceou e Jane Törnqvist evitou o golo. A recarga de Yankey saiu por alto. Nos segundos finais, White foi obrigada a fazer um carrinho para evitar um remate de Hanna Ljungberg.

Chapman perto



Smith continuou em campo para a segunda parte pela primeira vez na fase final e desviou um cruzamento de Yankey para Carney, cujo remate foi desviado para canto, na sequência do qual Chapman cabeceou por cima. Esta jogada levou a seleccionadora da Suécia, Marika Domanski-Lyfors, a lançar em jogo Frida Östberg para reforçar o meio-campo.
Foi uma boa alteração, pois o jogo passou a desenrolar-se junto à baliza da equipa da casa. Svensson, lançada em profundidade, fez a bola passar sob o corpo da guarda-redes inglesa, mas Brown defendeu a bola com os pés. A Inglaterra respondeu e um cruzamento de Alex Scott permitiu a Yankey rematar de calcanhar, mas Lindahl defendeu com atenção.

Última aposta



Powell apostou em Barr para o lugar de Carney, reforçando o ataque nos últimos 20 minutos, mas não foi por acaso que a Suécia foi finalista do Campeonato do Mundo de 2003. Com uma boa posse de bola, as nórdicas garantiram que o último campeonato de Domanski-Lyfors no posto de seleccionadora vai continuar nas meias-finais, face ao segundo classificado do Grupo B, em Warrington, na quinta-feira. A Inglaterra, cujas jogadoras e adeptos nunca desistiram, só tem a lamentar os golos que sofreu frente à Dinamarca há três dias.

[SpicedBlond a 26 de Junho de 2005]

Portugal no Marakana


Resultado positivo para Portugal: ficou a sensação de dever cumprido, mas o resultado soube a pouco.

Melhor começo para a equipa das quinas era impossível. Tiago, aos 4 minutos, repara no adiantamento Stojkovic, enche o pé, inaugura o marcador, e faz o seu primeiro golo pela Selecção A. Estava feito o mais difícil, marcar um golo, a uma equipa sérvia que ainda não tinha concedido nenhum golo em casa.
Os homens dos Balcãs reagiram, pressionaram, encostaram Portugal à sua área. A defensiva portuguesa demorava em acertar com as marcações, algo que, felizmente, não foi aproveitado pelos sérvios, que só assustavam as redes de Ricardo através de bolas paradas.

Perto da meia hora, Portugal sacode a pressão, acerta as marcações, e, após um canto, Petit proporciona a Stojkovic uma das defesas da noite. Esteve à vista um golo que daria tranquilidade, numa fase em que os lusos começavam a dominar.


Contudo, cada lance de bola parada sérvio, normalmente apontado por Stankovic, era um calafrio para a defensiva portuguesa. Portanto, não foi de admirar que, após um canto, Jankovic restabelecesse a igualdade. Portugal reage bem, e João Moutinho falha por pouco o 1-2.
Chegava-se ao intervalo, com um resultado justo …

Na segunda parte, as tropas de Scolari entraram fluidas e desinibidas. Tiago, sempre muito em jogo, era um elemento em destaque na equipa portuguesa. Aos 51 e aos 63, o jogador do Lyon protagonizou as duas melhores jogadas da etapa complementar.
A partir dos 70 minutos, o ritmo de jogo abrandou e foi notório que os dois treinadores estavam satisfeitos com o empate. As opções de Scolari assim o demonstraram, nomeadamente o facto de só apostar em Ricardo Quaresma a 10 minutos do fim.

Nada mudou até final, sendo que sérvios e portugueses acabaram por partilhar um ponto.

Melhor em campo:
Tiago – Sem dúvida, o melhor jogo do médio ao serviço do nosso seu país. Além de marcar um grande golo, esteve sempre muito activo dentro campo e procurou sempre a meia distância, a fim de surpreender Stojkovic. Finalmente, temos o Tiago à moda do Lyon na Selecção.

Arbitragem:
Em minha opinião, Simão parece ter sido carregado dentro da área sérvia na primeira parte. Outro factor de discussão foi facto de grande parte das jogadas de corpo a corpo que envolviam Cristiano Ronaldo terem sido quase sempre decididas a favor dos sérvios.

Positivo do jogo:
• Bom resultado para a selecção portuguesa
• O grande golo de Tiago
• A forma como Portugal entrou na segunda parte

Negativo do jogo:
• A falta de ambição de Scolari
• O amarelo a Cristiano Ronaldo, que o impedirá o jogar no próximo compromisso da selecção
• Os assobios ao nosso hino nacional

Conclusão:

Portugal arranca um empate em casa de uns dos principais candidatos à classificação. O resultado, não obstante justo, sabe a pouco, muito por causa da atitude portuguesa no segundo tempo.
Com este resultado Portugal ascendeu ao segundo lugar do grupo, que dá acesso à qualificação para o Euro 2008.
O próximo compromisso português será na Bélgica, onde Scolari não poderá contar com Cristiano Ronaldo.