quinta-feira, maio 31, 2007

Crónica Cor de Rosa


Este mundo do futebol é feito de coincidências… umas dentro do campo e outras fora. Enfim… uma globalização que acaba, no fundo, no fundo… por nos juntar a todos. E mesmo à distância de quilómetros, o futebol é capaz de produzir coisas maravilhosas. Confusos?? Pois, nós também. Não fazemos a menor ideia do que está para aqui escrito, mas que é profundo, lá isso é.
Não percam “Girls & Foot”, com a equipa completa.


Querem saber como acalmar o nervosismo a um cão raivoso? Neste caso, a um bem feroz, como é o Gattuso, jogador do Ac Milan…. Pois é, Paul Gascoigne (ex jogador) dá a receita: Foi colega de Gennaro Gattuso em 1997/98 no Glasgow Rangers e cada vez que o italiano ladrava ups… perdia a cabeça, um par de estalos era a solução do inglês para acalmá-lo. Parece que era tiro e queda… Bem, achamos que também é capaz de resultar cá em Portugal! O Petit por exemplo, devia ter levado muitos pares de estalos, mas fica a receita para a próxima época!
Já aqui tínhamos falado, neste nosso humilde espaço, da Clericus Cup… a competição reservada ao Vaticano. Pois bem… já foi apurado o campeão da 1.ª edição… O Redemptoris Mater é o primeiro campeão do Vaticano, depois de ter vencido, este sábado, a Universidade Pontifícia de Latrão por 1-0.
Contudo… a final da Clericus Cup, reservada a padres e seminaristas, foi marcada por alguma polémica, já que o golo que decidiu o título resultou de um penalty duvidoso.
Duzentas pessoas assistiram no relvado do Oratório de São Pedro, perto da Basílica de São Pedro, ao encontro que pôs fim a quatro meses de competição.
Podemos, portanto tirar duas grandes lições:
1.ª não é só nos jogos em Portugal que existem penalties dúbios… afinal, numa competição abençoada, os padres também são batoteiros;
2.ª estiveram mais pessoas a assistir a esta final do que em muitos Estádios por cá.
Afinal Figo já não vai para as Arábias… aproveitamos, portanto, o espaço de antena para dizer ao signor Mancini que, se calhar… até tinha alguma razão. Pedimos desculpas pela figurinha triste como o apresentámos e reconhecemos, publicamente, que somos insensíveis e que a culpa desta situação é do Luís Figo… que mistura português, espanhol e italiano, com um certo travo a árabe e que tornou praticamente impossível a compreensão pura das suas palavras!! Shame on you, Figo…
Pipi Romagnoli e Paolo Malatias, são idênticos…. Só podem ser a mesma pessoa! Vejam, tirem conclusões e digam de vossa justiça:

«Alguém já os viu juntos?»

Estão tristes? Cansados? O dia não correu como esperavam? A dupla C&C tem a solução: todas as quintas leiam a nossa rubrica "Girls & Foot" no melhor blog de Portugal: "Futebol de Ataque"!

quarta-feira, maio 30, 2007

Entradas Perigosas - E vão dois...

O Manchester United acabou de confirmar na sua página oficial as contratações de Nani e Anderson.
Futebol Clube do Porto e Sporting arrecadam, cada um, 25 milhões de euros.


Estas duas vendas vêm confirmar que os clubes portugueses continuam a não ter poder económico para conservar os seus jovens valores. Acabam por confirmar também que já não o fazem por "tuta e meia".


O FCP já tinha aprendido aquando da venda de jogadores da "Era Mourinho", o Sporting aprendeu a lição depois de Cristiano Ronaldo.
Estas duas vendas confirmam também que, e pelo que se viu até agora em que a procissão ainda vai no adro, apenas os dois primeiros classificados desta temporada têm jogadores apetecíveis e vendíveis a preços irrecusáveis.

Se formos até ao Estádio da Luz o panorama é bem diferente. Parece que apenas Simão é um jogador que pode ser pretendido por grandes emblemas europeus. E, ainda assim, nenhum deles parece estar disposto a desembolsar os 20 milhões pedidos pelo Benfica.

O que aparece no seguimento destas duas vendas é a questão da sucessão.
Quem serão os sucessores de Nani e Anderson?

Os dois jovens de 19 anos tinham um peso preponderante nos onzes das respectivas equipas.


E veja-se, no caso do Sporting, produtor de jogadores como Luis Figo, Simão, Quaresma e Ronaldo, nenhum dos referidos quatro tinha aos 19 anos a influência e a responsabilidade que Nani teve ao longo da temporada. Ainda pra mais, Nani acabou por ter de ficar mais forte psicologicamente ao jogar sob o coro de assobios que o foram apupando jornada atrás de jornada.


Quanto a Anderson, a sua importância foi visível quando este ficou lesionado, embora o Porto se tenha "aguentado" bem, mas sem deslumbrar, usando apenas a eficácia a que nos habituou.

Agora resta ver quem os clubes vão escolher para os lugares deixados vagos.

Acredito que o Porto já esteja à procura de um jogador à altura de Anderson, embora seja difícil encontrar alguém do calibre do brasileiro e com a sua idade.
O Sporting deve optar por canalizar a maior parte da verba para tapar um pouco do passivo e a parcela mais pequena irá fortalecer o orçamento disponibilizado pela SAD leonina para as aquisições.
Da academia sportinguista saem todos os anos novas promessas e, parece-me, este ano não vai ser excepção.
Há um rapaz que nos últimos dois ou três anos tem vindo a ser apontado como "craque". Falo de Fábio Paim, um médio ofensivo que, ao que dizem, é dotado de enormes qualidades técnicas mas têm a estabilidade mental de um Carlos Martins.
Se formos acreditar nas declarações de Miguel Veloso, a passagem pelo Olivais e Moscavide pode ter feito bem ao "puto".

Entretanto, vamos esperar para ver quem serão as próximas compras de Verão dos clubes estrageiros em Portugal.

Uma última menção para Tello.
O esquerdino chileno fez a sua melhor temporada ao serviço dos leões e estava com tudo acordado (segundo se fez constar por toda a imprensa desportiva portuguesa) com o emblema de Alvalade.
No entanto, faltou aos testes médicos e à assinatura no novo vínculo.
Soube-se hoje que já se comprometeu com o Besiktas por quatro temporadas.
Não sei quais os valores acordados com o Sporting, mas se estavam acordados o mais normal era assinar. Ainda para mais depois de ter estado a ganhar durante seis anos sem ter rendido nadinha. Só à sétima é que se viu alguma coisa de Tello.
O chileno vem mostrar que Portugal tem um qualquer magnetismo para jogadores sem honra e com uma ambição que faz com que a sua palavra valha zero. Jardel, Marcel...etc, e agora Tello.
Desejo-lhe uma muito boa viagem e, se demorar a adaptar-se à Turquia o que demorou a adaptar-se a Portugal, lá para os 30 e tal anos deve ser titular indíscutível no onze do Besiktas!

Quando ao assunto principal, temos duas saídas prometedoras ao invés de ENTRADAS PERIGOSAS.

segunda-feira, maio 28, 2007

SCP 1-0 Belenenses

Estádio: Jamor
Assistência: 37.000
Árbitro: Pedro Proença


O prémio merecido! É assim que podemos encarar esta final da Taça de Portugal. Na festa do futebol português, o tempo não quis nada com os adeptos e às portas do verão lançou uma bátega de água sobre o Jamor!
Mas nem isso esmoreceu a festa. Encontravam-se duas das melhores equipas deste ano, mas, infelizmente o espectáculo foi pobre.
O Sporting entrou a todo o gás como é costume e aos 28 segundos João Moutinho apareceu isolado na área do Belenenses. Aí foi atropelado pelo defesa de Belém, mas Pedro Proença não quis que o Sporting se adiantasse tão cedo no marcador e…mandou jogar.
Logo depois Amaral tenta um remate e a bola sai a rasar o poste de Ricardo.
O jogo decorria lento e numa boa jogada de Romagnoli e Nani o argentino atira para boa defesa de Costinha. Na sequência parecia estarmos num jogo de solteiros contra casados tal foi o desacerto da defesa azul e do ataque verde-branco!
Até ao intervalo mais uma boa ocasião para Liedson que remata para o golo, mas Alvim corta em desespero para canto. O Belenenses respondia e Silas numa jogada magistral remata para uma defesa por instinto de Ricardo (a bola veio ter com ele, para ser mais exacto). Antes mesmo do minuto 45, Romagnoli faz um centro-remate para boa intervenção de Costinha.
Zero zero ao intervalo era o resultado justo.
Na segunda parte Liedson podia ter marcado quando Abel cruzou largo e o brasileiro cabeceou, mas não se apercebeu que o GR azul tinha escorregado e estava no chão! Muita sorte para os do Restelo.
De seguida mais uma boa incursão do argentino Pipi Romagnoli e mais uma vez Costinha no caminho da bola! Liedson ainda tentou o desvio, mas a bola saiu por alto.
No contra-ataque bom cruzamento de Zé Pedro e Daddy de ombro (!) atira para a baliza. Ricardo defende para a barra.
O Sporting acordou e Nani de muito longe lança uma bomba que Costinha defende com dificuldade, Liedson mais uma vez tenta mas não consegue marcar na recarga.
A 3 minutos do fim, grande cruzamento de Miguel Veloso e o golo da vitória! Liedson, pois claro! É caso para dizer: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!”.
A euforia foi contagiante e o Sporting fazia a festa de forma merecida!

Arbitragem: Mal ao não sancionar penalty logo no 1.º minuto.

Melhor em campo: Liedson. Lutou, insistiu, lutou mais um pouco e deu o “caneco” aos leões!

Negativo do jogo: Só mesmo a chuva…

Positivo do jogo:
A festa do futebol português! Bom ambiente no Jamor!

Análise Atacante – La Liga


Agora que faltam apenas disputar duas jornadas para o término da Liga espanhola, continua tudo por decidir no topo e no fundo da classificação. Com três equipas a lutarem pelo primeiro lugar e cinco a darem tudo para não descerem de divisão.


Com a jornada a ter o seu pontapé de saída no Sábado, quando se realizaram três encontros, nos quais estavam envolvidos três dos quatro primieros classificados. O primeiro a entrar em campo foi o Valência de Miguel e Hugo Viana, que recebeu no Mestalla o Villareal. A equipa “Ché” acabou por ser derrotada, ficando matematicamente impossibilitada de chegar ao primeiro lugar da Liga. O “Submarino Amarelo” acabou por surpreender os valêncianos com uma vitória por 2-3. A equipa da casa ainda esteve em vantagem com um golo de David Villa, através da marcação de uma grande penalidade, mas os visitantes acabaram por dar a volta ao marcador com um bis de Forlan e um golo de Tomasson. Já no final do jogo o Valência ainda reduziu por intermédio, uma vez mais, de Villa, mas de nada serviu pois o resultado estava já feito.


Nesta ronda quem não perdeu pontos foram os dois primeiro classificados. O Real Madrid bateu o Deportivo por 3-1, num jogo em que os homens de Fábio Capello dominaram por completo. Os “merengues” colocaram-se à frente do marcador por intermédio de Sérgio Ramos. O Depor ainda tentou reagir e conseguiu mesmo empatar o desafio por Capdevilla, mas o bom momento por que passa a equipa da capital veio ao de cima com Raul e Nistelrooy a darem os três pontos que permitiram manter o comando do campeonato.


Já depois destes dois jogos foi a vez do Barcelona subir ao relvado para enfrentar o Getafe. Num jogo que tinha uma carga emocional enorme, os catalães acabaram por alcançar uma dificil vitória pela margem minima. Um golo de Ronaldinho logo aos dois minutos da primeira parte permitiu à equipa “Culé” manter o Real sobre pressão. Este jogo que ficou ainda marcado pela expulsão, ainda no primeiro tempo, do internacional brasileiro Ronaldinho, depois deste ter agredido um adversário. O brasileiro deve ficar agora de fora dos últimos jogos da Liga, e a ver vamos até que ponto se vai sentir esta ausência.

Para o dia seguinte estavam guardadas fortes emoções nos encontros onde se luta pela manutenção na principal liga espanhola.

A grande derrotada desta ronda foi a Real Sociedad que viu três dos seus mais directos adversários nesta luta vencerem (Celta de Vigo, Levante e Ath. Bilbao).

O Ath. Bilbao venceu no San Mamés a equipa do Maiorca. Um golo de Urzaiz permitiu à equipa da casa a conquista de três importantes pontos nesta fase do campeonato.

Quem também venceu em casa foi o Celta de Vigo frente ao Bétis. Os galegos ainda estiveram em desvantagem no marcador, mas conseguiram dar a volta ao resultado já nos últimos minutos com um golo do brasileiro Baiano na conversão de uma grande penalidade e numa altura em que os visitantes já estavam reduzidos a dez unidades por expulsão de Capi. Os golos foram apontados por Lopez e Baiano para o Celta, sendo que o golo forasteiro foi apontado por Robert.

Noutro jogo em que estava em causa a manutenção o Levante foi vencer ao terreno do Santander por 2-3.

Quem desperdiçou uma soberana ocasião para ficar a apenas um ponto da linha de água foi a Real Sociedad que perdeu por duas bolas a zero na deslocação até Pamplona. Num jogo de crucial importância para os homens do País Basco, estes acabaram por ceder. Os golos “caseiros” foram alcançados por Lopez e pelo internacional iraniano Nekounam.


Mas esta jornada ficou ainda marcada pela despromoção do Nástic. Um ano depois de terem subido ao principal escalão, a equipa de Tarragona viu concretizar-se o que já todos esperavam à bastante tempo: a descida ao segundo escalão do futebol espanhol. O carrasco foi o Atlético de Madrid, que venceu por 0-2 com dois golos de Fernando Torres.


A terminar a 36ªjornada realizou-se o jogo entre o Sevilha e o Zaragoza. A equipa sevilhana manteve-se na luta pelo titulo, depois de vencer, no Ramón Sánchez Pizjuán, por 3-1 a equipa do Zaragoza. Os golos sevilhanos foram apontados por Luis Fabiano, Kerzakhov e Kanouté, ao passo que o tento de honra dos visitantes foi obtido por Alessandro. A equipa de Juan de Ramos está a apenas dois pontos do primeiro lugar, numa altura em que estão em disputa seis pontos.

domingo, maio 27, 2007

Força campeão!

São 2 da manhã e acabei de ler num site de um jornal desportivo que Paulo Cunha, jogador de Basquetebol do Futebol Clube do Porto, padece de cancro e que irá ser operado no dia 2 de Junho.

Bem sei que este post pouco tem a ver com futebol, com análises técnico-tácticas, com as qualidades de um atleta, mas sinto-me na obrigação de escrever estas linhas sobre alguém que conheço pessoalmente da Faculdade onde estudei e que me habituei a ver como alguém sempre alegre, com boa disposição e acima de tudo um grande profissional.

Paulo Cunha sabe do grave problema de saúde que tem desde Março, mas sempre mostrou um profissionalismo notável na defesa do seu emblema e uma notável força de vencer. Aqui há uns dias no chat do blog afirmei, apesar de benfiquista, que gostava que o Porto vencesse o play-off precisamente porque conhecia o Paulo e como tal preferia vê-lo a ele feliz do que pessoas que não conheço de lado nenhum. Depois desta notícia essa vontade ainda seria maior pois seria um justo prémio para um atleta que mesmo doente o que quis foi fazer aquilo que lhe dá prazer: jogar basquetebol.

O Paulo terá agora o maior desafio das suas vidas. Estaremos certamente todos a torcer por ele para que o vença.

Paulo, afunda essa doença e volta depressa aos pavilhões! Estamos todos contigo! Um forte abraço!

FCPorto: 20 anos depois...


Faz hoje vinte anos. Sim, vinte anos. Um número redondinho. Faz hoje vinte anos que o Futebol Clube do Porto conquistou o seu primeiro troféu numa competição europeia, a Taça dos Campeões Europeus. Foi no dia 27 de Maio de 1987 que os pupilos de Artur Jorge levaram o nome do Porto até onde nunca tinham levado.

Três anos depois da final da Taça das Taças perdida em Basileia contra a Juventus de Trapattoni, Gentile, Tardelli, Platini, Rossi ou Boniek – só para citar alguns –, o FCPorto conquistou a Europa do futebol.

Para chegar à mítica final de Viena, o FCPorto teve que percorrer um longo e fantástico percurso.

1ª Eliminatória (Rabat Ajax - Malta)
FCPorto 9 – 0 Rabat Ajax (Gomes [4 golos]; Eloi, Madjer, André [2 golos] e Celso)
Rabat Ajax 0 – 1 FCPorto (Sousa).

2ª Eliminatória (TJ Vitkovice Ostrava - Checoslováquia)
TJ Vitkovice Ostrava 1 – 0 FCPorto (Sourek)
FCPorto 3 – 0 TJ Vitkovice Ostrava (André, Celso e Futre).

Quartos-de-Final (Brondby IF – Dinamarca)
FCPorto 1 – 0 Brondby IF (Madjer)
Brondby IF 1 – 1 FCPorto (Steffenson – Juary).

Meias-Finais (Dínamo de Kiev – União Soviética)
FCPorto 2 – 1 Dínamo de Kiev (Futre e André – Yakovenko)
Dínamo de Kiev 1 – 2 FCPorto (Mikhailichenko – Celso e Gomes)

Até que o FCPorto, para surpresa de todos e gáudio de alguns, atingiu a tão esperada final da Taça dos Campeões Europeus. O Bayern de Munique afigurava-se como um adversário temível e complicadíssimo. Os bávaros tinham ultrapassado PSV Eindhoven, Áustria de Viena, RSC Anderlecht e Real Madrid.

Foi então que, no dia 27 de Maio de 1987, o Estádio do Prater (actualmente designado Ernst Happel), na capital austríaca – Viena –, perante 56 mil espectadores, se desenrolou o jogo da final, arbitrado pelo belga Alexis Ponnet.

FC PORTO - Mlynarczyk; João Pinto (C), Eduardo Luís, Celso e Inácio; Jaime Magalhães, André, Sousa e Quim; Futre e Madjer.
Treinador: Artur Jorge.
Substituições: Quim por Juary (45m); Inácio por Frasco (65m).
Suplentes não utilizados: Zé Beto, Festas e Casagrande.


BAYERN MUNIQUE – Pfaff; Eder, Nachtweih e Pfluegler; Winklhofer, Flick, Matthaeus (C) e Brehme; Koegl, Hoeness e Rummenigge.
Treinador: Udo Lattek.
Substituições: Flick por Lunde (81m).
Suplentes não utilizados: Aumann, Willmer, Bayerschmidt e Kutschera.


Golos: 1-0 por Koegl (24m); 1-1 por Madjer (77m); 1-2 por Juary (79m).

Num estádio carregado de adeptos alemães, o Golias perdeu contra o David. O Bayern, na altura um clube com ainda mais poderio do que hoje, era um verdadeiro tubarão. Já o FCPorto, não era nada disso. Apesar da final da Taça das Taças e de algumas presenças na Taça dos Campeões Europeus, não era uma equipa habituada a estas andanças.

Na primeira parte, notou-se claramente a superioridade do Bayern e o golo surgiu com naturalidade da cabeça de Koegl, aos 24 minutos de jogo e aproveitando uma falha defensiva portista após um lançamento de linha lateral. Rummenigge, avançado histórico, ainda esteve quase a fazer o 2-0, mas tal não sucedeu.





Chegou o intervalo e Artur Jorge deve ter feito uma palestra fantástica durante o quarto de hora de pausa, porque os jogadores regressaram ao relvado completamente transfigurados, motivados e decididos a trazer o caneco para terras lusas. Na segunda parte, o FCPorto dominou por completo o Bayern de Munique, mas o golo tardou a aparecer. Pfaff, um dos melhores guarda-redes de sempre, sofreu o primeiro golo aos 77 minutos naquele que é, possivelmente, o golo mais famoso da história do futebol português, o golo de calcanhar de Rabah Madjer! Dois minutos depois, o recinto ficou silenciado com o último golo da partida, obtido por Filho Juary. Madjer lesionou-se nos festejos e saiu. Quando regressou, o nº8 azul e branco protagonizou uma arrancada e um cruzamento fenomenais. O centro foi ter ao segundo poste, onde o brasileiro Juary rematou para o fundo das redes, estava feito o 2-1. Fernando Gomes, o bi-bota, lesionou-se dias antes da partida. Contudo, o jogador entrado ao intervalo (Juary) conseguiu fazê-lo esquecer com um golo memorável e inesquecível para todos os adeptos do FCPorto e do futebol. Falta também referir o jogo assombroso que Paulo Futre fez. Segundo rezam as crónicas (ainda não era nascido, na altura), fez um jogo verdadeiramente fantástico, ao nível do topo mundial. Mas não foi só ele. Toda a equipa jogou muito bem, toda a equipa mereceu esta conquista, toda a equipa tinha uma qualidade enorme e este foi um prémio justíssimo para o FCPorto e para o futebol português.



O FCPorto viria, pouco tempo depois, a arrecadar mais dois importantíssimos títulos - a SuperTaça Europeia, contra o Ajax (0-1 em Amesterdão e 1-0 no Porto) e a Taça Intercontinental, contra o Peñarol (2-1 em Tóquio).

Este foi o primeiro grande momento de glória europeia para o FCPorto. Outro vieram, como ainda há bem pouco tempo – 2004 – e eu, como todos os portistas, tenho esperança que episódios como estes venham a acontecer novamente. São momentos como a final de Viena, há precisamente 20 anos, que mantêm a chama de Dragão acesa em muitos de nós. São momentos como a final de Viena que nos dão orgulho e honra de sermos adeptos do maravilhoso e grandioso FCPorto. Fica a homenagem a todos os intervenientes nesta final e a certeza de que foi há 20 anos que o FCPorto começou a ser olhado de forma diferente por todos os adversários nas competições europeias. Afinal, foi há 20 anos, rigorosamente, que o Futebol Clube do Porto se sagrou Campeão Europeu! Arrepiante!

Claques Atacantes - Kop of Boulogne

PARIS ST. G., FRANÇA

sábado, maio 26, 2007

Futebol Feminino Ano II Nº21


Campeonato Europeu de Sub-19(Islândia – Julho de 2007)
Já é conhecido o alinhamento dos grupos para esta competição, com a curiosidade de a Alemanha detentora do troféu estar num grupo com 3 equipas escandinavas.

Grupo A: Islândia, Noruega, Dinamarca e Alemanha
Grupo B: Polónia, Inglaterra, Espanha e França


Suécia
Damallsvenskan
(6ª jornada)
AIK - Kopparbergs/Göteborg 0 - 2
Falköpings - LdB FC Malmö 0 - 4
QBIK - Bälinge 2 - 2
Djurgården - Örebro 1 - 0
Sunnanå - Linköpings 1 - 1
Umeå - Hammarby 5 – 2

(7ª Jornada)
Hammarby - Djurgården 1 - 2
Bälinge - Sunnanå 2 - 2
Örebro - QBIK 1 - 0
Kopparbergs/Göteborg - Falköpings 5 – 1(foto)
LdB FC Malmö - Umeå 1 – 2(vídeo do jogo)
Linköpings - AIK 2 – 0

A dupla jornada na Suécia confirma que o Umea continua a ser a equipa dominadora. Na 6ª jornada esteve a perder em casa por 0-2 mas acabou por golear 5-2 com bis de June Pedersen. No jogo grande da 7ª jornada foi ao Malmö IP impor a primeira derrota da época aos da casa. A vitória aconteceu graças a um auto-golo.
O Djurgarden também venceu os dois jogos e subiu ao 2º lugar.
O Kopparbergs/Göteborg treinado por Martin Pringle também venceu os seus dois jogos. Na 6ª jornada foi a Estocolmo vencer com golos de Maria Karlson e Sara Lindén. Na quarta-feira perdia ao intervalo por 0-1 com o Falkopings, mas acabou por golear num festival das manas Schelin. A mais nova, Lotta Schelin marcou um hat-trick e Camile marcou um. O outro golo foi marcado por Sofie Andersson

Melhores Marcadoras:
9 golos: Lotta Schelin(Kopparbergs/Göteborg)
7 golos: Hanna Ljungberg(Umeå), Marta(Umeå),Victoria Svensson(Djurgården),
6 golos: Marta(Umea)

As equipas da Damallsvenskan.
Esta semana:

Sunnanå SK
Cidade:
Skellefteå
Fundação: 1939
Estádio: Norrvalla IP
Capacidade: 10000 lugares

Troféus:
Campeonato:
1980 e 1982
Taça: 1983

Equipamentos:

Equipa 2007:
Estrela: Hanna Marklund é uma central experiente que se transferiu do Umea na época de 2005. É considerada uma das melhores centrais do mundo e titular da selecção Sueca. Depois de vários títulos conquistados(entre os quais o título de melhor jogadora do Damallsvenskan e duas vezes a Uefa Women’s Cup) transferiu-se para o Sunnana, regressando assim ao clube da sua cidade e ao clube em que iniciou a carreira.

Equipa é treinada por Kenneth Isaksson.


Alemanha
(Frauen-Bundesliga)20ª Jornada

Freiburg - Wolfsburg 4-0
FFC Frankfurt - Hamburger 2-1
Heike Rheine - Crailsheim 2-3
Duisburg - Turbine Potsdam 0-1
Bayern München - Essen-Schönebeck 3-1
Brauweiler Pulheim - Bad Neuenahr 2-3

A 2 jornadas do fim o título ficou quase entregue ao 1 FFC Frankfurt, que dispõe agora de uma vantagem de 5 pontos sobre o Duisburg.
O FFC Frankfurt venceu em casa o Hamburger e aproveitou bem a derrota caseira do rival Duisburg frente ao Turbine Potsdam. Podvorica marcou o único golo do jogo aos 45’ e terá certamente conseguido muitos amigos no FFC Frankfurt.

Melhores Marcadoras:
22 golos:
Grings (Duisburg)
21 golos: Prinz (Frankfurt)
18 golos: Laudehr (Duisburg)
17 golos: Wimbersky (Frankfurt) e Garefrekes(Frankfurt),
16 golos: Hartmann(Essen-Schönebeck)

DFB-Pokal
Final(Hoje)

1. FFC Frankfurt - FCR Duisburg


Inglaterra
(Women’s Premier League) – Terminou

Arsenal - Leeds United 6-0
Bristol - Charlton Athletic 0-2
Everton - Chelsea 4-0
Chelsea - Bristol 0-5

Terminou a época em Inglaterra com o Arsenal a fechar com uma goleada. Foi um ano histórico para o clube que ganhou tudo o que havia para ganhar e que conseguiu a proeza de vencer todos os jogos disputados para o campeonato e para as duas taças.
O interesse da última jornada era saber quem acompanhava o Arsenal na Uefa Women’s Cup do próximo ano. O Everton estava em vantagem e não perdeu a oportunidade de terminar em 2º lugar e garantir a presença nas competições europeias. O Charlton fez o que estava ao seu alcance, vencer, mas ainda assim teve que contentar-se com o 3º lugar.

Prémios:
FA Player's Player of the Year - Kelly Smith (Arsenal)
FA Young Player of the Year - Steph Houghton (Sunderland)
Nationwide International Player of the Year - Fara Williams (Everton)
Tesco Manager of the Year - Vic Akers (Arsenal)
FA Special Achievement Award - Linda Whitehead (Arsenal)

Umbro Top Goalscorers:
National Division - Lianne Sanderson (Arsenal)
Northern Division - Jodie Snelson (Lincoln City)
Southern Division - Helen Lander (Watford)

Tesco Club of the Year - Arsenal
BBC Club Media Award - Lincoln City
FA Club Marketing Award - Leeds United
FA Fair Play Award - Arsenal
Programme of the Year Award - Preston North End
FA National Media Award - The Guardian
FA Regional Media Award - Nottingham Evening Post

- França: Pela primeira vez na sua história o Lyon conseguiu vencer o título feminino em França. No jogo do título a equipa goleou 13-1 o Saint-Brieuc.

Até para a semana

Clubes Atacantes - Athletic Club Bilbao

ATHLETIC BILBAO

A equipa de hoje, é talvez aquela que maior simpatia suscita a nivel internacional, pela simples caracteristica de só usar nos seus “11's” jogadores nascidos, criados ou formados na sua região administrativa. Consegue consolidar isso com o facto de formar grandes equipas, aliados ao velho ditado tão em desuso que é o de “jogar por amor à camisola”. Outra das grandes curiosidades é ser juntamente com o Real Madrid e o Barcelona, o único dos fundadores do campeonato que nunca desceu de Divisão, jogando assim na Divisão Maior do futebol espanhol, desde sempre. Só por uma vez, jogou com uma equipa portuguesa nas competições europeias, o FCPorto. Ao lerem a história do Athletic Bilbao, vão ler também um pouco da história do Atlético Madrid, porque há muitas intimidades e factos curiosos, entre as duas equipas.


O Athletic Bilbao, não tem uma data de fundaçao exacta, pela simples razão que nasceu de uma fusão entre clubes. Mas as datas que se apontam são 1898, 1901 e 1903.

Mas para lá chegarmos temos de rever toda a história uma vez que o Futebol foi introduzido na cidade de Bilbao por dois grupos distintos de pessoas, mas ambas com ligações a Inglaterra.

Nos últimos anos do sec. XIX, Bilbao era um importante porto de embarque e desembarque de uma não menos importante região industrial, ligada às Minas de Ferro. As minas foram a grande força da economia espanhola de então e em resultado disso atraiu muitos trabalhadores migrantes. Entre eles alguns de Inglaterra, de regiões como Sunderland, Southampton e Portsmouth.

No inicio dos anos 90, alguns desse trabalhadores juntaram-se e formaram o Bilbao Football Club.

Juntamente com a vinda dos ingleses deu-se a ida para Inglaterra, de vários estudantes das classes mais ricas, a fim de estudar Engenharia Civil e Comercio, nas Universidades do Reino Unido. Ganharam lá o “bichinho” do futebol e quando voltaram começaram a realizar partidas amigaveis com os trabalhadores ingleses.

Foi então em 1898 que esses estudantes fundaram o Athletic Club, usando a grámatica inglesa para o nome da equipa. Só em 1901 e no Café da moda, o Café Garcia, se fundaram as verdadeiras bases e regulamentos do Athletic Club.

Em 1902, os dois clubes citadinos juntaram-se e formaram o Club Vizcaya, para jogarem na Taça do Rei. Apenas se juntaram formando um misto de jogadores mas não se fundiram.

Nesse ano o Club Vizcaya (um misto de jogadores do Athletic Club e do Bilbao FC), chegaria à final da primeira Taça do Rei, ganhando-a frente ao Barcelona, 2-1.

Por causa da excelente experiência que foi o jogarem juntos e terem ganho a Taça, os clubes fundiram-se no ano seguinte criando assim o Alhletic Club Bilbao.

A Taça de 1902 aparece no museu do Athletic Bilbao e é apenas reconhecida pelo clube, uma vez que a Federação Espanhola reconhece como tendo sido ganha pelo Club Vizcaya.

Os estudantes Bascos eram contudo grandes entusiastas do futebol, como já foi dito anteriormente, tendo criado o Athletic Club em Bilbao, mas os mesmos estudantes Bascos que foram mais tarde estudar para Madrid aí criaram o Athletic Club em Madrid. Este clube mais tarde seria o famoso Atlético Madrid que conhecemos, mas já sem a gramática inglesa, como o de Bilbao.

Em relação às cores do clube a história também se divide. Os primeiros equipamentos eram às riscas azuis e brancas, mas em 1910 mudaram para as vermelhas e brancas que ainda hoje mantém.

Há duas versões para esse facto ter ocorrido em 1910 (a troca de equipamentos). Uma delas sustenta que por causa das origens do clube e dos trabalhadores ingleses provenientes das cidades de Sunderland e Southampton, o equipamento foi mudado para ser igual aos clubes destas duas cidades, e assim atrair mais publico aos jogos.

A outra tem a ver com a compra de novos equipamentos. Um dos membros da direcção do clube foi a Inglaterra para adquirir camisolas novas de jogo, nos tons originais, azul e branco, mas como não encontrou quem vendesse dessas cores, chegou a Espanha com as camisolas de cor vermelha e branca.

Contudo a hipótese mais credível, prende-se com o facto de serem mais baratas as camisolas de riscas vermelha e branca, porque era com essas cores que se faziam os colchões de então, e as sobras facilmente eram aproveitadas para fazer camisolas de jogo.

Assim tanto o Athletic Bilbao como o Atlético Madrid mudaram de equipamento, só que os de Madrid fizeram-no primeiro e ganharam a alcunha de “Los Colchoneros”, ou seja, algo do tipo “Fabricantes de Colchões” ou “Homens dos Colchões”, seja como for, é uma clara referência aos colchões e às suas cores.

O Athletic Bilbao era uma das grandes equipas de então, talvez a mais forte ou ao mesmo nivel do Real Madrid. A prova disso é que foi 6 vezes seguidas à final, desde o seu começo, tendo ganho as 3 primeiras e perdido as 3 seguintes.

Já o Real Madrid falhou a primeira final, por troca com o Barcelona, mas foi às 5 finais seguintes, ganhando 4 seguidas. De salientar que esta final, desde 1902 até 1910 foi sempre disputada em Madrid, o que beneficiava indirectamente o Real em relação ao Athletic.

De 1910 a 1916 o Athletic foi 6 vezes à final, o que desde a criação da Taça do Rei, (15 anos de competição) obteve 12 presenças na final com 8 vitórias. O que demonstra bem a sua superioridade em relação aos demais clubes de Espanha.

A primeira grande vedeta da equipa foi Rafael Moreno Aranzadi, famigeradamente conhecido por Pichichi, e que foi um grande goleador. Pichichi obteve a glória eterna, quando em 1953 o seu nome foi associado, a quem quer que seja o melhor marcador do Campeonato Espanhol em todas as épocas, passadas e futuras, tanto na Primeira como na Segunda Divisões.

É o mesmo que considerarmos o Melhor Marcador do campeonato Português o “Eusébio”, Troféu Eusébio, ou quem será o Eusébio do nosso campeonato, isto como referência ao vencedor da lista dos melhores marcadores da época no campeonato.

Pichichi foi também o marcador do primeiro golo de sempre no Estádio San Mamés, em 1913, e o primeiro a marcar um hat-trick numa final da Taça Rei (1915 contra o Espanhol).

Morreu em 1922, apenas com 29 anos, e em 1926 foi erigido um busto seu à entrada do Estádio San Mamés. As equipas que visitam pela primeira vez o Estádio, prestam homenagem colocando uma coroa de flores na base do busto.

O sucesso inicial e fulgurante, do Athletic, deu aos bascos algo de que se sentirem orgulhosos e o apoio ao clube tornou-se uma maneira legitima de expressar o Nacionalismo Basco, especialmente durante a era Franquista.

Tornou-se também identificado com o partido politico EAJ-PNV, fundado em 1895. Assim alguns nomes sonantes do partido eram também nomes sonantes do clube de futebol. Jose Antonio Aguirre, um distinto jogador “rojiblanco” dos anos 20, tornou-se o primeiro presidente do Pais Basco em 1936.

Como a FIFA nunca reconheceu o Pais Basco como selecção, o Athletic é muitas vezes referenciado como sendo a própria selecção do Pais Basco. Em 1975, 15 dias após a morte de Franco, num jogo Athletic Bilbao – Real Sociedad, tanto o capitão “athletico”, Iribar, como o capitão “real”, Kortabarria, entraram em campo empunhando a Ikurriña (bandeira do Pais Basco) e colocaram-na no centro do terreno. Mais tarde Iribar e Kortabarria seriam dois dos fundadores do Herri Batasuna, um partido politico pró-independentista.

Voltando atrás, mais propriamente a 1912, com a saida dos últimos 3 estrangeiros como jogadores do clube, apareceu não-oficialmente a ideia de “Cantera” e nasceu uma politica desportiva virada para a mesma.

O desenvolvimento da “Cantera”, deveu-se ao reavivar do nacionalismo Basco e da ideia de um Pais Basco independente. Assim a “cantera” é referida como sendo uma Academia de formação de jovens jogadores para incorporar, mais tarde, as fileiras seniores do clube. Inicialmente foi sugerido que só jogadores de etnia Basca, nascidos no Pais Basco, pudessem jogar, mas rapidamente foi abandonada a ideia para inlcuir qualquer jogador que nascesse na Região Basca.

O fluxo de imigrantes vindos de toda a Espanha, resultou no aparecimento de centenas de jogadores de qualidade e a “Cantera” trabalhou em favor do clube. A Espanha, em 1920, participou nos Jogos Olimpicos com uma Selecção de 21 jogadores, 14 dos quais eram Bascos.

O clube ganhou admiradores e criticos. Admiradores por promoverem os jovens da terra e a lealdade ao clube, e os criticos acusando-os de xenofobos e dão os exemplos de Pereda, Miguel Jones e Garate. Pereda nascido em Burgos mas que desde cedo se instalou no Pais Basco jogando no CD Indautxu de Bilbao, foi recusado pelo Athletic. Miguel Jones nasceu na Guiné Equatorial, tambem jogava no CD Indautxu e também foi rejeitado pelo Athletic. Garate tinha nascido na Argentina.
Os Bascos defendem-se dizendo que não é uma politica anti-estrangeiros mas sim pró-basca, e dão como exemplos os ex-jogadores, Biurrun, brasileiro, mas desde miudo em Espanha, formado na Cantera e o Francês Lizarazu, nascido no Pais Basco Francês. E por fim fazem referência ao nome e origens da equipa, Athletic e ao facto de regularmente terem treinadores estrangeiros.

O primeiro Campeonato Espanhol surgiu em 1928 e em 10 equipas 4 eram do Pais Basco: Athletic Bilbao; Real Sociedad; Real Unión e Arenas Getxo. E em 1930 passaram a 5 em 10 com a subida do Alavés.

Os adeptos cantavam então: “Con cantera y afición, no hace falta importación”, em português “Com Cantera e Adeptos não faz falta a Importação”.

O treinador mais conceituado de sempre na história do Athletic Bilbao foi sem duvida Fred Pentland, de alcunha “El Bombín”, devido ao chapéu de coco que sempre utilizava. Em Espanha estes chapéus são conhecidos por “Bombín”. Assim “El Bombín” esteve em dois periodos distintos à frente dos “rojiblancos”. O primeiro foi de 1921 a 1927, onde revolucionou a maneira do clube jogar, favorecendo o passe curto e rapido, conseguiu uma vitória na Taça do Rei em 1923.
O segundo periodo, muito mais produtivo, até porque já existia a Liga Espanhola, foi de 1929 a 1933. Neste periodo foram ganhos, em dobradinha, (Campeonato + Taça) 2 Campeonatos e 4 Taças. Dobradinhas em 1930 e 1931, e 4 Taças seguidas de 1930 a 1933. Foi ainda no ano de 1931 que o Athletic ganhou 12-1 ao Barcelona.

Em 1941, foi obrigado pela ditadura franquista, a mudar o nome para Atletico Bilbao, devido ao decreto de Franco que bania todos os nomes e palavras estrangeiras ou estrangeiradas.

Mas o ano de 1941 trouxe algo de bom, foi a estreia de Zarra, prolifico avançado, que ao longo de 13 temporadas no clube, marcou 294 golos e ainda hoje mantém o recorde de mais golos marcados numa época só, na Liga Espanhola, com 38. Corria então o ano de 1951.

Em 1943 nova dobradinha, com Campeonato e Taça. Taça que reconquistou em 1944 e 1945.

Em 1954 chegou o tecnico Checo, Fernando Daucik. Com Daucik 4 épocas no comando, o Bilbao ganhou a Taça em 1955, 1956 e 1958, e o Campeonato em 1956, sendo que foi nova dobradinha.

Em 1957 foi o ano de estreia nas competições europeias, mais propriamente na Taça dos Campeões. E logo na ronda de qualificação eliminou o FC Porto, com duas vitórias, 3-2 e 2-1. De seguida os hungaros do Honved, 3-2 e 3-3, caindo aos pés do Manchester United com 5-3 e 0-3.

Jogo com os Portugueses:

FC Porto – Ath. Bilbao: 1-2 (Jose Maria aos 53 min; Gainza aos 6 min e Canito aos 84 min)

Ath. BilbaoFC Porto: 3-2 (Arteche aos 14 min, 81 min (gp) e 83 min; Hernani aos 4 min e Jaburu 20 min).

O que mais ajudou o clube nas decadas de 30, 40 e 50 foi a restrinção politica aos estrangeiros. Os clubes só podiam apresentar nos seus planteis um maximo de 3 estrangeiros, o que sem duvida veio beneficiar o Athletic porque desde “sempre” compunha os seus planteis de jovens locais, mas formados na sua “cantera”.

A maneira dos grandes clubes como o Real Madrid e o Barcelona contornarem essa situação era terem nas suas fileiras, jogadores estrangeiros com dupla nacionalidade, tais como Di Stefano, Puskas, Santamaria ou Kubala.

Os anos seguintes, durante as decadas de 60 e 70 não foram muito vitoriosos, pelo contrario, apenas uma Taça do Rei em cada uma das decadas, 1969 e 1973.

O ano de 1973 foi o ano do regresso ao nome original, Athletic em lugar do esforçado Atletico.

Em 1977 e depois de varios anos com idas aos quartos-final das competições europeias, eis que surge a primeira e única final europeia do clube, na Taça UEFA. Pelo caminho deixariam os hungaros do Ujpesti Dozsa com 5-0 e 0-1, os suiços do Basileia com 3-1 e 1-1, o grande AC Milan com 4-1 e 1-3, os também espanhois do Barcelona com 2-1 e 2-2, nas meias cairiam os belgas do RWD Molenbeek com 0-0 e 1-1 e a final a duas mãos com outros italianos desta feita a Juventus 2-1 e 0-1. O treinador da Juventus era já... Giovanni Trapattoni ( O homem é sem duvida um “dinossauro” dos treinadores ainda em acção).

Os jogos da final

05.05.1977 Turim, Stadio Comunale (75.000) Juventus - Athletic Bilbao 1-0: Golo – Tardelli 14 min

Juventus: Zoff - Cuccureddu, Furino (c), Morini, Gentile - Scirea, Causio,Tardelli Boninsegna (39 Sergio Gori), Benetti, Bettega
Treinador: Giovanni Trapattoni

Athletic: Iribar (c) - Onaederra, Escalza, Villar, Guisasola - Goicoechea, Ruiz Dani, Irureta - Churruca, José Angel Rojo II, José Francisco Rojo I
Treinador: Koldo Aguirre

18.05.1977 Bilbao, Estadio San Mames (43.000) Athletic Bilbao - Juventus 2-1: Golos - Irureta 12min e Carlos Ruiz 78min; Bettega 7min

Athletic: Iribar (c) - Lasa (63 Carlos Ruiz), Escalza, Villar, Guisasola -
Alexanco, Ruiz Dani, Irureta - Amorrortu. Churruca, José Francisco Rojo I.
Treinador: Koldo Aguirre

Juventus: Zoff - Cuccureddu, Furino (c), Morini, Gentile - Scirea, Causio,Tardelli - Boninsegna (59 Spinosi), Benetti, Bettega
Treinador: Giovanni Trapattoni

Na decada de 80 começa outra época de Glória para o clube basco. Em 1981 entra para o comando da equipa Javier Clemente, que consegue formar um dos melhores conjuntos de sempre da história do Athletic. Jovens jogadores formados na “Cantera” como: Urkiaga, De Andres, Urtubi, Argote e o famoso guarda-redes Zubizarreta, que se juntaram aos veteranos Dani e Goikoetxea.

Depois de um 4º lugar em 1982, o titulo chegaria no ano seguinte e em 1984 seria o bi-campeonato, com o acréscimo de ser dobradinha, Campeonato e Taça Rei. Os anos seguintes quedaram-se por um 5º e um 6º lugares. O estilo de jogo era muito parecido ao do agora promovido por Jaime Pacheco, com um futebol muito musculado a fugir para o violento. Fica na história a lesão grave que Goikoetxea infligiu a Maradona, partindo-lhe a perna, quando El-Pibe jogava no Barcelona.

De qualquer maneira uma táctica assim só surpreende durante poucos anos e foi o que aconteceu, depois da saide de Clemente, nunca mais o Athletic ganhou um troféu importante.

Só com a entrada de Luiz Fernandez em 1996 o clube começou, novamente, a jogar futebol ao melhor nível. Em 1998 ficou em 2º lugar no campeonato e conseguiu, com isso, o acesso à Liga Campeões.

Jogou então a 2ª Ronda Qualificação contra o Dinamo Tbilisi da Georgia e foi apurado para os grupos, embora com dificuldade, 1-0 e 1-2 foram os resultados.

Calharam no Grupo B, curiosamente com a Juventus, num grupo que correu mal, ficando no último posto. O mais estranho é que os outros 3 clubes terminaram todos empatados com 8 pontos, e o Athletic em ultimo com 6, terminando assim a aventura europeia.

Resultados: Rosenborg: 1-1 e 1-2; Juventus: 0-0 e 1-1; Galatasaray: 1-0 e 1-2, só conseguindo ganhar um jogo mesmo na última jornada frente aos Turcos.

Fernandez beneficiou da nova politica do clube, que se tornou mais flexivel nas suas escolhas para a “Cantera”. A partir dos anos 80 qualquer jovem se podia juntar à Academia, mas só podiam vir a representar os Seniores se tivessem vindo para o Pais Basco e para a “cantera” ainda em novos, com idade limite a rondar os 10 anos.

Foi assim que ainda no final dos anos 80, jogaram pelos seniores, Patxi Ferreira, nascido em Salamanca ou Biurrun, nascido no Brasil.

A expansão alargou-se também às provincias Bascas Francesas, que são La Rioja e Navarra. Este novo alargamento permitiu que o francês Lizarazu jogasse no Athletic Bilbao.

Cada vez mais, os horizontes alargam-se no sentido de recrutamento, e a partir dos anos 90 começou a incluir na equipa principal jovens formados em “Canteras” de outros cubes Bascos.

Em 1995, criou conflito com os vizinhos da Real Sociedad ao contratar Etxeberria da “Cantera” do clube de San Sebastian.

A equipa que ficou na segunda posição em 1998 tinha nomes como: Urzaiz, José Mari, Etxeberria, Alkorta, Julen Guerrero e Patxi Ferreira.

Apesar destas novas politicas o clube tem coleccionado más classificações. E a época passada só conseguiu a manutenção na 37ª e penúltima jornada.

Apesar da falta de sucesso, a maioria dos adeptos prefere que o clube mantenha a identidade e tradição, em vez de mudar (por exemplo a politica da “Cantera”) e ganhar troféus. Segundo uma pesquisa no final dos anos 90, 76% dos adeptos preferia ver o clube descer do que mudar a referida politica dos jovens para a equipa principal.

Contudo ultimamente a parte do clube que tem tido mais sucesso é a secção feminina do mesmo. A equipa de seniores femininos de futebol 11, do Athletic Bilbao, foi tri-campeã de Espanha seguida, em 2003, 2004 e 2005, e este ano foi novamente campeã. Se pensarmos que é à custa da politica da “Cantera” vemos que as mulheres do Pais Basco jogam muito bem à bola, fazendo lembrar os primórdios do clube, no inicio do Sec.XX.

Em relação às alcunhas do clube, elas são duas. Uma delas “visivel” que é a “rojiblancos” - (vermelho e brancos), devido ao equipamento às riscas verticais vermelho e brancas e a outra é “Los Leones de San Mamés” - (Os leões de São Mamés) por causa do seu estádio ter sido construido perto da Igreja de San Mamés. Mamés foi um cristão que terá sido condenado e atirado aos leões pelos romanos. Para grande surpresa geral, os felinos recusaram comer Mamés e assim ele foi elevado à categoria de Santo.

O magnifico Estádio de San Mamés, também chamado de La Catedral, é a “casa” do Athletic e foi construido em 1913, sendo o mais antigo de Espanha. Foi quase todo reconstruido para poder receber jogos do Mundial de 1982, tendo uma capacidade para 50.000 pessoas.

Está prevista a construção do novo Estadio que se chamará, El Nuevo San Mamés – (O Novo San Mamés). Foi acordado em 2006 o seu projecto e a sua contrução está prevista começar já em 2008. Será no antigo terreno pertencente à Feira Internacional de Bilbao, e que apanha um pouco do velho estádio, que será demolido e será construido em seu lugar a nova Academia – “Cantera”.


Pamarés:

8 vezes Campeão de Espanha: 1930, 1931, 1934, 1936, 1943, 1956, 1983 e 1984.

24 vezes Vencedor da Taça do Rei: 1902, 1903, 1904, 1910, 1911, 1914, 1915, 1916, 1921, 1923, 1930, 1931, 1932, 1933, 1943, 1944, 1945, 1950, 1955, 1956, 1958, 1969, 1973 e 1984

3 vezes Vencedor do Campeonato do Norte: 1914, 1915 e 1916

13 vezes Campeão da Biscaia: 1920, 1921, 1923, 1924, 1925, 1926, 1928, 1929, 1931, 1932, 1933, 1934 e 1940

1 vez Vencedor da Taça Basca: 1935

1 vez Vencedor da Supertaça de Espanha: 1985


Palmarés Feminino:

4 vezes Campeão de Espanha: 2003, 2004, 2005 e 2007