segunda-feira, maio 07, 2007

Estrela Vs Castores

Estádio: José Gomes, na Reboleira
Assistência: Mais do que o normal
Árbitro: João Ferreira

Antes da partida foi ver passar o festival de autocarros vindos do Norte, carregados de “castores”. Pareceu-me contar entre os 12 e os 13 veiculos. Quando as equipas jogam bem o povo acredita e vai ver a bola, seja onde for. A não ser que sejam equipas “fantoches”, algo que não acontece no Paços Ferreira, equipa que sempre gostei, apesar dos constantes maus resultados do Estrela com eles, seja em casa ou fora. A sua postura de jogar por jogar aliado ao bom futebol que na maioria das vezes pratica, sempre me agradou.

E não é que finalmente voltámos a ganhar em casa ao Paços Ferreira, algo que já não acontecia há mais de 13 anos? E que grande jogo de futebol, ontem na Reboleira, com a bola raramente a parar no meio campo em jogadas perdidas, com ataques constantes dos dois lados.

O jogo prometia, uma vez que em nossa casa dificilmente nos deixamos perder e o Paços queria a todo o custo ganhar, para manter a hipotese de ir à Taça UEFA.

Assim o jogo começou com ritmo forte de ambos os lados mas com pendor mais ofensivo para o Paços que queria surpreender logo de inicio. Passado o impeto dos 10 minutos iniciais o Estrela começou a equilibrar e a empurrar os “amarelos” para trás.

Assim e até ao intervalo o possante Moses e o semi-anedótico Nuno Viveiros podiam ter marcado em várias ocasiões. Numa cavalgada impressionante, desde o meio campo, Moses livra-se de dois defesas e entra na área, so que em vez de rematar quis ganhar melhor ângulo e tentou fintar novamente os dois defesas que vinham à ilharga e a hipótese gorou-se. Noutra situação Moses remata forte para defesa apertada de Peçanha e mais tarde, Nuno Viveiros, a cruzamento e de cabeça atira à barra.

Mais uma ou outra jogada de perigo com os remates a sairem muito perto da baliza nortenha e do outro lado o Paços aparecia sempre em ataques velozes e perigosos mas pecava sobretudo pela não conclusão em remate à baliza, por isso raras foram as defesas de Pedro Alves em toda a partida.

Reparem bem os minutos a que acontecem as situações, em catadupa, e já podem ver o futebol que tivemos, ao melhor nível:

28' - Moses deixa para trás Emerson e Williams, mas perde tempo no remate acabando depois por fazer falta sobre um defesa pacense

30' - Boa jogada de Viveiros, mas Luiz Carlos consegue travar o ataque

32' - Pontapé de canto para o Paços. Cristiano coloca a bola na grande área, Emerson tenta o cabeceamento mas José Fonte impede e o guardião Pedro Alves salta mais alto e agarra a bola

34' - Peçanha não segura um remate de longe de Tiago Gomes, mas Jaime falha a emenda

36' - Tiago Gomes marca o livre na esquerda, para o cabeceamento de Amoreirinha, mas o guardião do Paços agarra sem problemas

37' - Boa jogada de Cristiano, que remata sem perigo à baliza de Pedro Alves

A bola saia de um lado e no minuto seguinte era jogada perigosa para o outro. Grande jogo.

A segunda parte teve mais do mesmo, com o Estrela a falhar remates atrás de remates e a ver os “Castores” serem mais afoitos e a baralhar a defesa tricolor.

Logo de entrada há cruzamento de Yoni para o coração da área onde aparece Moses a cabecear... com a mão... cartão amarelo bem mostrado.

Os 10 minutos seguintes tiveram mais predominio dos pacenses mas sem ser muito diferente da primeira parte, e as oportunidades surgiam mais por atabalhoamento da defesa tricolor, já na área.

Aos 70 minutos dupla substituição no Estrela, entrando o há já muito pedido pelo público, Rui Borges e Anselmo.

Daí para o final o Paços só teve mais uma situação, aos 75 minutos, a melhor dos nortenhos em toda a partida, quando Rui Duarte perde a bola na área e Elias isolado remata fraco ao poste.

A partir daí o Paços “acabou”.

Aos 79 minutos Tiago Gomes centra com selo de golo para Moses cabecear e todos gritarmos gol..... foi ao lado!!! Inacreditável, havia algo mais na baliza do Paços do que Peçanha. Havia também muita sorte e já cheirava a injustiça.

Aos 84 uma falta sobre Moses à entrada da área, leva o árbitro a assinalar livre directo.

Chamado à cobrança Tiago Gomes marca finalmente o golo, que era mais que merecido. Contou ainda com a ajuda de Peçanha que diz não ter visto a bola partir.

O jogo terminava pouco depois, sem mais registos de promenor.

Positivo do jogo:

O próprio jogo em si. Grande jogo de paragem e resposta constante. Duas boas equipas que quando querem sabem mostrar muito bom futebol.

Negativo do jogo:

Vitória escasa para as oportunidades flagrantes.

Arbitragem:

Boa arbitragem embora com erros pontuais e de olhar trocado, uma vez que houve cantos para o Estrela que foram transformados em pontapés de baliza e faltas ao mesmo sabor.

Melhor em Campo:

Tiago Gomes no meio campo e Moses no ataque.


Extra:

O Estrela deve ser a equipa que melhor trabalha as bolas paradas em termos de livres directos. Esta época já ganhou vários jogos, merecidamente, mas apenas na transformação de livres directos. E não só: Os marcadores dos livres nunca são os mesmo. Já tivemos golos de livre directo por: Jaime, Edu Silva, Luis Loureiro e ontem foi Tiago Gomes a juntar-se à lista. Não há duvida que há treino individual destas situações para não se depender de um só jogador que esteja em dia mau ou lesionado. Palmas para Daúto Faquirá neste aspecto.

Moses é uma parede. Levar com este jogador é o mesmo que andar aos pontapés a uma árvore.
Segundo informações pacenses, 3 são os jogadores da defesa que estão condicionados devido à disputa directa com o Ganês. E posso afiançar que não houve faltas marcadas a Moses por carga sobre nenhum jogador. Ele é mesmo uma força bruta da natureza, muito forte... compensando com isso a possível pouca técnica.

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