quarta-feira, maio 23, 2007

Jogador Atacante da Semana: Joe Cole



PERFIL DO JOGADOR

Nome: Joseph John Cole
Data de Nascimento: 08/11/1981 (25 anos)
Clube: Chelsea FC
Nº da Camisola: 10
Posição: Extremo
Altura: 1,75 metros
Peso: 69 kg
Naturalidade: Londres – Inglaterra
Palmarés:

  • 1 Taça de Juniores de Inglaterra (1999)
  • 1 Taça da Liga Inglesa (2005)
  • 2 Campeonatos de Inglaterra (2005 e 2006)
  • 1 Community Shield (2005)
  • 1 Taça de Inglaterra (2007)


  • AVALIAÇÃO DO JOGADOR

    Joe Cole, “o brasileiro de Inglaterra”. É assim que Joe Cole é muitas vezes apelidado no mundo do futebol. Os seus infindáveis recursos técnicos, a fabulosa finta que possui, a visão de jogo e a imprevisibilidade do seu futebol fazem com que este inglês tenha um modo de jogar semelhante aos que provêem de terras de Vera Cruz. Na verdade, o seu talento foi desde cedo reconhecido e as comparações surgiram devido às habilidades técnicas e ausência de rigor defensivo, características muito frequentes nos canarinhos. Hoje, esta segunda característica já não é tão notória. Com José Mourinho, Cole tornou-se muito mais voluntarioso, começou a defender bastante mais e a actuar incomparavelmente melhor no capítulo da táctica. Isto, claro, sem perder toda a sua magia e fantasia. Não sendo alto (1,75m), é um jogador entroncado e evoluído fisicamente, importante para um extremo, em especial num campeonato como o inglês. Consegue resistir muitas vezes ao choque e travá-lo em falta é, em muitas ocasiões, a única hipótese. Sou um confesso fã de Joe Cole. Na minha opinião, é um dos jogadores com maior potencial em todo o Universo. Não fossem as lesões que o afectaram esta época e, a manter o ritmo de 2005/06, estaria, provavelmente, num nível semelhante ao de Cristiano Ronaldo. É que agora, Joe Cole não é apenas um fantasista que pode decidir jogos; não é apenas um dos melhores do mundo tecnicamente; não é apenas um jovem cheio de categoria e classe inegável. Agora, Joe Cole é um futebolista extremamente completo. È isso e muito mais. Nota-se que este é um dos jogadores que “nasceu para o futebol”. Acima de tudo, Joe Cole é um mago do desporto-rei. O extremo inglês tem qualidades muito acima da média a nível técnico, de criatividade, finta (!), visão de jogo, velocidade de raciocínio e de execução de todos os gestos técnicos e um jogador que consegue jogar num um para um como poucos. Ultimamente tem progredido a olhos vistos no que concerne às missões defensivas. Já não é raro vê-lo a ganhar bolas na defesa e lançar ataques, já não é raro ver o “pressing” a resultar. Mas o que o distingue dos demais é, além da soberba técnica, o uso que lhe dá. Nunca perde o sentido colectivo, nunca perde o sentido de equipa e é capaz de fazer jogadas individuais, é certo, mas é também perito em envolver-se colectivamente com jogadores do mesmo gabarito que ele, fazendo tabelas, jogando ao primeiro toque, etc. É destes jogadores que o nosso desporto preferido necessita. A raça, o carácter, a técnica esplendorosa, a magia. É bem evidente, também, a vontade de Joe Cole aprender mais e mais. Não cruza os braços, qual vedeta. Tende sempre a evoluir, quer tornar-se num dos melhores de sempre na Grã-Bretanha e, ao nível técnico, eu – com os meus escassos 15 anos – não me lembro de nenhum como ele. Quererá isso dizer que, desse ponto de vista, nesse ponto específico, é um dos melhores ingleses de sempre? Enumerar toda as suas virtudes demoraria muito tempo. Para simplificar, basta dizer que Cole tem uns pés prodigiosos. Tudo o que sai daqueles pés (particularmente o direito) é bem feito e tem uma grande dose de espectáculo. Passes, cruzamentos, fintas, recepções de bola, tudo é executado, no mínimo, próximo da perfeição. Os defesas que se aprumem, Cole promete regressar em pleno na próxima época. Este jovem médio inglês tem muito para dar ao futebol – para já, é só dos mais evoluídos tecnicamente do mundo e um dos mais completos centro-campistas do planeta. Temos que nos render a este exímio executante inglês.

    BIOGRAFIA DO JOGADOR

    West Ham, uma das melhores escolas da Europa…

    Joe Cole é mais um dos muitos craques formados na grande escola que é o West Ham. Ainda muito novo deu nas vistas e cedo surgiram as primeiras profecias, profecias essas que diziam que Cole seria um dos melhores jogadores ingleses anos mais tarde. A avaliar pelo que já aconteceu, essa profecias estão certas e podem ainda ganhar mais ênfase, caso Joe Cole continue a evidenciar tanta qualidade. É raro ver um futebolista tão avançado tecnicamente e isso desequilibrava, sem dúvida, nas camadas mais jovens. O seu título mais importante no West Ham foi a FA Youth Cup (traduzindo, Taça de Juniores de Inglaterra), em 1999, diante do Coventry. Chegou a estar próximo de ingressar no Manchester United, mas acabou por ficar em Londres, a cidade onde nasceu e sempre viveu. A primeira época como profissional foi a de 1998/99, que começou quando tinha somente 17 anos. Jogou uns escassos 8 jogos sem que introduzisse o esférico na baliza adversária. A sua estreia na Premier League deu-se no dia 10 de Janeiro de 1999, já na segunda metade da temporada, contra o Manchester United. O West Ham fixou-se no 5º posto, excelente. Em 1999/00, marcou o seu primeiro golo como sénior, na Taça da Liga Inglesa, em Outubro de 1999, contra o Birmingham. Contudo, o primeiro golo para o campeonato só surgiu nos anos 00, em 2000, frente ao Bradford City. Nesta época, o West Ham ficou na 9ª posição na Premier League, e o papel de Cole intensificou-se, como provam as 22 presenças e 1 golo. Em 2000/01, Joe Cole teve, quiçá, a sua melhor época ao serviço do West Ham United – 5 golos, 30 jogos. O declínio dos londrinos começava agora a ser evidente, com o 15º lugar atingido nessa época. Em 2001/02 ainda esboçaram uma reacção, com um bastante positivo 7º lugar, mas acabariam por não resistir à descida em 2002/03. Em 2001/02, Joe Cole jogou 30 jogos mas não conheceu o sabor do golo. Joe Cole foi à equipa de Inglaterra nessa época e foi convocado também para o Mundial 2002 na Coreia e no Japão. A sua participação, porém, resumiu-se a uma entrada em jogo diante da Suécia, na Fase de Grupos, num desafio que terminou com um empate a uma bola. A Inglaterra, segunda no grupo F da Suécia, Nigéria e Argentina, foi 2ª e qualificou-se para os oitavos-de-final. Eliminaram a Dinamarca (0-3), mas nos quartos-de-final os campeões – Brasil – superiorizaram-se, 2-1. Regressando aos clubes. A época 2002/03 foi mesmo a última de Joe Cole no clube que o viu nascer e desenvolver. Fez 36 jogos e 4 golos nessa temporada, e chegou mesmo a ser o capitão de equipa, apesar da sua juventude. David James, Kanouté ou Lee Bowyer eram alguns dos bons jogadores desta equipa. Joe Cole conseguiu ser capitão, mesmo tendo na equipa os influentes Scott Minto, Paolo Di Canio ou o outro jovem que também despontava nesta altura, Michael Carrick. Infelizmente, o 18º lugar não foi suficiente para permanecer no principal escalão do futebol inglês. O WBA (26 pontos) e o Sunderland (19 pontos) tinham a descida mais do que confirmada, mas o West Ham lutou até à última para conseguir ficar. Para se ter noção disso, é importante referir que a apenas 10 pontos de diferença estava o 8º, Southampton. Os 42 pontos do West Ham foram escassos – 2 pontos de diferença para o 17º; 3 pontos de diferença para o 16º; 5 pontos de diferença para o 15º. Infeliz. Mas Joe Cole era já uma estrela em ascensão e manter-se fiel ao clube significaria abdicar de uma carreira. Já com 21 anos, mudou-se para o Chelsea. Deixou no West Ham uma legião de fãs e mais de 126 jogos e 10 golos com a camisola “Hammer”.

    “Blues” de Ranieri e Mourinho – a explosão…

    2003/04, primeira época de Joe Cole no Chelsea. Roman Abramovich chegou ao Chelsea em Junho de 2003 e o pequeno jogador do West Ham foi imediatamente contratado pelo presidente russo. E, dois anos depois da sua primeira internacionalização, num amigável contra o México em Maio de 2001, o extremo inglês marcou o seu primeiro golo contra a Sérvia e Montenegro, em Junho de 2003. Mal chegou ao Chelsea, demonstrou toda a sua categoria e participou em 34 jogos, marcando, todavia, 1 mísero golo. Na Europa, não facturou, apesar dos 9 jogos. O Chelsea, na última época de Ranieri, ficou em 2º lugar e chegou às meias-finais da Liga dos Campeões depois de ser eliminado pelo AS Mónaco nas meias-finais. O Chelsea ganhou a Fase de Grupos, onde figuravam Besiktas, Sparta de Praga e Lazio. Ganhou ao Estugarda por 0-1 na primeira-mão dos oitavos-de-final e o 0-0 na segunda-mão abriu às portas aos quartos-de-final. Aqui, encontraram os campeões ingleses dessa época (por 11 pontos, diga-se), o Arsenal, que derrotaram por 3-2 (1-1 e 2-1). Nas meias-finais, depois de um 3-1 imposto pelo Mónaco, não foram além do empate a 2 na segunda-mão, dizendo adeus à “Champions”. Convocado para o Euro 2004, não passou do banco. Entrar em campo não passou de um sonho para Joe Cole, que está à espera para se estrear num Europeu para o ano. Quanto à carreira inglesa… já todos conhecem o seu fim – Portugal. Chelsea de novo. Foi com a chegada do português José Mourinho que Joe Cole explodiu e se tornou um valor seguríssimo do futebol britânico. A entrada do ícone português no clube de Londres fez com que o Chelsea subisse, grosso modo, de rendimento, o que beneficiou jogadores como Joe Cole que sobressaem enquanto individualidades quando o colectivo funciona, mas fez com que o médio evoluísse particularmente. Joe Cole progrediu sobremaneira no capítulo táctico, como já foi dito, tomando uma muito mais profunda da globalidade do jogo, sendo muito mais participativo no envolvimento defensivo e mais inteligente na forma como partia para o ataque e também no capítulo mental. Assim, e apesar de fazer menos jogos para o campeonato do que em 2003/04, Joe Cole fez uma época muito mais fantástica em 2004/05, o que acabou, também, por se traduzir nas conquistas colectivas. O Chelsea foi campeão nacional de Inglaterra, ganhou a Taça da Liga e a Community Shield. Joe Cole, esse, marcou 8 golos no campeonato, em 28 jogos. Na Liga dos Campeões estreou-se a marcar. Na Liga dos Campeões, ganharam com facilidade o grupo, só perdendo no último jogo, contra o FCPorto, 2-1 no Dragão. Ultrapassaram o Barcelona, 4-5 (2-1 e 2-4) numa eliminatória electrizante, nos oitavos-de-final. Nos quartos de final, os reis da Baviera impuseram algumas dificuldades, mas o Chelsea acabou por sobrepor-se ao Bayern com um 6-5 final (4-2 e 2-3). Só mesmo o Liverpool, após um 0-0 na primeira-mão, conseguiu eliminar os “Blues”. No campeonato, a vantagem para os restantes foi inquestionável. Ganharam a Taça da Liga Inglesa contra o Liverpool numa pequena vingança, 2-3 foi o resultado. Isto depois de ultrapassado o Manchester United nas meias-finais. Em 2005/06, foi a confirmação de todo o talento do Jogador Atacante de hoje. Evoluiu ainda mais táctica e mentalmente e, aqui sim, fez uma extraordinária época. Com Robben ou Duff na extrema oposta à sua, Cole foi titularíssimo. 34 jogos, os mesmos 8 golos da época anterior. O Chelsea voltou a ser campeão. Desta vez, só chegaram aos oitavos-de-final na Liga dos Campeões e os carrascos foram os catalães do Barça, que se impuseram após eliminação na edição anterior. Joe Cole foi um verdadeiro senhor dentro de campo, passeando classe e fantasia pelos campos de Terras de Sua Majestade. O Mundial foi a primeira grande competição a nível de clubes em que esteve verdadeiramente envolvido. Foi titular em todos os jogos da Fase de Grupos. No primeiro, contra o Paraguai (1-0), no segundo, contra Trindade e Tobago (2-0) e no terceiro, diante da Suécia, que terminou empatado a 2 e que contou com mais um momento de pura fantasia de Joe Cole, um golo memorável, dos melhores do torneio. Recebe a bola no peito e, sem deixar cair, desfere um remate portentoso e indefensável. Lindo! Ultrapassaram a sensação Equador nos oitavos-de-final e Cole voltou a ser titular. Nos quartos-de-final, já sabemos, Portugal voltou a ganhar. Aqui, Joe Cole saiu mais cedo do que nos outros jogos em que saiu, aos 65, para dar lugar a Crouch, logo após a fatídica expulsão de Rooney. Não bateu, por isso, nenhum penalty. Inglaterra perdeu contra os Lusitanos, novamente. Depois deste Campeonato do Mundo, veio a época que ainda agora terminou e que apenas brindou o Chelsea com um título, conquistado há bem poucos dias: a Taça de Inglaterra contra o Manchester United. Drogba marcou nos descontos. Mais uma vez, se notou a dependência de Cole do colectivo: quando o Chelsea não apareceu, Cole também não o fez. Mesmo assim, a sua época foi fundamentalmente manchada por uma lesão mais ou menos grave que o afastou por algum tempo. Na Europa, onde o Chelsea voltou a encontrar-se com o Barcelona, jogou em 7 partidas. O Chelsea venceu a Fase de Grupos e nos oitavos-de-final eliminou o FCPorto! É certo que jogaram bem, mas não seria injusto se fossem os portugueses a passar. Após 1-1 no Dragão, o Porto marcou em Stamford Bridge e esteve de passaporte na mão. Porém, 2 golos dos londrinos, fizeram com que o carimbo pertencesse aos pupilos de José Mourinho. Joe Cole não jogou em nenhum dos dois jogos. Jogou contra o Valência, que também foi afastado, e contra o Liverpool, que, nos penalties, ganhou ao Chelsea. No campeonato, Cole apenas participou em 14 jogos e golos, nem vê-los. Agora que está totalmente recuperado, esperemos que faça uma época 2007/08 repleta de sucessos. Um jogador desta categoria merece tudo. O génio criativo de Joe Cole e a sua técnica absolutamente deliciosa já espantam muita gente e a maturidade parece ter aparecido, finalmente. O “brasileiro de Inglaterra” foi afectado pela onda de lesões que abalou o Chelsea, mas promete estar de volta a todo o vapor para o ano que vem. Talvez venha a ter mais um dissabor no Euro 2008, se encontrar Portugal. Até lá, é preciso que anglo-saxónicos e lusitanos se apurem. Definitivamente, é um dos meus jogadores preferidos e merece a reverência de todos os fieis seguidores do futebol internacional. Cole é um herói e tem capacidade para se tornar um deus. Veremos o que acontece!

    VÍDEO DO JOGADOR



    QUESTÕES SOBRE O JOGADOR

    Joe Cole tem lugar de caras na selecção, neste momento. Consideram que Joe Cole é dos jogadores mais evoluídos tecnicamente que já nasceram em Inglaterra?

    Muitas vezes chamam a Cole “brasileiro de Inglaterra”. Concordam com esta denominação?

    Qual o papel de José Mourinho na evolução, em especial táctica, do jogador inglês? Teve muita importância na modelação do carácter e das qualidades tácticas de Cole?

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