quinta-feira, outubro 05, 2006

Memória Atacante XXXVI


A nossa SpicedBlond mesmo atravessando uma das fases mais complicadas da sua vida (talvez mesmo a pior) brindou-nos com um trabalho magnifico, que vos convidamos a recordar durante as próximas semanas. Um acompanhamento fantástico do Europeu de Futebol Feminino de 2005 disputado em Inglaterra.
Atrevo-me a dizer que foi uma das competições melhor acompanhadas aqui no Futebol de Ataque durante os nossos quase 2 anos de existência, uma das duas pessoas que conheci neste mundo sobre a qual posso definitivamente afirmar que defendia o futebol feminino e não o dizia apenas da boca para fora, por sinal a outra pessoa está também aqui no Futebol de Ataque...


Fiquem agora com o post de apresentação do European Women’s 2005, post este lançado no dia 29 de Maio de 2005.

European Women’s 2005


E depois de ter terminado a semana passada a Super Liga, nada melhor que continuar a falar de futebol mas no feminino, dando destaque para o European Women’s 2005 em Inglaterra, cuja fase final começará dia 5 de Junho e terminará a 19 de Junho.Sem duvida este evento mereçe o maior destaque, não só porque se trata de um Europeu, como acima de tudo é jogado por mulheres, cujas qualidades futebolisticas, têm vindo a proporcionar excelentes espectaculos de Futebol ao mais alto nivél, provando de uma vez por todas que futebol não é desporto exclusivamente feminino. Assim sendo e porque sempre fui uma acérrima defensora do futebol feminino, nada como acompanhar de perto este campeonato, apresentando o seu historial, e as 8 Selecções que nele vão participar.

Elite Europeia


A ascensão contínua do futebol feminino, de onde se destaca um enorme aumento de popularidade durante a década de 90, teve origem na organização do primeiro Campeonato da Europa Para Selecções Femininas da da UEFA, no início da década de 80. A UEFA leva a efeito a fase de qualificação para o Europeu de futebol feminino, que ocupa dois anos, e a fase de apuramento para o Campeonato do Mundo, também no período de dois anos, com cada uma das provas a ser dividida em duas divisões, consoante a qualidade das selecções envolvidas. Pela primeira vez, a qualificação para o UEFA WOMEN'S EURO 2005™, a elite europeia contou com 20 selecções o que é uma novidade pois até agora apenas continha 16 Selecções - divididas em quatro grupos de cinco equipas.

Triunfo Sueco


O primeiro campeonato foi disputado entre 1982 e 1984. Nessa altura, 16 equipas lutaram para chegar à final, que foi disputada a duas mãos. A decisão entre a Suécia e a Inglaterra foi muito equilibrada. Ambas as equipas venceram os jogos que disputaram em casa por 1-0. Depois no desempate por grandes penalidades, em Luton, a 27 de Maio de 1984, a Suécia impôs-se por 4-3.

Impulso Norueguês


Estas equipas voltaram a encontrar-se na edição de 1984/87, desta vez nas meias-finais, onde a Suécia voltou a levar a melhor, conseguindo o apuramento para uma final nórdica com a Noruega. As norueguesas, que já tinham impressionado na meia-final, ao baterem a Itália por 2-0, voltaram a estar impecáveis e venceram, em Oslo, por 2-1, dando um enorme impulso a este desporto no país.

Maior estatuto


A Noruega era o alvo a abater na edição de 1987/89. As nórdicas estiveram quase a ser eliminadas na primeira fase, mas conseguiram ficar em segundo lugar no grupo ao baterem, fora de casa e na última jornada, a Inglaterra por 3-1. A Dinamarca, em rápida ascensão, foi a vencedora da 'poule'. A República Federal da Alemanha chegou facilmente à final, e, confirmando o estatuto de favorita, bateu a Noruega, por 4-1, em Osnabrück, em Julho de 1989.

Desporto em crescimento


A prova ganhou o estatuto de Campeonato da Europa da UEFA e as detentoras, que agora eram simplesmente da Alemanha, após a unificação que ocorreu em Outubro de 1990, voltaram a triunfar na edição de 1989/91. A Noruega reduziu a diferença, mas não impediu a derrota. Desta vez, perdeu por 3-1, em Aalborg, na Dinamarca. Apesar do domínio alemão, o desporto feminino estava em crescimento em todo o continente, como veio a provar a ascensão da Itália na segunda edição do Campeonato da Europa Feminino.

Experiência impõe-se


As "Azzurre" venceram a Alemanha nas meias-finais, conseguindo o apuramento para a decisão com as norueguesas, que tinham sido derrotadas em duas finais consecutivas. A experiência da Noruega em grandes jogos impôs-se na final, pois as nórdicas bateram as anfitriãs, por 1-0, em Cesena. A fase final de 1993/95 foi disputada, mais uma vez, na Alemanha e a equipa da casa beneficiou do forte apoio do público para bater a Suécia, por 3-2, em Kaiserslautern.

Investimento resulta


O investimento no futebol feminino dava resultados na Alemanha e este país venceu, também, a edição seguinte, que teve lugar na Noruega, ao bater a Itália, por 2-0, na final, realizada em Oslo, a 12 de Julho de 1997. Esta foi a primeira fase final que teve a participação de oito equipas e foi a última vez em que o campeonato teve uma periodicidade de dois anos. Agora, tem lugar de quatro em quatro anos e serve, também, como apuramento para o Campeonato do Mundo, o qual também tem lugar a cada quatro anos.'

Hat-trick' de títulos


Após ter triunfado em 1995 e de 1997, a Alemanha completou o 'hat-trick' de títulos em 2001, ao bater as velhas rivais da Suécia. Na final de Ulm, Claudia Müller marcou o 'golo de ouro' que deu a vitória às germânicas por 1-0. O poder do futebol europeu foi ainda mais destacado pela vitória da Alemanha, sobre a Suécia, na final do Campeonato do Mundo de 2003. Ambas as equipas estão entre os oito finalistas que vão lutar pelo Campeonato da Europa de 2005, cuja fase final terá lugar em Inglaterra.

Nações em desenvolvimento


Para este campeonato a Inglaterra qualificou-se automaticamente para a fase final na qualidade de equipa anfitriã, à qual se juntaram as quatro vencedoras de grupos (Suécia, Dinamarca, França e Alemanha), com as restantes três vagas a serem ocupadas pela Finlândia, Itália e Noruega, apuradas na sequência dos 'play-offs' envolvendo as quatro 2ªs classificadas e as duas melhores 3ªs posicionadas. Houve, igualmente, um incentivo para que selecções onde a variante feminina não tem grande expressão continuem a melhorar a sua qualidade, com Áustria, República da Irlanda, Bielorrússia, Grécia e Israel a serem promovidas à elite, podendo, deste modo, integrar os cinco grupos de cinco equipas de apuramento para o Campeonato do Mundo de 2007. Neste aspecto Portugal ainda continua um pouco atrasado, se bem que neste momento já sabe quem será a Selecção adversária na fase de apuramento para o Mundial de 2007 a grande potência Sueca.

Dois grupos


As oito finalistas foram divididas em dois grupos com quatro equipas cada, tendo somente a Inglaterra conhecido a sua posição no sorteio da fase final, para o qual não era cabeça-de-série. Cada selecção defronta as restantes três adversárias no grupo, sendo utilizado um sistema de campeonato (com três pontos para a vitória, um para o empate e zero em caso de derrota) para decidir a classificação e os apurados para as meias-finais, onde os vencedores de grupo defrontarão os segundos classificados da outra 'poule'. Os vencedores discutirão a final, não se disputando qualquer encontro de atribuição dos 3º e 4º lugares.

Alteração positiva


Em 2005, a UEFA mudou as operações relativas ao futebol feminino para o departamento de futebol profissional e marketing por forma a maximizar o potencial desportivo e comercial da variante feminina. Esse propósito mereceu o seguinte comentário do director-executivo da UEFA, Lars-Christer Olsson: "Sinto orgulho em dizer que o futebol feminino mudou da nossa divisão de desenvolvimento para a de futebol profissional e marketing. Esta alteração vem reflectir a crescente importância que temos dado e continuaremos a dar ao futebol feminino".

Éra bom que finalmente se mudassem as mentalidades Portuguesas em relação a esta modalidade, pois como vemos, lá fora este desporto é um sucesso completamente apoiado pela UEFA. Seria um grande orgulho para o nosso País poder vibrar com a nossa Selecção Feminina numa fase final de um Europeu, e acreditem que é tão ou mais excitante que os Europeus Masculinos, mas para isto aconteçer, é necessário darem-se condições para que se vejam resultados, porque até a Selecção Israelita têm melhores condições e apoios que nós….

[SpicedBlond]

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