quarta-feira, outubro 11, 2006

Jogador Atacante da Semana: Michael Owen


Nome: Michael James Owen
Data de Nascimento: 14/12/1979 (26 anos)
Clube: Newcastle United FC
Nº da Camisola: 10
Posição: Avançado Centro
Altura: 1,73 metros
Peso: 68 kg
Naturalidade: Chester – Inglaterra
Palmarés:

1 Taça de Inglaterra (2001)
2 Taças da Liga (2001 e 2003)
1 Taça UEFA (2001)
1 SuperTaça Europeia (2001)
1 Bola de Ouro (2001)
Melhor Jogador Jovem do Ano em Inglaterra (1998)
Personalidade Desportiva do Ano pela BBC (1998)

Michael Owen é um bom jogador, um dos melhores avançados ingleses dos últimos anos. Foi um dos jogadores mais jovens a vestir a camisola da selecção inglesa e isso demonstra bem a qualidade deste “eterno jovem”. A sua baixa estatura e estilo franzino fazem-no parecer sempre muito novinho mas na verdade, Owen já tem 26 anos. Creio que perdeu um pouco de protagonismo desde a sua saída do Liverpool onde era o “menino de ouro”, o querido de todos os adeptos do Liverpool. É um avançado algo móvel, bom nas tabelas e no último passe mas é mesmo na enorme capacidade finalizadora que se encontra a maior característica do inglês. Tem uma técnica bastante apurada, é capaz de driblar com bastante segurança e eficiência, muito graças ao seu baixo ponto de gravidade e é perito nos domínios de bola e execuções que requeiram perícia e agilidade. É um autêntico “piolhito”, não só por ser pequenino, mas também por se desmarcar sempre com muito perigo e por ser um jogador muito veloz e com grande aceleração. Mesmo tendo 1,73 metros é um futebolista que não deixa nada a desejar no jogo aéreo e faz mesmo muitos golos de cabeça. Está sempre no local certo à hora certa como todos os grandes pontas-de-lança de classe mundial. Após um fracasso ao serviço do Real Madrid, está no Newcastle à procura de relançar uma carreira que ainda tem muito para dar ao futebol europeu. É um bom profissional, muito determinado e empenhado na disputa das bolas, nunca desiste e não se esconde atrás do mediatismo para não correr ou deixar de se esforçar como muitas vedetas e pseudo-vedetas fazem. Owen corre, é concentrado e mantém sempre uma postura guerreira em todos os lances que disputa. Um avançado rápido e irrequieto, com excelente técnica e killer instinct, seria assim que descreveria Owen numa só frase.

“Golden Boy” é a alcunha do pequenino mas grande Michael Owen. O seu pai, Terry Owen jogou no Everton FC, clube do qual Michael era fã no início da sua vida. Jogou nas equipas da escola primária e secundária ao mesmo tempo que jogava no Hawarden, no País de Gales, onde passou grande parte da sua infância e juventude. Esteve prestes a ir para o Manchester United, mas o facto de ficar longe demais da sua casa levou a que clubes como Arsenal, Everton, Nottingham Forest e Sheffield Wednesday concorressem por ele. Acabou por ser o Liverpool a garantir os préstimos do jovem talentoso, quando este tinha 16 anos e logo ajudou o clube a conquistar títulos nos juniores. A sua estreia na equipa principal do Liverpool ocorreu quando tinha 17 anos, marcando um golo na estreia. Uma lesão do agora veterano Robbie Fowler fez com que Owen fizesse companhia a Paul Ince e Steve McManaman no ataque da formação inglesa. “Little MO” era, somente aos 17, um dos melhores jogadores da equipa e cimentou muito rapidamente a sua posição de adorado e indiscutível. Nessa época tornou-se o melhor marcador do campeonato com número igual de golos de Chris Sutton e Dion Dublin (18) e o melhor jogador jovem da competição. Além disso a BBC distinguiu-o como sendo a maior figura desportiva do ano de 1998. Nessa temporada, a sua primeira, foi logo chamado à selecção nacional inglesa e no fim da época foi um dos 22 eleitos por Glenn Hoddle para o Mundial de 1998 onde marcou um golo absolutamente memorável e inesquecível frente à Argentina, mesmo no ângulo da baliza, nos oitavos-de-final, que Inglaterra acabou por perder. Nesse Mundial de 98, em França, Inglaterra entrou a ganhar por 2-0 diante da Tunísia (Shearer e Scholes marcaram os golos), num jogo em que Owen entrou aos 85 minutos para substituir Sheringham que fazia dupla com Alan Shearer. A Roménia acabaria por vencer por 2-1 no segundo jogo da Inglaterra. Nesse jogo, o golo dos perdedores acabou mesmo por ser marcado com o nosso homem de hoje, Michael Owen, depois de saltar do banco ao minuto 72. Acabariam por passar à fase seguinte após uma confortável vitória diante da Colômbia (golos de Anderton e David Beckham). Neste último desafio, o jovem de 18 anos foi titular, apesar de não ter marcado nenhum golo.

A última partida dos ingleses no torneio foi precisamente frente à Argentina, num jogo histórico que terminou empatado a 2 no fim do prolongamento. Os sul-americanos marcaram primeiro, de penaltie, por Gabriel Batistuta (6 minutos). Contudo, e também na sequência de uma grande penalidade, Alan Shearer restabeleceu a igualdade (10 minutos). Owen marcou aos 16 minutos de jogo um golo absolutamente soberbo, um dos melhores da carreira de jogador. O 2-2 surgiu nos descontos da primeira parte, por intermédio de Javier Zanetti. Um minuto depois David Beckham foi expulso e os ingleses jogaram a segunda parte e o prolongamento com 10 unidades. O jogo, espectacular, arrastou-se pelos 120 minutos e acabou na lotaria dos penalties. Os argentinos foram mais felizes e bateram Inglaterra por 4-3. Ambas as equipas falharam o 2º penaltie e, no 5º, após golo de Ayala, Batty falhou o fatídico penalty que levou os Argentinos aos quartos-de-final. Em 1999, Michael Owen voltou a ser o melhor marcador do campeonato inglês com 18 golos, sendo já a estrela da equipa da “cidade dos Beatles”, apesar do 7º lugar do Liverpool na tabela classificativa. Em 2000, o Liverpool ficou em 4º lugar e conseguiu uma temporada muito razoável e em 2001 fizeram um grande ano, conseguindo as duas Taças, a da Liga e a de Inglaterra e, mais do que isso, a conquista da Taça UEFA e SuperTaça Europeia. E se alguém duvidava do valor de Owen, este dissipou todas as duvidas ao alcançar a Bola de Ouro em 2001, galardoado pela France Football. Na Taça UEFA eliminou o Dínamo de Bucareste na primeira ronda, com 1-0 em casa e 0-0 na Roménia. Na segunda ronda o adversário era mais fácil, o Slovan Liberec, parceiro de grupo do Braga na presente edição. Em Inglaterra ficou 1-0 a favor do Liverpool e na República Checa os checos voltaram a perder, desta feita por 3-2, fazendo um total de 4-2 a favor dos “reds”. Veio a terceira ronda e nova vitória inglesa frente ao Olympiacos. 2-2 no sempre difícil terreno grego deixava tudo em aberto para a segunda mão, mas o 2-0 favorável ao Liverpool foi o resultado em Anfield Road. Na quarta ronda, 2-1 no agregado frente ao AS Roma. 0-2 na primeira mão, em Itália e os romanos ainda assustaram, vencendo por 0-1 na segunda. Nos quartos-de-final eliminaram… o FCPorto, pois claro! 0-0 nas Antas mas em Liverpool não perdoaram e espetaram 2 golos sem resposta deixando os portugueses de fora da competição. Seguiu-se o sempre difícil FCBarcelona, que alcançou o nulo na primeira-mão mas depois, na segunda mão, 1-0 foi o resultado beneficiando os ingleses. Na outra semifinal o Desportivo Alavés cilindrou o Kaiserslauten por 5-1 na primeira-mão e 4-1 na segunda, deixando de boca aberta todos os que acompanharam a Taça UEFA nesse ano. A final não era, portanto, contra um adversário assim tão fraco (também tinha ganho 5-3 ao Inter no agregado, nos quartos e 4-2 os noruegueses do Ronsenborg, nos oitavos). A final foi fantástica: 5-4 a favor dos ingleses, só golos! Babel foi o primeiro a marcar, aos 4 minutos, para o Liverpool. Gerrard ampliou a vantagem para 2-0 aos 16 minutos. Alonso, para o Alavés, reduziu a desvantagem: 2-1. Os ingleses ainda fariam o terceiro antes do intervalo por McAllister, de penaltie, aos 41. 3-1 ao intervalo, favorável à equipa de Owen. O 3-2 surgiu logo no início do segundo tempo, através de Moreno, que viria a bisar e empatar o jogo aos 51, 3-3. 4-3 aos 73 por Fowler e, mesmo antes do inicio do tempo extra, aos 89, Cruyff restabelecia a igualdade. Nesta altura estava em vigor a lei do Golo de Ouro e o Liverpool ganhou a Taça UEFA graças a um auto-golo de Gelí, aos 116, quando todos esperavam as grandes penalidades. Já com a concorrência de Anelka, Baros e Emile Heskey, Owen nunca perdeu o seu protagonismo e continuou a jogar muito regularmente nos anos seguintes. Em 2002 jogou o Mundial. No mesmo grupo que Suécia, Argentina e Nigéria, a tarefa adivinhava-se muito complicada para qualquer uma das equipas. No entanto, o 1-1 contra a Suécia foi o primeiro resultado dos ingleses (golo inglês do defesa Campbell). No segundo jogo, a vingança em relação ao Mundial 98 em que bateram a Argentina por 1-0, golo de David Beckham de penaltie. O último jogo, entre Inglaterra e Nigéria, acabou com um nulo. Inglaterra passou aos oitavos-de-final com 5 pontos, os mesmos que a Súecia. Era a hegemonia europeia no grupo F. O primeiro golo de Owen no torneio foi apontado diante da Dinamarca, aos 22 minutos, no jogo a contar para os oitavos-de-final, que terminou com uma vitória por 3-0 para Inglaterra. Nos quartos-de-final, o tento de Owen não foi suficiente para evitar a derrota, sendo mais uma vez eliminados por sul-americanos, desta vez o Brasil, que ganhou por 1-2 com golos dos nossos conhecidos Rivaldo e Ronaldinho. Os brasileiros viriam a tornar-se campeões mundiais com Scolari ao leme.

Em 2004, depois de uma participação no Euro 2004 aqui em Portugal, decidiu sair do seu país-natal para procurar o sucesso fora de portas, em Espanha, no Real Madrid, que nesse mesmo ano contratara o seu compatriota, o defesa central Woodgate. Falando do torneio aqui em Portugal… não há muito a dizer. 2-1 para a França no primeiro jogo, 3-0 a favor de Inglaterra contra a Suiça, com um bis de Rooney e, no último jogo, nova vitória, desta vez contra a Croácia, por 2-4, novo bis de Rooney. Nos quartos-de-final perderam com Portugal num jogo já descrito por mim em rubricas como a de Ricardo Carvalho e Lampard, por isso não me vou alargar muito, mas fica registado o golo de Michael Owen aos 3 minutos de jogo. A experiência em Madrid não foi feliz e, apesar de somar 32 partidas (14 das quais entrando como suplente) não conseguiu impor-se e a concorrência de Ronaldo e Raul era demasiado forte. Além disso, o clube merengue atravessava (e continua a atravessar, na minha opinião) uma crise de títulos e de qualidade futebolística. Uma época bastou para Owen desistir da ideia de continuar no clube e decidiu voltar a Inglaterra, mas desta vez para jogar ao serviço do Newcastle United. O ano passado, por entre algumas lesões, marcou 7 golos em 11 jogos, uma boa marca. No entanto o facto de ter estado magoado por muito tempo impediu que o avançado conseguisse impor-se definitivamente no plantel de Graeme Souness. Foi, ainda assim, convocado para o Mundial da Alemanha, onde voltou a lesionar-se e continua magoado até hoje. Primeiro no grupo B, que tive o prazer de acompanhar durante o excelente trabalho do Futebol de Ataque no Mundial. 1-0 frente ao Paraguai num auto-golo de Gamarra aos 3 minutos após um livre de Beckham, 2-0 frente a Trindad e Tobago, que sofreu o primeiro golo somente aos 83 minutos e um empate a 2 bolas com a Suécia. Nos oitavos-de-final eliminaram o Equador, golo de Beckham aos 60 e a eliminação nos quartos-de-final frente a Portugal, num jogo de que todos se recordam pela grande emotividade. Terminou empatado a 0 mas nos penalties ganhámos. Owen só jogou nos três primeiros jogos, sendo que contra a Suécia se lesionou aos 3 minutos e teve que ser substituído. Continua com essa lesão e quando recuperar é tempo de relançar a sua carreira no Newcastle United, uma equipa sempre forte no campeonato inglês. Recupera rápido, “Little MO”, o futebol inglês e europeu precisa da tua capacidade de desmarcação, rapidez, instinto e primordialmente… finalização!



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