quarta-feira, outubro 04, 2006

Jogador Atacante da Semana: Ryan Giggs


Nome: Ryan Joseph Giggs
Data de Nascimento: 29/11/1973 (32 anos)
Clube: Manchester United
Nº da Camisola: 11
Posição: Extremo Esquerdo
Altura: 1,80 metros
Peso: 69 kg
Naturalidade: Cardiff – País de Gales
Palmarés:
  • 8 Premier Leagues (1993, 1994, 1996, 1997, 1999, 1900, 2001 e 2003);
  • 4 Taças de Inglaterra (1994, 1996, 1999, 2004);
  • 2 Taças da Liga Inglesa (1992 e 2006);
  • 1 Liga dos Campeões (1999);
  • 1 Taça das Taças (1991);
  • 1 SuperTaça Europeia (1991);
  • 1 Taça Intercontinental (1999);
  • Melhor Jogador Jovem em Inglaterra (1992 e 1993);
  • Melhor Jogador Jovem Europeu (1993);
  • Melhor Jogador do País de Gales (1996 e 2006);
  • Membro pertencente do “Hall of Fame” do Futebol Inglês (2005);
  • Presença na Equipa da Década no Futebol Inglês (2003).
Ryan Giggs é um dos senhores de sempre do futebol britânico. Um dos melhores extremos dos últimos anos, sem dúvida, e um ícone no Manchester United e do seu país natal, o País de Gales. Tem uma técnica muito boa e mesmo não driblando constantemente como alguns extremos, a sua qualidade de drible é soberba e o seu ponto característico mais marcante e importante. Consegue passar quase sempre pelos defesas com fintas, umas vezes simples, outras nem tanto, mas eficazes, o que alia à sua capacidade de velocidade e aceleração e o poder de arranque estonteante que põe os oponentes com a cabeça em água. É, além disso, um jogador muito colectivo, que não gosta de individualismos exagerados e coloca todos os seus predicados em prol da equipa. Como todo e qualquer médio ala, tem uns pés de ouro e consegue meter a bola onde quer. Cruzamentos feitos por Ryan Giggs raramente saem mal e alguns remates do meio da rua encontram algumas vezes as redes adversárias. É forte sem bola, desmarca-se muito bem, é um atleta inteligente e com sentido táctico relativamente apurado. Fisicamente franzino, nunca vira a cara à luta e a sua ambição e carinho pelas camisolas que veste levam-no a percorrer quilómetros durante os jogos. Tem uma grande resistência, mesmo nos dias que correm, aos 32 anos de idade (quase 33). Não tendo uma qualidade de passe como muitos grandes nomes do futebol mundial, o galês é forte nas tabelinhas e combinações rápidas, dando dinâmica ao jogo da sua equipa e passa de modo muito aceitável. Por vezes joga como médio centro, mas as situações em que isso ocorre são poucas. É um enorme profissional, um homem humilde e que não gosta de protagonismo. Um grande jogador que, a caminho dos 33 anos, continua a ser titular num dos maiores e melhores clubes do Mundo.

Toda a sua carreira foi feita ao serviço dos “red devils” e isso é um facto digno de registo, pois na actualidade, raras são as vezes em que um futebolista se cinge a um só emblema durante toda uma carreira. Descrever o seu percurso será basicamente descrever o percurso do próprio Manchester United. Começou nos rivais do City, mas Alex Ferguson dirigiu-se a casa do pequeno jovem de então 14 anos e convenceu-o a ingressar no United prometendo-lhe a primeira equipa num prazo de 3 anos. E assim foi: Giggs está no Manchester United há quase 19 anos, contando com camadas jovens. A carreira como profissional teve início em 1990. No entanto, estreou-se no primeiro escalão do futebol anglo-saxónico em 1991, ano do meu nascimento. Logo nesse ano venceria a Taça das Taças. Em 1992 começou finalmente a ganhar destaque muito graças à lesão de outro jovem, Lee Sharpe. Neste ano chegou mesmo a ser considerado a grande revelação da Premiership. Venceu ainda a Taça da Liga Inglesa. Em 1992/93 voltou a maravilhar toda a Europa, tendo inclusivamente sido escolhido, não só para Jogador Jovem do campeonato inglês como também da Europa. Foi nesta temporada que alcançou o seu primeiro campeonato. Em 1994 voltou a ser campeão e era já um dos melhores do Manchester United, numa altura em que figuravam jogadores como o guardião dinamarquês, Peter Schmeichel, Gary Neville, Nicky Butt, Roy Keane, Paul Scholes, Kanchelskis e o fantástico Eric Cantona. E se em 95 houve um jejum de títulos, o mesmo não se pode dizer da época posterior, 1995/96, em que o United foi campeão de Inglaterra, venceu a Taça e, isto num plano mais particular, foi considerado o melhor galês do ano. Em 1997 foi bicampeão, em 1998 voltou a não ganhar nada. A primeira e única Liga dos Campeões que Ryan Giggs tem no seu longo e glorioso historial foi arrancada a ferros no ano de 1999. Certamente um jogo que nunca me vai sair da memória, essa final. O Bayern de Munique tinha marcado cedo, aos 5 minutos, e o 1-0 mantinha-se há largos minutos. Na segunda parte os “reds” jogaram melhor e a vantagem bávara estava a tornar-se injusta. Aos 90 minutos, quando já nem os próprios ingleses acreditariam na reviravolta, eis que num canto o ponta-de-lança Teddy Sheringham empata a partida. Este jogador tinha saltado do banco minutos antes e devolvia a esperança à equipa de Giggs. Outro jogador recém-entrado, o norueguês Ole Gunnar Solskjær, marcaria o segundo golo já nos descontos de tempo, novamente na sequência de um pontapé de canto em que Schmeichel estava lá na frente a atrapalhar a defesa germânica. Memorável, uma lição no desporto e na vida: nunca desistir até ao apito final. Nesse ano, o ano em que surgiu a magnifica dupla Andy Cole/Dwight Yorke, foram novamente campeões e venceram também a Taça de Inglaterra. Viriam a conquistar ainda a Taça Intercontinental diante dos brasileiros do Palmeiras, ganhando o jogo por 1-0, a única Taça Intercontinental a ir para Inglaterra até aos dias de hoje (e sempre, pois a competição foi substituída pelo Campeonato do Mundo de Clubes). Assim sendo, o FCPorto tem mais Taças Intercontinentais do que todas as equipas inglesas juntas. Nessa partida, Ryan Giggs, o nosso homem de hoje, foi considerado o melhor jogador em campo. No plano da selecção ia-se afirmando, já desde o início dos anos 90, como o melhor jogador do seu país e somava internacionalizações atrás de internacionalizações, sempre dando o seu melhor por Gales, que nunca fez nada digno de registo. Chegaram os anos 00 e 2000 não poderia ter corrido pior ao Manchester: nenhum título. 2001 veio e com isso uma nova Premier League para o historial do clube de Ryan Giggs. Em 2002 voltaram a não ganhar nada e em 2003 conseguiram o seu último campeonato até agora. Nesse mesmo ano foi nomeado para a equipa ideal da década de 90 por alguns especialistas. Em 2004 ganhou a Taça de Inglaterra. Em 2005 entrou para o “Hall of Fame” do futebol britânico. No ano passado o Manchester alcançou a Taça da Liga Inglesa, troféu esse que já lhe escapava há 12 anos. Além disso voltou a ser considerado o melhor jogador galês do ano. Infelizmente para ele, não fez nada de mais na sua selecção, que falhou sempre os apuramentos para os Campeonatos da Europa e do Mundo desde que se tornou internacional. Esta época continua a ser utilizado com bastante frequência e regularidade e prova de que permanece activo e com grande preponderância no seio dos “red devils” é que, apesar de ir já para a sua 17ª época na Premier League, só em Agosto deste mês foi nomeado pela primeira vez como Jogador do Mês, distinção de importante relevo em Inglaterra. “The Welsh Wizard”, como é conhecido e tratado carinhosamente pela massa associativa do United, esta a envelhecer mas as qualidades continuam lá e em Inglaterra a veterania é vista com bons olhos: os jogadores mais velhos são muito respeitados pela sua experiência. Pode esta época tornar-se o segundo jogador com mais presenças com a camisola do clube inglês, ultrapassando a marca de Bill Foulkes que está neste momento à frente do nosso Jogador Atacante da Semana com 688 presenças (Giggs tem 677). A meta de Bobby Charlton é mais difícil de atingir, 759, mas como o seu contrato só expira em Julho de 2008, é possível que consiga obter a marca, apesar de ser muito complicado pois faltam-lhe 79 jogos. Já marcou, é bom que se diga, 136 golos pelo Manchester United.
A par, talvez, de John Charles (um enorme jogador, figura maior do futebol europeu nos anos 50, actuou no Leeds e na Juventus) foi, e continua a ser, o melhor jogador galês de todos os tempos. Fintas e velocidade, mesmo aos 32 anos, são os pontos fortes de um dos mais importantes jogadores da Grã-Bretanha de todos os tempos, que continua a deliciar todos os amantes do desporto-rei, especialmente os torcedores do Manchester United e do País de Gales. Façam uma vénia atacante a este enorme desportista, merece uma homenagem pelo seu amor à camisola “red” e pelo seu currículo absolutamente arrasador!

“Ryan Giggs, Ryan Giggs, running down the wing, Ryan Giggs, Ryan Giggs, can do anything, feared by the Blues, loved by the Reds, Ryan Giggs, Ryan Giggs, Ryan Giggs!”

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