quarta-feira, agosto 29, 2007

Tribunal Atacante

Olá Pessoal! Benvidos a mais um Tribunal que esta semana fala de muitos jogos, entre os quais um clássico que fervilhou opiniões e análises divergentes.

- Benfica - Guimarães

No sábado, iniciou-se a jornada com o Benfica a receber o Guimarães. Num jogo não muito difícil de arbitrar, o trabalho do árbitro "escapou", na minha opinião, com um penalty por assinalar e alguns foras-de-jogo mal tirados. Exemplos flagrantes destes últimos é um lance nos descontos da 1ª parte, quando Alan isola Miljan, que é anulado por infracção à lei 11.
Aos 51', Danilo com o braço empurra Coentrão e este deixa-se cair. Grande penalidade que ficou por assinalar dado que, embora Coentrão tenha "mergulhado", a verdade é desequilibrado por um empurrão...

- Belenenses - Braga

No segundo jogo da jornada, mais uma batalha pelo lugar de "4º grande". Bruno Paixão dirigiu de forma satisfatória o encontro, decidindo bem o lance mais importante do jogo.
Aos 23' Devic e Linz envolvem-se na área e o lance acaba na marca dos 11 metros.
Embora seja verdade que Linz agarra ostentivamente a camisola a Devic, a verdade é que da maneira que o faz é impossível para o árbitro ver o que aconteceu, ao contrário de Devic que agarra Linz bem à vista de todos.
Por causa disso (atenção que não estou a dizer que é justo. Estou a dizer que é perfeitamente aceitável) acho que o árbitro decidiu bem.

- Académica - Leiria

Este jogo teve (pelo menos) dois lances que requeriam uma atitude firme do árbitro e em ambos, acho que Jorge Sousa esteve bem. Primeiro teve coragem para expulsar Litos logo aos 28' por conduta violenta que não podia ter outra interpretação. Depois, aos 60', decide bem a mão na bola de Hugo Costa, assinalando a respectiva grande penalidade. Mais uma vez muito bem este árbitro.

- Boavista - Marítimo

Este jogo teve como capitais dois lances ocorridos na área "madeirense", um em cada parte. No primeiro, aos 28', Fary cai na área após lance disputado com um adversário. Embora a entrada deste seja aparentemente impetuosa, eu não acho que Fary cai porque o adversário toca-lhe, mas porque sabe onde está. Acho que o árbitro decidiu bem em não assinalar grande penalidade.
Aos 80', Edgar cai na área. O árbitro interpreta com uma simulação, mostra segundo amarelo ao jogador boavisteiro e dá-lhe ordem de expulsão. Acho que o árbitro esteve mal porque, embora Edgar tenha deixado a perna para trás, acho que a entrada do jogador do Marítimo é a responsável pela queda. Edgar fez-se à falta? Sim, mas a verdade é que a consegiu...

- Porto - Sporting

Grande jogo da jornada, primeiro clássico da época, arbitrado pelo primeiro classificado da época passada. Na minha opinião o trabalho do árbitro foi prejudicado pela sua passividade disciplinar. Houveram lance duros que importam realçar e, com um árbitro menos complacente, nenhuma das equipas acabava o jogo com 11 jogadores em campo.
Deste aspecto vou destacar dois lances, ambos muito viris mas que diferenciam-se na maneira de ajuizar e na respectiva sanção disciplinar. Aos 33' e 38' Quaresma e Bosingwa têm entradas duras sobre seus adversários. No primeiro Quaresma entra de pé em riste ao seu adversário atingindo-o de forma perigosa. Neste lance, não há dúvidas que o jogador devia ter levado o cartão vermelho em vez do amarelo com que foi penalizado (ou não). No segundo lance, é também bastante aparatoso mas Bosingwa devia ter levado (pois não levou) a cartolina amarela. Os dois lances distinguem-se pela perigosidade para o adversário dado que, num o pé vai em direcção do jogador contrário e noutro não...

Quanto ao lance que ocorreu aos 52':

Citando a Lei XII:
- (o guarda redes como é óbvio) tocar a bola com as mãos vindo de um passe atirado deliberadamente com o pé por um seu colega de equipa.
Isto é o que diz o texto da lei.

A minha opinião é que o árbitro ajuizou bem e passarei a explicar porquê:
Esta lei foi criada para que não se perdesse tempo passando a bola ao guarda-redes. Isto acontecia muitas vezes e decidiu-se que o guarda redes não poderia agarrar a bola se o passe de um seu companheiro fosse efectuado com o pé. Ou seja, lances com o pé, o guarda-redes não pode agarrar. Eu digo lances e não passes como está no texto da lei, porque o texto da lei é o que vem em segundo. Em primeiro vem o espírito da lei.
Neste caso espacífico, acho que o árbitro esteve bem por dois motivos. Primeiro, o corte (assumo que foi um corte) de Polga, na minha opinião foi feito deliberadamente para a área onde estavam dois colegas para que a posse de bola ficasse deles. Este primeiro motivo faz obviamente pensar se um corte feito deliberadamente para um colega não será um passe (de notar que o que o Coroado diz que é um corte e o que e um passe, não é o que o árbitros interpretam. Ele passa a vida a dizer que o árbitros têm instrução disto e daquilo mas a verdade é que ele não sabe o que é instruído aos árbitros porque lá onde se sabe ninguém gosta dele e ninguém lhe diz nada...).
Isto leva-nos a um segundo motivo. O Polga corta a bola (mais uma vez digo que é um corte) em direcção a Tonel e acho possível que tenha sido com a intenção de cortar deliberadamente/passar a bola para este e não para Stojkovicmas aqui entra um outro factor. Tonel deixou a bola passar para Stojkovic. Tonel, deliberadamente (creio que não há dúvidas disto), por acção/omissão deixou que um lance disputado com o pé fosse para o seu guarda-redes. O acto de Tonel é de engraçada análise. Geralmente elogiamos imensamente um jogador que inteligentemente faz um passe por omissão ao deixar passar a bola por baixo das pernas mas neste caso, é irrelevante...
Se deixar passar a bola, é interferir no lance, por exemplo num fora-de-jogo, porque não seria interferir neste caso?
Em suma a minha opinião é que o árbitor esteve bem, porque a bola, que foi jogada com o pé foi encaminhada deliberadamente para o guarda-redes que a agarrou...

Fico por aqui, visto que o Tribunal já parece um post de formação do ano passado. Eheheh
Vejam muito futebol e lembrem-se que este joga-se com uma bola e nã com um apito...

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