quarta-feira, março 16, 2005

Angel Sanchez

Para quem não se lembra ou não conhece o nome, este senhor foi o árbitro do Coreia-Portugal no Mundial 2002. Sim, aquele que expulsou o João Pinto.

O que me leva a falar dele, hoje, é sobre a entrevista que deu acerca do abandono prematuro do seu colega de profissão, Anders Frisk. Foi-lhe perguntado se alguma vez se sentiu tentado a a abandonar a arbitragem, como consequência de pressões.

Então e passo a citar: "Não. É obvio que lamento a decisão de Frisk. Entendo a sua decisão, mas não a tomaria. A diferença é que ele é do Norte da Europa e eu da América do Sul. Aqui na Argentina, receber ameaças por carta, telefone ou até correio electrónico é, infelizmente, uma situação habitual.
Uma vez, devido a uma decisão que tomei num jogo entre San Lorenzo e River Plate, estive 30 dias preso em casa, com polícia à porta devido à pressão dos adeptos. E nem por isso desisti, apesar de reconhecer que a arbitragem é uma profissão de alto risco."


A meu ver e na óptica deste senhor, tudo isto (ameaças) é mais ou menos normal e sinceramente receber ameaças via mail ou telefone não se compara a ter de ficar preso em casa com policia à porta. Que seria se este senhor Frisk tem ido apitar o jogo FCMarco - Estrela Amadora? Teria-lhe dado algum ataque cardíaco? Ou na melhor das hipóteses sujava as calças? Enfim...

O que nos vale é ainda haver "homens de apito" como Angel Sanchez ou Duarte Gomes. Os Anders Frisk's da arbitragem são muito bem afastados e não precisos nesta profissão.

É de crer então que Mourinho pode ter alguma razão quando diz que teria sido combinada alguma coisa em Barcelona, já que à mais pequena pressão o senhor Frisk estremece todo. Por alguma razão este mesmo árbitro foi agredido por um isqueiro em Roma, umas jornadas europeias atrás, ou seja, como se costuma dizer, não há fumo sem fogo.

Acho que uma pessoa que escolhe uma profissão de risco, como foi dito pelo próprio Angel Sanchez, esta sujeito e de antemão esta a espera de consequências deste género, e deve ir e ser (sobretudo), minimamente preparada para tais possíveis acontecimentos. As pessoas que regem a arbitragem deviam sujeitar estes homens ás mais diversas pressões/testes antes de os nomearem para certos jogos, porque senão dá-se o caso, como foi, de gerar uma onda de apoio bacoco ao arbitro, com greves?! E de ameaças de suspensões ou multas a pessoas que fazem muito mais pelo futebol do que outras que as criticam.

Mourinho nem de perto nem de longe tem culpa do que se passa com esta atitude proporcionada mais por uma donzela aflita do que por um homem, ainda por cima de um homem com poder de decisão arbitral, pelos vistos influenciável.

Pergunta: Cada pessoa que telefonar ao árbitro a maldize-lo ou ameaça-lo, a culpa recai imediatamente sobre o Mourinho?! Assim ate os adeptos da ASRoma agradecem e se souberem o número telefónico do Sueco...
Sinceramente, enfim...

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