sábado, junho 02, 2007

Clubes Atacantes - Aberdeen Football Club

ABERDEEN

O Aberdeen é daqueles clubes agradáveis da Escócia, como quase todos, isto a nivel pessoal. Sem ser um dos gigantes do país, tem também um rico palmarés. É um dos três únicos clubes que nunca desceu da Primeira Divisão escocesa. Os outros dois são os gigantes de Glasgow. Foi o primeiro clube mundial a ter apenas lugares sentados em todo o campo e a ter todos esses lugares cobertos. Foi ainda o primeiro clube a ter um banco de suplentes escavado, como por exemplo o do Boavista.

O clube como muitos outros surgiu de uma fusão de outros. Neste caso o “novo” Aberdeen FC surgiu em 1903 da fusão entre três clubes da cidade, o antigo Aberdeen FC que nasceu em 1881 que já jogava no Pittodrie, o Victoria United nascido em 1899 e o Orion FC nascido em 1885.

O Orion FC tinha entrado indirectamente na história do futebol mundial, quando em 1885, se registou a maior goleada de sempre em jogos oficiais, em todo o mundo e que ainda hoje perdura.
A FA Cup escocesa era jogada por imensos clubes mas apenas por convite. Nesse ano houve um equivoco na Federação escocesa e o convite foi entregue ao clube errado, o Orion Cricket Club, que como diz o nome é um clube de cricket em vez de ter sido entregue ao Orion FC. Assim o renomeado Orion Cricket Club para Bon Accord, jogou na primeira eliminatória da Taça de 1885 e perdeu 0-36 contra o Arbroath FC. Nesse mesmo dia o Dundee Harps ganhava 35-0 ao Aberdeen Rovers.

Em Março de 1903 as pessoas de Aberdeen decidiram que em vez de ter vários clubes fracos, sempre a serem goleados, passassem a ter apenas um grande clube na cidade e assim 1600 pessoas!!! decidiram fundir os três clubes que acima mencionei.

O primeiro jogo foi em Agosto desse ano contra o Stenhousemouir, do qual ficou para a história o empate a uma bola perante 8000 espectadores!!! O equipamento era então todo branco, camisola, calçoes e meias.

A primeira época foi entusiasmante e um terceiro lugar final foi conseguido no campeonato regional da Liga do Norte. Assim o clube pediu para ser aceite como membro da Liga Escocesa, para a época seguinte o que lhe foi concedido, mas apenas para a Segunda Divisão, o que foi uma semi-desilusão.

Assim em 1904/05 jogaram pela primeira vez na recém criada Segunda Divisão, onde apareceram de equipamento novo, amarelo e preto, de onde surgiu a primeira alcunha, “Vespas”, acabando no 7º lugar entre 12 equipas. Contudo no final da época e com o alargamento da Primeira Divisão, o Aberdeen FC foi repescado para integrar a Divisão Maior em 1905 e aí permanece até aos nossos tempos juntamente com o Celtic Glasgow e o Glasgow Rangers.

Os primeiros anos não levaram a conquistas nenhumas nem a lugares de destaque, por exemplo a primeira vitória contra um dos grandes de Glasgow só surgiu em 1911.

Em 1917, a Primeira Guerra Mundial, provocou grandes alterações economicas e a situação de alguns clubes tornou-se insustentavel, assim juntamente com as equipas de Dundee e do Raith Rovers desistiram do futebol a nivel de grandes competições.

O futebol regressou em Agosto de 1919, contra o Albion Rovers. O futebol praticado continuava a ser agradável mas não era suficiente para conquistar um titulo que fosse.

Foi em 1923, num jogo para a Taça da Escócia, que os Dons, alcunha adquirida 10 anos antes, registaram a maior goleada do seu historial, ao ganharem por 13-0 ao Peterhead.

Em 1931 vários jogadores foram banidos da equipa, por suspeita de apostas ilegais, preparando o clube para perder alguns jogos.

Foi por esta altura que foi introduzida a ideia do banco de suplentes escavado, tendo sido os pioneiros de uma ideia que rapidamente se espalhou pelo mundo e que se revelou de bastante utilidade para os treinadores.

Foi em 1937 que o clube pela primeira vez chegou a uma final de uma competição, a Taça da Escócia, perdida para o Celtic por 1-2.

Com o advento da Segunda Guerra Mundial, e com a suspensão das provas oficiais, varias foram as equipas que abandonaram o futebol mas o Aberdeen FC continuou a jogar futebol, principalmente recrutando jogadores e equipas entre os soldados estacionados na zona.

Depois da guerra o clube começou a actuar de vermelho e na época de 1946 conquistou a sua primeira Taça da Liga, frente ao Glasgow Rangers por 3-2. Final que repetiu no ano seguinte, contra o mesmo adversário, mas desta vez para perder por 0-4.

Ainda nesse ano nova vitória mas na Taça da Escócia, frente ao Hibernian por 2-1. Foram anos de muito bom futebol para os lados de Aberdeen e finalmente chegavam os titulos à muito esperados pelos adeptos.

Assim tornou-se habitual o clube chegar a finais, algo que aconteceu nos anos de 1953, 1954 e 1956. Em 1953 e 1954 na Taça da Escócia, ambas perdidas, primeiro para o Glasgow Rangers em dois jogos, depois de 1-1 no primeiro e 0-1 no segundo. No ano seguinte seria com o outro clube da capital, o Celtic Glasgow 1-2.

Mas o ano de 1955 traria a maior glória até então, o titulo de Campeão da Escócia, com 3 pontos de vantagem sobre o Celtic e 8 sobre o Glasgow Rangers.

No ano seguinte nova vitória na Taça da Liga, frente ao Saint Mirren por 2-1. Foram anos de glória.

Que rapidamente acabaram, novas emoções deste tipo só em 1967 quando chegariam de novo à final da Taça da Escócia para perder com os “católicos” de Glasgow, 0-2 foi o resultado, o que até não foi tão mau como isso uma vez que dois anos antes os “verdes” tinham goleado os “vermelhos”, por 0-8, recorde que ainda perdura. Mas 3 anos depois surgiria a vingança, na mesma Taça e novamente contra o Celtic, vencendo por 3-1.

A final perdida em 1967 permitiu-lhes a estreia nas competições europeias, e na Taça Vencedores Taças. Na primeira ronda calharam com os islandeses do KR Reikjavik e sem saberem o futuro, logo no primeiro jogo fizeram o maior resultado, do clube, nas competições europeias, vencendo por 10-0, a que se seguiu um 4-1 fora. Caindo na segunda ronda com o Standard Liege, com 2-0 e 0-3.

A década de 70 viu uma equipa do Aberdeen forte, considerando-se candidata a titulos, algo que não sucedeu tão bem como esperado. Nestes 10 anos os “Dons” tiveram 5 treinadores.

Só em 1977 chegou a nova final, isto na Taça da Liga, com vitória uma vez mais frente ao Celtic.

No campeonato faltava sempre um pouco mais para o titulo, em 1971 e 1972 ficaram na segunda posição. No primeiro desses anos perderam o titulo apenas por 2 pontos, para o Celtic.

Em 1975 deu-se a redução da Liga para apenas 10 clubes, até então eram 18 os clubes que a disputavam. Em 1977 um terceiro lugar deu lugar a um segundo no ano seguinte, novamente a apenas por 2 pontos, desta vez para o Glasgow Rangers, perdendo também nesse ano a final da Taça da Escócia para os “Protestantes” de Glasgow.

Era então treinado por McNeill, que com as suas tácticas e bom futebol, aliado às boas relações com as equipas vizinhas, da Região Nordeste da Escócia, reavivou o espirito de conquista.

No Outono de 1978, Billy McNeill foi para o Celtic e para o seu lugar foi chamado Alex Ferguson, que em 8 anos ganhou mais titulos que em toda a história do clube.

Ferguson tinha sido um avançado promissor, que lutou bastante para primeiro ser profissional, depois para ganhar o respeito das equipas em que jogou como profissional.

Começou no Queens Park em 1959 aos 16 anos marcando no jogo de estreia, e no final da época tinha 20 golos marcados em 31 jogos. No entanto não era titular e mudou-se para o St. Johnstone, onde continuou a facturar, mas continuou a não ser titular e em 1964 muda-se para o Dunfermline onde finalmente assinou como profissional. Novamente aí foi injustiçado e no ano seguinte seria afastado da final da Taça da Escócia, por não ter dado o máximo no jogo anterior para o campeonato. Assim o Dunfermline perdeu a Taça para o Celtic, 2-3 e o campeonato também por 1 ponto.

Em 1967 foi para o Glasgow Rangers, por 65.000 libras, naquela que foi a transferência mais cara do futebol escocês até então. O que podia ter sido uma carreira de sucesso não sucedeu por várias razões, primeiro por ter casado com uma mulher “católica” e o Glasgow Rangers ser de origem “protestante”. Assim foi acusado de tudo e mais alguma coisa, inclusivé de ser culpado de um golo sofrido na final da Taça em 1969. Foi tão chocante a maneira como se sentiu injustiçado que ao receber a medalha de finalista a atirou fora.

Nesse ano receberia uma proposta do Nottingham Forest, mas a sua mulher não estava interessada em viver em Inglaterra. Então juntou-se ao Falkirk, onde foi jogador-treinador por algum tempo. Mais tarde juntou-se ao Ayr United onde acabou a carreira.

Em 1974, com apenas 32 anos, foi contratado como treinador do East Stirlingshire. Rapidamente ganhou a reputação de disciplinador, tendo um dos seus jogadores inclusivé dito mais tarde que nunca tinha tido medo de ninguém até à sua chegada, mas que Ferguson era realmente um tipo temivel. Contudo os jogadores admiravam as suas decisões tácticas e a equipa começou a jogar muito melhor.

De tal modo que foi sondado pelo Saint Mirren para treinador, algo que aceitou embora com alguma relutância. Esteve 4 anos à frente da equipa, e conseguiu a promoção ao escalão maior em 1977.

Foi então que chegou ao Aberdeen FC em junho de 1978. Tinha no seu curriculum, quatro anos como treinador e uma subida de escalão mas o facto de ser quase da mesma idade de alguns jogadores, teve alguns problemas para se impor e ser respeitado.

O primeiro ano não foi nada de especial e um 4º lugar no campeonato foi o melhor que conseguiu, contudo chegou à final da Taça da Liga perdendo para o Glasgow Rangers, final que repetiu no ano seguinte com nova derrota, desta feita com o Dundee United.

A final foi jogada em Dezembro e foi o ponto de viragem da equipa. Alex tomou toda a culpa da derrota e com isso incutiu mais respeito nos jogadores.

Logo no primeiro jogo para o campeonato a seguir ao Ano-Novo, começou uma estrondosa recuperação no campeonato, com um vitória a que se seguiram outra e mais outra, até à última jornada onde conseguiu a maior vitória da época com 5-0 ao Dundee, para ganhar o titulo, apenas por 1 ponto sobre o Celtic. Foi o primeiro titulo em 15 anos de uma equipa que não os dois grandes de Glasgow.

Agora tinha sem duvida o respeito de todos. Mais importante ainda tinha conseguido “ganhar” uma equipa com mentalidade vencedora.
Desta equipa faziam parte jogadores como Jim Leighton, Willie Miller, Alex McLeish e Gordon Strachan, que mais tarde seriam grandes referencias da Selecção e do Futebol Escocês.

Contudo não dispensava nunca o rigor e a disciplina, de tal modo que os jogadores alunharam-no de Furious Fergie (Fergie Furioso). Uma vez multou um dos seus jogadores por o ter confrontado na rua. Doutra estava de tal modo chateado num jogo, que ao intervalo e nas cabines, não só deu uma dura reprimenda aos jogadores como lhes atirou, a pontapé, com uma maquina de chá, sujando-os a todos, fazendo-os ver que tinham de lutar e “sujar o equipamento”.

Seguiram-se dois segundos lugares no campeonato atrás do Celtic, primeiro por 6 pontos e depois apenas por 2. Mas com vitória na Taça da Escócia em 1982, 4-1 ao Hibernian. Foi então que recebeu um convite por parte do Wolwes para assumir a equipa principal, algo que recusou prontamente, porque sentia que tinha equipa para mais altos voos na Escócia e assim continuou ao leme do Aberdeen FC

O ano de 1983, foi o mais espectacular de sempre a nivel do Campeonato da Primeira Divisão. Três equipas chegaram à ultima jornada na possibilidade de serem campeãs. A sorte sorriu pela primeira e única vez ao Dundee United, que ganhou o seu único titulo de Campeão, com 1 ponto de vantagem sobre o Celic e o Aberdeen FC.

Contudo a Taça da Escócia seria reconquistada pelos “vermelhos do norte”, com 1-0 ao Glasgow Rangers. Uma época em grande que teria como maior glória uma vitória europeia.

Com o titulo da Taça o ano transacto tiveram direito a jogar na Taça Vencedores Taças, onde chegaram à final de Gotemburgo e venceram o todo poderoso Real Madrid.

Começaram essa participação como qualquer equipa pequena, tentando ir o mais longe possível, foi incluivé a equipa que mais jogos jogou porque teve que fazer a ronda preliminar. Segundo Alex McLeish, ele e os seus colegas só se sentiram realmente confiantes quando eliminaram o todo poderoso Bayern Munique, que na ronda anterior tinha esmagado o Tottenham Hotspurs por 4-1. Depois de um 0-0 na Alemanha, o jogo corria de feição aos alemães que chegaram a estar a ganhar por, 0-1 logo aos 10 minutos, e 1-1 ao intervalo. O começo da segunda parte trouxe outro golo para os germanicos, mas os jogadores não baixaram os braços e conseguiram uma reviravolta histórica.

O caminho até à final foi o seguinte: Pré-eliminatória – Sion (Suiça) 7-0 e 4-1; Dinamo Tirana (Albânia) 1-0 e 0-0; Lech Poznan (Polónia) 2-0 e 1-0; Bayern Munique (Alemanha) 3-2 e 0-0; Thor Waterschei (Bélgica) 5-1 e 0-1; e Real Madrid (Espanha) 2-1.

O início de jogo já mostrou que não seria tranquilo para os tradicionais espanhóis levaram sua primeira TVT. Aos 7 minutos, Black já mandara uma bola a trave e outra para dentro da baliza de Agustín. A lógica dizia que se tratara de um susto inicial e que o Real Madrid não demoraria a empatar. E foi o que aconteceu. McLeish tentou recuar para Leighton, mas a bola parou na lama. Com isso, Santillana conseguiu chegar antes do guarda-redes, que acabou por fazer penalty, convertido por Juanito. Era apenas o 15º minuto de jogo. Grande jogo. Mas o encontro acabou por ir a prolongamento, decidido num golo de Hewitt.

11 Maio de 1983, Real Madrid 1x2 Aberdeen FC
Local: Estádio Nya Ullevi (Gotemburgo-SUE)
Público: 17.804


Aberdeen FC: Leighton; Rougvie, McLeish, Miller e McMaster; Cooper, Strachan e Simpson; McGhee, Black (Hewitt) e Weir. Técnico: Alex Ferguson


Real Madrid: Agustin; Juan José, Metgod, Bonet e Camacho (San José); Angel, Gallego, Stielike e Isidro (Salguero); Juanito e Santillana. Técnico: Alfredo di Stéfano
Golos: Black (4 min), Juanito (15 min gp) e Hewitt (97 min)

Ainda nesse ano ganharam a Supertaça Europeia, derrotando o vencedor da Taça dos Campeões, o Hamburgo com 2-0 e 0-0. Com isso conseguiram até hoje ser a única equipa escocesa a conquistar duas taças em provas da UEFA.

A época seguinte não começou muito bem a nivel interno e andou pelo meio da tabela no campeonato tendo sido afastados da Taça da Liga. A nivel europeu a coisa até corria bem, e aos poucos o clube começou a ganhar confiança. No final novo titulo de Campeão Escocês, com 7 pontos de vantagem sobre o Celtic e vitória na Taça Escócia, frente aos “católicos”, sendo então tri-vencedor consecutivo dessa Taça. Na Europa conseguiram atingir as meias finais sendo eliminados pelo FC Porto com 0-1 e 0-1.

Jogos com os portugueses:

11 de Abril de 1984, Estádio das Antas, Porto

FC PortoAberdeen: 1-0 (Gomes 14 min)

25 de Abril de 1984, Estádio Pittodrie, Aberdeen

Aberdeen - FC Porto: 0-1 (Vermelhinho 76 min)

Pelo FC Porto jogavam então: Ze Beto, João Pinto, Eurico, Eduardo Luis, Costa, Lima Pereira, Jaime Pacheco, Jaime Magalhães, Walsh, Sousa, Frasco, Gomes, Vermelhinho, entre outros

Acabou como se viu por ser um excelente ano desportivo, e Alex Ferguson foi, nesse ano, agraciado com a Cruz da Ordem do Imperio Britânico (OBE), e foi-lhe oferecido o lugar de treinador no Arsenal e no Tottenham Hotspurs, que novamente recusou.

Em 1985 reconquistou o titulo de Campeão Nacional sendo então Bi-Campeões da Escócia, mas o ano seguinte foi uma desilusão no campeonato acabando no 4º lugar final, embora conquistando as duas Taças, a da Escócia e da Liga.

No inicio desse ano de 1986, foi apontado para o concelho de administrção do clube, como prémio pelos feitos mais gloriosos em toda a história do clube, mas em Abril disse ao presidente que iria sair no Verão.

Com a morte de Jock Stein, Seleccionador Escocês, pegou na Selecção e fez toda a preparação da mesma para o Mundial desse mesmo ano no México. Entretanto já se especulava que íria render Ron Atkinson no Manchester United, o que acabou por suceder apenas em Novembro, altura em que Ron foi despedido.

Com a saida de Alex Ferguson, abriu-se um vazio no banco e ao leme da equipa. Iria ser muito dificil arranjar um substituto à altura, o que se veio a confirmar até aos dias de hoje.

Palmarés do Aberdeen FC antes de Alex Ferguson (5):

1 vez Campeão Escocês: 1955

2 vezes Vencedor da Taça Escócia: 1947 e 1970

2 vezes Vencedor da Taça da Liga: 1956 e 1977


Titulos conquistados por Alex Ferguson, em 8 épocas nos Dons (10):

3 vezes Campeão Escocês: 1980, 1984 e 1985.

1 vez Vencedor da Taça Vencedores Taças: 1983.

1 vez Vencedor da Supertaça Europeia: 1983.

4 vezes Vencedor da Taça Escócia: 1982; 1983; 1984 e 1986.

1 vez Vencedor da Taça da Liga: 1986.

1 vez Vencedor Prémio Adidas para a melhor equipa do Mundo: 1983.


Titulos depois de Alex Ferguson até 2007 (3):

1 vez Vencedor da Taça Escócia: 1990.

2 vezes Vencedor da Taça Liga: 1990 e 1996.


O escolhido foi Ian Porterfield, que tinha embarcado na “loucura” do Sheffield United. Os Blades, em 1981, tinham sido despromovidos à IV Divisão, e o presidente apostou em Ian dando-lhe um contrato de 5 anos com o objectivo de nesses 5 anos subirem desde a IV até à I Divisão, algo um pouco irreal.

Assim, juntando alguns dos melhores jogadores da IV Divisão, conseguiu ser campeão nesse ano e subir. O clube teve perdas financeiras incalculáveis mas o presidente, um magnata megalomano, continuou a injectar dinheiro no clube. O primeiro ano da III Divisão, revelou um Sheffield United desfazado da realidade, acabando no 11º lugar e no ano seguinte lá conseguiu a promoção no último jogo, graças ao Hull City ter vencido o seu último jogo apenas por 2-0, mais um golo e subiria a equipa de Hull.

Entravamos no 4º ano e entravamos na II Divisão. A subida requeria a remodelação do Estádio, e ao fazer isso deixou de ter fundos para comprar jogadores e assim a subida não se consumou, tendo Ian Porterfield sido despedido, estavamos então em Março de 1986.

Assim Porterfield pegou no Aberdeen FC em 1986 para ser despedido em 1988. O melhor que conseguiu foi dois 4ºs lugares e uma final da Taça da Liga em 1988 perdida para os “Protestantes” de Glasgow.

Foi então uma dupla que tomou o comando dos Dons, Alex Smith e Jocky Scott, conseguindo melhorar em muito a situação do clube. Logo no primeiro ano, um 2º lugar no campeonato apenas a 6 pontos do Glasgow Rangers e nova final da Taça da Liga perdida para os vencedores do campeonato.

No ano seguinte, novo 2º lugar novamente atrás do Glasgow Rangers a 7 pontos, mas com vitórias nas duas Taças, a da Escócia contra o Celtic e a da Liga contra o Glasgow Rangers.

Em 1991, 12 vitórias em 13 jogos deixou o Aberdeen FC empatado em pontos (53) com o Glasgow Rangers à entrada da última jornada, mas a ter de se deslocar ao Ibrox Park para o último jogo da época, embora em vantagem por golos. Assim e com medo dos Rangers de Glasgow, Alex Smith, resolveu mudar a táctica na tentativa de segurar um empate que lhe daria o titulo. Isso levou ao desentendimento com o seu braço direito Jocky Scott, que bateu com a porta, não voltando. Dois golos de Mark Hateley acabaram com o sonho dos Dons de novo titulo.

Alex Smith só duraria mais um ano no comando, tendo sido reposto por Willie Miller que conseguiu 2 segundos lugares em 1993 e 1994. Convencido que era o novo Alex Ferguson, Miller renovou toda a equipa e no ano seguinte ao segundo lugar acabou no penultimo, tendo que ir disputar o Play-off, saindo Miller antes mesmo do fim da época.

Para o seu lugar foi escolhido Roy Aitken e por sorte o play-off correu de feição, conseguindo manter-se entre as maiores equipas, continuando o recorde de nunca ter descido, tendo levado o clube a ganhar a Taça da Liga nesse ano, frente ao Dundee FC.

A decada de 90 acabou com o Aberdeen FC a ter de reconstruir as bancadas, levando com isso o clube a ter pela primeira vez na história um saldo financial negativo. Recorreram então ao grande homem de negócios da cidade, Stewart Miller, que pegou nos destinos do clube.

Para o cargo de treinador foi escolhido o ex-treinador Benfiquista, Ebbe Skovdahl, que se tornou o primeiro treinador não escocês a dirigir o Aberdeen FC. Ficou na história do clube como o treinador que mais derrotas pesadas levou ao longo da época. E o mais estranho é que chegou às duas finais das Taças no mesmo ano, perdendo cada uma delas para um dos “gigantes” de Glasgow.

Os deuses estavam, apesar de tudo, com o Aberdeen FC, porque nesse mesmo ano o clube ficou na última posição, mas foi o último ano com 10 equipas porque a Federação resolvou alargar os campeonato para 12 equipas. Assim o Aberdeen FC iria disputar um play-off com o 3º classificado da Segunda Divisão, uma vez que os dois primeiros subiram automáticamente. Entretanto o 3º classificado, que era o Falkirk, tinha um campo em que os requisitos não chegavam para o escalão maior e assim nem houve jogo de play-off, mantendo-se automáticamente o Aberdeen FC na Primeira Divisão.

Demorou bastante a recuperar, e nunca mais foi a uma final de uma competição interna ou externa. A melhor classificação acabou por ser a desta época conseguindo um 3º lugar e o consequente apuramento para a Taça UEFA.

Será que vamos voltar a ter um Aberdeen FC ao melhor nível? Esperemos que assim seja.

O Aberdeen FC joga desde 1899 no Pittodrie, um estádio com capacidade para 22,199 espectadores, o primeiro no mundo a ter todos os lugares sentados e cobertos. Foi também o Pittodrie o primeiro Estádio do mundo a ter um banco de suplentes escavado.
Fica situado apenas a 500 metros do Mar do Norte, tornando-se por isso um dos Estádios mais frios do Reino Unido.

Existe também a secção de futebol feminino, mas não são candidatas ao titulo, estando em 5º lugar entre 10 equipas, e a 27 pontos do primeiro classificado. Num dos últimos jogos ganharam 10-0 ao último classificado.

Curiosidades:

O Aberdeen FC foi a primeira equipa, a perder uma eliminatória europeia no desempate por penaltys, em 1970 contra o Honved.

A personagem dos Simpsons, empregado da escola escocês, é adepto do Aberdeen, revelado num episodio em 2003 – Scuse Me While I Miss The Sky.

O proprio Homer Simpson é admirador do Aberdeen, revelado num episodio em 1999 – Monty Cant Buy Me. Afrse que ele diz é: “No way, Aberdeen Rules!”

Palmarés:

4 vezes Campeão da Escócia: 1955, 1980, 1984 e 1985.

1 vez Vencedor da Taça Vencedores Taças: 1983.

1 vez Vencedor da Supertaça Europeia: 1983.

7 vezes Vencedor da Taça da Escócia: 1947, 1970, 1982, 1983, 1984, 1986 e 1990.

5 vezes Vencedor da Taça da Liga: 1956, 1977, 1986, 1990 e 1996.

1 vez Vencedor do Prémio Adidas para a melhor equipa do Mundo: 1983.

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