quarta-feira, junho 27, 2007

Notícia Atacante do Dia: Apito Dourado continua a mexer



Vieram hoje a público mais novidades relativas ao processo Apito Dourado. Desde ao arquivamento de situações no mínimo estranhas até a novas investigações, temos de tudo para apimentar este defeso.



Segundo a agência Lusa, fonte que conhece bem o processo Apito Dourado diz que a compra e venda de jogadores por parte do Futebol Clube do Porto está a ser alvo de investigações no âmbito do processo em causa.

Além das investigações relativas a corrupção activa desportiva, os responsáveis do Futebol Clube do Porto serão sujeitos também a investigações de âmbito económico.

A investigação não deverá estar concluída brevemente, uma vez que quando se refere a movimentos financeiros é necessariamente mais lenta do que as que envolve alegados crimes de corrupção desportiva, de acordo com a fonte em causa.

A equipa de cordenação do Processo "Apito Dourado" adiantou, há bem pouco tempo que, quanto aos crimes económicos, estão pendentes 11 inquéritos, tendo sido concluídos 12.

Já no Correio da Manhã, adiantam-se hoje algumas escutas de certo modo "estranhas" e que também estranhamente originaram processos arquivados...

São os seguintes os casos apresentados pelo Correio da Manhã:

- Gomes da Silva, presidente do Conselho Disciplinar da Liga, disse a Valentim Loureiro que a demora da punição de um jogador do FC Porto foi para favorecer o clube. "Assim ele não ia jogar com instabilidade", disse o magistrado ao então presidente da Liga, garantindo que também já falara com Pinto da Costa sobre o mesmo assunto.

- Em Janeiro de 2004, Gomes da Silva recebeu pedidos de vários dirigentes. No dia 5, foi Valentim Loureiro quem lhe falou do caso Maniche (o jogador que alegadamente teria um contrato com o FC Porto antes de terminar o que assinara com o Benfica), e menos de uma semana depois o interlocutor era Ferreira Torres. "Foi uma cena com o capitão, o Mário Mendes mostrou vermelho, o que é que isso pode dar, senhor desembargador?", perguntava o autarca do Marco de Canaveses, terminando com um pedido: "Veja se pode fazer alguma coisa, pelo menos que só apanhe um jogo."



- Também escutada no âmbito do "Apito Dourado" foi uma conversa entre João Loureiro e José Veiga. Onde o primeiro diz ao segundo que fale com o presidente do Leiria, que "controla" o relator de um processo.

- A primeira operação da PJ, em que foram detidas 17 pessoas, entre elas Valentim Loureiro, decorreu no maior sigilo. Isso mesmo pode ser verificado através das inúmeras conversas captadas entre os protagonistas nas primeiras horas da manhã de 21 de Abril de 2004, onde se verifica que aqueles desconheciam em absoluto os contornos da investigação. Uma delas teve como intervenientes Pinto da Costa e Pimenta Machado e revela a surpresa pela acção policial. "Um gajo como o Pinto de Sousa, não há gajo mais sério no Mundo. E é preso porque põe um árbitro no Gondomar?", diz, indignado, o líder dos azuis-e-brancos, garantindo ao ex-presidente do Vitória de Guimarães que Carolina Salgado lhe propusera sair do País. "Eu não tenho idade, senão mandava-os todos... A minha mulher ainda hoje me dizia ‘se quiseres vamos embora."

- Valentim pede cinco bilhetes a Manuel Vilarinho para a inauguração do estádio do Benfica: "Por mim não pedia, mas são 5 juízes e não me largam. (...) Os filhos da puta, são benfiquistas, também é a primeira e a última." "Ao menos são gajos que mereçam?", responde Vilarinho.

- Subida de Nota a Lucílio Batista. Uma conversa entre dois dirigentes revela que a nota de um teste escrito de Lucílio Baptista terá sido subida. "J. está visto, ele que se cale", diz um membro da Liga referindo-se a Lucílio Baptista

- As escutas do ‘Apito Dourado’ revelam a vertente mística dos dirigentes, que contactavam videntes brasileiras para lançar feitiços contra os adversários. O Braga foi um dos visados.

- Uma carta anónima que denunciava o jantar de elementos da Associação de Futebol do Porto com elementos do clube de Gondomar foi encontrada pela PJ, rasgada, na casa de José Luís Oliveira.


Segundo o Correio da Manhã estas escutas terão sido arquivadas uma vez que foram efectuadas de forma aparentemente "ilegal", porque estávamos perante escutas a Magistrados.

Queremos saber a opinião dos nossos leitores sobre o assunto em causa.

Até onde irá tudo isto?

Conseguirão os responsáveis por esta investigação acusar convenientemente algum dos visados?

Haverá condenações?

Será mais "fácil" conseguir uma acusação perante crimes económicos do que em casos de corrupção desportiva?

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