segunda-feira, novembro 12, 2007

Águias esfomeadas 6 - 1 Panteras humilhadas


Estádio: Estádio da Luz
Espectadores:
Árbitro: Paulo Paraty

SL Benfica: Quim, Luis Filipe, Luisão, Katsouranis e Léo, Binya, Rui Costa, Maxi Pereira e Cristian Rodriguez, Cardozo e Nuno Gomes.
Treiandor: José António Camacho. Jogaram ainda: Dí María, Bergessio e Romeu Ribeiro.

Boavista: Jehle, Rissut, Marcelão, Ricardo Silva e Bruno Pinheiro, Diakité, Fleurival e Jorge Ribeiro, Zé Kalanga, Fary e Mateus.
Treinador: Jaime Pacheco. Jogaram ainda: Edgar, Laionel e Bangoura.

Visão benfiquista por Johnny

Melhor jogo da temporada para a Liga, maior goleada até ao momento e um ano sem perder em casa é o rescaldo da noite de ontém no Estádio da Luz.
Tradicionalmente os jogos frente ao Boavista são de um grau de dificuldade maior, independentemente da classificação dos clubes. O jogo de ontém não fugiu á regra e apesar do resultado demonstrar uma coisa, não foi realmente aquilo que aconteceu.

O Boavista entrou a jogar em contra-ataque, com Mateus e Zé Kalanga a segurarem Léo e Luis Filipe, o que limitou um pouco a acção dos laterais encarnados. Jorge Ribeiro aparecia em zona de remate, para aproveitar a sua boa meia distância e Diakité segurava a subida dos jogadores mais recuados da Luz. Foi assim que Mateus criou a primeira situação de perigo para Quim, estavam decorridos poucos minutos de jogo. Durante a primeira parte, o Boavista foi amplamente dominado pelo Benfica, que mesmo sem as subidas dos laterais, tinha nos extremos os principais desiquilibradores. E foi sem surpresas, que o Benfica chegou ao golo, por Cardozo, após uma excelente jogada de combinação entre Rui Costa e Rodriguez, culminando com o passe do maestro para o paraguaio bater Jehle, livre de marcação no eixo defensivo axedrezado. Até ao intervalo, o Benfica podería ter ampliado a marca, mas Jehle opôs-se bem por duas ocasiões a Cardozo.

No reatamento, o Boavista voltou a ter a melhor oportunidade para empatar, mas Quim esteve bem ao negar o golo a Mateus. Pouco depois Zé Kalanga acabou expulso por acumulação de amarelos e o Boavista quase sucumbiu. E digo quase, porque apesar de jogar com dez, ainda conseguiu chegar á igualdade pouco depois, após uma corrida desenfreada de Mateus pela direita, acabando por servir Jorge Ribeiro em zona frontal já perto da grande área, com este a trabalhar bem sobre os defesas encarnados e a bater Quim com um remate seco e colocado. Mas a alegria boavisteira durou pouco tempo. O Benfica imprimiu uma velocidade ao jogo estonteante, e em meia hora cilindrou o conjunto de Jaime Pacheco. Maxi Pereira aos 62 apareceu sozinho em zona frontal e desferiu remate indefensável para Jehle, depois de boa jogada de Léo, aproveitando a ausência de Zé Kalanga. Minutos depois, o Benfica decidiu o rumo do jogo com o terceiro golo, da autoria de Cristian Rodriguez, após uma boa jogada de Rui Costa. O Boavista ainda respondeu e Laionel aproveitou uma escorregadela de Katsouranis para correr meio campo e atirar ao poste à saida de Quim. Mas o Benfica estava imparável e no minuto seguinte Dí María com a colaboração de Ricardo silva, faz o quarto da noite. Luis Filipe aproveita alguma desorganização no conjunto axedrezado e sobe pelo seu flanco, fazendo um centro que encontrou o argentino do outro lado. Dí María fez um centro-remate para o meio da confusão e as pernas do central do Boavista fizeram o resto. Mais cinco minutos e novo golo do benfica, desta feita de grande penalidade, cometida por Marcelão. Nuno Gomes marcou e regressou aos golos. Já perto do minuto 90 o Benfica chega à meia duzia, novamente por Nuno Gomes, após centro de Rodriguez da direita. Poderiam ter sido sete, mas Bergessio não quis apontar o segundo penalti da noite, permeitindo a defesa de Jehle. Pouco depois o jogo chegou ao fim, com um resultado algo avolumado para aquilo que o Boavista fez, mas inteiramente justo por aquilo que o Benfica jogou e produziu na noite de ontém.

Visão Boavisteira por Revolution

O resultado mais injusto da história do futebol…

Falta sempre algo ao Boavista. Somos uma das melhores equipas a praticar futebol, neste momento. Uma excelente exibição na Luz, além do jogo excelente da semana passada contra o Vitória, em que merecíamos os três pontos, são a prova da minha afirmação.
Hoje não fui capaz de ver o encontro até ao fim, fiquei revoltado com tudo: somos pobres, estamos num momento de quase morte e ainda nos tentam prejudicar… não percebo, como também não consigo perceber atitude da defesa do Boavista, que nas primeiras jornadas esteve fantástica, e agora deixa entrar tudo e mais alguma coisa…

Mas Pacheco está a trabalhar bem (meu deus, nunca pensei proferir tais palavras), e a exibição de hoje foi prova disso. A verdade é que esta equipa não dá mais, infelizmente. Mas acredito cada vez mais que não iremos descer de divisão, por mais felicidade que dê aos anti-xadrez.
Jorge Ribeiro é um homem com muita classe naquele meio-campo, e o trio de ataque esteve fantástico, principalmente Mateus e Kalanga. Fary surpreendeu todos, estando em boa forma. Temos de continuar a trabalhar desta maneira, e reforçar a equipa no meio-campo em Janeiro, se possível claro. Uma tentativa de adquirir Kazmierczak não seria uma má ideia.

Parabéns ao Benfica, tenho pena é que de um lado se possa protestar da maneira como se faz, e do outro leva-se logo cartão, tenho pena que do lado encarnado se jogue com mão, tenho pena dos foras-de-jogo, etc. No futebol francês não existem grandes, cá existem e desequilibram as decisões… enquanto se continuar a fazer filmes e livrinhos de apitos dourados, esquece-se o resto. Dar 6 a um clube com as dificuldades do Boavista, e dizer olés é humilhante, fere ainda mais… acreditem, não há ninguém que sinta o que um adepto do Boavista sente agora. Se fosse apenas os 6-1

E os meus enormes parabéns aos Panteras Negras, somos poucos, mas somos bons… ah, e que falta faz um Boavista na Europa não é?

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