segunda-feira, novembro 12, 2007

Estrela Filosófica x FC Porto Desleixado

Estádio: José Gomes
Assistência: Mais do que quando à dois anos pela mesma hora e também num Domingo.
Árbitro: João Ferreira (Setúbal)

ESTRELA AMADORA - Nélson; Rui Duarte, Wagnão, Maurício e Hélder Cabral; Marco Paulo, Marcelo Goianira e Tiago Gomes; Vítor Moreno, Anselmo e Yoni.
Treinador: Daúto Faquirá.
Suplentes: Pedro Alves, N'Diaye, Daniel, Mateus, Nuno Viveiros, Jeremiah e Hugo Carreira.

FC PORTO - Helton; Bosingwa, Stepanov, Bruno Alves, Fucile; Paulo Assunção, Lucho González, Raul Meireles; Tarik, Lisandro e Quaresma.
Treinador: Jesualdo Ferreira.
Suplentes: Nuno, Pedro Emanuel, Marek Cech, Bolatti, Hélder Postiga, Kazmierczak e Adriano.

OPINIÃO ESTRELISTA, por Estrela
Demorou 19 anos mas conseguimos, finalmente, a vingança que tanto procuravamos depois daquele 2-2 de 1988/89. Foi a época de estreia do Estrela da Amadora na Primeira Divisão, salvo erro foi também a época da estreia de Vitor Baia como titular indiscutivel do FC Porto, pelo menos foi ele que cá veio a titular. Aconteceu à 19 anos uma das primeiras grandes desilusões futebolisticas visualizadas por mim no Estádio José Gomes. Depois de estar a ganhar por 2-0 ao FC Porto até aos 80 minutos de jogo, eis que um ilustre desconhecido que passou pelo "Clube Dragão" de nome Ewerthon, em 10 minutos marcou dois golos e empatou o jogo. O último a dois minutos do fim. Grande "balde de água fria" na época de estreia... vingada agora, remetendo o "balde de água fria" para os "Azuis do Norte".
Em relação ao jogo de ontem realmente estranhamente parecido com o de à 19 anos em que também estavamos a ganhar ao intervalo, aumentamos para dois na segunda parte e com sobranceria nos deixamos empatar no final...

Em relação à equipa escalonada por Daúto Faquirá, sinceramente esperava mais respeito pelos adeptos tricolores e até pelo adversário. É inadmissivel que se ponha a titular um jogador que nunca jogou esta época ( Marcelo Goianira), que se continue a incluir um dos piores jogadores de sempre do Estrela a titular ou até no banco ( Marco Paulo), que se ponha Hélder Cabral a jogar sem ritmo e sem minutos e Vitor Moreno idem aspas. Já para nao falar em Yoni, que nem nome de gente tem, e que combina com a sua qualidade de jogador.

Aliado a isso temos uma equipa que devia figurar no Guiness porque a nossa Defesa não serve para defender mas sim para marcar golos. Deve ser o único clube no mundo que tem como melhores marcadores da época 3 defesas ( Mauricio, Wagnão e Cardoso, com dois golos cada). Como tal não espanta que depois de sofrer golos em catadupa se vá lá à frente com as "Torres Gémeas" fazer o que se tentou impedir cá atrás...

A tentativa de surpreender o FCP com este 11 ía dando muito mau resultado, não havia meio campo e a equipa jogava tão mal que em meia parte de desconcentração já podiam ter sido expulsos dois ou três jogadores do Estrela, começando por Goianira, completamente à toa no campo e recorrendo exageradamente à falta, seguido de Mauricio que tinha que ir ao meio campo "varrer" a porcaria que Marco Paulo e Goianira faziam. Varredura que por sorte não lhe valeu nenhum cartão. E Anselmo que entrou de pé em riste à camisola de Helton, merecedor de cartão vermelho. Como não levou ordem de expulsão acabou mais tarde por sofrer na pele a "vingança" de Bosingwa, primeiro, com um pontapé na barriga e depois Bruno Alves com uns pitons nas costelas.

Diga-se de passagem que o FC Porto também não estava a fazer um jogo por aí além, talvez por cansaço de demasiados jogos... Ou por displicência.

A segunda parte começa, felizmente, sem Goianira e Yoni, e infelizmente com o segundo ou terceiro remate "azul" até então, durante 50 minutos de jogo. Aliás o remate nem ía para a baliza e sim para fora até que Marco Paulo numa tentativa (espero eu) de fugir à bola a mete na propria. Em grande Marco Paulo, agora até na propria marca.

Depois do 0-2 uma bola no poste de Lizandro que em dois remates que fez queria dois golos... também era melhor. Mas os nortenhos pareciam mais dominadores, no entanto ningúem afecto ao Estrela saiu de campo... Ninguém tricolor sai de campo nem mesmo a perder por dois golos com o Campeão Nacional a dominar o jogo, é nisso que somos poucos mas muito especiais... somos poucos mas bons! Não somos como certos adeptos que mal sofrem um golo assobiam a equipa ou se levantam jurando não lá voltar mais.
A equipa também sabe isso, que são poucos os adeptos que se deslocam ao campo mas que estão lá sempre até ao fim, a cobrar mas também a aplaudir! E quantas vezes temos dado a volta aos jogos (menos conseguidos) nos últimos minutos?

Daúto esperava sub-repticiamente que Jesualdo fizesse o que fez. Se achasse dono e senhor do jogo e descansasse as melhores peças do seu conjunto. Caiu no erro de tirar talvez o melhor jogador portista desta época, Lucho, e logo de seguida a mudança táctica é efectuada no Estrela. Sai o apagado Vitor Moreno e entra o veloz e já "bom de bola" N'Diyae.

Começou então o Estrela a criar mais perigo e a cruzar mais vezes para a área. Jesualdo ainda achando que era dono do jogo, retira Tarik, desguarnecendo cada vez mais o meio-campo. Não é exagero quando digo que os últimos 10 minutos de jogo foram todos do Estrela.

A recuperação começou com uma "bomba" de Mauricio à trave, para mais tarde em outro livre directo o mesmo Mauricio agora de cabeça fazer o primeiro golo com culpas para quem bem entenderem mas principalmente para Mauricio que foi o primeiro a acreditar que não só era mais forte que os adversários como podia marcar... e marcou.

Até final mais do mesmo com o Estrela a aparecer sempre perto da area contrária, até que Stepanov em desespero de causa - cansado de 90 minutos e a "levar" com o "tronco" que é Jeremiah, que só tinha 45 minutos nas pernas - a agarrar o avançado tricolor, porque pernas e cabeça já não havia.

Finalizaria Mateus o "dois igual", justo? injusto? Jesualdo veio dizer que foi justo pelo que a equipa do Estrela sempre acreditou. Eu digo que se a táctica era esta e se era isto que Daúto pretendia, aguardar até perto do final esperando como uma raposa matreira, então é justo, sem duvida.

Melhor em campo:
Mauricio, compensa as fraquezas defensivas com fortes incursões atacantes, que normalmente originam golo.

Arbitragem:
Errou para os dois lados. Perdoou expulsões aos dois lados. Teve a "sorte" do seu auxiliar assinalar a grande penalidade.

Conclusão:
Um ponto preciosíssimo, ainda para mais depois de o Leixões ter pontuado num campo tão dificil como o Restelo e da Naval ter ganho 3 pontos em casa. Melhor porque o Boavista e a Académica perderam.

OPINIÃO PORTISTA, por João Ribas

« Inqualificável e Impensável o que sucedeu com o meu FC Porto na Amadora!
Depois de 80' jogados ao nível que a Equipa nos habituou, sempre concentrada, dominadora e perto de aumentar a vantagem de 2 golos que Lisandro Lopez e Raul Meireles haviam construído, num Estádio tradicionalmente difícil, como é a "Deserta" Reboleira, eis que nos últimos 10' de jogo tudo se alterou, deitando tudo a perder...
Falta de Humildade, de Profissionalismo, de Vergonha e excesso de Confiança! Todos isto serve para explicar o ocorrido naqueles 10' finais, que permitiram a um "inofensivo" Estrela da Amadora conseguir anular a desvantagem, aproveitando-se de 2 clamorosos erros do seu Adversário...

Com um "Onze" sem surpresas e concensual, o FC Porto chegou calma e naturalmente aos 0-2, com o inevitável Lisandro Lopez e Raúl Meireles a concretizarem o intenso domínio dos Dragões.
Aos 70', Jesualdo Ferreira "poupa" Lucho Gonzalez, vindo de uma lesão, dando mais alguns minutos a Bolatti. O FC Porto manteve o domínio de jogo, mesmo recuando as linhas, perdendo contudo força nas transicções ofensivas.
O Estrela da Amadora jamais criava lances de perigo, a não ser um Livre de Maurício que levou a bola a embater na Trave da Baliza Portista, respondendo a um outro remate de Licha Lopez, que teve igual sorte, a meio da 2ª parte.
Ficou claro, que apenas com erros clamorosos, como o de Helton e Stepanov, os Visitados poderiam aspirar ao "Milagre" que vimos... Helton, como já tem sucedido em jogos anteriores, não está ao nível que nos habituou e Stepanov cometeu uma enorme ingenuidade, revelando ainda alguma imaturidade.

Dois jogadores comprometeram a Equipa neste jogo, contudo tal deveu-se ao abaixamento de produção do resto da Equipa, que chegou ao ponto de ver jogadores a jogar em demasia de Calcanhar e a rirem-se, revelando uma enorme excesso de confiança, que teve o duro castigo nas Acções do GR e do Central Portistas...

Quanto ao Árbitro, como normalmente, este Sr tem de levar por contar, ainda que o facto de eu falar aqui dele, não signifique ou desculpe os erros grosseiros da nossa Equipa e consequentemente o resultado final.
Alguém me explica como não se consegue ver a agressão bárbara do Anselmo ao Helton, ainda na 1ª parte? Um Fiscal de Linha assinala correctamente, no último minuto, uma GP por um puxão na camisola do jogador Estrelista, enquanto o outro Fiscal de Linha não vê uma enormidade daquelas...
Na 2ª parte, o mesmo Anselmo, volta a tentar fazer o mesmo a Bruno Alves, mas aí a história já seria outra, pois este é um verdadeiro Dragão e Defesa... Faltou nesse lance a devida punição disciplinar aos 2 jogadores, quando um deles já nem sequer deveria ali estar!

Que a humildade se abata sobre os nossos Jogadores, de forma a evitar no futuro mais dissabores como este. Venha daí o Vitória de Setúbal, até agora invicto, que está a realizar um excelente Campeonato, não deixando espaços a atitudes como aquela que vi ontem na Reboleira.

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